sábado, maio 31, 2008

Em Maio há 40 anos

Um comentário ao post aqui debaixo, o último post sobre este tema:
«Quanto ao post propriamente dito estou de acordo em que se não "cumpriu" (estou pessoana hoje) uma parte da coisa mas as mentalidades mudaram completamente. Não mais foi nada como era antes e ainda bem.
Claro que depende dos países o rumo que as coisas tomaram. A Alemanha teve as Brigadas, na Itália estou convencida que ainda hoje muito do que acontece, para lá da influência da Máfia que tem origens já do século XIX, tem origem na situação do antigo PCI que nunca digeriu, nem depois do Berlinguer, a movimentação de 68 e teve também as Brigadas (até nós tivemos o nosso simulacro mais centrado na dissidência do que em alguma coisa de facto nova) mas o "fundo" mexeu e mexeu bem...
E há que não focar só a Europa, há que desviar para os States, onde de facto tudo começou, para o México e Brasil e resistência às suas ditaduras
, enfim há que "globalizar" a coisa e AINDA ver o que dela se pode aproveitar. Há que, não digo "reler", mas ler os acontecimentos à luz da distância e tirar os devidos ensinamentos não para memória futura mas para utilização desde logo.
Enfim, n
ão se falou nestes cartazes na chamada "revolução sexual", ou se se falou foi imediatamente terrorizado (isso pelos vistos sabem fazer) por um ou outro comentário. A esses direi, como se dizia na altura,"
Deboutonnez votre cerveau aussi souvent que votre braguette"...para já não citar o Bakounine do qual uma frase foi muito usada "La passion de la destruction est une joie criatrice".
Porque de facto é mais fácil odiar do que amar...
E por aqui me fico.»
AB

Em Maio há 40 anos

Hoje é o último dia de Maio e termina aqui a série de cartazes com que pretendi relembrar a agitação que se viveu há 40 anos.
Alguma coisa mudou entretanto, mas não como na altura se tinha sonhado.
Sobretudo, não na direcção que se tinha sonhado!



sexta-feira, maio 30, 2008

Em Maio há 40 anos



quinta-feira, maio 29, 2008

Há sempre solução

Beeem...



Inté!...

O Pópulo «de baixa»

Caríssimos (amigos, leitores, curiosos, e a quem calhar passar por aqui)

Tenho avisado sempre que vou de férias. E aliás tenho conseguido, até quando estive fora de Portugal, marcar a presença todos os dias com qualquer coisinha, mesmo de férias e tudo.
Mas, desta vez, vou mesmo meter uma baixa.
Imaginem que aqui a ‘je’, pessoa muito pouco, mas mesmo muito pouco, dada a grandes exercícios físicos, arranjou maneira de conseguir aquela famosa lesão que os jogadores de futebol tão bem conhecem: lesionei (parti? isto parte-se?) o menisco.
Tenho andado coxa há algum tempo, coisinha que como é óbvio muito me tem chateado e, finalmente confirmada a causa disto tudo, hoje vou entregar o meu joelhinho nas mãos que espero habilidosas, de um especialista em consertos destes.
Ou seja, entro daqui a pouco no Hospital de onde devo sair já amanhã que isto também não é nenhum drama, mas não faço a mais pálida ideia de quando é que me sinto com energia para atacar de novo aqui a escrita bloguística. Pode ser muito breve, ou não.
De modo que... abraços e beijinhos para todos, portem-se bem, e esperem pela minha volta, sim?

Emiéle


PS – Só uma pequena nota: os posts que estão em rascunho, como por exemplo os da secção Maio 98 ou a Música ao Domingo, vão entrar na mesma. Mas isso são as magias da net…


Em Maio há 40 anos



quarta-feira, maio 28, 2008

Abrir a janela

Quando falta o ar dentro de casa, não se pode deixar de abrir as janelas.
Lá fora podemos respirar.
Há sol, há vento, há luz.



(Post com endereço e com um abraço)

Parabéns, amiga




Há liderança, mas não é a que deve ser



Diz a Amnistia Internacional que falta liderança global nos últimos anos .
Não me parece.
Se ela fala das Nações Unidas, terá toda a razão. Pelos vistos não manda nada, ou muito pouco.
E como diz a A.I. vemos por todo o lado

Também é certo que «a África é a parte do mundo que resume quase todas as formas de violação de direitos» e que «a pobreza e a desigualdade estão enraizadas sobretudo na América do Sul e Central». Etc, etc…
Mas se a ONU não manda nada, e viu-se na guerra do Iraque, há uma forte ‘liderança mundial’, ou as coisas não estariam assim.

Só que quem lidera é o poder económico.
Simples.


E chama-se…







José Silva? João Sousa? Francisco Neves? O nome ainda não se sabe mas tem mais de 40 anos, ganha mais de 700 € por mês e trabalha por conta de outrem. Ah, claro, e... está endividado.
Se descermos aos pormenores vamos descobrir que não é apenas ter + de 40 anos [com mais rigor, 28 % tem entre 50 e 65 anos]; que 25% ganha entre 700 e 1.060 €, ou outros 25% entre 1.060 e 1.630 €; sabemos que 50 % tem no máximo o primeiro ciclo básico de escolaridade e ainda que um terço dos endividados é reformado.
Resumindo toda esta conversa:
segundo o retrato robot, quem anda cheio de dívidas é porque está na segunda para a terceira idade, não é pobre mas está longe de ser rico, não é lá muito instruído e trabalha para um patrão.


Se te falta algum destes items, fica descansado que não deves estar endividado.

Uff...


Óbvio

Reunião entre o Ministro da Agricultura e Pescas e armadores da pesca e sindicatos, no Algarve.
Um dos armadores faz um raciocínio fácil:

1 - O preço do gasóleo continua a subir

2 – O preço do peixe, na lota, continua a baixar.

3 - O consumidor paga um preço mais elevado.

Conclusão:
«Alguém, pelo meio, está a ganhar muito dinheiro».
Não é um silogismo mas podia ser…


Em Maio há 40 anos



terça-feira, maio 27, 2008

Adivinha

Quem vive nesta casinha?




Windows? Huumm...


A ‘sociedade do desperdício’

Cenas da vida diária:

a) A minha impressora começou a avisar que tinha de mudar de tinteiro. Estava no fim. Já não conseguia imprimir mais nada com aquele tinteiro.
………..
Isto foi… aí há mais de uma semana! É verdade que eu imprimo pouco, mas ainda hoje saíram duas folhas que se liam perfeitamente!


b)
O meu filho vai deitar para o lixo a embalagem vazia de um champô que lhe tinham oferecido, especialíssimo e caro. Peguei-lhe e senti algum peso. - Já acabou? - Já!, responde ele, sincero.

Sou teimosa, virei a embalagem ao contrário e deixe-a uns tempos assim, às avessas, e fui depois escorrer para uma tigelinha – até nos rimos tal a quantidade do creme que ainda saiu. Talvez desse para umas duas lavagens mais.


c) Quebrou-se a peça interior do meu espremedor de laranjas eléctrico. É uma coisinha frágil, de plástico. Fui ao representante para comprar uma peça nova. Custava menos 50 cêntimos do que o preço de um espremedor novo. Deitei-o fora e comprei o novo.

d) Quando ia por o lixo à porta vi a minha vizinha que trazia o dela. Mostrou-me o lixo, aborrecida porque a sua filha pequenina tinha feito um buraco nas calças e teve de as deitar fora. Quando sugeri que podia por uma joelheiras olhou-me como se eu fosse um ET.

………………

Sabem mais casos, não sabem?

É a todo o momento. Sinto-me uma 'perfeita anormal' é o que é.

Superstição?

Apesar de muitos de nós nos rirmos com isso, temos de concordar que cada um tem uma supertição(zinha). Por vezes são tão pessoais que nem dá para o confessar, mas a quem não passou pela cabeça que algo correu bem ou correu mal, porque xxxxx aconteceu?... Aceito que haja pessoas completamente avessas a tal sentimento mas ele existe em muitos de nós.
Sabemos que isto, por cá, na Europa, é uma coisa muito leve, mas na Ásia leva-se a sério. E já estava mesmo à espera que os supersticiosos chineses (na nossa perspectiva) procurassem a origem de tantos males em alguma coisa fora do seu controlo.
Uma coisa que na China se leva a sério, são os números.
Alguns são bons, alguns são maus.
O número 4 é maléfico, como todos sabemos. Mas o oito, pelo contrário é um número de sorte… até agora.
A verdade é que se esforçaram por terem os jogos olímpicos de 2008, a cerimónia de abertura deve ser a 8 de Agosto (8 do 8) pelas 8 da noite.
Tudo bem.
Mas.
Afinal o desastre de Sichuan foi a 88 dias da abertura dos jogos!!!
E em Janeiro (a 25 do 1 = 2+5+1 ou seja 8) deram-se uns terríveis nevões que paralisaram parte do país. O terramoto foi às 14, 28 e atingiu 7,8 na escala de Richter.
São demasiados oitos.


Muito generoso

É mesmo só por ser bonzinho.

Lá em Gondomar, o Sporting Clube da terra oferecia fios de ouro a uns senhores árbitros mas sem pedir nada em troca só por pura bondade
É que, vocês não estão a ver bem, eles – os senhores árbitros - estavam mesmo precisadinhos de algumas peças de ouro, e talvez de uns relógios de marca que faz sempre falta em casa.
Um árbitro sem uns cordões de ouro nem é árbitro nem é nada.
Era assim,
recebia as joiazitas "mas sem qualquer contrapartida" é claro, que horror, quem é que pensa nisso?...
Sentia um peso no bolso, metia lá a mão e… oh surpresa!
«Mas qué-isto???
Olha??!... até me dá jeito para atar os sapatos ou coisa assim…»




Uma arma nuclear…

… é de destruição maciça?!

Huuummm…

Não deve ser.

Afinal, se Israel tem
150 armas dessas, é porque as nucleares não devem ser, né?...
Ups!

Diz-se que
«Uma arma de destruição em massa ou arma de destruição maciça é uma arma capaz de causar um número elevado de mortos numa única utilização. Esta designação é atribuída a armas nucleares, a armas químicas e a armas biológicas.»

Oh Diabo! A Wikipédia tem cada uma.
Tem de se informar melhor que esta informação não serve.



Em Maio há 40 anos



segunda-feira, maio 26, 2008

Como é?...

Ups!

Quando as estradas são privadas

Pois é.
Quem se quer deslocar de um sítio para outro vai por uma estrada. Nos tempos muito, muito antigos, abriam-se trilhos para se passar.
Mas, desde o tempo dos romanos que existem caminhos públicos que apesar de terem sido concebidos para as suas legiões se deslocarem mais depressa, podiam ser trilhados por quem não fosse legionário. E desde então, o Poder de cada país ou região mantem uns caminhos públicos por onde todos podem passar.
É certo que ao mesmo tempo que existiam esses públicos haviam outros particulares, fechados ao povo, e sobretudo em questão de pontes lá nos séculos passados havia muitas onde se pagava para atravessar. A portagem. A porta estava fechada, só lá passava quem o dono da porta deixasse.

Hoje, todos os países desenvolvidos têm uma boa rede de estradas.
É natural. E, algumas dessas estradas como são ‘especiais’ exigem muitos cuidados de manutenção e para pagar isso quem por lá passar deve pagar uma portagem.
Por cá, isso tem sido quase uma norma para qualquer estrada decente. Há empresas que são donas das estradas e querem o seu lucro de volta. O impressionante é ser Portugal o sexto país com mais quilómetros de auto-estradas com portagens!!! (Certo, a Alemanha e França, por exemplo têm muito mais, mas olhem só para a proporção dos territórios)
Mas se isso é impressionante como eu disse, muito mais impressionante ainda é saber que
os nossos preços são bem mais elevados do que a média, pois «a generalidade dos países europeus tem mais tráfego e menos receitas do que nós».
Interessante.

Pare, SCUT e pague ,
conforme o título bem-humorado desta notícia.


Ventos de poupança

Uma notícia curiosa e agradável.
Está a trabalhar-se (e em Portugal!!!) num projecto muito interessante: Uma microturbina eólica.
Ou seja, para quem entende pouco ou nada deste tipo de ciência, um aparelho que produz energia e funciona com a força do vento, o que não é novidade, mas neste caso
pode trabalhar com muito pouco vento.
Dizem-nos que
é silenciosa, funciona com pouco vento e pode reduzir a zeros a factura da electricidade lá de casa.
???????

!!!!!!!!

Pelo que aqui se lê, «até ao final do ano, pretende-se que qualquer pessoa possa chegar à loja, comprar a microturbina e montá-la em casa».
Claro que não pode ser tudo um conto de fadas, portanto isto é caro. Oito mil e tal euros, mas afinal é um terço do preço de um automóvel e se há créditos para se comprar um carro porque não para uma compra que se vai pagando a si mesma?...

Se isto já está a funcionar em S. Bento é porque deve valer a pena.


(ideia antiga, heim...?)

Uma história espantosa

Às vezes, ao vermos algumas séries policiais na TV, sorrimos e pensamos cá para nós «mas que exagero!» ou quando as histórias metem advogados, também depois de se sorrir, pensamos «olha que esperto!».
Um caso ‘antigo’ e real, passado aqui na nossa terrinha, merece os dois comentários, ou seja custa a acreditar que se tenha passado na realidade e a "esperteza" do excelentíssimo advogado de defesa é de se tirar o chapéu.
Resumo da história: um casal zanga-se, ele não aceita a rejeição da namorada - mesmo depois de lhe ter enviado, por SMS 1200 mensagens de amor - encontra-a, rega-a com gasolina e pega-lhe fogo.
Horrível? Horrível!
A vítima acusou-o antes de morrer.
O homem foi julgado e condenado. Normal, parecia. Mas a tese da defesa é que a senhora se teria suicidado, daquela forma terrível (nem se fala em 'acidente' apesar de tudo mais aceitável) Pelos vistos, aquando do julgamento, essa tese rocambolesca não se provou com base no testemunho psicológico de uma perita de saúde mental. O advogado, habilidoso, consegue que seja aceite que o relatório da perita é ‘incompleto e não tem qualidade científica’. Perante isso o tribunal decidiu repetir essa parte do julgamento e chamar lá a técnica, mas – e aqui é a surpresa – o advogado não quer aceitar o testemunho desta técnica e exige «a realização de outra perícia e por outro psicólogo»
Pelo que sei a vítima já morreu. Essa nova perícia, por outro psicólogo tirado da cartola do advogado, vai ser interessante.

Eu comecei por lembrar ‘séries’ televisivas, de modo que imagino que quem agora vá a tribunal seja ou a
Allison Dubois ou a Melinda Gordon .
Vai ser giro.


Festival de Cannes



A Palma de Ouro ficou em casa

Ao fim de mais de 20 anos, um filme francês - "Entre les murs" volta a ganhar o maior prémio de Cannes.
Adaptação de um romance escrito por um jornalista e professor, conta o dia-a-dia de um professor e os seus alunos adolescentes, ao longo de um ano escolar. A rua só aparece no início do filme, daí em diante toda a acção decorre «entre as paredes» da escola.

Dada a conjuntura, auguro que venha a ter bastante êxito em Portugal…



Em Maio há 40 anos





domingo, maio 25, 2008

Não me habituo

Começou há muuuitos anos. Em 1956. Aliás há uns dias a vencedora do primeiro destes festivais apareceu em cima do palco, “bem conservada” até, mas…
Quando começou, muito pequenino, rival do de S. Remo, o Festival Eurovisão da Canção tinha apenas oito concorrentes: França, Itália, Alemanha, Suíça, Alemanha, Bélgica, Luxemburgo e Holanda.
Depois cresceu.

Cresceu.

Cresceu.

Quando nós nos interessávamos por isso, aí nas décadas de 60 e 70, não sei agora quantos seriam os países concorrentes, mas calculo que fossem aí uns vinte. Hoje em dia, tem de haver semi-finais e uma final porque são 43 países. Uma maratona de cantigas qual delas a pior (ou sou eu que estou rabugenta).
E a verdade é que, pelo menos na minha família e amigos, há muito tempo que até nos esquecemos desta ‘efeméride’.
E se venho falar nisto é por estranhar a espantosa abertura das fronteiras da Europa.
Aquilo é conhecido por «Eurofestival». E, seria suposto que se passava na Europa. Mas, foi deslizando, Marrocos, Arménia, Geórgia, e sobretudo Israel que lá europeu não é!
Este ano fiquei mesmo de boca aberta quando soube que entrava o… Azerbaijão.
O Azerbaijão???!!!
Fui-me informar e afinal ele até é membro do Conselho da Europa, imagine-se.

Mas na minha cabeça, esses países em «ão» são perfeitamente asiáticos. Tenho de me habituar, mas está difícil.

A Europa está muito grande!


Limites

Como hoje é Domingo, há tempo para um vídeo grandito.
Mostra a uma criança, ou alguém muito inocente, como funcionam «as coisas» e questiona sobre quais os limites...
Não diz nada que não saibamos, mas é interessante relembrar:


Uma musica ao Domingo

Hoje é outro registo.

Gosto de variar, dentro do que aprecio...



Em Maio há 40 anos

Outras imagens




sábado, maio 24, 2008

Homenagem

... a Serge Gainsbourg.


Não digam que não está inspirado?

(pst! Têm de aumentar a imagem para ver a graça...)


A pobreza

Ontem o Público trazia uma entrevista com Bruto da Costa, coordenador do estudo “Um Olhar Sobre a Pobreza”.
Para quem não se recorde, este senhor foi em tempos ministro de
um ministério que já tem tido muitos nomes e, à época, se chamava ‘da Coordenação Social e dos Assuntos Sociais’, o que também era nome rebuscado. Isso foi durante os 100 dias em que fomos governados por Maria de Lourdes Pintasilgo.
Parece-me interessante o que ele diz e não posso transcrever aqui toda a entrevista, sugiro que a leiam. Responde a algumas questões que pairam muito por aí, do tipo «está bem, há quem viva mal, mas comparado com o resto do mundo, até vivemos muito bem!». Porque ao pensar em ‘pobre’ pensa-se em miséria profunda, em sem-abrigos, em quem morra fome.
Mas a definição usada neste estudo é
«alguém que não consegue satisfazer de forma regular todas as necessidades básicas, assim consideradas numa sociedade como a nossa». Notem o ponto: «uma sociedade como a nossa». Pobreza é «não ter recursos para participar nos hábitos e costumes da sociedade» e se é que se vive, é aqui que as coisas devem ser avaliadas.
Este estudo diz-nos que a pobreza em Portugal anda à volta dos 20% da população. Se em vez de 20 passou para 18 ou 19 como explicam, são ainda valores muitíssimo altos. E o ‘interessante’ é que aqui se mostra que para além dos casos evidentíssimos dos desempregados, a taxa de famílias pobres entre pessoas que trabalham é ainda muito elevada. E isso é chocante.
Donde a conclusão lógica que os salários demasiado baixos são uma das condições de pobreza, e entra-se depois no círculo vicioso: não se podem aumentar os salários sem aumentar a produtividade; mas uma das causas de baixa produtividade é a baixa qualificação dos trabalhadores, etc…
Por outro lado é curioso como se passa uma mensagem culpabilizante com tanta facilidade. Parece que dois terços dos portugueses atribuem a pobreza a factores do tipo ‘fatalismo, má sorte, preguiça dos pobres’! Diz-se nesta entrevista que quando de fez um debate sobre o RSI, parecia que as pessoas estavam mais interessadas em combater a fraude dos pobres do que em resolver o problema da pobreza.
Vemos isso, todos os dias, a par de atitudes de xenofobia.
Afinal Thomas Frank já explicou
«porque é que os pobres votam à direita».


Em Maio há 40 anos





sexta-feira, maio 23, 2008

O andar dos tempos A corrida dos tempos








Estava ontem a olhar distraidamente para o monitor do pc, e para o sinal piscando: a net estava a funcionar. Achei normal. Aliás quando isso não se passa, fico logo alarmada e vou investigar que anomalia é essa.

Depois, se as palavras são como as cerejas os pensamentos também, e comecei a 'rebobinar o filme' das minhas relações com a informática.

Há muitos anos entrou cá em casa um computador.
Foi uma prenda de anos, mas era um objecto usado, e muito, muito usado. A pessoa que o ofereceu, como comprou um novo deu-nos o velho. Uma festa, sobretudo para o meu filho, apenas ‘estragada’ com o comentário de um outro amigo que reparou na falta de impressora. Pois, mas eram bem caras ainda e se a fôssemos comprar, uma coisa que era de graça passava a ser pesadota.

Claro, uns meses depois lá veio a impressora. E esse pc velhinho foi fazendo a sua função, com diversos arranjos, remodelações de gente entendida, e a sua vida útil foi prolongada. Mas aquilo não aceitava programas mais modernos, e muito menos a net.
Assim, tempos passados lá se comprou um 'moderno', um portátil para poder ir para vários sítios, e com um modem de ligação à net.
Outra festa! Mas a net, ficava cara - por telefone e não se falava em bandas largas nem coisas dessas. Ligava-se uns 10 minutos para receber e enviar emails e fechava-se logo para a conta não subir muito!
O velhinho, infectado por uma diskette talvez, um dia crashou de vez. Só para o lixo. Havia o portátil e era bem bom, só que estas coisas mudam de mês para mês, e já tinham passado os anos suficientes para que agora se olhasse para ele e o achássemos muito fraquinho. Isto é uma espiral vertiginosa! Contas feitas, investimos num de secretária, mas «bom». (Diga-se que esse, é o que ainda tenho, muito ‘reciclado’ mas a funcionar…) E aqui posso ter pastas para tudo o que é importante, coisas escritas que seriam toneladas de papel, estão ali à mão, à distância de um clic. E um scaner para meter cá dentro o que não pode entrar pelo teclado.
Quanto à net, fomos então para uma banda larga e a coisa melhorou muito.
Hoje em dia ligo o computador sempre que estou em casa, explicaram-me que não faz mal estar ligado, até é pior ligar e desligar muitas vezes, e a net aparece-me automaticamente. Recorro a ela para mil e uma pequenas e grandes coisas. Qualquer dúvida é esclarecida muito mais depressa aqui do que por meios tradicionais. O que vai no cinema, qual a origem duma palavra, que saldo tenho no banco, como era mesmo aquele poema…?
O caminho percorrido desde que a versão arqueológica deste bicho subiu o meu terceiro andar, até hoje, é impressionante!

«Assim vai o Mundo»…

(pensar que tudo começou assim e hoje já os temos assim)


Em Maio há 40 anos



quinta-feira, maio 22, 2008

Vinho e música


Só faltam as flores para uma opereta!
Bonito, heim?
Um estudo diz que ouvir música enquanto se prova um vinho bebe um vinho vai influenciar aquilo que se saboreia.
Não me parece grande novidade, só que este estudo tem, como é fácil adivinhar, intuitos comerciais e foi naturalmente encomendado para aumentar as vendas.

Cá está:
«Os consumidores comprariam cinco vezes mais os vinhos franceses em comparação aos alemães se houvesse o som de acordeão nos supermercados […] e ao som de uma bandinha alemã, o vinho alemão foi vendido duas vezes mais do que o francês».
Quanto ao ‘vinho alemão’, pff…
Mas já agora, que música se recomendava para os vinhos portugueses?

Em Maio há 40 anos




quarta-feira, maio 21, 2008

Mini férias




Cá vou eu…

Aproveitando de novo um fim-de-semana prolongado, um dos últimos antes das férias grandes.

Durante estes dias, até Domingo à noite, vou estar longe de Lisboa. E apenas escrever um ou dois postzinhos por dia, no sistema habitual – café, net, e voltar para casa!

De qualquer modo imagino (e desejo) que os meus visitantes habituais também não pairem por aqui muito tempo, porque seguem o meu exemplo e terão as suas mini-férias.


Até breve!

Descansem.



(a foto é minha; cliquem à vontade para a verem em grande!)

Controlo de velocidade?

Se não vai de uma forma, vai de outra!
Sempre queria ver os 'pés pesados no pedal' numa estrada destas...


Cá está!



Bastava andar de olhos abertos.

São números:
Para comprar alimentos, famílias cortaram no vestuário e calçado
É que não é ‘propaganda’ ou ‘má vontade’, é a crise na sua verdadeira e dura expressão.


Uma simples malinha

Já há muitos anos, quando ainda não era moda os anúncios humorísticos, alguém criou um muito engraçado (mais tarde já voltei a ver muitas vezes a mesma ideia, mas é do primeiro que me lembro)

Aparecia uma dama com uma expressão muito snob, que numa voz blasée nos informava: «
Para mim qualquer coisinha serve. Qualquer carrito (e via-se a imagem de um Rolls-Royce), qualquer trapito (e aparecia um bruto casaco de peles) uma simples bijouterie (e víamos um verdadeiro colar de diamantes) ou um simples ***** (a aparecia o produto do reclame)»
Pelos vistos
Louis Vuitton não entende esse conceito de publicidade
No caso em questão Paris Hilton seria o tal símbolo do luxo, e portanto a mala até era muito elogiada.
Não se vê que seja beliscada a ‘propriedade intelectual’, mas eles lá sabem.


Talvez a polémica ajude mais a não esquecer Dafour.


Nem chegou aos 23


Faltou «um pedacinho assim», foram 22,9 %, nem chegou aos 23 nem nada, o lucro da GALP nos primeiros 3 meses deste ano.
Coitados.
Afinal não passou de 175 milhões de euros de lucro .
Coisita pouca.


E ainda andam a dizer coisas…


(espreitem AQUI o magnífico anúncio que o Farpas desencantou)


Na África do Sul

Como é possível?

A vaga de violência contra imigrantes africanos - sobretudo do Zimbabwe e Moçambique, mas também Somália ou Tanzânia - já levou mais de 13 mil pessoas a deixarem os bairros pobres em torno da capital económica da África do Sul.
Fico sem palavras, estarrecida, custando a acreditar que «
grupos de jovens armados com machados e facas lancem uma verdadeira caça ao imigrante em alguns bairros de lata».
São jovens, já cresceram depois do apartheid, de onde vem tanto ódio, tanta violência mal orientada?

Sim, como é possível?!


Em Maio há 40 anos


terça-feira, maio 20, 2008

Liberdade






(para clicar)

O lixo de Nápoles

Tenho a ideia que uma das promessas de Berlusconi na sua campanha foi que iria acabar com o lixo de Nápoles.
Sabendo que por detrás dessa questão do lixo está um ramo da Máfia, a coisa pode ser é insolúvel difícil impossível complicada…

Pelos vistos, os napolitanos perderam a cabeça e decidiram
pegar fogo ao lixo o que deve trazer consequências gravíssimas e o risco de descontrolar os incêndios.
Por outro lado é estranha a ideia de enviar comboios de lixo, (100.000 toneladas!) para a Alemanha.


Um tanto metafórico, essa de exportar o lixo…



Morfina

Este Europeu 2008 é o melhor que pode ter acontecido aos senhores que nos governam.
Hoje ao passar os olhos pela impressa virtual, a partir da terceira notícia (?) , comecei a comecei a contar as reportagens sobre este importante acontecimento.
Encontrei uma , mais outra , mais outra , mais outra , mais outra, mais outra, mais outra , mais outra , mais…
Não!
Sei que havia mais porque percebi que a coisa continuava, mas desisti, fiquei cansada.

Não há dúvida de que estas férias o país vai ter muito que discutir. Imenso.

Eu própria sei que me vou interessar por um ou outro jogo e dar também o meu palpite, mas isto é demais.

Não é difícil entender que muita gente vai adormecer completamente para os problemas reais.

O pior vai ser o acordar.


Em Maio há 40 anos



segunda-feira, maio 19, 2008

Sem vizinhos

Há quem goste de não viver apertado num apartamento.
E, claro, quando se pode, pode!

A este, ninguém lhe bate à campainha inesperadamente e deve ter vista.
Mas não era preciso tanto...

Um verdadeiro pesadelo

Lembro-me que no ‘maior’ tremor de terra porque passei, senti a casa a tremer bastante e durante 'muito tempo' - aquilo foi um minuto talvez - e eu só dizia em voz alta «Mas isto nunca mais pára?! Mas isto nunca mais pára?!» e fugi para a rua com receio da réplica que não aconteceu felizmente ...

Foi há muitos anos, não houve incidentes de maior mas nunca me esqueci, e fiquei desde então com enorme receio de tremores de terra.
Imaginar o que seja, seis dias depois do primeiro e enorme sismo, a terra continuar a tremer na China, está fora da minha capacidade.
Nem consigo!

Que desgraça, que verdadeiro pesadelo aquela pobre gente está a viver.

E quando é a Natureza que decide, vê-se bem quem é que manda…
São forças assustadoras porque incontornáveis.


A Concordata


As questões com a Igreja nunca me tiraram muito o sono porque, francamente, nem costumo pensar nisso.
Mas esta não sabia eu, e se calhar muita gente.

A concordata de 1940 mantém-se válida nos princípios que transitaram para a nova Concordata, enquanto esta não for regulamentada pela Assembleia da República ou pelo Governo. declarou o senhor Patriarca.
Ele explica que «o estatuto das escolas católicas, a disciplina de educação moral e religiosa e a assistência hospitalar e em meios prisionais [….] e a moldura legal em que os sacerdotes irão pagar impostos» mantêm-se ainda por resolver.

Que a Igreja
regulamente cuidadosamente o seu modo de funcionar , isso é entre ela e os seus fieis. Negócios internos.
Mas que num estado laico, que reviu a Concordata, afinal se esteja à espera de regulamentação há 4 anos e na falta desta muita coisa se mantenha na mesma, é no mínimo, de estranhar.

Dez anos depois

A ‘famosa’ Expo está quase a fazer anos, e seria interessante fazer-se um balanço.
Como ponto positivo, aquela zona onde ela se montou que era um amontoado de lixo, ficou uma beleza durante a exposição e mantêm-se um dos pontos agradáveis de Lisboa. Não só não morreu como se tem desenvolvido.
Mas como ponto negativo, é uma pena que tanta coisa interessante que foi construída especialmente para ela, não se tenha conseguido conservar mesmo que diversas Câmaras tivessem recolhido muito material.
Sabe-se que do «Pavilhão do Conhecimento dos Mares, vendido à Câmara Municipal de Aveiro, pouco resta senão o mapa mundi». O ecrã da Praça Sony, também acabou no lixo. Parece que o que está preservado é o Pavilhão de Macau que ficou em Loures.

Uma pena…

Em Maio há 40 anos