segunda-feira, maio 26, 2008

Uma história espantosa

Às vezes, ao vermos algumas séries policiais na TV, sorrimos e pensamos cá para nós «mas que exagero!» ou quando as histórias metem advogados, também depois de se sorrir, pensamos «olha que esperto!».
Um caso ‘antigo’ e real, passado aqui na nossa terrinha, merece os dois comentários, ou seja custa a acreditar que se tenha passado na realidade e a "esperteza" do excelentíssimo advogado de defesa é de se tirar o chapéu.
Resumo da história: um casal zanga-se, ele não aceita a rejeição da namorada - mesmo depois de lhe ter enviado, por SMS 1200 mensagens de amor - encontra-a, rega-a com gasolina e pega-lhe fogo.
Horrível? Horrível!
A vítima acusou-o antes de morrer.
O homem foi julgado e condenado. Normal, parecia. Mas a tese da defesa é que a senhora se teria suicidado, daquela forma terrível (nem se fala em 'acidente' apesar de tudo mais aceitável) Pelos vistos, aquando do julgamento, essa tese rocambolesca não se provou com base no testemunho psicológico de uma perita de saúde mental. O advogado, habilidoso, consegue que seja aceite que o relatório da perita é ‘incompleto e não tem qualidade científica’. Perante isso o tribunal decidiu repetir essa parte do julgamento e chamar lá a técnica, mas – e aqui é a surpresa – o advogado não quer aceitar o testemunho desta técnica e exige «a realização de outra perícia e por outro psicólogo»
Pelo que sei a vítima já morreu. Essa nova perícia, por outro psicólogo tirado da cartola do advogado, vai ser interessante.

Eu comecei por lembrar ‘séries’ televisivas, de modo que imagino que quem agora vá a tribunal seja ou a
Allison Dubois ou a Melinda Gordon .
Vai ser giro.


7 comentários:

Anónimo disse...

Estas lutas de galos, perdão, de advogados, servem sobretudo para dar má fama à profissão.
Este caso é inacreditável.
O sujeito não quer aceitar a primeira psicóloga? E quer ouvir outra? E pretende provar que uma pessoa estaria tão louca que decidiu auto-incendiar-se como forma de suicídio?!
Com uma maluca dessas o namorado devia era fugir dela a sete pés, e não massacrá-la com milhares de sms de amor...

Anónimo disse...

Horrível, Emiéle!
É tudo horrível.
A cena de «violência doméstica» (?????) de tal amplitude, e depois esta justificação idiota.
Seria preciso uma perícia médica para declarar que uma pessoa não se auto-imola daquele modo a não ser que esteja completamente louca?!
O que me parece é que o senhor advogado tinha de descobrir alguém que jurasse a insanidade absoluta da senhora. Não basta matá-la assim, ainda é preciso insultá-la depois de morta?!

Anónimo disse...

É realmente uma história espantosa, como lhe chamas.
Nem sei se é lata a mais se vergonha a menos.
E quem ressuscita a desgraçada...????

Anónimo disse...

Gostei da hipótese da Melinda e da Allison. E talvez juntar as duas que a coisa está preta!

Anónimo disse...

E porque não chamar o Sebastian Stark , da série «A Lei do mais Forte, Shark» que ele é que é bom a desfazer advogados de defesa desse tipo.
Quem dera!!!
(isto para manter o tema 'séries')

josé palmeiro disse...

Completamente esclarecedora do estado a que a "justiça", se assim se pode chamar, chegou no nosso país. Vergonhoso!!!

cereja disse...

Estrelinha, afinal parece que voltaste para ficar!!! Ao tempo que não comentavas aqui :D E tens razão, já que se fala de tribunais aqui estava mesmo a pedir aquele tipo que arruma mesmo com os advogados de defesa «espertalhaços».
Zé, a gente espera ainda que o tribunal não vá nessa conversa. Mas lá que tentou, tentou. Eu posso aceitar que a psicóloga tivesse fundamentado mal a sua opinião (se calhar achou aquilo tão absurdo que não se deu a grande trabalho) mas o querer outra pessoa agora, é interessante.