quinta-feira, fevereiro 18, 2010

Tempo/ Prazo de Validade II

Comecei ontem e vou terminar hoje a explicação do motivo para ter considerado que o Pópulo - como certos alimentos, ou medicamentos - atingiu o seu prazo de validade.
Olhemos para o ambiente político. Quando cheguei à blogosfera tinha saído o Guterres, entrado o Durão Barroso e começado aquela dança de roda, discutindo-se se o homem ficava cá ou ficaria melhor lá na estranja. Deu pano para mangas, lembram-se? Depois foi o interregno meio cómico do consulado Santana Lopes. Aqui para a blogosfera foi uma delícia. Todos os dias havia coisas maravilhosas para contar! Sei que me fartei de escrever e sentia-me inspiradíssima. Claro, aquilo deu para o torto e lá vieram as eleições. Ainda emocionante. Governo socialista de maioria absoluta o que fez franzir algumas sobrancelhas, mas de alguns ministros podia-se ter esperado um trabalho decente. Afinal nada disso. Alguns saíram apressadamente, começou a haver uma espécie de culto da personalidade e tudo perdeu a graça. A crise económica ainda estragou mais as poucas expectativas, o governo foi o que se viu, e repetimos a dose desta vez sem maiorias.
Eu sou uma sujeita bastante apaixonada por estas coisas, mas ando completamente desanimada. Mesmo na minha vida particular quando me encontro com amigos digo com meio sorriso «não vamos falar de política, pois não?».
Ou seja um pouco do sal e pimenta do Pópulo acabou.
E há ainda as ‘coisas da vida corrente’ que tem alimentado os últimos tempos aqui do blog, mas… é pouco. Só para isso não se mantém um blog.
Ontem fui injusta porque não referi alguns blogs que têm ‘resistido’ como por exemplo o Realejo, o Ponto sem Nó, o Faz-de-Conta, mas como estão quase meses parados acabamos por não os visitar. Mas quase todos os que estão na minha coluna de amigos são visitas agradáveis se… escrevessem ! Isto para não falar de uns que gosto e escrevem, como o Voz em Fuga (obrigada Hipatia), Cabra de Serviço, ou o Farinha Amparo! Talvez eu agora tenha mais tempo e disposição para os visitar.
E tenho de referir a sorte que tenho tido com os meus comentadores. Alguns têm desistido pelo caminho, é claro. Se for ver coisas que escrevi há um ou dois anos vejo nomes que desapareceram, mas mesmo assim posso orgulhar-me de ter um grupinho de leitores que posso sentir como amigos!
Não sei se me compete essa publicidade, mas a quem começou a ler o Pópulo há pouco tempo, pode procurar nas rubricas «Era uma vez…» (algumas imagens desapareceram) ou na outra «Abril» e penso que é por aí que estão os melhores posts deste blog.
Acho eu…
Um abraço grande (e talvez um dia… quem sabe? Ainda nos encontremos)


quarta-feira, fevereiro 17, 2010

Tempo/Prazo de Validade I

Este é um exercício a que me tenho dedicado periodicamente (e acredito que comece a incomodar por tão repetitivo) a revisão da minha vida aqui na blogosfera.
Já tem uns anos.
E é certo que ainda ‘exercem’ a sua actividade bastantes dos bloggers que conheci no início e vou acompanhando. Mas… também é certo que uma parte muito substancial dos blogs de que gostava, foi desaparecendo. É um sentimento que vou reencontrando todas as semanas
Quando entrei na blogosfera o primeiro que admirei e onde me ‘fidelizei’ foi o Blog de Esquerda, logo seguido de perto pelo Barnabé que tinha quase acabado de nascer. E depois veio o entusiasmo do Afixe dos primeiros tempos, ou do Ruínas Circulares. Como sabemos esses já se foram (ou ‘transformaram-se’ como diria o Lavoisier) Nesse tempo aureo eu ia sempre espreitar uma meia dúzia de outros, quer concordasse ou não com o que diziam, a sua leitura estimulava-me. Sentia-me animada. Foram muito bons tempos!
Bem, se derem uma olhadela na coluna onde tenho a bloglist com o nome de «Blogs Amigos» podem contar aqueles a que acrescentei RIP. São muitos. São demais.
Aliás há outros que não fecharam a porta de vez, mas escrevem uma vez por semana, ou até uma vez por mês para ‘manter a porta aberta’ Já «Não é a mesma coisa» como diz o anúncio…
A semana passada foi o Troll que baixou os taipais, e talvez fosse isso que me levasse a escrever hoje. A verdade é que «dos rapazes do meu tempo» as baixas são enormes. É claro que o nosso Charquinho mantém valentemente a bandeira levantada estes anos todos, e a querida Saltapocinhas também mantém a sua escrita, depois o Farpas ainda escreve mas também aí uma vez por semana, a Catarina tem épocas, mas também se passam semanas sem dizer nada, o Miguel-com-destino aparece mais nos comentários do que no seu blog. Claro que vão aparecendo uns novos! O amigo José Palmeiro têm o seu blog, um blog A Glória do Vulgar muito pessoal, diferente de todos os que conheço, e outros que eu vou espreitando sem comentar porque andam muitas vezes em guerras que não são minhas.
Bem, caros amigos, o ponto onde estou a chegar é que não me sinto já confortável no meu Pópulo. Mudei algumas coisas, desde o ano passado que passei a escrever apenas um post por dia embora mais extenso, mas já são muitos anos a virar frangos e a minha vitalidade tem diminuído. Como já todos perceberam muitas vezes escrevo o post na véspera, o que é uma batota inacreditável para a Emiéle que era conhecida por acordar muito cedo e escrever na hora. Já nem sempre escrevo de manhã. Assim como me sinto um tanto cansada com os temas ‘políticos’ que me empolgavam tanto e agora parece tudo ‘dejá vu’.
Escrevi muito. Nesta versão do Pópulo já são quase 3.900 posts! Sinto-me muito lisonjeada pelos milhares de comentários e pelo tom quase de chat, que muitas vezes as caixas de comentários pareciam…Este blog existe pelos seus comentadores/colaboradores.
Portanto, este é um aviso de que o Pópulo vai acabar. Sou muito cuidadosa e despeço-me com aviso, não se zanguem. Esta semana ainda vou andando por aqui, mas começa já a ser um sentido adeus.

terça-feira, fevereiro 16, 2010

'Tascas' de província

Nos dias que se passam fora do ambiente de casa, quando são 3 ou 4 dias há sempre a tentação, até para variar, de fazer uma refeição fóra. É diferente, pode escolher-se numa lista, trazem-nos os pratos já cozinhados e.... não se tem de lavar a loiça. De vez em quando, sabe bem.
Foi o que fizemos desta vez. A tasquinha aqui mesmo na aldeia que é a escolha habitual estava fechada e procurámos outra na aldeia mais perto. Simpática. Na zona limite entre o restaurante e a tasca – de menos para um e demais para outro. Uma única senhora a servir todas as mesas que, mesmo não sendo muitas, ainda davam para umas dezenas de pessoas mas ela desembaraçava-se.
Tudo como seria de esperar. Um dos «pratos do dia» (felizmente não foi a nossa escolha) já estava esgotado, e quando chegámos às sobremesas também de determinada qualidade só havia um exemplar… Normal.
A casa foi-se enchendo, muitas famílias com crianças que faziam o barulho esperado e, uma mesa perto da nossa, uma senhora de idade 'respeitável', falava muito (muitíssimo!) e para se ouvir bem falava bastante mais alto e num tom mais agudo que as crianças que entretanto censurava (eheheheh!....)
Bom, mas não estou aqui para contar um banalíssimo almoço, se bem que agradável, mas para chamar a atenção para o facto de a senhora que nos atendia (a única) quando trazia a conta, numa bandejinha de verga, acrescentar num tom muito delicado e sorridente «Agradecia que conferisse bem, para ver se não cometi nenhum engano!»
…………
Não é nada de especial, é claro, mas é uma fórmula agradável de antecipadamente aceitar que o cliente pode ter razão, e por vezes há mesmo enganos.
Simpática, a senhora!

segunda-feira, fevereiro 15, 2010

Um dia em branco

Estes dias ‘intermédios’ que se tornam feriados porque estão no meio deles, são uma espécie de brinde.
Recolhida no meu refúgio, que hoje já me parece que está aquecido, mas à chegada era como abrir a porta do frigorífico (!!!) sinto-me disposta a não fazer NADA.
Nem sequer escrever…
Talvez amanhã.

*Bocejo*


domingo, fevereiro 14, 2010

Uma música ao Domingo

O Carnaval lembra-me muitas vezes o filme «Orfeu Negro». Vi-o ainda miúda e lembro-me de ter chorado imenso ( não é suposto associar-se isso ao Carnaval...)
Mas foi a de que me lembrei ao escolher a música de hoje.


sábado, fevereiro 13, 2010

Boas Notícias

É curioso que a percentagem maior de 'boas notícias' que vou encontrando dizem respeito com a saúde ou descobertas nessa área.
É bom.
(Só que por vezes gostaria de encontrar também boas notícias na área social *suspiro*... )
Desta vez é interessante. Mais uma vez o combate à leucemia.

«Investigadores portugueses e americanos, no âmbito do programa MIT-Portugal, estão usar clinicamente células estaminais para neutralizar a rejeição de um transplante de medula óssea.»

Claro que para além de ser uma boa esperança, o facto de investigadores portugueses colaborarem nesta investigação, também nos dá alguma alegria.

Música, num dia 13

Hoje é sábado, e como se sabe o dia de música no Pópulo é Domingo.
Mas a vantagem de ter um blog é que as regras somos nós que as fazemos...
Além de que todas as regras (aceitando que as haja) têm excepção, portanto hoje decidi deixar esta canção do Chico Buarque.
EU sei porquê, e sei que vem a propósito mesmo que não pareça. É um dia importante para mim. Tem muito a ver com afectos e com a situação aqui cantada de uma forma irónica.



Acorda amor
Eu tive um pesadelo agora
Sonhei que tinha gente lá fora
Batendo no portão, que aflição
Era a dura, numa muito escura viatura
Minha nossa santa criatura
Chame, chame, chame lá
Chame, chame o ladrão, chame o ladrão

Acorda amor
Não é mais pesadelo nada
Tem gente já no vão de escada
Fazendo confusão, que aflição
São os homens
E eu aqui parado de pijama
Eu não gosto de passar vexame
Chame, chame, chame
Chame o ladrão, chame o ladrão

Se eu demorar uns meses
Convém, às vezes, você sofrer
Mas depois de um ano eu não vindo
Ponha a roupa de domingo
E pode me esquecer

Acorda amor
Que o bicho é brabo e não sossega
Se você corre o bicho pega
Se fica não sei não
Atenção
Não demora
Dia desses chega a sua hora
Não discuta à toa não reclame
Clame, chame lá, chame, chame
Chame o ladrão, chame o ladrão, chame o ladrão
(Não esqueça a escova, o sabonete e o violão)

sexta-feira, fevereiro 12, 2010

Nelson Mandela - 20 anos da libertação

A data a celebrar foi ontem e este post tinha tido mais sentido ter sido escrito ontem. Creio que foi por ter ouvido durante todo o dia tantas referências e eu própria ter reflectido sobre esse ponto que considerei que vem sempre a propósito falar neste homem.
Claro que eu sou do tempo em que o nome dele era dito baixinho. Onde vigorava o Apartheid. Onde, se fôssemos de comboio à África do Sul, logo no cais da estação se viam duas escadas, uma explicava que era para «whites» ou outra para «non whites». Nesse tempo não se imaginava que a mudança se pudesse vir a fazer de um modo tão pouco sangrento.
Não conheço a África do Sul de hoje. E o que oiço não me anima muito. Parece haver imenso que fazer até se poder lá viver em paz.
Mas a obra de Mandela é espantosa. Depois de 27 anos de cadeia, (prisioneiro nº 46664) foi o primeiro presidente negro da África do Sul, e terminou o seu mandato, e se a sua terra não está como nós e ele gostaria, será difícil ter-lhe pedido mais.

Parabéns Mandela!

quinta-feira, fevereiro 11, 2010

Para que serve?

É uma pergunta que pode ser da maior inocência e até conter um elogio ou pode ser muito sarcástica. Quando se pergunta ‘isto p’ra que serve?’ subentende-se que as coisas têm de ser alguma utilidade, é claro. Isto veio-me à ideia por ter estado numa casa que estava cheia a rebentar de mil e uma coisinhas. E alguém ter feito essa pergunta meio a brincar «Oh, filha, mas isto para que é que te serve?» levando implícita a continuação da frase «deita mas é para o lixo
É interessante porque tem tudo a ver com a personalidade de cada um.
Há quem assim que obtenha seja o que for novo, se desfaça de imediato daquilo que o «novo» veio substituir. É um instante.
E temos o oposto, as pessoas que mesmo perante uma coisa estragada, compram uma nova mas guardam a outra «porque pode ser que ainda tenha arranjo…»
São extremos, é claro. E como extremos que são acabam em caricaturas. Mas fez-me impressão a tal pergunta nessa casa bastante cheia, porque a resposta calou de imediato a ironia de quem fez a pergunta «Serve-me de recordação..»
E fez-se então um pequeno silêncio. A verdade é que mais de metade das coisas que nos rodeiam «não servem» para nada. Mas…
É claro que uma jarra serve para pôr flores (que também se podem pôr numa caneca ou numa cafeteira ou qualquer coisa dessas) contudo a maioria das vezes estão ali, na estante ou na mesa, sem flores, só para enfeitar. Fotografias e molduras, não têm uma utilidade prática, são as tais recordações. Livros, depois de o ler, está lido. Deixou de servir. Talvez uns anos mais tarde nos dê prazer voltar a ler, mas entretanto «não está a servir para nada». Umas velas, acendem-se, ardem, fazem um pouco de luz mas «não servem para nada». E almofadas que quase não se usam. E quadros nas paredes.
A verdade é que quem quiser passar muitas das nossas casas com a ‘peneira minimalista’, quase 80% das coisas estão a mais, são dispensáveis, mas estarão mesmo? E o conforto? E as tais recordações?
Creio bem que cada um é que sabe daquilo que «precisa» para se sentir num ambiente a que possa chamar «sua casa».

quarta-feira, fevereiro 10, 2010

Distraí-me...

Este mês tenho andado completamente distraída com várias coisas (basta dizer que só reparei que era dia 8, o famoso dia-de-São-Senhorio, já a meio do próprio dia 8!!! O senhorio é simpático, mas é bom não abusar....)
E sendo assim também não reparei que esse dia 8, nesta segunda-feira, que era o prazo que a blogger Helena Teixeira tinha dado no convite para falar no Carnaval! Passou-me!
Bem, como já não dá para colaborar no blog dela, “A minha Aldeia”, apesar de tudo venho penitenciar-me e dizer umas coisinhas sobre o Carnaval.
Pela lei do menor esforço, vou «pescar» da categoria do «Era uma Vez...» um post sobre o Carnaval Antigo. , ou seja melhor dizendo, dois post , afinal; e, já agora, que é só fazer o link, ficam todos os 3 que escrevi nessa altura...
Claro que isto são recordações de há já dezenas de anos. Hoje o Carnaval é muito diferente, até porque se compram já feitas as fantasias com que as crianças se querem mascarar. Uma parte da magia que era a execução desses fatos, foi-se. Mas dá para brincar quando se é pequeno.
Ou quando se é crescido e se aprecia este tipo de humor. Nunca entendi bem se a pessoa se veste daquilo que acha ser ridículo ou daquilo que admira... Mas diverte-se, acha graça, vai dançar ou desfilar, chama a atenção, que é afinal aquilo que está a desejar fazer e os ‘bons costumes’ não a deixam durante o resto do ano.
Pois aproveite o Carnaval!
Eu costumo aproveitar esses dias para ficar no sossego. É coisa de que gosto e não aborrece ninguém.

terça-feira, fevereiro 09, 2010

A ilha tropical

É claro que é uma metáfora. Mas estamos sempre a usá-la. Ainda ontem, já nem sei se li ou ouvi alguém dizer «mas ainda não chegava para o sonho de comprar uma ilha tropical». Não era preciso mais palavras estava completamente subentendido que isso seria «o sonho» de qualquer mortal de bom gosto – ter uma ilha tropical para si.
Eu já andei pelos trópicos e gostei.
Até muito. Creio que num dos sítios até era uma ilha, apesar de tão turística que nos esquecíamos de que estávamos numa ilha… E é agradável. Está sempre associado a um mar tranquilo, azul e morno, a muita calma, ao bom tempo, e, naturalmente à noção de riqueza ou abundância.
Mas se poisar os pés aqui em cima do tapete, olhar as paredes que me rodeiam, e espreitar através da janela (mesmo com a parva da chuva) não sei bem se isso é um desejo a sério ou o correspondente a um ‘intervalo’ na vida.
Vamos imaginar que realmente de sai o tal totomilhões que é o suficiente para comprar uma ilha tropical, mesmo pequenina. E depois?
Como sou muito rica levo alguém que se encarregue de administrar aquela coisa, porque deve haver imenso que tratar – ter água corrente, energia, esses confortos. Além disso devo convencer a minha família a ir comigo, ou seria um terrível exílio. E amigos? E as minhas recordações? Claro que sendo assim muito milionária posso transportar tudo o que é objecto com valor para mim, lá para a dita ilha, mas…. É que há outras recordações. Que não são transportáveis. Certas ruas, certas estradas, certos edifícios, certos odores, e muitos dos amigos que não estariam de acordo em imigrar comigo – lá terão outros gostos.
Pois é.
Isso da ilha tropical ou funciona quando temos 20 anos e estamos apaixonados sem se ver mais nada, ou então daria para passar umas magníficas férias, até prolongadas, mas com bilhete de regresso aqui, deste sítio que passamos o tempo a criticar!

segunda-feira, fevereiro 08, 2010

Excesso de cuidados


Correu por aí um FW há uns tempos, bastante engraçado e lembrando a vida nos anos 60, relembrando como é que afinal tínhamos resistido até hoje, brincando na rua, esfolando joelhos, comendo fruta da árvore cheia de pó, e tratados sem antibióticos à primeira dor que sentíssemos.
Lembrei-me disso por ter lido que as crianças sempre tiveram viroses, cerca de 85% até mas sem ralarem tanto os pais!
A verdade é que dantes havia muito menos vacinas para as doenças infantis, e cada um de nós tinha a sua dose de varicela, sarampo, tosse convulsa, papeira…. Era chato. Ficávamos de molho uns dias, se havia irmãos aquilo era tudo de enfiada, mas depois a coisa passava com um encolher de ombros natural dos pais: «doenças de crianças»…
Felizmente que isso é passado. A vacina foi um enorme passo em frente nas situações infantis que justamente preocupavam. Mas o interessante é que com o desaparecimento dessas ‘tradicionais’ ficou mais «espaço» para as ‘viroses’ que enchem as urgências dos hospitais…
O certo é que muitas vezes o próprio organismo vai criando as suas defesas. A criança que vive numa redoma asséptica, vai decerto reagir quando em contacto com a vida ‘natural’. Tanta porcaria que a gente metia na boca ou até comia, e depois lá se ouvia «olha que te vai fazer mal!». E muitas vezes fazia! Era cada corrida à casa de banho!... Mas fazia parte da infância, da experiência, da vida.
Há viroses? Pois há. Vamos prestar atenção mas não dramatizar.

domingo, fevereiro 07, 2010

Uma música ao Domingo

Quando era adolescente, esta era uma das músicas que punha a tocar quando andava 'pouco bem', porque sentia que me dava paz.
Pieguice?....
Ainda hoje me traz calma.

sábado, fevereiro 06, 2010

Publicidade

Este anúncio (?) não é novo.
Já o tenho visto algumas vezes.
Mas não é demais rever.
As crianças vêm. As crianças aprendem por imitação. As palavras tem muito menos valor do que os gestos
A quem se deve apontar o dedo quando as coisas correm mal?....



sexta-feira, fevereiro 05, 2010

Guarda-chuvas

É um tema apropriado para esta época porque estamos a passar, não é?
É interessante que sendo um objecto de tanta utilidade não há quem goste dele. «Bolas, lá tive de voltar atrás por causa do raio do guarda-chuva!» é o que se ouve muitas vezes. Ou então «Olha! Lá perdi outra vez o guarda-chuva!»
Quando eu era pequenita era um objecto relativamente caro, cada um tinha o seu que durava bastante tempo. Os das senhoras chamavam-se ‘sombrinhas’ creio eu por se usarem também no Verão para proteger do sol, e tinham cores e bonecos, os dos homens eram invariavelmente pretos, muito sóbrios e com ar sólido. Como disse cada elemento da família tinha UM, e se por acaso se avariasse mandava-se arranjar. Havia casas especializadas nisso – nunca entendi porque é que também afiavam facas e tesouras… - e um ambulantes que tocavam uma gaita com uma música especial a avisar que vinha ali o amola-tesouras, que também consertava guarda-chuvas (e sombrinhas)
Mas, enfim, isso era quase no tempo em que os animais falavam, quando os objectos duravam, duravam, como as famosas pilhas. Agora, usamos, estraga-se, deita-se fóra e compramos um novo. E pronto.
Evidentemente que na proporção são muito mais baratos. Ninguém manda arranjar uma vareta quando com pouco mais compra um inteiro completamente novo… E cá em casa ultimamente eu tinha o costume despesista de se saía sem chapéu mas começava a chover, comprava um. Pronto.
Havia até amigos meus que faziam troça porque no suporte da entrada tinha para ali mais de uma dúzia de chapéus!!! Mas isto tudo foi antes das ventanias ferozes deste ano. Ontem dei-me conta de que tinha apenas 3 pobres exemplares no bengaleiro e dois deles em mau estado, todos tortos, vareta partida, etc. Taditos. Cá por mim acredito que a culpa não é só da ventania deste ano, alguns amigos descuidados levaram ‘emprestados’ e por lá ficaram. Mas, não podia ficar assim. Ontem, quando voltei para casa trazia mais uns 3 chapéus novos para ficarem «de reserva». :) Para gozo da minha vizinha que me viu chegar e perguntou se ia montar alguma loja de chapéus de chuva cá no prédio…
Engraçadinha!

quinta-feira, fevereiro 04, 2010

Novos mealheiros

Na segunda-feira passada, até um jornal de distribuição gratuita, trazia na página da frente em grandes letras e até como único título «Governo dá ‘prenda’ de 20 milhões a bebés na altura do nascimento»
Fazia parar quem passava só para reler bem aquilo. Aliás escrito ao modo sensacionalista de parte do nosso jornalismo, uma leitura possível seria que um bebé ao nascer receberia 20 milhões...!!! Claro essa era a parte suficiente para chamar a atenção, falar em 200 euros tinha menos impacto. Porque era disso que se tratava, uma proposta a abrir uma conta infantil (Conta Poupança-Futuro) com 200 euros a cem mil criança todos os anos.
Não estava mal. Pelo que percebi os pais das crianças não poderão mexer nesse dinheiro que vai sendo acumulado, e no caso dos meninos que terminarem a escolaridade obrigatória até têm majoração de juros.
Claro que 200 euros não é assim uma grande quantia e daqui a 10 anos quando terminarem a escolaridade ainda deve parecer uma quantia mais pequenina. Mas era uma ideia e simpática.
Só que ontem, a ler melhor os jornais é que entendi que «As contas-bebés vão servir para financiar o Estado, através da aquisição de títulos de dívida pública»
Aaaaaah!
Segundo a engraçada frase do jornal os Bebés portugueses vão poder emprestar dinheiro ao Estado, porque os pais dos bebés estão a adquirir títulos de “dívida” pública.
Ou seja, dá-se com uma mão e recolhe-se com a outra...

quarta-feira, fevereiro 03, 2010

Caos?

Já se sabe que muito do que se lê nos jornais é para dar desconto, e sobretudo os títulos servem sobretudo para chamar a atenção nem sempre se justificando com o texto que vem a seguir. Mas este título cumpriu a sua missão de me chamar a atenção "Metade das ONG não está a fazer nada aqui no Haiti"
Devo dizer que tenho muito respeito pelas ONGs. Pelo menos no conceito que as forma. A ideia da ‘sociedade civil’ tomar nas suas mãos a solução de alguns dos problemas graves que afectam as pessoas, só me merece aplauso.
Contudo, não é de hoje que tenho um bichinho a moer-me em relação a muitas ONGs. Sem duvidar da bondade de quem as criou, tenho para mim que muitas delas pouco mais fazem do que à conta das contribuições dos dadores enviarem pessoas para lugares exóticos de que depois nos fazem narração sem grande controlo de ninguém. Posso estar enganada.
Mas a entrevista a este senhor que diz ser jornalista (pouco conhecido em Portugal apesar de ser português) traça um quadro muito negro da situação no Haiti onde a ideia com que se fica é de um completo caos. Diz-nos que é a oitava vez que lá vai, sempre impressionado com o que vê e considera que as pessoas nem se aperceberam de que tinha havido um terramoto!!! Diz que ali «não há trabalho, não há salários, não há impostos nem dinheiro. Mas há muita, muita fome». Continua dizendo que « Metade das organizações não governamentais não está aqui a fazer nada. Estão aqui para que as vejam, para que sejam vistas»
A entrevista continua com considerações pessoais mas estas frases ou são completa mentira e horríveis calúnias, ou dão-nos que pensar...

terça-feira, fevereiro 02, 2010

Cenas da vida em Lisboa

Digo «em Lisboa» porque é cá que vou observando as situações, pode ser que noutras terras se passem variantes deste tipo de coisas, mas custa-me a acreditar que em países a que chamamos civilizados se possa apreciar situações deste tipo:
Numa rua por onde costumo passar ao ir e vir de casa, existe um prédio (idêntico a muitos outros, aliás) cuja porta da rua tem dois batentes iguais cada um deles com uma, relativamente, grande superfície em vidro. Fica bonito. Há várias portas assim hoje em dia, o átrio fica mais iluminado e dá um certo ar de transparência às casas.
Mas é claro que o vidro é uma substância frágil. A minha casa também tem uma porta dessas e já uma vez aquilo rachou e foi uma maçada.
Ora, creio que aí antes das férias grandes, um dia ao passar em frente desse tal prédio vi um papel muito vistoso que avisava «Cuidado! O vidro está mal seguro. Pede-se o favor de abrir e fechar a porta com muito cuidado»
Fiquei bem impressionada.
Ora aqui está uma ‘administração’ cuidadosa, que antes que aconteça algo de mal, previne para se ter cuidado. Muito bem!
Só que, como comecei por dizer, a primeira vez que o papel me chamou a atenção foi aí no Verão. Ontem ao passar por ali, reparei que todas as portas tinham um papel da Companhia das Águas a prevenir que dia 3, de manhã, vinham contar a água e agradeciam que estivesse alguém em casa ou o número de metros gastos num papel colado na porta. Aliás já tinha reparado nesse aviso aqui no meu prédio e percebi que era a zona toda. Mas ao passar em frente do dito prédio da ‘porta frágil’, vi que o papel tinha sido colado na parede. Não se atreveram a colá-lo na porta.
Ora isto dá que pensar! Há 6 meses que aquele vidro ameaça cair, e estão à espera de quê?! Uma coisa que quando vi a primeira vez achei digna de elogio, hoje parece-me do maior desleixo. Não encontraram um operário que fosse lá fixar aquela coisa como deve ser? Durante meio ano? Se alguém distraído ou de noite der ali um empurrão e ficar ferido, de quem é a responsabilidade?
É um caso típico do desenrascanço à portuguesa. Deixa estar assim que não há mal nenhum e não se gasta dinheiro...
Às vezes penso que aquelas indemnizações 'à americana' davam jeito.

segunda-feira, fevereiro 01, 2010

Parabéns

Como avisei ontem ao escolher a «música de Domingo» tenho uma grande amiga que faz anos hoje. Eu cá acredito pouco nessa coisa dos signos, mas fui ler o que dizem do «aquário» e... olhem que bate certo:
«Os aquarianos têm uma personalidade forte e atraente. (Há dois tipos de aquarianos: um é tímido, sensível, e paciente. O outro) é exuberante, vivo, e pode chegar a esconder as profundezas de sua personalidade em baixo de um ar frívolo. Ambos os tipos de Aquário têm uma força de convicção e da verdade muito forte e são tão honestos que sabem mudar de opinião se aparecem provas que mostram o contrário do que pensavam antes. Os aquarianos são capazes de ver os dois lados de um argumento, o que os fazem um dos signos mais tolerantes e sem preconceitos de todo o zodíaco. Estão abertos à verdade e dispostos a aprender de todos.O aquariano é humano, sincero, refinado e idealista. Sabe ser perseverante e expressar-se com razão, moderação e, às vezes, com humor. Quase todos os aquarianos são inteligentes, claros e lógicos»

Esta minha amiga é a parte boa desta descrição. Para além de ser uma força da Natureza, tem uma energia que me deixa fascinada. Como eu disse ela adora o mar, eu quando deixo aqui parabéns gosto de os enfeitar com umas flores, mas neste caso só podem ser assim:




Parabéns minha querida!