terça-feira, junho 26, 2007

Tão diferentes que nós somos!

Acabo de ler uma notícia interessante.
Em 2006 os italianos, foram a museus, cinema, teatro e estádios de futebol.
Nós também.
Imagino que estejam contabilizadas as nossas entradas nestes diversos locais, mas não nos disseram nada. Contudo, lá na Itália deram-se a esse trabalho. E, imagine-se, a que espectáculo é que os italianos mais foram?
Adivinham?
Teatro! Foram ao teatro 13 milhões e meio de espectadores, mais cerca de um milhão do que aos estádios de futebol. Teatro (!!) que na nossa terra é o parente pobre dos parentes pobres. Eu conheço pessoas que NUNCA foram ao Teatro.
De qualquer modo esta estatística italiana faz-nos pensar. É que todos estes campos culturais tiveram um aumento de frequência em relação a 2005 – o Teatro foi quem mais aumentou, 29%, mas o cinema também aumentou 14,4% e os museus 10,9%.
Pois é verdade. Nós por cá também fomos ao cinema, teatro, museus e futebol. Mas em que percentagem?

5 comentários:

Anónimo disse...

Alguma dúvida?
Futebol à frente, cinema um bocado abaixo e lá muito para baixo, mesmo muuuuito, os tais museus e teatros (que é isso de teatro?)
Ah, aí a meio podem estar uns concertos daqueles dos festivais de música, que levam logo uma multidão de cada vez.
E assim vai o mundo, ups, Portugal.

cereja disse...

Olá Mary|
Tens aparecido agora muito por cá, daqui a pouco tens direito ao «pin» dos Amigos do Pópulo!
Eu também penso que seja como dizes. A verdade é que como os bilhetes são vendidos as 'actividades económicas' de certeza que têm números, mas nunca os ouvi. E estes da Itália deixa-nos cheios de inveja. Aqueles tipos tiveram o Renascimento e ficou-lhes a cultura nos genes...

Anónimo disse...

E, sobretudo, acham que se aumentou a percentagem...?
Baah!
Temos a TV e chega e sobra.

Anónimo disse...

O Teatro é feito por portugueses para portugueses. Nós por cá não gostamos de nós. Por isso não vamos ao Teatro. Não gostamos de nos vermos ao espelho. O que vem do estrangeiro é sempre melhor. Foi preciso um brasileiro para despertar o sentido de Pátria. E conseguiu-o no Futebol,graças às vitórias ,com a preciosa ajuda da comunicação social. Era preciso um milagre, uma inspiração divina. Não! Se calhar bastava mais e melhor educação, mais sede de arte e cultura, mais e melhor apoio do Estado e o Teatro assentaria arraiais por essas salas do país.

Infelizmente temos por aí uns liberais da treta, que defendem o lema do "utilizador-pagador" (basta ler as notícias do Rivoli-Porto), fazedores de opinião que só desajudam, ridicularizando o que nunca viram. São os que vão ao Teatro a Londres a Nova Iorque a Paris. Petulantes!

E quando os que o deveriam apoiar escolhem patrocinar corridas de automóveis antigos, fogo de artíficio, música pimba e os êxitos garantidos de Filipe La Feria(que também aprecio, há espaço e tempo para todos os géneros no Teatro).É o caminho mais fácil para a conquista do mandato seguinte.

cereja disse...

Muito obrigada, Nanda.
Sei que talvez eu não seja isenta, porque gosto imenso desses espectáculos e nem toda a gente terá os meus gostos. Mas é uma terrível bola de neve - há pouco teatro, o que há está muitas vezes às moscas, e muita gente entra com entradas de favor. (é curioso porque ninguém pede entradas de borla no cinema ou no futebol, mas acha-se natural fazê-lo no Teatro...) e como há pouco, pouca gente é atraída. E, como muito bem dizes, o papel de 'propaganda' que a comunicação social tão bem utiliza noutros casos, aqui só surge quando há algum escândalo - o caso do Rivoli, por exemplo. Mas a BOA publicidade, raríssimamente se vê.
Depois... como muito bem dizes, os snobs que têm possibilidades, vão 'lá fóra' Quem anda por cá e gosta da Arte, aproveita uns Festivais de Teatro, mas é pouco para a nossa sede. E faz dó ver montar-se uma peça para estar 15 dias em cartaz...