quinta-feira, novembro 30, 2006

Em pousio…

Nestes 3 dias que aí vêm, vou baixar os taipais aqui ao estaminé.
Não vou ficar por Lisboa, portanto não vou escrever ao meu ritmo habitual, mas não digo que se me der na telha não passe por um «ciber-coiso» e dê aqui olha olhadela, acrescentado qualquer coisinha.
Mas o ‘acompanhamento’ que costumo dar aqui ao Populozinho, é que não vai ser o mesmo…
Agora é sossego, paz, verde à minha volta, comer e dormir.
Olha que programa parvo, pensam vocês. Mas quem diz a verdade…






(bem, não é aqui, mas não me importava que fosse)

Energia solar no país do petróleo

Curioso.
Claro que a história parece uma maluquice. A ideia, assim a modos que recorde-para-o-Guiness, de
construir um edifício rotativo que funcione a energia solar é um pouco bastante louca! Mas tem sobretudo graça por se passar nos Emiratos Árabes Unidos, terra onde não costuma faltar a outra energia, fóssil…
Explicam que «a energia solar será armazenada e utilizada para gerir o mecanismo de rotação, que deve proporcionar a cada residente uma vista de 360 graus».
Por mim, duvido que gostasse. Morar numa casa em movimento é um pouco como viver num comboio que andasse em círculos, como aquelas pistas das crianças.
Não obrigada.
Prefiro sentir o chão firme, para mudar de vistas gosto mais de abrir outra janela.


Estou de acordo com Jardim

Também sou assim! Quando leio uma sondagem de que não gosto, venho logo aqui dizer que está mal feita. Não se lembram?
Resmungo, ponho em dúvida a amostra, acho que «aquilo» foi manipulado, faço ironia, mostro-me irritada… Outras vezes, ‘desprezo’ a sondagem. Digo: pfff… que valor é que isso tem? Amanhã já dizem outra coisa!
Pois.
Por isso é que entendo bem que o senhor presidente Jardim, afirme que a sondagem da Marktest
«não é credível, porque eu não dou credibilidade às sondagens feitas em Portugal».
É claro.
Também deve ser claro que, muito provavelmente, aqui a malta do continente por seu lado não dê credibilidade às sondagens feitas na Madeira.
Ah, é verdade, pelas palavras do senhor presidente, quando refere a «sondagens feitas em Portugal» está a querer dizer que a Madeira não é Portugal?
Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!

Horários das Bibliotecas

Quando o cobertor é pequeno para tapar os braços destapa-se os pés…
As bibliotecas da Câmara de Lisboa estão com esse problema. Agora para reorganizar os serviços, decidiram fechar à segunda-feira.
OK, a boa notícia é que passam a abrir ao sábado.
E acho muito bem, quem trabalha toda a semana para consultar um livro terá de o fazer ao fim-de-semana. Só que (e aqui está a questão)
não é possível com o actual quadro de pessoal manter as bibliotecas todas abertas de segunda a sábado .
Cá está o ponto: com o actual quadro de pessoal. Existe desemprego, há técnicos com o curso que lhes dá habilitação própria a fazerem outras coisas, ou a trabalharem de graça, mas a verdade é que as verbas para a cultura não esticam.
Portanto, o «bom» que seria uma abertura que permitisse que TODOS pudessem aceder aos serviços da biblioteca, crianças das escolas e adultos trabalhadores está ainda longe. Vamos gerindo o «razoável», ou seja destapamos os pés para tapar os braços

Contagem decrescente

Campanha de 11 dias. Ou seja de desde terça, 30 de Janeiro até sexta, 9 de Fevereiro, os movimentos que defendem a despenalização e os que a querem manter podem usar os seus argumentos para convencer os eleitores.
Desta vez é bom pensar que o voto é importantíssimo, porque é um dos casos onde a abstenção conta muito.
Não esquecer que quem fizer os 18 anos até ao dia do referendo tem de se recensear JÁ. Não comecem a engonhar, nem ‘deixem para amanhã’, porque a partir de 18 de Dezembro nada feito – mesmo que se recenseiem, depois já não podem votar porque não estão dentro do prazo.
Por outro lado esta não é uma campanha partidária, embora como é natural os partidos tenham a sua opinião e a divulguem. Mas quem pode «falar» são Movimentos, ou Grupos de Cidadãos. Para se constituir um destes Movimentos são necessárias 5.000 assinaturas e inscrever-se na Comissão Nacional de Eleições até um mês antes, pelo que o tempo não é muito– ou as coisas estão já muito preparadinhas ou é uma corrida contra-relógio.
Um – dois – três ! Largada!!!

quarta-feira, novembro 29, 2006

Um bom exemplo

Muitas vezes esqueço-me, ou não consigo concretizar, a ideia que tive de todos os dias deixar aqui uma notícia agradável. É complicado. As más parece que se multiplicam e abafam as boas..
Mas quando isto acontece, fico feliz. É este caso:
Há dois anos ia fechar-se mais uma fábrica, em Arcos de Valdevez. Os donos consideravam que não dava lucro suficiente e decidiram fugir para outras paragens mais ‘lucrativas’ para si. As operárias defenderam os seus postos de trabalho, e acabaram por «comprar» a fábrica simbolicamente.
Pagaram um euro e ficaram a gerir a empresa.
Passaram-se dois anos. A fábrica continua de pé, afinal o lucro era suficiente! Mais do que isso
elevaram o volume de negócios da empresa e aumentaram o número de trabalhadores
Com sacrifícios? Com certeza que sim. Mas os postos de trabalho estão salvos, e o desemprego aqui não aumentou.
É a boa notícia do dia!

Flexinsegurança

É interessante seguir bons exemplos “lá de fora”. Andamos sempre a dizer isso, e faz muito sentido: se uma coisa provou ser boa, porque não a adoptar?
Mas é estranho quando se pretende copiar apenas uma parte desses famosos «exemplos».
Eu quero fazer uma casa. É sabido que vou precisar de janelas e telhado, para ser uma casa decente. Mas antes terei de construir as paredes onde vou abrir as janelas e assentar o teto. Aliás, antes da construção das paredes é conveniente que abra uns bons alicerces.
O nosso governo tomou agora a Dinamarca como modelo. Excelente. Já aqui tenho dito que me parece um bom modelo – país pequeno, sem grandes riquezas naturais, e que se tem desenvolvido de um modo magnífico. Mas começaram a querer copiar o tal modelo de janelas sem ter a parede construída.
Flexisegurança?
Maria da Paz Campos Lima pode falar com conhecimento do assunto. É investigadora nos campos da sociologia do trabalho e conhece muitíssimo bem a Dinamarca. E é ela que nos explica como esse modelo está longe de nós, cá onde a nossa rede social de apoio é de uma enorme fragilidade, o que não se passa na Dinamarca. Segundo afirma «a virtude do modelo dinamarquês não está na facilidade de contratar e despedir mas sim na flexibilidade interna das empresas, na qualificação e nos recursos humanos

Socorro!



Sem palavras!
O Tribunal Administrativo e Fiscal de Almada abre caminho para a queima de resíduos industriais perigosos na cimenteira do Outão, na Arrábida
Arrábida! A Arrábida que é Parque Natural.
Uma das paisagens mais belas de Portugal.
Estarão loucos…? Só pode ser.

Uma «democracia estável»...?

Seria muito bom.
Quem não deseja que o Iraque chegue a uma «democracia estável»? Creio bem que todos.
Beeeem… Quando digo ‘todos’ é claro que não estou a pensar nos negociantes de armas, é claro. Para essa gente, se alguma vez esse inferninho estabilizar, têm já outros ali à mão, ou irão fazer a guerra para outro sítio. Mas ali é mais prático, já está feito!
Ora o sr. G. W. Bush declara que
«os Estados Unidos vão manter a sua presença militar no Iraque até que esteja implantada no país "uma democracia estável"» porque, continua ele: «Há uma coisa que não vou fazer: não vou retirar as nossas tropas do campo de batalha antes de a missão estar concluída».
Talvez antes disso termine o seu mandato.

terça-feira, novembro 28, 2006

Olhar

Outra foto da bela colecção que me enviaram.
Ela olha para onde? O que pensa? Com que sonha?

Respeito – pela lei, pela saúde, pela vida

Falta algum tempo, mas não tanto como isso. Há um limite de tempo para a marcação do referendo que terá de ser entre o princípio de Janeiro (e nesse caso pouco mais de um mês) e o fim de Maio. Como quem abra este blog vê de imediato, pelo dístico que encabeça a coluna da direita, o Pópulo tem uma opinião firme sobre o assunto e defendê-la-á sempre.
É bom que seja dito que quem defende o sim, defende valores importantes. Como disse no título valores de respeito.
Respeito pela lei. É quase inconcebível que haja quem
cinicamente venha dizer que não interessa que a lei condene a mulher que interrompe a gravidez porque isso depois não se vai cumprir. Como? Vai fazer-se um referendo no pressuposto de que se vai votar uma lei para não ser cumprida!? Para mim isso é de tal forma aberrante que nem merece discussão. É passar já à frente.
Respeito pela saúde. Este ponto é muito sério, e é bom que se saiba que existe um movimento de médicos «Médicos Pela Escolha», onde se vêm figuras que merecem o maior respeito, que defendem a opção da escolha desde há muito. E, com toda a lógica, explicam que a lei ao invés daquilo que se pretende fazer crer,
"a longo prazo, permitirá tornar o aborto cada vez mais raro, precoce e seguro" . É isto que é bom que se saiba e se diga. Ao sair da clandestinidade terá outras condições e as mulheres podem receber informação e aconselhamento apropriado que previna outras situações.
Respeito pela vida. Sim. Este é o verdadeiro respeito à Vida. À Vida com maiúscula. Quando sei que os movimentos do Não fazem a pirueta demagógica de afirmar que defendem a vida, por defenderem o minuto em que um espermatozóide encontra um óvulo choca-me que desviem depois o olhar das crianças abandonadas por várias formas que encontramos sem dificuldade na nossa sociedade. As casas de abrigo de crianças estão cheia a abarrotar. As ‘Comissões de Protecção de Menores’ não têm mãos a medir. Essa não é vida?
Parece que a sociedade portuguesa está a acordar. A entender que não é a fechar os olhos que faz desaparecer um problema incómodo. Que é preciso
votar para que o referendo tenha valor e as pessoas mais jovens podem ter aqui um papel decisivo. Porque entenderam desta vez que o assunto é com eles, talvez não pessoalmente e esperemos que assim o seja, mas exactamente por defenderem a lei, a saúde e a vida.

segunda-feira, novembro 27, 2006

O transporte público



Como vivo em Lisboa, não posso falar por experiência própria.
Mas tenho vários amigos que vivem «nas linhas» - Sintra ou Cascais – e que ainda há uns anos traziam o carro para Lisboa, mas têm ido progressivamente desistindo.
Quem ouve falar, sobretudo na IC19, nem chega a entender como existe quem se meta naquele inferno. Claro que há quem me diga que se sair de casa bem cedinho, escapa ao engarrafamento. Mas o bem cedinho é de madrugada! Então para sair às 6 e meia da manhã, parece mais sensato apanhar um comboio que, a essa hora, também não virá a abarrotar. Porque o entrar em Lisboa comprimido numa massa enorme de carros, muitos deles com um único ocupante ou no máximo dois, andando a passo de caracol, e depois ainda procurar um lugar para estacionar, operação cada vez mais difícil, além de absurdo é começar o dia já com uma carga de stress em cima!
Parece que
está a aumentar o número de utilizadores de comboios
Não era sem tempo! Mas, a mim quer-me parecer que, apesar de tudo, o factor decisivo nem tem sido esse pára-arranca das filas da entrada em Lisboa e, se calhar, nem o preço da gasolina, deve ser sobretudo a dificuldade crescente do estacionamento e o seu preço aqui nesta cidade.
Porque esse problema, de difícil solução, parece estar de dia para dia pior. O certo é que quem reside em Lisboa, anda cada vez menos no seu carro a não ser que por milagre trabalhe num local que tenha estacionamento privativo. E isso é um sinal importante – assim a carris correspondesse com uma melhor resposta.

Música e emoções

Medo, desprezo, tristeza, fúria, felicidade e surpresa. Foram estas as emoções escolhidas para um estudo. E concluiu-se, não entendi bem como, que «as mulheres sentem as emoções com maior intensidade do que os homens».
A observação diária pode dizer-nos que de uma forma geral as mulheres exprimem as emoções de um modo mais claro que os homens, e talvez também as percepcionem melhor nos outros. Serão estes dois pontos que se traduzem por ‘sentir’? Talvez. E se assim for haverá a sua razão.
Mas o que achei muito interessante, foi uma parte deste estudo: Pediu-se a crianças e jovens que associassem cores e notas musicais às emoções. Aqui referem a conclusão das cores, o que não traz nenhuma surpresa – vermelho é alegria e amarelo cólera. É conhecido que o vermelho é alegre (já o amarelo estar zangado pode ser mais discutível…) mas é pena não referirem aqui quais as notas que se ligam a estas emoções básicas.
O contrário, sabemos todos. Que há músicas que nos tornam nostálgicos, ou alegres, ou enjoados, ou irritados, isso é banal. Mas pelo que percebi, é a inversa que se pede – perante uma emoção, associar um som. Interessante, não é?
Quais as cores que vocês associam a

Medo Desprezo Tristeza Fúria Felicidade Surpresa


E quais os sons as músicas?


Esqueceram-se das palavras

Quem passeia pelos jornais “on line” encontra muitas vezes coisas engraçadas. Já por mais de uma vez encontrei, e até deixei por aqui, a cópia de uma possível notícia que se resumia a um texto em… latim! Claro que o bom-senso leva a pensar que aquilo era apenas uma «reserva de espaço» para uma futura notícia que não chegou a ser escrita. Que não impede de ter graça.
Mas neste caso não é nada disso. A notícia está cá, e refere-se ao apoio que o vice-presidente sunita deu ao primeiro-ministro iraquiano para o compensar de ter sido mal recebido, etc e tal.
O interessante é o título da notícia:

«Fontepg título Serifa Bd Cn 58/55Fontepg título Serifa Bd Cn 58/55» .

Como???
Ou seja está tudo escolhido, o vestido está pronto, passado a ferro, pendurado na cabide, pronto a usar, mas o corpo que o vai vestir foi dar uma volta ao bilhar grande.
Ele há cada distracção!!!

domingo, novembro 26, 2006

Adeus Cesariny



Faz-me o favor...

Faz-me o favor de não dizer absolutamente nada!
Supor o que dirá
Tua boca velada
É ouvir-te já.

É ouvir-te melhor
Do que o dirias.
O que és não vem à flor
Das caras e dos dias.

Tu és melhor -- muito melhor!--
Do que tu. Não digas nada. Sê
Alma do corpo nu
Que do espelho se vê.



Raio de Luz

Burgueses somos nós todos
ou ainda menos.
Burgueses somos nós todos
desde pequenos.

Burgueses somos nós todos
ó literatos.
Burgueses somos nós todos
ratos e gatos

Burgueses somos nós todos
por nossas mãos.
Burgueses somos nós todos
que horror irmãos.

Burgueses somos nós todos
ou ainda menos.
Burgueses somos nós todos
desde pequenos.

Educar

A notícia chama bem a atenção porque está ao topo da primeira página:
«Hotéis portugueses começam a aceitar a opção de não aceitar crianças» E, naturalmente que a primeira reacção é se surpresa e indignação. Como é? Então uma família com filhos não pode viajar?
E sinto-me a partilhar parte dessa indignação. Como regra, é autoritária e antipática. Mas se reflectirmos e deixarmos ‘assentar o pó’ que a notícia levanta, penso que a moeda terá realmente duas faces a considerar. Se, por um lado, é inadmissível que um hotel só queira aceitar adultos, por outro se o faz é porque já sabe que as crianças que costuma receber são uma fonte de confusão e de desordem. E aí, a indignação dos pais deve voltar-se para si próprios.
Verifica-se cada vez mais uma grande dificuldade dos pais em criar e manter regras a que os filhos obedeçam. Ficam completamente desarmados perante uma lágrima ou um beicinho, vão cedendo às birras sucessivas que, como se sabe, se não são travadas a tempo nunca mais são controladas. A criança começa a ocupar um lugar errado, como no livro
«L’enfant, chef de la Famille», sem afinal ter culpa e perante o mau estar geral. É mau para ela, é mau para quem com ela convive.
Não vejo que não se possa ensinar a uma criança como se comportar num hotel onde residem outras pessoas. Até porque o dia não será passado entre as paredes desse hotel, aquilo é o local onde se dorme e come, de resto terão todo o espaço dos arredores para dar largas à sua energia. Uns pais firmes e carinhosos, podem definir bem as regras – à mesa come-se com calma, nos quartos fala-se sem gritar, porque no fundo é apenas imitar o que os próprios pais fazem e as crianças seguem os modelos.
Creio bem que com crianças educadas e serenas, não havia hotéis que as repelissem.

PS – Queria fazer uma chamada de atenção para a Saltapocinhas quando nos pergunta
Mas os filhos estorvam?, que vem mesmo na linha do que disse. Muitos pais delegam inteiramente na escola, as funções que são suas mas que se sentem incompetentes para exercer. Mas isto dará para outro post! :D

Remar contra a corrente

É um exercício muito difícil. Deixar-se levar pela corrente é fácil e agradável. Remar a favor da corrente é óptimo porque se vai muito longe, depressa e com pouco esforço. Mas ir contra a corrente?! Tantas vezes o esforço é grande para... se não sair do mesmo lugar. Desanima-se, não é?
Celebrou-se ontem o
Dia Sem Compras
Arriscado, em plena pré-época de Natal, quando o consumismo atinge picos delirantes. Os conselhos dos «combatentes anti-consumismo» são simples: «comprar apenas aquilo que realmente necessita, procurar lojas pequenas e tradicionais, consertar os produtos em vez de os deitar fora e evitar o excesso de embalagens». Bons conselhos mas difíceis de seguir. Recordo um post da Teacher onde declarava
Este Natal não aceito prendas compradas e continuava dizendo que também não ia oferecer as 'compradas', excepto a crianças. Eu também escrevi para aqui umas considerações (já não sei se no Natal passado, se no anterior) defendendo o mesmo ponto de vista. Desde que haja imaginação, há imensas coisas que podemos inventar sem virem já feitas, em directo de uma loja.
Mas, o terceiro ponto daquele grupinho de bons conselhos, é bem difícil de seguir: o de consertar em vez de deitar fora. Quem é que não tem a experiência de que tudo está planeado para que realmente NÃO SE CONSERTE e sim, se compre de novo. Há pouco quem saiba consertar, não há peças sobresselentes ou, quando as há, o preço que pedem por elas é uma provocação porque se aproxima preço do objecto completamente novo!
Enfim, como disse, é remar contra a corrente. Mas não é interessante sair fora do rebanho? Pelo menos para mim esse é um exercício muito estimulante.
´Bóra aí, força nos remos! Só nos faz bem e cria músculo!

sábado, novembro 25, 2006

A caricatura como arma

Existe um blog que eu visito muitas vezes e cuja criatividade admiro imenso, mas ainda nunca «roubei» nenhuma imagem de lá, nem eu sei porquê. Tem um nome comprido, «wehavekoasinthegarden», mas ao falar dele costumamos chamar-lhe mais simplesmente o Kaos
Não constrói as caricaturas a partir de desenhos, mas consegue umas espantosas fotomontagens onde aponta tiros certeiros a figuras conhecidas, políticas sobretudo mas não só. Podemos ver os bonecos sem texto numa sua «sucursal», o
Imagens do Kaos. Eu tenho-me deliciado a passar por lá, mas hoje achei que era tempo de vos fazer partilhar deste meu passeio.
Foi muito difícil escolher apenas um dos bonecos para abrir o apetite.
Que tal o
Descubra as diferenças ? Ou Uma boa notícia para Lisboa ?
Depois, às quintas-feiras, dia da visita semanal de Sócrates a Belém, temos sempre uma foto alusiva. É só procurar as quintas e a escolha é difícil. Quase ao acaso fica esta:

Energia eléctrica

Por contas feitas, parece que na nossa terra se paga muito pela electricidade. Quero dizer, que se paga muito sabemos todos por experiência pessoal, o que eu queria dizer é que se paga mesmo muito comparando com o que pagam os habitantes de outros países.
E o pior é que é inconcebível viver-se hoje em dia sem se usar os benefícios da electricidade.
Mas eu gostaria de saber mais sobre o uso dos painéis solares. Tenho uma amiga que está a construir uma casa, investiu imenso nos painéis solares, e creio que ela está convencida de que quase nem precisa de se ligar à EDP. A casa ainda não está toda pronta, mas estou cheiinha de curiosidade. Se aquilo realmente funcionar como estou a pensar, devia ser um caminho a seguir por muita gente. Por mais caro que seja o investimento inicial os benefícios são evidentes, quer o dinheiro que depois se poupa quer a limpeza da energia utilizada.

A vida e a ficção

Um novíssimo 007 estreou há dias. Dizem que este Casino Royale apesar da expectativa tem vários erros, daqueles que tiram credibilidade à história. Mas que falta de cuidado! :D
Contudo, também em Inglaterra, acabou de se passar uma história perfeita para fazer parte de um filme desta série.
a) Um homem começou por fazer parte do KGB.
b) Quando o regime caiu, continuou na profissão pois devia ser o que fazia melhor, mas desta feita a trabalhar para o FSB, o sucessor do primeiro serviço.
c) Caiu no desagrado dos superiores porque recusou obedecer a uma ordem de assassinar uma pessoa, segundo diz.
d) Fugiu para Inglaterra e aí acusou os seus antigos patrões de vários crimes.
e) Agora
acaba de morrer com uma morte extremamente misteriosa. Será um envenenamento – quanto a isso há acordo – mas provocado por uma estranha substância radioactiva. Tão estranha e perigosa que até se está com medo de lhe fazer a autópsia…
Aposto que esta mete num chinelo muitas das história de ficção inventadas!!!



sexta-feira, novembro 24, 2006

Ah é?

A linguagem jurídica é mesmo engraçada.
Afinal, uma pessoa que «se apropria ilegitimamente de coisa móvel que lhe tenha sido entregue por título não translativo da propriedade», pratica apenas só um… abuso de confiança.
É coisa chata, mas enfim…
Se eu der 20 euros à minha empregada para me ir comprar um quilo de batatas, ela trouxer as batatas e me der um euro de troco, não me gamou dezoito euros e tal é que abusou da confiança que eu tive em lhe ter passado para as mãos a nota de 20 euros.
Sorte a minha, que podiam ser 50…!

Bom senso

Eu ainda não vi o filme do Al Gore
«Uma Verdade Inconveniente». Creio que tem bastante impacto e ainda bem. Um filho adolescente de uma amiga, chegou a casa e decidiu trocar as lâmpadas que lá estavam por lâmpadas de baixo consumo com espanto e algum desagrado da mãe que considerou que assim não via nada…
Acredito que o filme resulte. Afinal pode ser pouco, mas é o conceito de «água mole…», tanto se vai batendo no ponto que alguma coisa da mensagem vai passando.
Mas há uma frase que me parece importantíssima:
«É difícil fazer alguém entender uma coisa quando o seu salário depende de não o entender».
Ou seja, não basta combater uma coisa, é fundamental fornecer alternativas. Podemos, ou antes DEVEMOS, seguir as regras que são aconselhadas para salvar o clima e o planeta, mas era fundamental simultaneamente pôr as tais alternativas a funcionar de modo a dar trabalho às pessoas que o podem perder com esta nova orientação. As energias limpas, do vento, sol e água, se tiverem um investimento em força poderão também ocupar muita gente e canalizar para aí os postos de trabalho que podem estar em risco com o fim das velhas energias.



(pode aumentar a imagem)

O gosto pessoal

Há um programa da SIC- mulher*, que agora parou por uns tempos (o programa, é claro!) mas deve voltar e se chama "Querido, Mudei a casa!". Escolhe-se alguém que se inscreveu nesse programa para fazer uma surpresa a um familiar - transformar-lhe uma divisão da sua casa. A pessoa que irá ser presenteada é atraída para fora de casa durante um dia ou dois com um pretexto plausível e uma equipa completa de pintores, carpinteiros, electricistas, chefiados por um decorador, modificam completamente essa divisão para grande surpresa do dono quando voltar a entrar em casa.
Tenho visto também este programa no formato americano, cujo nome não fixei.
Eu sou uma pessoa que gosta bastante de surpresas. Por exemplo, os presentes que me dão perdem metade da graça se já sei o que vou receber… E há um ponto interessante no programa, a prova de que querendo se consegue em dois dias fazer obras numa divisão para as quais, de um modo geral, os profissionais costumam pedir 15 dias ou um mês! É certo que neste caso trabalham às vezes por turnos, 24 horas sem parar, mas a verdade é que se pode fazer.
Mas o certo é que o programa já na versão nacional me levanta algumas dúvidas. Mesmo gostando de surpresas não sei o que sentiria se depois do fim-de-semana entrasse na minha sala e não a reconhecesse! Claro que, de um modo geral, filmando o «antes» e o «depois» a diferença é sempre muito favorável, mas…
Agora, se quanto ao “Querido” aceito que seja uma boa surpresa, os 2 ou 3 programas que vi por uma decoradora lá nos States, deixaram-me estarrecida. As modificações, para mim, eram desastrosas. Lembro-me de uma cozinha, velhinha mas encantadora, cheia de luz e acolhedora e que depois do furacão da passagem da decoradora parecia uma discoteca, em laranja fosforescente e preto, com focos de luz desencontrados, que metia medo.
Eu sei que como as pessoas estão a ser filmadas para a TV, mostram uma cara de divertimento, um pouco como nos «apanhados», mas por exemplo no caso da dona daquela cozinha, se fosse eu, quando as câmaras saíssem acho que me sentava e largava a chorar… Porque se há coisa que é muito pessoal é o gosto de cada um. Eu aceitaria bem o conselho de um decorador quanto a efeitos, a texturas, a produtos que existem e eu desconheço. Agora arranjarem um espaço que é meu e para eu viver, sem me consultarem…? Que é lá isso?! Alto e pára o baile!




(*) É esta a cor da sic-mulher, não é?

Chuva, vento, tempestade



Como sempre que escrevo aqui no Pópulo que vai estar mau tempo, o parvo do tempo encarrega-se de me desmentir, espero que hoje aconteça o mesmo!
O certo é que onde estou, aqui e agora, está um horror de temporal. E, os senhores manda-chuva, afirmam que se deve ficar em
alerta laranja
Mas, talvez isto passe depressa. Que me vou encharcar logo de manhãzinha, já não tenho dúvida, mas espero que vá passando durante o dia.

Guerra infindável

Poucos dias depois de a guerra ter começado, aí há uns 3 anos, o presidente Bush todo contente, afirmava a bordo de um porta-aviões o fim da guerra.
«As grandes operações de combate no Iraque terminaram» dizia ele. Tal como um incêndio, dali para a frente seria o rescaldo, mas coisita de somenos…
Está à vista. Desde então dizem as ONGs que morrem 3.000 pessoas por mês no Iraque. Só ontem foram
cento e cinquenta mortos de uma vez .
Até quando...?


O fisco, essa hidra a que todos fogem

Nesta guerra surda bastante barulhenta por sinal, que se vem travando infelizmente entre diversos trabalhadores, segundo o tal conceito de «casa onde não há pão, todos ralham ninguém tem razão», uma dessas ‘guerras’ mais violentas tem sido contra os trabalhadores da Função Pública. E nessa tal guerra, onde os trabalhadores do privado, sem se darem conta de serem manipulados, se aliam com o patrão (governo) contra outros trabalhadores, há um telhado de vidro que nessas críticas é esquecido – as contribuições fiscais. Para a enorme maioria de um trabalhador no sector privado, é um dado adquirido e que nem se põe em causa, que o vencimento que vem na folha do contrato é apenas uma parte daquilo que na verdade vão ou costumam receber. Porque é essa parte que depois é sujeira a imposto, e isso agrada a todos – patrões e empregados.
O fisco decidiu agora implicar com as ajudas de custo. É verdade que isso não é um salário, é uma ajudinha. E deveria ser assim, tal como o subsídio de almoço. Mas o certo é que em muitos lados
essas tais «ajudas de custo» fazem parte do que se ganha todos os meses Então porque é que não se aumenta o ordenado, de modo a cada um poder pagar o seu dia a dia? É claro que a resposta está nos impostos. Se se confirma que «as "ajudas de custo" e outras formas de remunerações como complemento de salários» existem tão enraizadas nas nossas empresas, como é que «a culpa» seria apenas do empregado que recebia e não do patrão que pagava? Pelos vistos parece que se vai bulir com isso para escândalo de alguns mas para a moralização do geral.

quinta-feira, novembro 23, 2006

Ena, ena, tantos Pópulos!!!

Este blog tem um nome invulgar.
Chama-se Pópulo porque foi assim baptizado pelos seus padrinhos em honra da Freguesia de Nª Senhora do Pópulo, nas Caldas da Rainha. E, durante algum tempo, eu que não sabia de mais nada, pensava que este era filho único. Também vim a saber que existia Pópulo como apelido porque recebi uma vez um email de um colega blogger a perguntar se eu seria da sua família porque ele se chamava assim…
Não, não sou. Só o blog é que dá por este nome.
Depois, a pouco e pouco, fui sendo informada da existência de outros locais com a mesma designação. O
Ilha_man e o José Palmeiro explicaram-me que existia nos Açores uma praia com esse nome. Cá está:




Depois o meu amigo Gibel, de passeio pelo norte do país, deu de caras com um Pópulo, e manda-me uma foto do evento. É esta:





E hoje, a aNa manda-me também uma foto que tirou de outro Pópulo, desta vez em Benguela!





O.K. Eu sei que por esse mundo fora ainda existem decerto muitos mais… e talvez também a falar português porque já percebi que no Brasil também os há. Mas a verdade é que estes casos me sensibilizaram mais por serem visitantes aqui do estaminé que se lembraram de mim.
Obrigado a todos!!!


(as fotos estão pequenas para caberem aqui bem, mas se lhe clicarem, podem aumentar...)

Para os maluquinhos das doenças


Bom, os «maluquinhos das doenças» é claro que não são os leitores do Pópulo! Portanto isto é um post idiota. Mas vamos fazer um «supônhamos». Se ( se!!!) um «maluquinho das doenças» desembarcasse aqui no Pópulo, eu tinha aqui um rebuçado para ele:
Um manual completo!
Heim..?! Vem aqui tudo, esclarece dúvidas, dá conselhos, evita até a ida ao médico.
Acho que ao dentista não. Sniff… por esta última conclusão.

(Não se ponham a pensar que eu ando aí pela net a fazer estas investigações. Alguém se lembrou de mo enviar e eu que sou de partilhar tudo, vim a correr deixar isto na categoria de «utilidade pública»)

Brinquedos e acidentes

É bom e saudável que uma criança tenha brinquedos. Penso que brincar é uma necessidade tão forte que até os animais pequeninos têm, no fundo é treinar futuras competências, é aprender. E todas as crianças têm brinquedos, melhores ou piores, improvisados ou construídos de propósito para esse fim. Qualquer menino, por mais pobre e sozinho que esteja, se tiver imaginação, inventa um brinquedo com pedrinhas do chão, troncos de árvores, qualquer desperdício.
Claro que na nossa civilização a questão é a oposta. As crianças nem precisam de puxar pela imaginação porque os brinquedos chovem do céu e em grandes quantidades. Podem até receber o brinquedo e meia hora depois ele estar já estragado, mas há meninos, e até filhos de pais com muito pouco, mas que se habituam a estar sempre a receber brinquedos novos. Conheço muitos casos!
Claro que isto traz como consequência uma acumulação absurda de material. E… como qualquer mãe sabe, o problema que se segue, é a desarrumação. Não é fácil ensinar uma criança a arrumar, mas também não é impossível. Afinal o mesmo gesto que o leva a atirar tudo para o chão e a pavimentar o seu quarto com todos os brinquedos que tem, pode ser invertido e passar a ser também uma brincadeira, voltar a enfiar tudo na arca ou no saco dos brinquedos. Mal comparado, uma espécie de «basket» da arca de brinquedos…
Vem isto a propósito de a APSI vir dizer que
mais de metade dos acidentes com brinquedos são provocados pela desarrumação.
Claro que há outros factores de acidentes. Alguns dos brinquedos, muito lindos, com belas cores, não cumprem as normas básicas de segurança, e isso deve ser fiscalizado. Mas como a melhor atenção deve começar por nós, na nossa própria casa vamos lá a educar os nossos rebentinhos a cuidar das suas coisas e a arrumar aquilo com que deixaram de brincar.

Olhem que se aplica a antipática frase «é para seu bem»!


Uma pedrinha de sal

Ora esta informação faz-me respirar: afinal o sal também é necessário . Uff…
O que se passa é que se anda a comer sal a mais e ainda por cima «mau sal». Uma nutricionista afirma que deveríamos comer entre 3 a 4 gramas diárias e consumimos 3 vezes mais. Isso está mal, e devia controlar-se melhor, mas quanto a esses 4 gramas até são saudáveis desde que não seja sal refinado.
A verdade é que para mim a comida insonsa não tem a menor graça…É claro que a como, se tiver de ser e estiver com fome, mas parece-me a melhor forma de eu fazer dieta – basta provar um prato desses sem gracinha nenhuma, para me apetecer comer muito poucochinho. É logo fácil fazer a dieta!
Mas acredito nisso do sal refinado. O certo é que sempre se falou «numa pedrinha de sal» e não «nuns pozinhos de sal» não é?


PS - Ora bem, apedido de uma leitora que achou a imagem muito grande, cá reduzi a pedrinha de sal; menos do que isto, depois parecia um defeito aqui do monitor!

Interesses de diversos tipos

Mas não vejo nenhum que seja afinal o «interesse do cidadão lisboeta».
É uma história que mal começou e já parece mal contada.
Isto das Câmaras é onde se vê melhor o ditado «grandes naus, grandes tormentas»: quanto maior é a Câmara maiores interesses económicos andam em jogo com as construções planeadas e os construtores civis. Porque, quando se trata de Lisboa, não são os simples ‘patos bravos’ de uma terrinha pequena. Aqui já se joga com muitos, muitíssimos milhões.
E este executivo lisboeta parece apostado em cada tiro cada melro! Foi aquela história ali na Infante Santo, que bradava aos céus. Agora vem aí uma outra, em Marvila. Um loteamento à revelia do PDM, que se iria situar numa zona onde se prevê que passe o TGV, e que … surpresa! foi aprovado por Carmona Rodrigues.
Nem me parece que esteja em discussão o TGV, se passará ou não por ali. Até pode ser que não venha a haver TGV ou nem passe por ali, o gravíssimo é que
foi aprovado indo contra o PDM de Lisboa Andamos a brincar?
Claro que não. Com tanto dinheiro não se brinca!
A minha leitura do caso é bem simples: não é preciso construir ali mesmo nada, basta ter autorização para o fazer, para o senhor construtor «poder vir a exigir do Estado uma indemnização superior a 60 milhões de euros». Estão a ver a jogada: «Mesmo que venha a ser impedido de construir ninguém lhe tira direitos adquiridos, nem a indemnização».
Assim se fazem as fortunas. À nossa custa, agora é que é altura para a frase que tanto se usa «com o dinheiro de todos nós», porque dá para pensar que, se o Estado oferecer àquele senhor 60 milhões de euros que naturalmente saem dos nossos impostos, alguns dos euros que ali vão são meus…

quarta-feira, novembro 22, 2006

Imagens

Recebi por email muitas fotos, belíssimas.
Escolhi esta como uma das mais sugestivas. Está cá tudo, a liberdade, o sonho, a ternura.
Pode ser manhã, como eu gosto tanto, mas também pode ser a suavidade do entardecer.
Os sonhos que estão sugeridos pelo horizonte distante e pela criança com todo o seu futuro. Uma foto de onde se pode construir toda uma história…



(podem ir clicando até encher o monitor...)

Efémero

Ontem voltei a sentir uma arrelia que nos últimos tempos me acontece frequentemente. Toda a gente já passou por isso, mas sucede-me cada vez mais – ter visto um determinado objecto numa loja e quando lá volto para o comprar já desapareceram completamente todos os exemplares que estavam para venda.
Sabem bem o que digo, não é? Não estou a falar de peças únicas, nem mesmo de produtos que se calcule terem fabricado poucos exemplares. Não, quase sempre quando hesito na compra ainda ali há pilhas e pilhas de objectos iguaizinhos. E na semana seguinte, quando arranjo dinheiro e volto lá, nem um para amostra!!!
É um dos sinais de que se vive na civilização do efémero, do usa-e-deita-fora.
Eu aprecio muito o efémero também. A bola-de-sabão. O botão de rosa. O perfume. A nuvem no céu. Acho que têm o seu lugar e é agradável e belo. A vida é toda ela construída de momentos que passam e desaparecem para não mais voltar e isso tem muito valor.
Mas também faz sentido que existam coisas que permanecem. Quanto mais não fosse para realçar a tal beleza do efémero, do passageiro. É importante saber que podemos contar com determinadas coisas, que há raízes que as agarram ao chão, ao presente. Este desapontamento que referi quando comecei o post, o facto de os produtos se esgotarem com uma velocidade inesperada e ainda por cima sem que os stocs voltem a contar com eles, é típico da vida actual. Por um lado nós (e quase todos nós, não me estou a afastar dessa característica) consumimos muito, vamos atrás da publicidade e do que “todos” fazem. Vivemos a civilização do TER. Mas o complicado nem é isso só, é a curta temporalidade desse «ter». Os produtos duram pouco porque já foram criados para durarem pouco. E quando se gastam, implicam a compra de um novo, mais moderno, mais bonito, mais à-moda…
A contra-prova, se fosse necessário, é o preço dos arranjos de qualquer avaria muitas e muitas vezes quase o preço do custo de o produto em novo!
Para quê concertar? Usa-se e deita-se fora!

Azul e cor-de-rosa

Custa a acreditar.
Há alguns estereótipos que para mim tinham ficado para trás, no tempo em que se usava chapéu e luvas, havia regras de etiqueta, e se mandavam bilhetinhos escritos em vez de sms. Afinal estava enganada.
O padrão azul/menino, cor-de-rosa/menina, parece que ainda tem força. Olhem só que existe uma consola de jogos cor-de-rosa (neste caso devia dizer-se corderozinha, expressão que me faz engulhos mas fica aqui bem!) pelos vistos criada a pensar nas meninas. Cá está:
44 % dos donos de Nintendo DS são do sexo feminino. Não deve ser apenas por as raparigas a escolherem deve ser sobretudo por os rapazes a repelirem.
Onde é que já se viu um menino gajo agarrado a uma máquina cor-de-rosa…
Vade retro!


Definir democracia

Como só li este pequenino resumo e não o original «Economist Intelligence Unit» é natural que esteja com muitas dúvidas. Tenho tendência para aceitar para mim as palavras da canção «só há liberdade a sério quando houver o pão, a paz, saúde, habitação...» mas a própria cantiga fala também em «liberdade de escolher e decidir» e sem dúvida que esse deve ser um elemento definidor de democracia. Só assim se entende que estando à cabeça dos países mais democráticos os ‘habituais’ (Suécia , Islândia, Holanda, Noruega, Dinamarca e Finlândia, Luxemburgo, Austrália, Canadá, Suíça e Irlanda) depois vamos fazer um salto e para encontrar Portugal num 19º lugar, o que parece sensato se não fosse vir à frente de França, Japão ou Bélgica, e à frente também dos EUA e... Inglaterra! E, interessante, a Itália nem se integra neste grupo, foi lá para baixo, para as democracias imperfeitas!
Diz-nos o artigo que «o Reino Unido ocupa o pior lugar entre os países ocidentais, como se reflecte na sua baixa participação eleitoral, na fraca militância em partidos políticos, na pouca disposição em participar na política e na atitude geral para com a «coisa pública» só que este considerando me deixa espantadíssima porque olhando aqui para a minha terra também não vejo esses índices de «participação na coisa pública» nada elevados… Que temos a língua solta e facilidade em criticar e apontar o dedo, é óbvio. Mas que arregacemos as mangas e participemos na dita coisa pública, a mim escapa-me. Haja em vista o resultado do outro referendo e, espero bem, que o fenómeno não se repita no que aí vem.

terça-feira, novembro 21, 2006

Com amigos destes…

Que confusão!
Então, afinal, o senhor José Veiga não era nada «empresário» do João Pinto, o que era era apenas amigo! Foi como amigo que fez aquela negociata toda, a confusão dos 3 milhões e tal de euros, que saíram do Sporting e não entraram na conta do jogador. Evaporaram-se por aí…
O que me intriga é essa história do AMIGO. Se realmente fosse um profissional, enfim, lá se podia pensar que tinha sido uma bruta comissão, mas estaria a pagar-se pelas suas mãos do trabalho que teve neste negócio. Mas um «amigo»?! Ai, ai..
Que feio. Isso não se faz aos amigos, oh Zé.
E, ainda que mal pergunte, os impostos deste dinheirão todo? Por onde andam?

(ponto que devia ter sido prévio: apesar de ter um clube de que gosto, tenho para mim que entre os clubes grandes – e não digo nada dos mais pequeninos – deve haver muito poucos que estejam imaculados nestes jogos ‘fora do campo', os jogos do dinheiro; sem querer ofender, acho que talvez uns mais outros menos mas a máfia do futebol envolve demasiado dinheiro para se manterem completamente inocentes de jogadas estranhas.)


Gosto de encontrar uma notícia boa de manhã

E esta até parece não ser má: tem aumentado as visitas aos museus !
É interessante. De lembrar a importância do Dia Internacional dos Museus e da "Noite dos Museus". Creio que iniciativas que consistam em dias de «porta aberta» são excelentes, porque há muito quem aproveite o ser de graça, para espreitar, e depois se gostou até volta e leva a família.
Porque não tenho dúvida que o preço é uma condicionante e séria. Claro que me podem responder que quando se gosta muito de uma coisa isso não é obstáculo. E estou já à espera de ouvir citar o preço de uma entrada para um jogo de futebol!
Mas o certo é que o prazer que se tem num estádio não tem nada a ver com o que se pode sentir a olhar para uma peça de arte; por outro lado há toda uma máquina montada, com transmissões televisivas e por rádio que «provocam» o interesse pela bola. E quanto ao que se vê num museu? Que propaganda se faz…?
Enfim, a boa notícia era o aumento de visitantes e é disso que queria falar. É realmente uma notícia boa. Mas para acabar, uma antiga dúvida : porque é que o Museu dos Coches é o mais visitado sempre?! O que terá aquela colecção de carroças de luxo de tão atractivo que portugueses e estrangeiros esvoaçam por ali que nem moscas no mel…? Por mim, até acho engraçado, mas valha-me Deus, ser o Museu mais visitado de sempre, faz-me espécie…




(clic para aumentar)

As culpas

É mesmo uma marca dos tempos.
Não é a primeira, nem a segunda, nem a terceira vez. Estou mesmo um pouco farta de encontrar a justificação por tudo e por nada. Quando algo corre mal, e explicação está na informática. Ela é que tem a culpa. Tem umas costas enormes e ainda por cima não fala…
Não vou agora relembrar os casos onde em resposta a uma bronca, e por vezes bem grande, o mal esteve no sistema informático!
E cá vem ela, mesmo a propósito, agora com o
escândalo da DGV - foi ela, foi a má da informática que estragou tudo e trocou cadastros, fez o diabo a sete.
OK, OK, não ponho em dúvida que isso pudesse ter acontecido. Mas há duas perguntas que saltam aos olhos: primeiro, deve ter existido uma programação mal feita e os computadores não se programam a si mesmos ainda; segundo, se já há tempos se tinha dado por esta situação, estava-se á espera de quê? Atenção isto passa-se desde 2002, já lá vão 4 anos, não foi o mês passado!
Isto de reconhecer um erro, custa muito parece. Talvez vá resultando assobiar para o lado.

Como é que fizeram?

Parece que em Espanha não se luta com as terríveis ameaças da Segurança Social a afundar-se como se diz que está a acontecer aqui.
Pelo contrário, afirmam que
«a segurança social espanhola deverá registar este ano um excedente de 11.900 milhões de euros […]valor recorde que quase duplica a estimativa inicial do Governo»
Ainda bem para eles.
Mas fica-nos uma dúvida: Como é que isto foi possível quando a taxa de desemprego era superior à nossa e o nosso salário mínimo nacional inferior?
Isto parece querer dizer, para quem é leigo em economia, que pode haver uma Segurança Social forte mesmo com desemprego, e uma boa economia apesar de salários decentes… Milagre?
É que isso de dizer que somos pequenos não serve de resposta para tudo.

Acaba a Festa


Não quero dizer que seja uma metáfora, mas está mesmo a jeito.
Acaba a Festa da Música.
Com certeza que vão chover muitas justificações não tenho a menor dúvida.
Mas é simbólico - Não há Festa. Não há música. Não há cultura.
Mas já agora para que é que existe um Ministério? É que isso é muito caro, um ministério com ministro e tudo! Para aquilo que faz uma Secretaria de estado servia muito bem. Ou até nem isso, assim até mesmo uma Direcção de Serviços que era mais barato e devia desenrascar!
É que quem quer Cultura que trabalhe e a pague, o que tem o Estado com isso, creio que é a ideia que anda por aí.
Luxos!

segunda-feira, novembro 20, 2006

Andam a estragar-me o Natal!

Eu gosto gostava do Natal.
Já expliquei por várias vezes aqui na blogosfera as minhas razões deste gosto que não é partilhado por todos. Gosto. O encontro da família, a surpresa dos presentes, as velas, o cheirinho bom do jantar, as luzes, cores, música… Gosto.
Mas o encanto do Natal é ser um ou dois dias num ano. Claro que temos de o preparar com alguma antecedência, mas é apenas «alguma antecedência» não mais.
Ora desde há uns anos para cá, e pelos vistos cada vez mais, até parece que o ano se divide em dois grandes períodos: ou são as férias, ou é o Natal. O resto do tempo é só para encher…
Já ando pela ponta dos cabelos! A verdade é que falta mais de um mês para o Natal e já há muito tempo que se vêm enfeites luminosos nas ruas, se ouvem as mesmas insuportáveis músicas quando se entra num Centro Comercial, a TV já tem uns separadores com árvores de Natal, os anúncios que se vêm são dirigidos às fatais compras, as «lojas dos 300» rebentam de pais-natais de todos os materiais e formas. Livra!!!
Ontem a Isabel, deixou um desabafo sobre este tema, mas acho que não chega. Parece-me que temos de criar um comité para acabar com este inferno. É que não há direito em me roubarem o gosto que eu tinha no meu querido Natal!


Upss!!!

É que 200.000 é mesmo muita penhora!
Eu cá não posso estar mais tranquila, mas imagino que deva haver por aí muita gente a arrepelar os cabelos
.

Escândalo no Egipto

Imagine-se. Depois de, num país não-muçulmano, ter havido um xeque que produziu umas declarações bombásticas (passe o termo…) afirmando que mulher que não tape a cabeça é como um pedaço de carne abandonado na rua e se os cães e gatos o comerem a culpa é desse pedaço de carne explicando depois com muita lógica que essas desavergonhadas de cabelo ao ar estão mesmo a pedir uma violação, vem agora um ministro de um país muçulmano declarar que «As mulheres com as suas belas cabeleiras assemelham-se a flores. Não é preciso escondê-las dos outros» . Bonito, heim…? Poético.
Bom, imagina-se a barulheira que tal opinião provocou! Ainda por cima insistindo na tecla que «nos nossos dias, a religião preocupa-se muito com as aparências».
Ai, ai, ai… Pelo menos de blasfémia já é acusado, e fala-se de calamidade.
Vamos ver onde isto nos vai levar.