quarta-feira, novembro 29, 2006

Flexinsegurança

É interessante seguir bons exemplos “lá de fora”. Andamos sempre a dizer isso, e faz muito sentido: se uma coisa provou ser boa, porque não a adoptar?
Mas é estranho quando se pretende copiar apenas uma parte desses famosos «exemplos».
Eu quero fazer uma casa. É sabido que vou precisar de janelas e telhado, para ser uma casa decente. Mas antes terei de construir as paredes onde vou abrir as janelas e assentar o teto. Aliás, antes da construção das paredes é conveniente que abra uns bons alicerces.
O nosso governo tomou agora a Dinamarca como modelo. Excelente. Já aqui tenho dito que me parece um bom modelo – país pequeno, sem grandes riquezas naturais, e que se tem desenvolvido de um modo magnífico. Mas começaram a querer copiar o tal modelo de janelas sem ter a parede construída.
Flexisegurança?
Maria da Paz Campos Lima pode falar com conhecimento do assunto. É investigadora nos campos da sociologia do trabalho e conhece muitíssimo bem a Dinamarca. E é ela que nos explica como esse modelo está longe de nós, cá onde a nossa rede social de apoio é de uma enorme fragilidade, o que não se passa na Dinamarca. Segundo afirma «a virtude do modelo dinamarquês não está na facilidade de contratar e despedir mas sim na flexibilidade interna das empresas, na qualificação e nos recursos humanos

6 comentários:

Anónimo disse...

Ouvi ontem essa entrevista. Parecia que a entrevistada sabia bem do que falava, tinha muita segurança e conhecimento de causa.
A tua imagem dá bem a ideia: por onde é que se começa uma construção??? Porque tudo o que sei é que os apoios sociais lá nesses países são ainda uma miragem para nós.

Anónimo disse...

é uma oferta do pior dos dois mundos!
Não, obrigado!

Anónimo disse...

Flexisegurança.
eis a novilíngua.

Anónimo disse...

Mas o pior é que neste caso escolhem só a fatia desse "modelo nórdico" que mais convém. Como a investigadora realçou são realidades completamente distintas.

Anónimo disse...

Realmente é cada uma pior do que a outra.
Gostei do teu trocadilho: Flexinsegurança

Farpas disse...

Qualquer dia andamos todos de capacete com cornos na cabeça e machados e escudos apenas porque sim. Não basta só parecer amigo Sócrates!... Muito bem que se tente seguir um bom modelo... mas não pode ser só tirar! É preciso também saber dar um pouco!