sábado, junho 30, 2007

Os «Miminhos»

Na minha rua abriu um restaurante.
Há para aqui vários, espalhados pelo meu bairro, mas esta zona que é mais popular não tinha nenhum, e decidiram aproveitar o espaço onde já tinha existido outro restaurante, desactivado há anos mas muito conhecido na sua época dentro de um estilo muito simples.
E assim, os donos de um talho mesmo ao lado, olharam para aquele espaço, tiraram-lhe as medidas e decidiram que seria uma boa ideia criar uma churrascaria, já que a carne forneciam eles.
Muito bem.
Aquilo levou obras demoradas. Tiveram que rebaixar o chão e elevar o tecto. Modernizaram a cozinha. Refizeram completamente a sala de jantar. Outra escada, outra casa de banho. Enfim, obra asseada que custou muito dinheiro, é claro. E eu ouvia comentários dos vizinhos, considerando que aquilo devia vir a ser uma coisa chic, restaurante fino, porque tinha custado muito dinheiro e para tascas já havia para ali umas tantas, calçada abaixo.
Nunca entrei nessas conversas apesar de pensar diferente, eu achava pelo contrário, que eles deveriam era recuperar a imagem que o antigo restaurante tinha e lhe tinha dado a tal fama…
Aquilo lá abriu, e fui logo lá jantar no dia seguinte. Bom, a comida era boa e não era cara. A decoração desastrada tentava conciliar cromados com veludos, qualquer dos dois muito mau e obviamente não conseguindo «quadratar» o círculo… Mas, enfim, esquecendo esse aspecto da ‘decoração’, o resto estava aprovado.
Contudo, em relação ao pretendido aspecto de «restaurante elegante» quanto mais faziam mais se enterravam. Considerei que teriam arrumado definitivamente essa pretensão quando ao passar-lhe em frente vi que tinham aderido ao uso de anunciar os pratos do dia escrevendo-os numa enviesada toalha de papel, colada ao vidro. Definitivamente restaurante popular!
Contudo, entre os meus vizinhos, ainda continuava a ouvir que aquilo estava muito elegante, e via alguns sorrisos enlevados. Hoje reparei que tinham colocado um toldo, onde finalmente se podia ler o nome – coisa que até à data ainda não tinha descoberto. Chama-se «Os Miminhos do Churrasco».
Desisto. Com este nome já não acrescento mais nada!

Minhocas, heim?...




Para quem é mais «das humanidades» certos desenvolvimentos científicos, parecem algo de mágico!
Dizem as notícias que
se vai construir em Beja uma unidade industrial de vermicompostagem .
Não fazia a menor ideia do que fosse a «vermicompostagem» (????!!!) mas a notícia explica: é um processo biológico que, através da acção de micro-organismos, como as minhocas, transforma a matéria orgânica dos RSU (Resíduos Sólidos Urbanos) em adubo orgânico. Por outras palavras, pelo que entendi disto tudo, deitam-se umas tantas minhocas num monte de lixo e elas vão ‘comendo’ esse lixo e «expelem um produto sem cheiro e com 21 componentes, todos naturais». Lindas meninas!
Depois é só recolher esse tal produto que pode servir de adubo.
Mas reparem no fim da notícia: Além das minhocas, que «fazem grande parte do trabalho», a unidade de Beja vai operar apenas com cinco ou seis funcionários, já que o sistema de vermicompostagem «é muito mecanizado». Ou seja, põe-se as minhocas a trabalhar, mas quem pense que dali podem nascer postos de trabalho, é melhor deitar as vistas para outros locais.

"Operação Pato Bravo"

Já aqui disse muitas vezes e repito – quem inventa os nomes de código para as operações secretas da PJ, tem sentido de humor.
Ontem os noticiários foram-nos informando de que decorria uma grande operação da zona da Grande Lisboa, para se desmontar a vigarice da «fraude carrossel» - pelo menos nesta zona do país.
E algum sucesso devem ter tido
fala-se em se ter detectado fugas de 2 milhões de euros. Parece que existiam empresas que só serviam para justificar as facturas (que só tinham o nome e uma morada fiscal "oficial") e encontraram milhares de facturas em branco, e pagamentos a subempreiteiros que nunca existiram.
O que me fez sorrir foi o nome de código: "Operação Pato Bravo".
Vamos ver se os conseguem enfiar na capoeira.

«Ladrões? P’ra cima de dez bandidos!»

Tem passado por todo o lado a publicidade a um detector de diversos acidentes domésticos – fogo, inundações, gás, e ‘intrusão’ – tudo situações que «acabam por não ser nada por causa do detector».
O que é curioso é que sempre que vejo aquilo, conhecendo a minha terra, penso «OK, detecta-se a situação, mas… e até chegar lá o socorro?!»
Acabei de ler uma historieta que vem confirmar as minhas suspeitas. Mesmo com uma câmara de vigilância e tudo, três gatunos às 5 da manhã, entraram numa loja e sob o olhar dos vizinhos que espreitavam às janelas, limparam os artigos que lhes interessavam.
Mas o interessante é que
o dono da loja soube do assalto logo no momento, porque o sistema de alarme estava ligado ao seu telemóvel Lá saber, soube. Mas evitá-lo não conseguiu!
A notícia conclui: «A PJ esteve ontem na loja a recolher vestígios».
E o detector?... Aaaaah...pois...

Mereciam!

Ora vejam só: um rapaz de 23 anos, já casado mas talvez um pouco enfastiado da monotonia da vida monogâmica, decidiu colocar uns anúncios numa revista feminina de modo a conseguir umas parceiras que lhe variassem o menu.
Vai daí, considerando que só por si poderia não ser muito atractivo, nas suas referências dizia-se militar da GNR.
Pelos vistos, assim, com o benefício da farda imaginada, impressionava mais as mulheres
Foi a própria GNR que descobriu a tramóia, considerando que se fosse, de facto, um elemento seu “punha em causa imagem da instituição" mas sendo assim não levantou mais questões.
Eu entendo. Assim, pelo contrário, até lisonjeia “a imagem da instituição”. Imagine-se, o facto de ser GNR ser factor de prestígio e de atracção!!!
Por mim, só considero que as raparigas para quem esse afrodisíaco funcione, só merecem ter sido enganadas. Bem feito.

sexta-feira, junho 29, 2007

Já se lembraram...?



IUPIII!!!!!

Uma medida boa

Bem, neste apanhado de notícias que me habituei a fazer de manhã, cá encontro uma que me agrada.
Mais capacidades nas Lojas do Cidadão
Já a criação da Loja do Cidadão, um local único onde se possa tratar da maioria dos papeis de que um sujeito precise, é um bom conceito. E até aqui muita coisa se tratava já nestas «Lojas» que parecem colmeias quando lá vamos.
Pelo que se lê parece que vai passar a haver um "balcão sucessão e heranças", para ajudar a tratar da papelada desses casos.
Pode parecer que não, mas mesmo para uma herança modesta, uma casa por exemplo, é preciso a) pedir certidão de óbito; b) declarar às finanças a relação de bens; c) realizar uma escritura pública de habilitação de herdeiros; d) registar os bens comuns da herança; e) realizar a escritura da partilha; f) pagar imposto de selo e imposto municipal sobre transacções e g) fazer o registo do novo proprietário dos bens.
É muita volta! Se isso puder ser feito num só local, que diferença.
E também parece que vai funcionar nalgumas Lojas do Cidadão, um balcão onde será possível tratar de todos os actos inerentes a uma separação de comum acordo assim como (é justo, a simetria!) um balcão de simplificação dos casamentos – pode fazer-se o pedido sem precisar de juntar documentos que já existam informatizados.
Desburocratizar é sempre de aplaudir.

Bêbados ao volante

Bem, não quero uma «lei seca» é claro. Apesar de o alcoolismo ser também um vício social, algo que afecta a sociedade pelo comportamento do alcoólico, não penso que o Estado deva proibir que quem quiser embebedar-se que o faça. Aliás na questão do tabaco, as tais leis anti-tabaco só fazem sentido na medida em que afectam as pessoas que estão perto, o fumador que esteja entre os seus pode fumar até morrer, se o desejar.
Mas a relação álcool-condução é delicada.
Eu ontem referi aqui um fait-divers que considerei engraçado. Mas, engraçado porque raro. Se afinal se vier a saber que
condutores a guiarem muito alcoolizados já o são numa percentagem de metade, a ‘graça’ passa a tornar-se susto!
É que um automóvel pode ser uma arma mortal. Atenção aí!

A escalada


Primeiro, foi o caso do professor destacado na DREN que viu o seu destacamento terminado por ter proferido palavras insultuosas ao Primeiro-ministro. É uma história que deixa um sabor amargo, implica ‘queixinhas’ de quem ouviu, parece que uma pessoa volta a ser culpada de delito de opinião, contudo a dimensão é relativamente pequena – uma directora de um serviço para onde estava requisitada uma pessoa que considera não querer trabalhar mais com essa pessoa.
Triste e desagradável mas… regional.
Agora,
uma directora de um Centro de Saúde é demitida, «por não ter tomado medidas relativas à afixação, nas instalações daquele Centro de Saúde, de um cartaz que utilizava declarações do Ministro da Saúde em termos jocosos, procurando atingi-lo»
A diferença entre estes casos é a sua dimensão.
Enquanto no primeiro tudo se passa dentro de um Serviço, um conflito entre uma directora e um seu subordinado, aqui toma um nível nacional porque é uma decisão de um ministro.
O que se sabe é que o senhor ministro em tempos declarou que
«jamais iria a um SAP (Serviço de Atendimento Permanente». Alguém recortou essa declaração colou-a a um papel e acrescentou «Faça como ele» afixando-a exactamente num SAP. Imagina-se que o ministro quando proferiu essa frase também estaria a brincar, só podia ser. Mas, ele pode brincar, os outros é que não, é claro. E perante esse facto, a directora que se limitou a mandar retirar o cartaz mas não puniu quem o inventou… é exonerada!
É uma escalada na gravidade das situações.
Nem quero pensar no que será o degrau seguinte, que me lembraria tempos que não quero recordar.

quinta-feira, junho 28, 2007

Buzinar

Eu vivo numa cidade onde se buzina muito. Cá por mim, acho que demais. Quando aprendi a conduzir ouvi que a buzina se usa como um aviso, numa emergência, mas não é para «desabafar» como se tornou costume aqui em Lisboa.
Contudo, com bom-senso e evitando a poluição sonora, penso que a buzina faz parte do equipamento do automóvel para ser usada nos tais casos de necessidade.
Mas parece que os chineses abusavam, a poluição sonora era grande devido ao abuso da dita, e decidiram cortar o mal pela raiz - buzinar no centro de Xangai passou a ser punido com uma grande multa.
E pronto!
(sinceramente, por cá só desejava que pelo menos as regras existentes fossem cumpridas; não buzinar dentro de um túnel, por exemplo)
Só que sempre que há uma lei, há quem se deite a imaginar modos de a ‘furar’ e isso em toda a parte do mundo, pelos vistos.
E então os automobilistas de Xangai inventaram «novas buzinas»! Uma buzina dá um som como o toque de telemóvel, outra é uma voz feminina, e vamos ver de que é que mais se lembram...
Claro que a polícia acudiu logo a explicar que a lei não é só para buzinas «normais» engloba todos os sons.
Ora bolas!

Tristes crianças

A reportagem não é de hoje, mas infelizmente os casos que reporta também não são de hoje, nem de ontem, nem irão acabar amanhã.
Acontece que um jornal acompanhou um dia de uma CPCJ e ficou admirado:
as crianças negligenciadas não pertencem necessariamente a famílias de fracos rendimentos económicos
Há meninos que têm quase tudo o que o dinheiro pode comprar e não têm exactamente aquilo que não se compra com dinheiro – a atenção dos pais. E pelo que se vai vendo não é um caso completamente excepcional, encontraram-se vários.
Crianças filhas de quadros superiores, frequentando colégios caros, habitando uma boa casa, que poderiam ter uma boa qualidade de vida, mas estão sinalizadas para uma CPCJ por negligência familiar.
São crianças para quem por um lado os pais «não têm tempo» e vivem entre a escola e os seus brinquedos e que por outro lado assistem a tristes cenas de violência doméstica. Mesmo não sendo vítimas directas dela, o facto de assistiram é também uma violência para uma criança.
E, diz a reportagem algo que facilmente se adivinha: a dificuldade que os técnicos sentem de intervir nestes casos é maior do que numa família também disfuncional mas de fracos recursos económicos. «Estas pessoas sentem-se muito mais invadidas na sua privacidade», dizem-nos. Natural. Calculo que nas famílias pobres isso também aconteça… mas defendem-se pior.
Mas o mais importante não será respeitar a privacidade das famílias, mas o bem-estar das crianças, a capacidade educativa destes pais.
Talvez umas aulas de formação, se são pessoas tão importantes e ocupadas, talvez aceitassem melhor as suas obrigações se lhes chegassem em formato de power-point.

A CIA como um bando de gangsters

Que a famosa Agência, se comportava do modo mais descarado não aceitando quaisquer regras para a obtenção dos resultados que pretendia, era sabido.
Que, ainda por cima esses resultados, consistiam muitas vezes em alterar a seu favor a política exercida por um outro país independente e soberano, também se dizia.
Que na sua arrogância não prestasse contas dos seus actos, por estar acima das leis, era claro.
Que sempre que lhe parecia útil recorria aos serviços de marginais, era voz corrente.
O espantoso é, porque carga de água
tudo isto vem agora à luz? Qual a ideia de «tornar públicas as centenas de páginas dos relatórios das suas operações mais secretas»?
Como a desconfiança sobre os actos daqueles senhores não vê razão para acabar, e eles não dão ponto sem nó, resta-nos imaginar o porquê desta «operação lavar de roupa».
Eu, não sei, mas água no bico traz de certeza.

Um fenómeno

Que haja muito quem não ligue importância à regra de que se beber não deve conduzir, sabemos.
Claro que se essa regra deve funcionar para quem quer que seja, maior importância tem para os profissionais da condução.
E mais ainda se esses profissionais conduzem passageiros.
Mas, o que nos deixa boquiabertos não é esta pirâmide de agravantes – conduzir alcoolizado, ser um profissional, conduzir passageiros, e conduzir muitos passageiros.
O espanto é como é que é possível pôr uma camioneta em andamento, utilizar mudanças, seguir a direito e até contornar rotundas, parar nas «paragens»
com uma taxa de alcoolemia de 3,12 quase em coma alcoólico
Ligou o ‘piloto automático’?

quarta-feira, junho 27, 2007

Vai um teste?...

Um teste é coisinha de que todos gostam!


Ora um teste de Verão, tem de ser: Se você fosse um gelado que gelado é que era?

Procure saber aqui


No meu caso deu:



Basta ser rico...

É muito bom ser rico.
Podemos fazer o que nos apetece.
Podemos dizer o que nos apetece.
A todos os níveis:
Na cultura ou no futebol, ou… onde muito bem lhe apeteça meter o bedelho.
Nada trava este senhor!
Isto tem um nome, mas eu não digo que sou bem educada.

Será possível este escândalo?

Que na vida de um país de dão muitas vezes passos em frente e passos atrás, é conhecido e, em certa medida ‘natural’. Como há uma alternância democrática, os governos vão-se sucedendo e, com programas diferentes, é natural que vão tomando medidas diferentes, medidas que para os opositores serão passos atrás e que quase sempre ao chegar a sua vez de ser «poder» se apressarão a modificar.
Até aqui é normal.
Já é assustador e não parece ‘normal’ quando essas medidas se sucedem sempre no mesmo sentido e em catadupa. E, curiosamente, quando um Partido vai executando uma política que seria previsível ser o seu adversário a fazê-la.
Quando o PSD foi governo, criou um famoso «Código do Trabalho». Essa lei foi muitíssimo criticada pelos trabalhadores que consideraram que lhes restringia muito os direitos.
Chega o PS ao governo, e perante os olhos estupefactos de muita gente, não só não volta atrás com essa lei, como até a «melhora» substancialmente.
Horários de trabalho? Com certeza. Porque não concentrá-los?
A lei agora define "os limites dos períodos normais de trabalho, semanal e anual, mas não o diário" o que pode permitir "dois ou três dias de horário prolongado, seguidos de dois ou três dias de descanso, respectivamente".
Estão a ver? Não se pode trabalhar 24 horas sem parar, porque tem de haver pausas de 5 em 5 horas, mas só por isso. Legalmente.
E é claro que isso de férias, deverá ser revisto, que um trabalhador de férias não está a dar lucro à empresa, não é?
E depois, claro que os despedimentos serão facilitados. Normal também, não?

Quanto tempo ainda falta para «despedirmos este governo»?

Oposição? Mas o que é isso?

Posso, quero e mando
Para isso é que há maiorias absolutas, não é?

terça-feira, junho 26, 2007

Tão diferentes que nós somos!

Acabo de ler uma notícia interessante.
Em 2006 os italianos, foram a museus, cinema, teatro e estádios de futebol.
Nós também.
Imagino que estejam contabilizadas as nossas entradas nestes diversos locais, mas não nos disseram nada. Contudo, lá na Itália deram-se a esse trabalho. E, imagine-se, a que espectáculo é que os italianos mais foram?
Adivinham?
Teatro! Foram ao teatro 13 milhões e meio de espectadores, mais cerca de um milhão do que aos estádios de futebol. Teatro (!!) que na nossa terra é o parente pobre dos parentes pobres. Eu conheço pessoas que NUNCA foram ao Teatro.
De qualquer modo esta estatística italiana faz-nos pensar. É que todos estes campos culturais tiveram um aumento de frequência em relação a 2005 – o Teatro foi quem mais aumentou, 29%, mas o cinema também aumentou 14,4% e os museus 10,9%.
Pois é verdade. Nós por cá também fomos ao cinema, teatro, museus e futebol. Mas em que percentagem?

Ainda a reciclagem




É um tema muito na berra. Por um lado temos consciência de que realmente o caminho para se viver melhor passa por aproveitarmos os «desperdícios» e evitar gastos de energia supérfluos. E seria preciso andarmos completamente num outro mundo para desconhecermos a importância da reciclagem – há anúncios por todo o lado, desdobráveis, cartazes, autocolantes, ou seja gastamos muita energia a insistir em como devemos poupar energia...
Mas, cá na minha opinião, estava na hora de se começar a tocar noutras teclas. Não que é preciso reciclar, que isso creio que todos sabemos, mas sim, o que é que é «reciclável». Em vez da cantilena já mais do que ouvida de vidros no vidão, papeis no papelão, embalagens no «embalajão», fosse interessante explicar «ponham no papelão jornais, papeis escritos, papeis de embrulho, embalagens de cartão» por exemplo. Ou «metam no vidrão garrafas e frascos limpos, copos e jarras sem ser de cristal».
Há dias ouvi num talk-show na TV alguém explicar que não se podia deitar fraldas no papelão, porque isso ia contaminar todo o papel que estivesse lá contido. Francamente nunca me tinha passado pela cabeça que alguma pessoa se lembrasse de atirar com uma fralda suja para um desses depósitos, mas aceito que o tenham feito - se é «de papel» vai para o papelão! Claro que, primeiro, aquilo nem é bem papel e, segundo, vai com ‘matéria orgânica’ o que é péssima ideia. Ora bem, isso é levar ao extremo um desconhecimento que já é quase estupidez, mas colocar no papelão papeis sujos, nem toda a gente sabe que não deve. Assim como, se a garrafa for de azeite, também só deve ir para o vidrão depois de lavada, pelo que me disseram. Tenho uma amiga que lava todas as embalagens e latas antes de as colocar no ecoponto coisa que me parece um absurdo, porque gasta um bem também precioso –a água – para cumprir uma norma ecológica, a reciclagem…
Mas esta oscilação entre o 8 e o 80 - deitar fraldas sujas na reciclagem, ou lavar cuidadosamente a lata do feijão - só acontece porque a informação não passa. Já sabemos que as crianças pequeninas sabem que devem reciclar papel, vidro e embalagens. Seria interessante ver agora que papel, que vidro e que embalagens .
Para não falar de novo que a visão desgraçada dos ecopontos a deitar por fora sem que a empresa responsável assuma a decisão de os ir esvaziar, também não incentiva lá muito a este dever cívico.

Enfim…(* suspiro…)

«Contribuição de Serviço Rodoviário»

A galinha dos ovos de ouro está quase a deixar de pôr…
Então, a gasolina não vai aumentar ?
Pois claro que não.
Ainda bem.

Flexisegurança...?

Ora cá está!
Era isto que os trabalhadores andavam a dizer. A implementar-se um sistema de tal famosa «flexisegurança», isso teria de levar em conta as duas vertentes, a da «flexi» que andava a deslumbrar os nossos patrões e a da «segurança» que se estava a esconder debaixo do tapete a ver se passava desapercebida.
É que essa Segurança Social que já está implementada nos países que andam a promover esse modelo, por cá é uma utopia. Os nossos patrões e o actual governo numa visão bastante estrábica queriam o sol na eira e a água no nabal.
Diz agora
a Comissão Europeia a implementação de um sistema de flexissegurança tal como existe em alguns países europeus custa caríssimo
Dizem que para a coisa funcionar é preciso «mais e melhor Segurança Social, empresas competitivas e adaptadas à globalização do comércio, trabalhadores seguros e qualificados».
Reparem nas condições de implementação desse modelo: «assegurar que um trabalhador tem emprego, mesmo que seja em mais do que uma empresa; que o subsídio de desemprego será condigno para que as pessoas não receiem perder o trabalho; que mesmo que perca o trabalho tem qualificações actualizadas, de forma a rapidamente encontrar outro emprego; que os contratos são flexíveis o suficiente para que as empresas não tenham medo de colocar trabalhadores nos quadros...»
É o que vemos por cá?....

O senhor 3ª escolha

Já quando foi o debate (?) na Sic-Notícias ficou famosa a sua troca de Lisboa por Setúbal como sinal da sua impreparação para estas andanças. Viu-se na altura que aquele senhor estava ali como um peixe fora de água, atarantado e confuso.
Ontem foi à TSF falar, e foi o que se viu.

Parece que se atrapalha com as siglas, coitado
São coisas...
É interessante que eu também, mas… apenas as siglas que correspondem a serviços ou instituições que não conheço. De um modo geral, as siglas daquilo com que lidamos frequentemente até saem com tanta facilidade que costumamos ouvir protestos quando falamos com alguém que não é da profissão. Nunca vos aconteceu?...
Se mais provas se quisesse de que esta escolha do PSD foi desgraçada, está à vista nesta entrevista. Mas eles lá sabem as linhas com que se cosem.


segunda-feira, junho 25, 2007

Cuidado com o cão as flores

É uma defesa contra os gatunos e, vá lá, não será das piores. Muitas casas, tipo vivenda com jardim/quintal à volta, ostentam ao lado do portão um letreiro com os dizeres: «Cuidado com o cão».
Muitas vezes nem seria necessário tal aviso porque se, por acaso, paramos nem que seja um minuto a conversar perto do muro ou portão dessas casas, ouvimos do outro lado um ladrar furioso que nos faz sair dali a toda a velocidade… O empreiteiro que me fez umas obras na minha casita de aldeia, tinha um par desses bichos tão ferozes que das vezes que lá fui a casa combinar pormenores da obra, nem me mandava entrar, era ele que saía para a rua onde falávamos, que prender os bichos devia dar muito trabalho.
E nunca tinha pensado ler esse aviso de 'cuidado' noutro contexto!
(Distraída como sou, ando muitas vezes sem máquina fotográfica e esta história teria muito mais graça com a respectiva ilustração)
Acontece que na ‘minha aldeia’ entre várias casinhas minúsculas, há uma que pertence a um casal já de alguma idade e, mesmo sendo muito pequenina, como se situa numa esquina, chama a atenção porque ‘roubaram’ um pedacinho da rua para um belo alegrete que rodeia toda a casa. Quero eu dizer, chama a atenção pelas flores desse alegrete, roseiras, ‘alegrias-do-lar’, um colorido imenso que se vê ao longe e é uma mancha de alegria. Aliás há tantos, tantos anos que a casa tem aquela tirinha florida que já nem sei bem se realmente aquilo foi ‘roubado’ à rua ou a rua se construiu coladinha ao alegrete…
O engraçado é que, há uns dois meses, reparei num letreiro novo, espetado mesmo na esquina: «Cuidado com as flores». Da primeira vez ainda voltei atrás a confirmar que tinha lido bem. Certo. Era mesmo «cuidado com as flores» que lá estava.
Só que a recomendação era o avesso da habitual. O cuidado não se dirigia aos humanos mas às flores, que se arriscavam a ser esmagadas pelos pneus de um carro que fizesse aquela curva mais à tangente.

Lembrei-me do Principezinho e da sua Rosa que ele desejava proteger. Tal e qual...

Corrupção adiada...?

Ele há títulos engraçados.
Diz-nos o JN que
a Corrupção é de novo adiada o que levado à letra, poderíamos pensar que as coisas andavam bem: pelo menos, para já adiávamos a corrupção, o que não era mau.
Não senhor.
Vão lá ler. O que se vai adiar é a discussão do pacote anticorrupção. Ah, bom. Assim sempre se dá uns tempinhos aos corruptos para organizarem melhor as suas defesas. Já é outra coisa
.

E ainda há dúvidas porque é baixa a natalidade em Portugal?

A semana passada houve para aí um happening, muito badalado. Juntaram-se em Oeiras muitas mulheres grávidas para confraternizar, pelo que entendi, e chamar a atenção para a baixa de natalidade na nossa terra. Imagino que pensaram que seria mostrando muitas grávidas felizes que levariam outras mulheres a engravidar…
Imagino eu, porque não entendi bem onde queriam chegar.
Ora muito bem. Se calhar o segredo da baixa de natalidade entre nós, não é porque não se goste de crianças, ou porque sejamos ‘egoístas’ como por vezes se ouve. A verdade é que
Portugal é o único país da União Europeia [ a par da Eslovénia ] em que a taxa de emprego das mulheres e dos homens aumenta assim que se tornam pais. «Enquanto na restante comunidade se verifica uma redução média de 10% do emprego como resultado da maternidade (há mesmo países onde essa quebra chega aos 40%), em Portugal o emprego das mulheres cresce 2% após a chegada dos filhos.»
É a prova das dificuldades que acarretam a existência de um filho. O certo é que «as famílias portuguesas são, considerando o universo da Europa a 15 estados, as terceiras que menos beneficiam de apoios na rede de cuidados à infância» e isto sabendo que Portugal é dos países onde se registam das maiores taxas de emprego feminino.
Não, não acredito que seja mostrando a imagem de muitas grávidas que venha a diminuir a natalidade mas sim, com verdadeiros apoios à família, como afinal acontece «lá fora», esse modelo que nos aparece, como cenoura à frente do burro, quando se pretende aumentar a competitividade.

Ainda a Educação

Ouvi ainda ontem que o Ministério da Educação pretendia «antecipar» a idade da entrada na escola. Isto admirou-me um pouco porque se a ideia é que as crianças comecem o seu 1º ano de escolaridade ainda mais novas, não tem pés nem cabeça. Vai contra tudo o que se conhece do desenvolvimento infantil e seria um erro grosseiro. Se, o que se quer significar é a obrigatoriedade do pré-escolar, não entendo que seja uma novidade porque isso já existe há anos. Teoricamente que o ensino pré-escolar deveria cobrir a nossa população infantil. Há mais de 10 anos que, no relatório que Portugal tem de enviar às Nações Unidas sobre o modo como está a cumprir a «Convenção sobre os Direitos das Crianças», se diz que essa cobertura está feita, ou ‘quase’ feita. Assim, não entendo como é que em 2007/08 se afirma como novidade essa prioridade.
Só que…
A verdade é que
cerca de metade das crianças que frequentam o pré-escolar em Portugal estão matriculadas no ensino privado. Essa é que é essa! Pode dizer-se que em muitos casos são IPSS, ou instituições com protecção estatal e onde não se paga muito. Será sempre muito para quem tem muito pouco como sabemos que se passa em tantos casos. E, se não são IPSS, no privado puro e duro, o ‘muito’ é realmente MUITO. Fica tão caro ter um filho num infantário como numa Universidade, sabiam?
E os bebés ainda não fazem greve às propinas…

domingo, junho 24, 2007

Modos de dizer

Na ‘minha aldeia’ onde passo os fins-de-semana, não há comércio. Quando necessitamos de qualquer coisa, vamos à terra que fica mais próxima, também pequena mas com mais recursos. Claro que há apenas o que se costuma chamar «comércio tradicional», ou seja lojas especializadas: um lugar, uma drogaria, uma retrosaria, uma farmácia, uma mercearia, e por aí fora.
Ontem, esperava ser atendida numa dessas lojinhas e assisti a uma cena interessante: Uma freguesa tinha pedido determinado artigo mas foi-lhe trazido uma coisa diferente. Ela protestou – Oh, sr. Zé, não percebeu o que eu disse! Não foi isso que eu pedi, foi tal e tal. Muito bem, o sr. Zé lá voltou ao interior da loja e trouxe o objecto pretendido. Pouco depois, o sr. Zé que não devia estar nos seus dias, também não trouxe o que outra freguesa pretendia, mas a frase foi –Oh sr. Zé, se calhar expliquei-me mal. O que eu queria era tal e tal.
Fiquei a pensar. As situações eram iguaizinhas, as tais duas gotas de água como se costuma dizer, mas o modo de as encarar completamente diferente. No primeiro, caso o dedo foi apontado sem hesitação. A ‘culpa’ era de quem não tinha percebido, e pronto. No segundo caso, essa culpa era repartida, ele tinha trazido um objecto errado mas ela admitia que se pudesse ter explicado mal.
A vida seria bem mais agradável, se nas nossas relações com os outros assumíssemos mais vezes a segunda postura…

Um caderno de capa castanha III

A Escola
E a Clara continuou a registar aquilo que lhe estava a ser contado
«Quanto ao meu início na leitura e escrita, é interessante pelo contraste com os tempos de hoje. Começando pelos materiais. Só tive direito a usar uma caneta de tinta permanente para fazer o exame da 4ª classe, e isso foi um luxo. Aprendíamos a escrever com as canetas que hoje vês nos filmes antigos – um aparo de metal que se enfiava na ponta de um suporte e depois se molhava no tinteiro que as carteiras tinham a meio. Podes imaginar a dificuldade e os acidentes… Se o aparo trouxesse tinta a menos não escrevia, se trouxesse tinta a mais caía um borrão! E o desgosto quando acontecia estar a linha já toda escrita e distraidamente passar um braço antes da tinta estar seca e ficar tudo esborratado e ilegível! Estás a ver que a dificuldade não era apenas escrever sem erros e com letra bonita, era a própria técnica que atrapalhava. A leitura, para mim foi muito fácil.
O método foi a Cartilha Maternal de João de Deus, e avancei muito depressa na leitura. Sentia um profundo prazer em conseguir ler. Andei tão depressa que a professora, um dia considerou que eu tinha dificuldades na escrita, (pudera, com aquele sistema!) e me ameaçou: não me deixava avançar na leitura até eu escrever com perfeição. Como pedagogia há bem melhor! Lembro-me que me esforcei loucamente por fazer uma letra bonita para poder continuar a aprender a ler usei uns “cadernos de duas linhas” que ajudavam a controlar a letra. Consegui! Na aritmética, para além da tabuada, decorada em coro e numa cantilena, faziam-se umas contas enormes e sem nenhum interesse. Pelo menos na minha escola, eram essas contas gigantes e, mais para diante, uns problemas estranhos a respeito de “torneiras a deitar água” e “comboios em velocidades diferentes”. O ensino era à base da memória, muito treinada na época. A minha memória não era grande coisa, mesmo em miúda. Quero dizer, eu adorava decorar poesias, por exemplo, ou textos que achasse bonitos. Esse tipo de coisas, fixava-as sem custo, logo à primeira. Mas todos os afluentes dos rios de Portugal e colónias, ou as estações de caminho de ferro da linha de Bragança…era uma dificuldade. O conteúdo dos textos dos livros de leitura, como já calculas, era o mais conservador possível. Os valores eram Deus, Pátria e Família encarados de um modo que hoje chamaríamos “fundamentalista”. Incutia-se um respeito cego pelos superiores, e compaixão pelos pobrezinhos que ‘deviam saber qual era o seu lugar’. O Pai era o chefe absoluto da família, com todos os direitos sobre a mulher e filhos. Como nada disso era praticado na minha família, calculas que desde cedo me tornei crítica e contestatária.»
Clara

Uma canção ao Domingo

Comecei a semana passada e com uma canção enviada por uma «visitante» generosa. Mas tenho algumas na gaveta. Canções de que gosto, e me ‘dizem’ qualquer coisa.
A de hoje é de um cantor com uma voz excepcional, na minha opinião. Aveludada, forte, doce. E, tenho de o reconhecer, é para mim uma voz muito sensual, por essas características que disse e ainda por cantar canções que ‘derretem' uma pessoa.
Senhoras e senhores
Leonard Cohen canta Aleluia:


sábado, junho 23, 2007

A Tvcabo e os consumidores

É evidente que não se trata de uma necessidade. Conheço pessoas que não têm tvcabo (poucas e idosas na sua maioria…) e também vivem bem mais ou menos. Portanto, podemos classificá-la (à tvcabo) na categoria dos luxos.
Seja. Quem quer luxos paga-os, como se diz, e portanto nós pagamos este. Seja dito em minha defesa que eu até resisti muito ao assalto dos vendedores que me massacraram de um modo cansativo para que aderisse a este serviço. Telefonavam a informar-me que no meu prédio só eu é que não tinha ( a espicaçar o meu orgulho, pois, pois…) e muitas vezes insistiam em querer saber quais os motivos da minha reticência, ficando atrapalhados quando lhes respondia apenas - «motivos económicos».
Bem, mas já há muitos anos que cedi. A verdade é que a televisão ‘caseira’ não me satisfazia e admitia que por ali ficasse melhor servida. E é verdade. Há muito mais escolha, temos uns canais temáticos que muitas vezes trazem aspectos interessantes, e a informação é melhor - da
CNN à Al jazeera. Quando me apetece ser entretida, ligo o AXN. As séries já são muito conhecidas, trato as personagens por tu, repetem imenso o que dá jeito porque se fico com uma história a meio já sei que noutro dia vejo como acaba… É um «canal-pastilha-elástica» que cumpre a sua função e é agradável.
Como séries ‘eternas’ o inevitável CSI e o Serviço de Urgência.
Ora durante a semana passada foi anunciado vezes sem conta que esta sexta-feira seria transmitido o último episódio. Informavam que seria um episódio duplo, e passavam imagens para abrir o apetite. Portanto, ontem depois do jantar, instalei-me no sofá para me despedir dessa série. Passou um episódio, com as inevitáveis duas pausas para a publicidade, seguiu-se uma pausa publicitária maior e … apanho com uma «coisa» chamada Hollywood Boulevard, coisinha execrável com mexericos sobre vedetas. O tal episódio final do S.U. desapareceu. Sem se saber para quando! Transmitem para a semana? Hoje? Domingo? Um dia à sorte? Mistério.
Se isto não é uma completa falta de respeito para com o consumidor que paga duas vezes ( paga o serviço e ouve os anúncios) não sei como lhe chamar!

O que sabes sobre a Constituição Europeia?

Enviaram-me esta gracinha que penso que vão achar interessante.
Acham que sabem bem o que é a Constituição Europeia?
Então venham testar os conhecimentos AQUI:

???????????????????????????




!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Só assim é que eu cá vi tudo o que NÃO sabia!

A Terra e o Mar


Ondular.
Quando se fala em ondas ou ondular pensamos de imediato em Mar. Na nossa imaginação ondas associam-se ao Mar, não é assim?
Acontece que eu, gostando muito do Mar também adoro o Campo (há quem diga que é do signo; hoje remete-se muitos aspectos do nosso carácter à astrologia, é simples...)
Ondas...
Hoje, ao acorda olhei pela janela.
O pinhal em frente da minha casa ondulava todo ele, ao sabor do vento. Ondas gigantes, suaves, lentas, calmas. Mereciam um acompanhamento ao piano.
Quem diz que o campo não ondula?...
Lindo!

sexta-feira, junho 22, 2007

Cá vou eu, cá vou eu….

A caminho da minha aldeia!
Que bem me vai saber este fim-de-semana.




Oh, senhor presidente!


A foto é oficial.
O casal está muito composto, o senhor Presidente coordenou o tom da gravata com o vestido da sua esposa, vendo-se que anda atento às toilletes dela. Só lhe fica bem.
E deve estar a dar como exemplo de falta de elegância a pobre da senhora de preto.
Não estou agora a ver quem é (falta de cultura geral, a minha…) mas que está envergonhada e de cabeça baixa, isso nota-se.
Também não é por menos.
Se a mão subisse mais um pouco ainda apanhava um estaladão, aqui do senhor Presidente.
Também acho exagero. O vestidinho é triste, nada do rosa-choque da primeira-dama, mas também não envergonha ninguém.
Não havia necessidade…

Cenas da vida real

…mas muito extraordinárias!
Muitas vezes se brinca com a ideia «a arte imita a vida ou a vida imita a arte». Neste caso falo da arte cinematográfica.
Um autêntico filme. Pelo menos eu imagino-o muito bem, daqueles que apreciamos ver um sábado á tarde, de preferência com chuva, onde se tem pouco que fazer.
Ora vejam se não parece um filme:
Cenário – uma igreja. Momento da acção – um baptizado. E...
"Quando [o pároco] disse 'Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo', a polícia agarrou nele"
A sério! Não se riam que isto passou-se mesmo. Lá para a zona de Santo Tirso, parece que o padre do costume estava ocupado, os pais da criancinha tinham a festa do baptizado marcada e decidiram aceitar um padre sobresselente. Má ideia. O senhor, que não se sabe que malfeitoria terá praticado, não tem documentos que provem que é mesmo padre. Se calhar o crime é esse, anda para aí a dizer missas, etc e tal e não tem diploma comprovativo.
Para onde vai o Mundo! Um padre, heim!?

Ver para crer

Primeiro existiu um crédito à habitação para jovens.
Depois isso foi modificado.
Agora dizem-nos que vai ser de novo modificado mas «para melhor» que vai
haver «ajudas a arrendatários com idades entre os 18 e os 30 anos, durante três anos [….] e os arrendatários com menores a cargo, portadores de deficiência ou com pessoas a cargo nessas condições terão "apoios acrescidos"
Além disso «os arrendamentos jovens em centros históricos das cidades ou em localidades que se encontrem em acentuada perda em termos demográficos terão "majoração dos benefícios»
Como nestas coisas dos dinheiros as modificações têm sido sempre para pior, não me sinto nada confiante. Só depois de ver como a coisa funciona poderei acreditar que houve benefício.

E agora AJJ?

Vem aí a fatal reacção.
Parece que o descarado do Tribunal de Contas anda para aí a dizer que
a Madeira ultrapassou mesmo os limites de endividamento em 2005
Ai, ai, ai…
Ninguém diz isso à Madeira.
Quem sabe o que gasta ou não é ela. Se gastou foi porque precisou e ninguém tem nada com isso! Muito menos os cubanos cá do continente.
Quem é que julgam que são?...

Mas o que é a vida?....

Vem aí uma outra polémica, e não se sinto preparada para entrar nela.
Fala-se em Direitos Humanos. Não sei se será um Direito Humano
prolongar artificialmente a vida de alguém que sofre e não deseja esse prolongamento artificial.
Acenam com a existência dos cuidados paliativos. Assim prolonga-se uma agonia mas com menos sofrimento. Contudo o que nos dizem é que mesmo que se consiga duplicar o número de camas para esses casos (e já seria um esforço enorme) Isso elevaria o número para 500, quando seriam precisas 1267
E não se poderá respeitar o direito de alguém em não querer a sua agonia prolongada? Muitas vezes estando já inconsciente?
Não sei.

Como disse não me sinto preparada para falar neste assunto, mas sim inquieta pela gravidade das emoções que levanta.

(PS às 12 h: escrevi este post de manhã, e o que disse foi sincero, eu nem sabia bem como «pegar» neste assunto apesar de o desejar; entretanto a Méri chamou-nos a atenção para um post excelente sobre este tema . Esclarece até a confusão que pode existir sobre os «cuidados paliativos» e em como uma coisa não contradiz a outra. Só posso recomendar que o vão ler, e fazer minhas quase todas as suas palavras)

quinta-feira, junho 21, 2007

Meninos desaparecidos

A tragédia da Praia da Luz, veio chamar a atenção para a gravidade de um problema que até ao momento andava em ‘banho-maria’. Não foi apenas aquela menina que desapareceu em circunstâncias trágicas, várias outras crianças têm desaparecido sem nunca mais terem sido vistas.
O caso mais antigo, que me lembre, foi o do
Rui Pedro
Este menino desapareceu a 4 de Maio de 1998.
Quase 10 anos depois, continuamos sem saber nada dele apesar da sua mãe não se resignar nem desistir. Na altura era uma criança de 11 anos e foi a sua foto com essa idade que tem aparecido por aí. Contudo, hoje é um homem, terá 20 anos e decerto outro aspecto. Os técnicos que sabem criaram uma imagem actualizada, na possibilidade de por um acaso ele ser avistado.
Como força de divulgação a blogosfera tem as suas obrigações.
Deixo aqui as duas imagens e a ligação para o site Rui Pedro net
Quanto à imagem «actualizada» ficará na coluna da direita.
Sabe-se lá...


Verão

Começa hoje

Diz quem cá vive

De vez em quando aparece pela imprensa um estudo onde se comparam umas dezenas de capitais e dessa avaliação concluem que Lisboa até tem boa qualidade de vida, ou pelo menos melhor que muitas outras, por exemplo Nova Iorque ou Milão. Daquilo que se lê sabemos que há vários indicadores que são ponderados, mas nunca soube qual era a lista completa e o motivo desta honrosa classificação.
Mas, do que se passa «cá dentro» já tenho mais ideia. E portanto entendo que num inquérito à Deco os portugueses considerem que
Setúbal, Lisboa e Porto serão as piores cidades para se viver em Portugal enquanto que pelo contrário Viseu, Castelo Branco, Aveiro, Bragança, Viana do Castelo e Braga são as melhores,
Calculo que nesta avaliação não entrem em conta o número de caixas Multibanco (como parece ter sido um factor que influiu na dita ‘qualidade de vida’ do estudo internacional) e sim coisas tais como pouco estacionamento, mais desemprego, maus transportes, poluição.

Mas enfim, isso da «qualidade de vida» afinal pode ser também um tanto ou quanto subjectivo
...

Ai a matemática!

Continua esta triste sina:
Mais de 40% dos alunos do 6.º ano tiveram classificação negativa nas provas de aferição de Matemática. Contudo os mais pequeninos safam-se bem melhor, a percentagem baixa para menos de metade.
Porquê esta repulsa pela matemática?
Apesar de não poder falar por mim (ou até talvez possa, que apesar de também ser matéria de que fujo tenho a perfeita noção de que a professora que me iniciou não era uma vocação pedagógica nessa área…)
Creio que se anda a fazer alguma coisa nesse sentido. O certo é que estes meninos do 4º ano vão crescer já com mais competências do que os mais velhos e isso será bom. Mas para o 2º ciclo é urgente avançarem medidas eficientes. Assim não se pode continuar.

Olha a surpresa..?!

É notícia da primeira página, mas não entendo porquê.
Diz o DN que
faltam desfibrilhadores nos Centros de Saúde
Não acho nada demais…
Sabemos que muitos deles, e aqui em Lisboa, não têm máquina de raio X, e no caso de se calcular que existe uma fractura enviam os doentes para as urgências, será de admirar que não tenham as máquinas de reanimar?..
Apesar de tudo, fracturas há muitas e doentes a necessitar reanimação não devem ser assim tantos.
Esta gente esquece-se em que país vive. Devem andar a ver o «Serviço de Urgência», só pode!

Tecnologia 'perigosa'

Um telemóvel é um instrumento muito prático. Em Portugal então, onde eles são mais-que-as-mães, já quase não se concebe uma vida moderna normal sem esse penduricalho. Andemos por onde andemos, há sempre alguém com ele na mão, ou à cinta ou pendurado ao pescoço, numa ligação de intimidade como nunca se viu com nenhum outro aparelho…
Mas o interessante é que, pelos vistos, quanto mais sofisticados também mais «violáveis» eles são. Parece que os de uma certa qualidade, os «BlackBerry»,
tendo um sistema muito sofisticado e que permite mil e uma funcionalidades, tem contudo o sistema de servidores localizado nos EUA e há quem diga se pode fazer alguma ‘espionagem’ com esses aparelhinhos.
Eu cá não sei, que disso não entendo nada. Fico muito interessada quando vejo numa série policial localizar-se alguém através do seu telemóvel, mas até imagino que nós cá não temos essas capacidades…
Mas lá que há gato, deve haver, ou não se relataria que os «banqueiros norte-americanos costumavam dar provas da sua boa fé negocial, nomeadamente em contactos internacionais, colocando os respectivos BlackBerry em cima da mesa e retirando-lhes a sua bateria»
Ah! Curioso, não?

O horror

Ontem, a Nise no seu blog, já tinha mostrado este pesadelo . Eu, que quanto a notícias fico bastante «por casa», não tinha lido a Sky News e tinha escapado a ver aquele horror.
Mas hoje os nossos jornais
falam também deste caso e voltei a ser confrontada com ele e as suas imagens revoltantes.
Não é de hoje que eu penso que o nível de desenvolvimento e civilização de qualquer sociedade se pode avaliar pelo modo como encara os seus membros com deficiência. Quanto mais evoluído o pais for, melhor integrará quem teve a infelicidade de não nascer igual aos outros.
Neste caso as imagens vêm de Bagdad. Poderíamos pensar que numa área com tantas dificuldades, aquelas crianças eram abandonadas porque não havia realmente condições para as tratar melhor. Estranho, mas poderia pensar-se isso. Mas nem essa triste justificação existe! Pelas imagens que quem tiver estômago pode ver
AQUI , podemos ver que as camas estavam lá e bem bonitas, só que as crianças jaziam nuas no chão ao lado delas. Aquelas desgraçadas estavam literalmente a morrer de fome, mas os seus cinco ‘zeladores’ preparavam-se para tranquilamente almoçar quando as tropas lá chegaram.
Era para se evitar «isto» que fazia sentido existirem conselheiros no Iraque
.

quarta-feira, junho 20, 2007

A minha bolsa de Verão

Adoro a blogosfera!
Como nós nos vamos conhecendo, de mansinho, pouco a pouco, sem nunca nos termos visto mas fazendo uma ideia muito aproximada de como somos independentemente da aparência física, é um jogo fascinante para mim.
De entre as pessoas que vão passando pelo Pópulo e deixando a sua opinião, há uma a quem comecei por achar graça por passar por aqui muito cedo e costumar deixar o seu comentário mal eu acabava de escrever, seja o que for. Foi a Méri. Achei graça a isso.
Trocámos uns emails, já nem me lembro agora a que propósito e, pouco a pouco comecei a conhecer alguma coisa da vida da Méri. Tudo ao longe, como é evidente, com muita delicadeza e respeitando o anonimato e os nicks.
Aqui há um mês fui surpreendida com um link para um blog que ela também tinha aberto. Admirada fui logo lá espreitar e naturalmente que a associei aos meus blogs da fila da direita – era já quase uma amiga! Explicou-me que, para se entreter porque tem andado adoentada, começou a experimentar «brincar» com tecidos e linhas e a ‘construir’ alguns adereços de casa. E, «já agora»… então imaginou um blog para os expor!
(e aqui para nós, amiga
Méri, um blog entretêm p’ra caraças!)
Deu-se o caso de eu ter logo gostado de
um saco bordado que ela tinha lá na «montra». E pronto! Notem que o post dela apareceu no Domingo, e esta manhã a bolsa já cá cantava na minha casa. Não me fica bem?
Vivam a net, os correios, as pessoas habilidosas, e a nossa blogosfera.

Abstenção e «eleitores-fantasma»

É grande a confusão. Todos sabemos e é um dos pontos com que os políticos mais lutam, o elevado nível de abstenção que tem vindo a subir, eleição após eleição. E infelizmente isto é uma tendência que não é apenas portuguesa e merece um bom estudo – quais as causas que desmotivam as pessoas a participar por meio de um voto.
Mas agora ficamos a saber mais uma coisa. As listas eleitorais
não correspondem minimamente à realidade . Dizem-nos que Lisboa, por exemplo, está cheia de «eleitores-fantasmas» Ai que medo!....
Há de tudo. Uns que já morreram mas os cadernos eleitorais não deram baixa (são os fantasmas a sério). Outros já fizeram 18 anos mas não estão nada ralados em se recensear. Outros mudaram de casa mas não informaram e não constam nos cadernos do novo local mas também não estão para ir votar ao Bairro antigo.
Brincando, brincando, isto representa um quinto do total dos eleitores lisboetas! Ou seja 90.000.
Somando à tal abstenção, acabamos a pensar - afinal os eleitos representam quem? Claro que podemos sempre pensar que «representam os que se preocupam em ser representados» o que é certo.
Mas não dá que pensar…?

Explicação


Foi por vergonha.

O debate dos candidatos a Lisboa


Não posso falar disso porque quase não vi.
Primeiro, estava ocupada com outra coisa e quase me esqueci do debate (acto falhado…?)
Segundo, quando liguei a TV senti-me, não sei como, cheia de intolerância. Não me apetecia ouvir alguns dos candidatos!
Terceiro, pensei de mim para mim, que realmente ninguém me obrigava a ouvi-los…
A conclusão disto tudo é que não posso falar daquilo que não vi com a atenção que devia. O fim de ouvir um minuto de Carmona, lembrei-me de que tinha de tirar a loiça da máquina. Ouvi um pouco do António Costa, do Ruben, mas quando o Negrão trocou Lisboa com Setúbal, reparei que tinha um telefonema urgente a fazer. Ainda ouvi a Helena Roseta e Sá Fernandes, mas ao ver o Telmo Correia a investir contra o Sá Fernandes como sendo o «inimigo principal» faltou-me a paciência (já não posso ouvir falar no túnel!) e fui acabar de arrumar a cozinha.
Pois é.
Não posso falar do que não vi, mas também não fiquei com azia. Tenho de me poupar.

Live Earth

Isto é o que poderá realmente chamar um Mega Festival. Em todos os sentidos.
Grande pelo tamanho do seu espaço: Decorre em Sidney, Tóquio, Xangai, Joanesburgo, Londres, Hamburgo, Istambul, Nova Jérsia e Rio de Janeiro.
Grande pelo tempo que vai demorar: vinte e quatro horas.
Grande pela quantidade de artistas que participam.
E grande pelas suas boas intenções: chamar a atenção, para quem ainda não se deu conta, sobre os problemas causados pelo aquecimento global do planeta.
Desta vez Portugal vai participar. Já há uma lista com muitos nomes de cantores empenhados e dizem que vai aumentar ainda. O espectáculo será no Pavilhão Atlântico e os bilhetes não são vendidos - quem os quiser , deverá no próprio dia, participar em actividades ambientalistas para conseguir a entrada.
Interessante.
Os concertos internacionais do Live Earth serão transmitidos pela RTP.

Post mil...? Que distracção!

Estou muita zangada comigo mesmo, mas agora já não dá… Aí há uma semana reparei que estava a escrever o post novecentos e tal e pensei «Quando chegar ao mil, escrevo qualquer coisa de especial
Foi o que fiz no Tinha a ideia de que tinha feito isso no «outro Pópulo» e pensei que teria graça.* A tal minha mania do que 'tudo dá um post'…
Claro está quando não se anda de cabeça no ar, como eu. Hoje pensei dar uma olhadela a ver a quantos estava. Bingo!!! Já tinha ultrapassado a meta – afinal 1014 é a contagem actual. Bolas, bolas, bolas!
Comecei a contar de cima para baixo, afinal qual foi o tal milionésimo post? Tinha preferido que tivesse sido
«O Caderno de Capa Castanha II» por sentimentalismo, mas afinal a sorte caiu no anterior, «Receio ou discriminação positiva» , que afinal também vos interessou bastante dado ter tido muitas opiniões.
Bem mas o que tinha querido escrever no meu POST MIL, é que se este é assim um número redondo, afinal todos são importantes por razões diferentes. E que se gosto de escrever, como todos vocês sabem, o que de facto me motiva e dá sentido a passar aqui um bocadinho de cada manhã é ter como resposta que também há quem se acostume a passar por cá e, deixando ou não sinal da sua passagem, me compensa muito ver as bolinhas encarnadas naquele quadrozinho, ali ao fundo, a aumentarem e o número dos que me visitam a crescer.
Obrigado a todos e marcamos encontro no post dois mil.

* (Fui lá procurar e não encontrei..Será que também me passou?!)