sábado, outubro 31, 2009

Boas Notícias

Desta vez encontrei duas «boas notícias» com algumas reticências, é certo mas no essencial devem ser elogiadas:
Dizem-nos que em Trás os Montes cinco mil famílias vão passar a pagar menos pela electricidade. Além de que a EDP vai distribuir 120 mil lâmpadas ‘economizadoras’ e que são bem caras...
É uma boa medida, vamos ver se o Portugal Profundo fica, pelo menos, melhor iluminado...

E, por outro lado, ficamos a saber que por cá estamos muito bem quanto ao acesso online a serviços públicos
Acima de nós só a Áustria, imagine-se!!!
Claro que falta o resto: que a população que beneficia deste belos serviços domine convenientemente a técnica de saber servir-se deles. Essa já é outra coisa, mas a verdade é que não falta tudo.
Ainda bem.
A minha optimistica rubrica de sábado vai-se mantendo.

sexta-feira, outubro 30, 2009

Antípodas


Na febre das estatísticas, números, estudos, avaliações, com que quase diariamente somos inundados, li no outro dia esta ‘belíssima’ informação: os portugueses vivem em média 44,6 anos de felicidade
Iupi!
Claro que aos 45 anos talvez seja melhor imigrar, porém até lá é felicidade garantida. Mainada!
Mas olhando para o «mapa da felicidade», (a felicidade é verde, heim?) vemos que se queremos viver bem, mesmo bem, para além dos países nórdicos do costume, e para além do Canadá, temos uma excelente hipótese que é a Austrália.
Austrália!!!!
É perfeito, porque concilia a bela qualidade de vida com a ausência do gelo que até parecia ser condição sine-qua-non para se conseguir essa boa qualidade de vida. Não senhor, lá há sol e as pessoas vivem felizes!
A verdade é que é um pais mais ou menos discreto, raramente chama a atenção. Vemos actores e filmes australianos que com alguma distracção até pensamos que são americanos, de vez em quando fala-se de uns incêndios, de um record de isto ou daquilo, mas não anda muito nas parangonas dos jornais. E pelos vistos, pelos melhores motivos . Está em segundo lugar no Índice de Desenvolvimento Humano, o que é fantástico, se associarmos a que é «a sexta nação mais feliz do mundo».
É fácil acreditar. Se está entre os primeiros pelos seus indicadores de económicos, funcionamento das instituições democráticas, educação, saúde, segurança, liberdades pessoais, e ainda por cima tem magníficas praias de surf, paisagens maravilhosas, e bom clima, o que se deseja mais?...
Nesta reportagem do i, os elogios cobrem tudo: rendas de casa, transportes, gás, electricidade e água são mais baratos do que em Portugal; é possível ir viajar durante um ano, sabendo que quando voltam arranjam trabalho; é fácil arranjar emprego, o clima é óptimo, a segurança social funciona; o meio de transporte principal nas cidades é o eléctrico; tem um sistema de saúde que, em vez de contribuir para acumular stress, ajuda os "aussies" a serem mais felizes...

Estamos nos nossos antípodas, é mesmo certo.

quinta-feira, outubro 29, 2009

Frei Tomás



Pagar a tempo e horas (devia ser o normal, mas afinal parece que não é: até tem um programa especial e tudo...)
A noticia já vem da semana passada mas só hoje me deu para reparar nela: até agora o Estado tinha cerca de 3 meses para pagar as suas dívidas às empresas que lhe prestavam serviços, mas agora, Bruxelas segundo a Directiva do Pagamento Tardio apertou esse prazo para um mês. Ameaça - se isso não se cumprir Portugal perde os apoios comunitários.
Parece sério.
Todos nós sabemos que quando devemos alguma coisa ao Estado ele é bem lesto em se fazer pagar. Ao Estado, aos Bancos, a tudo o que detenha poder. Quem não ouviu histórias que nos parecem caricatas de uma dívida ínfima, de cêntimos, que implicou o congelamento do ordenado ou até a ameaça do arresto de bens. A explicação é que a lei é cega, tanto vale cêntimos como milhões (mas não parece ser bem assim porque os milhões safam-se melhor…)
Por outro lado, quem teve negócios com o Estado, sabe que não existe mais lento pagador. Com múltiplas desculpas - no que parece um novelo muito enrolado e com muitos nós – paga atrasado, muito atrasado, atrasadíssimo. Dá para desesperar. Muitas vezes tem de se passar a factura ou o recibo verde, muito antes de a conta ter sido paga. Claro que com esse sistema ele próprio é prejudicado (ou seja todos nós) porque quem se prepara a vender alguma coisa ao Estado, quando pode inflaciona um tanto a proposta para compensar o tempo de espera…
Esta informação diz-nos que «o Estado deve três mil milhões de euros às PME». É muito dinheiro. Pôr estas contas em dia parece impossível, até porque, pelo diz o presidente da Associação Nacional das PME, «os fundos de Bruxelas estão a ser desviados para Lisboa e orientados para as grandes empresas».
Será?

Eleições em Moçambique

As informações são apenas as que possa ter pela comunicação social mas são poucas .
Parece que não correram mal correm bem.
Oxalá!
Desejo com toda a força que assim seja, tenho a maior estima por aquela terra e aquele povo que bem merece conquistar uma vida digna e decente.

quarta-feira, outubro 28, 2009

Regresso

Depois de estes dias de 'ausência' relativa volto a minha atenção para aquilo que vulgarmente me costuma interessar.
Dou uma espreitadela aos mails, jornais, blogosfera, esperando que as grandes tragédias da última semana – o anúncio do Pingo Doce, as declarações do nosso Nobel sobre a Bíblia e a opinião da Maitê Proença – estejam alegremente ultrapassadas.
E, por enquanto, o novel governo deve estar no período de graça, pelo que é simpático esperar uns minutos antes de se desatar a malhar nele...
Tudo em paz?... (a expressão lembra-me logo a «pequena aldeia gaulesa» etc, etc...)
Mas, ou é de mim ou os meus olhos só caem em faits-divers:
O padre que foi preso no final da missa por armazenar armas de fogo
Ou então, dizem que começou o julgamento de António Preto mas afinal... foi adiado
A tal senhora, vítima do Polanski, já só quer é que a deixem em paz ainda por cima já foi indemnizada há que anos.
O caso da menina russa que foi devolvida à mãe, só porque era mãe, ainda vai alimentar muitas 1as páginas e indignar muita gente.
Continua a telenovela da vacina da gripá, e os taxistas sentem que têm direito a estar num grupo prioritário. Ora pois, não são menos que os da carris!

Enfim, é melhor fechar os jornais e pensar que se as notícias são estas é porque as notícias (???) são boas (pas de nouvelles, bonnes nouvelles)

terça-feira, outubro 27, 2009

Convalescença

A parte boa da doença é a convalescença.
(atenção, eu disse a parte boa da doença, não quero negar que o melhor mesmo é nem chegar a estar doente…)
Quando acaba a montanha russa de muito frio ou muito calor, quando olhamos para um prato de comida sem repulsa, quando se poisa os pés no chão e ele fica firme, quando se consegue ler um parágrafo inteiro de um livro, quando um dia é mais do que um longo período de sono agitado.

Saborear um verdadeiro dia de convalescença é muito bom.

Não se tem má consciência de não se cumprir as obrigações habituais, porque afinal… ainda se está doente. Toda a justificação.
E 'direito' a exigir miminhos da família e amigos.
Chega a «fada-do-lar» e faz-nos a cama de lavado.
Depois do duche para tirar o sabor azedo que a febre nos deixou, tira-se da gaveta uma nova camisa de noite, a cheirar bem.
A almofada afofada acompanha a curva das costas, onde agora já só se sente uma moinha e não as dores da véspera.
Atiramo-nos para a cama com um suspiro consolado.
Recostamo-nos e pegamos num livro.
Telefone à mão, se nos apetecer conversar.
E o portátil aqui ao lado para espreitar notícias ou escrever este post.
Aaaaaah...
Sabe bem.



segunda-feira, outubro 26, 2009

Publicidade

Quem me tem acompanhado deve ter notado que a rubrica Publicidade tem andado parada já há uns tempos.
Mas hoje, ainda não completamente recomposta de uma parva de uma gripe, não me apetece escrever nada e sim deixar por aqui um sorriso.:)
Portanto, senhoras e senhores, é sempre conveniente saber a opinião da fotocopiadora quanto à qualidade do papel, ou então...


domingo, outubro 25, 2009

Dança das Horas


Todos os anos passamos por isto duas vezes e sempre com protestos. A prova provada de que nunca-se-consegue-agradar-a-todos.
Por motivos mais ou menos técnicos e económicos (poupar-se na luz eléctrica, pelo que me explicaram) ao chegar à Primavera come-se uma hora num certo dia e quando aparece o Outono devolvem essa hora. Ou seja, o dia a noite de hoje tem teve uma hora a mais, quando acordámos pensámos «olha! Tão cedo…» e agora durante todo o dia vai-nos parecer que o almoço e o jantar nunca mais chegam mas… a noite vai chegar muuuuito depressa, snifff....
E é essa parte a interessante e que mostra que de facto nunca se pode agradar a todos.
É que, por mais malabarismos que se faça com os relógios, o sol lá anda, a nascer e a pôr-se quando quer fazê-lo. Portanto, se agora pode saber bem levantamo-nos com o sol a nascer, é mais alegre e estimulante, por outro lado passamos a regressar a casa já noite escura, o que não tem graça nenhuma.
E entre os meus amigos encontro duas facções distintas: os que preferem acordar com luz mesmo que sacrifiquem o final da tarde, e estão agora satisfeitos, os que gostam imenso dos entardeceres e odeiam acordar - com luz ou sem luz - e estão muito aborrecidos.
Ah, é verdade. Conheço também os permanentemente aborrecidos, protestam agora porque vai chegar a noite mais cedo e protestaram em Março porque passaram a levantar-se mais cedo.
Vamos lá entendê-los…

Uma música ao Domingo

Já que os bilhetes esgotaram...

sábado, outubro 24, 2009

Em adenda à notícia debaixo:



Estou olhando o teu retrato, meu velho pisano,

aquele teu retrato que toda a gente conhece,

em que a tua bela cabeça desabrocha e floresce

sobre um modesto cabeção de pano.

Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da tua velha Florença.

(Não, não, Galileo! Eu não disse Santo Ofício.

Disse Galeria dos Ofícios.)

Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da requintada Florença.

Lembras-te? A Ponte Vecchio, a Loggia, a Piazza della Signoria…

Eu sei… eu sei…

As margens doces do Arno às horas pardas da melancolia.

Ai que saudade, Galileo Galilei!

Olha. Sabes? Lá em Florença

está guardado um dedo da tua mão direita num relicário.

Palavra de honra que está!

As voltas que o mundo dá!

Se calhar até há gente que pensa

que entraste no calendário.

Eu queria agradecer-te, Galileo,

a inteligência das coisas que me deste.

Eu,

e quantos milhões de homens como eu

a quem tu esclareceste,

ia jurar- que disparate, Galileo!

- e jurava a pés juntos e apostava a cabeça

sem a menor hesitação-

que os corpos caem tanto mais depressa

quanto mais pesados são.

Pois não é evidente, Galileo?

Quem acredita que um penedo caia

com a mesma rapidez que um botão de camisa ou que um seixo da praia?

Esta era a inteligência que Deus nos deu.

Estava agora a lembrar-me, Galileo,

daquela cena em que tu estavas sentado num escabelo

e tinhas à tua frente

um friso de homens doutos, hirtos, de toga e de capelo

a olharem-te severamente.

Estavam todos a ralhar contigo,

que parecia impossível que um homem da tua idade

e da tua condição,

se tivesse tornado num perigo

para a Humanidade

e para a Civilização.

Tu, embaraçado e comprometido, em silêncio mordiscavas os lábios,

e percorrias, cheio de piedade,

os rostos impenetráveis daquela fila de sábios.

Teus olhos habituados à observação dos satélites e das estrelas,

desceram lá das suas alturas

e pousaram, como aves aturdidas- parece-me que estou a vê-las -,

nas faces grávidas daquelas reverendíssimas criaturas.

E tu foste dizendo a tudo que sim, que sim senhor, que era tudo tal qual

conforme suas eminências desejavam,

e dirias que o Sol era quadrado e a Lua pentagonal

e que os astros bailavam e entoavam

à meia-noite louvores à harmonia universal.

E juraste que nunca mais repetirias

nem a ti mesmo, na própria intimidade do teu pensamento,

livre e calma,

aquelas abomináveis heresias

que ensinavas e descrevias

para eterna perdição da tua alma.

Ai Galileo!

Mal sabem os teus doutos juízes, grandes senhores deste pequeno mundo

que assim mesmo, empertigados nos seus cadeirões de braços,

andavam a correr e a rolar pelos espaços

à razão de trinta quilómetros por segundo.

Tu é que sabias, Galileo Galilei.

Por isso eram teus olhos misericordiosos,

por isso era teu coração cheio de piedade,

piedade pelos homens que não precisam de sofrer, homens ditosos

a quem Deus dispensou de buscar a verdade.

Por isso estoicamente, mansamente,

resististe a todas as torturas,

a todas as angústias, a todos os contratempos,

enquanto eles, do alto incessível das suas alturas,

foram caindo,

caindo,

caindo,

caindo,

caindo sempre,

e sempre,

ininterruptamente,

na razão directa do quadrado dos tempos.

António Gedeão

No céu

Passaram 400 anos desde que Galileu investigava o céu com os seus telescópios.
Para comemorar essa data muitos países vão ter 100 horas de Astronomia ou seja durante 3 dias vai-se espiolhar bem o céu e observar os planetas, com bastante mais comodidade do que o Galileu e menos ‘risco’ de chocar as autoridades científico/religiosas.
Por cá poderemos espreitar aqui por exemplo, ou mais 'internacionalmente' aqui nas noites de Galileu....
A ideia é conseguir «entre um e dois milhões de pessoas em todo o mundo a espreitar por um telescópio ao mesmo tempo».
Fascinante, não?



(cliquem para ver a imagem em grande)

sexta-feira, outubro 23, 2009

Não são praxes

… é bulling.
Chegou agora à comunicação social o que se passa entre os muros do Colégio Militar. É bom sinal. Tal como na violência doméstica, não há a certeza de que existam mais casos, mas o que decerto acontece é que se está a perder o medo de represálias e se começa a poder falar.
Não conheço o Colégio Militar pessoalmente. Nem na minha família nem entre amigos tive militares e não tenho especial atracção por fardas. Durante muito tempo pensei que seria um colégio interno como outro qualquer, com a dureza que pode ter um colégio interno e as suas vantagens (??)
Contudo, essa ideia foi-se desvanecendo. Conheci vários miúdos, que me pintaram um quadro da vida dessa instituição que nunca se poderia defender. De notar que raramente eles falavam na primeira pessoa, tinham demasiado receio ou vergonha para o dizer, mas tinham visto um camarada que… ou havia um colega que lhe tinha contado… tinham sabido de um graduado… Ou quando me contavam algumas das violências era com um meio sorriso como quem diz «eu cá sou valente, não me queixo».
A verdade é que estou a falar de crianças. Meninos de 10, 11, 12 anos. Que contavam de um modo acanhado que a culpa era sua, tinham-se atrasado e portanto tiveram de fazer 50 flexões, ou não sabiam fazer bem a cama e nesse dia tiveram de dormir a noite toda sem colchão. Sonhavam com o fim-de-semana em casa, o paraíso na terra. Porém a maioria não questionava a ordem lá reinante e essa disciplina (?) assustadora. Como os pais também era militares, esse era o modelo que tinham conhecido e para o qual se julgavam preparados. E, o interessante, é que o medo entre eles não era dos professores do colégio ou dos elementos responsáveis, era dos alunos mais velhos, os «graduados», afinal colegas mas a que a hierarquia dava um poder absoluto.
Uma das coisas que me chocava quando falava com essas crianças, é que muitos deles não se revoltavam nem queriam fugir àquela sorte mas ambicionavam chegar ao dia em que por sua vez fossem graduados. Nunca entendi se isso queria dizer apenas que já não seriam agredidos ou que seria o momento de agredir os outros… E tenho essa dúvida, porque os actuais graduados, os que magoam deste modo os mais pequenos, já passaram por isso e ao chegar à sua altura repetem tal e qual o processo por que passaram!
Diz-de sobre os abusos que há 600 punições por ano representando decerto tantas ou mais queixas.
Mas os responsáveis pelo Colégio não acham demais?...
Ou isto será uma cadeia infinita, e os próprios responsáveis já passaram por isso em criança considerando tal «normal» e um processo de ‘enrijar’ os alunos?...
De qualquer modo, tenho lido por aí que se trata de praxes, coisa de que agora se fala bastante porque também tem transbordado o conhecimento público, ‘praxes’ violentas e completamente vexatórias. Essa é outra questão, também séria, e que seria bom enfrentar-se. Mas no caso dos Meninos da Luz não é uma estúpida iniciação numa carreira académica, é um processo constante de educação (?) por elementos nomeados para esse fim e que o praticam todo o ano.
Vamos ver se finalmente com este barulho esta construção fica abalada.

quinta-feira, outubro 22, 2009

Tudo bem

É um facto que actualmente todos nós quase todos falamos um português polvilhado de expressões que podemos considerar brasileiras. Não tenho nada contra isso. Considero que uma língua se pode enriquecer se integrar palavras ou expressões a que não se estava habituado mas que são mais exactas ou expressivas ou coloridas ou simplesmente sendo sinónimas são diferentes das mais antigas. E, desde o tempo da «revolução da Gabriela», de uma forma ou de outra fomos adoptando em muita coisa o modo de dizer do português além atlântico mesmo que mantenhamos as vogais fechadas à nossa maneira. Até em coisas pequenas, como ter passado a usar o sempre termo fila para aquilo que dantes em linguagem corrente se chamava inocentemente bicha.
Mas há um cumprimento – e não só – que me faz alguma confusão.
Eu até sou razoavelmente optimista. Numa história com dois fins possíveis, espontaneamente espero pelo fim melhor, e até me impressionam os meus amigos que, por feitio, prevêem sempre o pior. Não eu.
Mas, sinceramente, parece-me de um louco optimismo esperar que esteja «tudo bem» sempre. Dantes existiam formas de cumprimento do tipo «como estás?» que deixavam a resposta em aberto. Havia ainda o «passou bem?» que já sugeria que se desejava que a pessoa estivesse bem, mas… Agora a pergunta do desvairado optimismo do «tudo bem?» que a maioria das vezes recebe como resposta o alegre eco «tudo bem!» deixa-me sempre perplexa.
Ainda ontem, estava a seguir na tv uma história onde uma rapariga apanhava com uma facada na barriga e caia no chão a esvair-se em sangue. Alguém lhe acudiu enquanto outro alguém chamava uma ambulância (que na tv chegam sempre miraculosamente minutos depois) e a pergunta do socorrista foi traduzida por «tudo bem?»; a desgraçada, que meia hora depois morria no hospital, respondia-lhe num sopro que mal se ouvia: «tudo bem».
Como é que seria se afinal estivesse mal?...
(já nem insinuo que pudesse estar 'tudo mal')

quarta-feira, outubro 21, 2009

Benefícios colaterais

Bom, já falei o suficiente do que penso da gripá. Tenho recebido os mais variados fw sobre o assunto, que me levam a sentir a maior das confusões não sabendo o que é a ‘teoria da conspiração’ e o que é a verdadeira conspiração.
Mas o que me faz pasmar é observar até que ponto esta famosíssima gripe, tem sido um maná para a venda de desinfectantes. Os comerciantes que têm à venda as garrafinhas que se usam por todo o lado para limpar as mãos sabem que elas desaparecem que nem milho (exposto à gula de pombos esfaimados)
É impressionante verificar a onda de asseio que inunda aqui a nossa terra.
Pelo menos este asseio que vai implicar o uso de desinfectante, o outro não sei. Encontramos agora junto de todos os lavatórios públicos e até privados, esses frascos que distribuem desinfectante, e conheço quem ande com ele na mala junto às chaves e à carteira. Os bancos têm um desses dispositivos à entrada. Há um quiosquezito de jornais junto à minha casa, que tem no seu balcão minúsculo uma garrafinha dessas. Nos supermercados da minha zona, estão lá, ao lado da caixa registadora para os clientes se desinfectarem. Não reparei se os táxis têm porque há tempos que não apanho um, mas acredito que sim.

Até parece que desde que se utilize esse mágico produto depois já não seja assim tão importante lavar as mãos como deve ser… Eu continuo a pensar que uma boa ensaboadela com o velho sabão azul e branco nos deve ‘desinfectar’ o suficiente sem estas esquisitices.
Claro que se fosse só isso como é que os vendedores de desinfectantes lucravam? Eu cá não sei, mas devem estar a facturar uma nota!!!

*Já agora, seria interessante uma outra epidemia que se espalhasse por cuspir para o chão. Ou pelo menos que se acreditasse nisso.

terça-feira, outubro 20, 2009

Educação de «príncipe herdeiro»

Aqui há uns tempos deixei aqui um post falando de diversos tipos de (má) educação
Eu sabia que tinha razão, os exemplos que conhecia era muitos, mas achei curioso encontrar na semana passada a confirmação da minha crítica à educação tipo príncipe herdeiro, de acordo com os especialistas da Sociedade Portuguesa de Pediatria
E não só. Por essa Europa encontram-se crianças pequenas bem stressadas já, segundo o livro "Sob Pressão: Como Salvar as Crianças da Cultura dos Hiper-Pais".
Conheci há pouco um menino de 3 anos que sabe ler. Entrou em Setembro para o infantário, ainda não fala bem, não mantém uma conversa connosco, em vários aspectos do seu desenvolvimento social e até motor estará até um pouco atrasado, mas lê. Uma leitura global que, segundo os pais, desenvolveu sozinho magicamente de um dia para o outro e sem insistência deles. Embora estranho e muito raro, pode acontecer, mas estes pais estão babados com a sua cria e não reparam que não é uma criança feliz. Os seus interesses não são os dos seus colegas, é um menino muito solitário.

"Gasta-se demasiado tempo, dinheiro e energia a ajudar crianças ainda muito pequenas a construir um 'killer CV', um currículo cinco estrelas e infalível" diz o autor do livro citado. Ou, “é preciso tempo para brincar sem outro objectivo que não a brincadeira" nas palavras do presidente da SPP.
É de pensar, não é?


segunda-feira, outubro 19, 2009

Descaramento

A história espalhou-se por todos os meios de comunicação e está a abalar a França. É sabido que o desemprego, lá como cá, apanha muita gente e é também doloroso para os jovens. Mas afinal para que é que serve ser-se Presidente se nem sequer se pode arranjar um bom emprego para o filho?... "Moi, mon papa, il est Président", foi a primeira página do Liberation.
E, em França, ele passou a ser conhecido por «Príncipe Jean». Trata-se do segundo filho de Sarkozy, de 23 aninhos, estudante não muito bem sucedido de Direito (repetente do segundo ano) mas que é desde há dois anos deputado eleito pelo partido do pai em Neuilly, o local mais rico de França, e actualmente vai dirigir o Conselho de Gestão do empreendimento de «La Defense» e dos pontos de negócios mais importantes da França e da Europa.
Falar de nepotismo, neste caso parece pouco.
Já se estranha quando, em condições de relativa igualdade, se promove um familiar ou amigo para uma função particularmente bem remunerada. Temos alguns exemplos cá em Portugal, muitas vezes denunciados, pelo menos aqui na net. Jovens ‘filhos de’ que assim que terminam a sua formação arranjam um bom emprego.
Mas este caso, brada aos céus! Pela extrema juventude o «príncipe» não tem currículo político e sobretudo não tem currículo académico. Por outro lado vai exercer um cargo importantíssimo. Como é possível?! Será que imaginaram que não se ia dar por isso? Que todo o mundo ia estar distraído?
A verdade é que fosse em que momento fosse, isto seria um escândalo. Mas, conhecida a crise actual, que faz com que por toda a Europa a taxa de recém licenciados sem conseguir trabalho de acordo com a sua formação seja enorme, (e a nós dói-nos de que modo, quando sabemos que imigram 100 licenciados por mês!) este descaramento justifica as manifestações de estudantes à porta do Eliseu declarando que como tinham mais formação do que o príncipe também se vinham candidatar ao cargo.
Entre Sarkozy e Berlusconi não sei quem terá mais lata!



domingo, outubro 18, 2009

Uma música ao Domingo

Hoje volto a Portugal:

sábado, outubro 17, 2009

Boas Notícias

Já a tinha lido na 4ª feira, estava até na primeira página do Jornal, mas guardei para hoje o comentário.
Não sei se será exactamente uma "boa notícia", mas quando se corrige um erro, é bom. Sobretudo quando é um erro grave, uma vigarice.
Finalmente a PGR vai impedir as empresas de telemóveis de mandarem mensagens de valor acrescentado aos clientes, sem que estes peçam o serviço Estão lembrados de que aqui no Pópulo já falei várias vezes dessa vigarice "legal".
Haja Deus!

Tanto se insistiu que parece que vem aí uma resposta.
Agora só tenho pena que o «pagamento de uma multa de mil euros por cada mensagem (SMS) de valor acrescentado enviada a clientes que não tenham subscrito o serviço junto das próprias operadoras» não tenha efeitos retroactivos, porque me lembrei daquela vez onde um cliente, meu familiar, pagou 300 euros por centenas de mensagens...

Isso é que sabia bem agora!!!


sexta-feira, outubro 16, 2009

A nossa Justiça

Ontem os jornais falavam no relatório da "Monitorização da Reforma Penal" e, alguns deles, em grandes parangonas. Ninguém pode dizer que não reparou, bastava passar mesmo distraído por um quiosque.
Eu reconheço que só sei o que diz a comunicação social. Apesar do texto se encontrar na net (em pdf, não sei pôr aqui), ainda são 100 páginas e com algumas expressões que não domino, portanto, como em muitas outras coisas, procuro a informação nas notícias dos jornais, acreditando que não desvirtuem muito o que foi escrito.
Bem, de uma forma geral eles referem os pontos mais negativos, é claro.
E eles são de facto MUITO negativos! De arrasar.
Afirmam que há falta de especialização dos procuradores e magistrados e falta de preparação das reformas. E, apontam a importância do combate à criminalidade grave e à corrupção, chamando a atenção para um ponto arrasador:
"A verdade é que, até agora, a justiça portuguesa não conseguiu que um único caso de criminalidade económico-financeira grave, que envolvesse pessoas poderosas, tivesse chegado ao fim com uma condenação transitada em julgado."
Ineficiência, burocratização, falta de cultura judiciária, resistências, deficiente formação.
E... o que não é surpresa, confirma-se a
"enorme a distância entre arguidos que podem pagar a advogados especializados e os outros."
Certo, as questões da Justiça são de uma área que não tem nada a ver com os meus saberes. Mas sou cidadã, e o que se passa num dos poderes que me governam tem de me interessar. Nunca precisei de recorrer a um tribunal, ainda. Mas gosto de saber que se um dia o precisar de fazer, a máquina funciona com eficiência.
Por outro lado, tenho de me sentir perplexa e incomodada, ao saber da tal dificuldade em condenar a «criminalidade económico-financeira grave».
Porquê?


(imagem DAQUI)

quinta-feira, outubro 15, 2009

Uma voltinha lá atrás

Há uns dias, ao fazer subir um estore dei um puxão tão forte à fita que, depois ao querer baixa-lo, ele não veio. Tinha encravado.
Creio que todos nós já passámos por isso, coisa banal. O certo é que o truque habitual, um outro puxão pequeno e dar uma folga na fita, não resultou. Aquilo tinha, definitivamente, encravado lá em cima!

No dia seguinte mal chegou a minha «fada-do-lar» pedi-lhe ajuda. Eu ficaria ao pé da fita para dar a tal folga e ela puxaria o estore à mão. A dificuldade é que aquela é uma janela muito grande, que tem no alto uma espécie de ‘bandeira’ fixa e era aí que o tal estore estava preso, só sendo acessível do lado de fora. A minha ideia tinha sido arranjar-se um pau com um gancho ou um arame para fazer essa operação delicada mas ela, muito despachada, puxa um banco e lá empoleirada preparava-se para trepar ao peitoril para efectuar essa operação à mão. Tudo isto num terceiro andar!
Sem pinga de sangue, agarrei-lhe com toda a força num braço quase gritando «Oh mulher, não faça isso!» e não a larguei, repetindo várias vezes num tom aflito «Não faça isso!»

Bom, tudo acabou em bem com a ajuda do tal pau, mas a verdade é que a frase que soltei e sobretudo naquele tom de aflição, fez-me reviver uma cena passada há muito:
Tínhamos ido ao circo, com o meu filho bem pequenino. Ele não estava a gostar lá muito, especialmente dos palhaços, quando a certa altura vieram os trapezistas. Fatos de lamé, focos de luz, era coisa impressionante. Ele olhava fascinado, de olhos muito abertos, quase maiores do que a cara. Várias acrobacias terminando, com muitos rufos de tambor, numa particularmente vistosa e arriscada. O tambor pára no auge da acrobacia e, no silêncio geral, ouve-se uma vozinha assustadíssima «Menina não faxa ixo! Menina não faxa ixo!!»
Era o meu rebento. Muitas cabeças a virarem-se e alguns risos.
Bem, a trapezista concluiu o número, mas ele ao meu lado tremia de cima abaixo.
Nunca foi grande apaixonado de circo, e lá por isso eu também não (sei que não é politicamente correcto, mas é assim)
E essa cena não ajudou muito.

quarta-feira, outubro 14, 2009

Estudos...

Volta não volta (se calhar aí uma vez por mês) chamo aqui a atenção para um 'estudo', de entre a enorme variedade e quantidade que todos os dias chegam aos nossos olhos e ouvidos.
Ontem à noite depois de ter “folheado” os jornais on-line que costumo ver, dei uma espreitadela a notícias da BBC, e assim de uma assentada esbarrei logo com 4 (quatro!) estudos. Aliás os próprios títulos das notícias terminavam esclarecendo «diz o estudo» ainda assim não nos passasse pela cabeça que era uma gracinha do jornalista. É que os quatro estudos são um tanto humorísticos, ou seja, é de ficar de boca aberta como diabo foram estudar tais coisas...

1º - Mulheres com inteligência emocional têm mais orgasmos Tal qual! Diz o estudo. É claro que quem se sujeitou a entrar nesse estudo, cof, cof, terá decerto uma boa inteligência emocional, é claro. O próprio estudo analisa esse ponto. Mas se o importante é a «a habilidade delas para comunicar suas expectativas e desejos sexuais ao parceiro» parece que, nesse aspecto, a capacidade do parceiro para as ouvir também será importante para o fim em vista.
Para as mulheres os homens engraçados são mais inteligentes Certo. Quem avaliou? (se calhar estão a referir-se aos investigadores do 'estudo' anterior) E quem achou graça a quem? O sentido de humor é uma qualidade fabulosa, mas falta um pouco ver qual a qualidade do dito humor. Eles, explicam bem: «não é "qualquer piada" que funciona com as mulheres». É que há engraçadinhos execráveis, não?
As crianças podem acabar com dor de barriga usando imaginação Esta é excelente. E já agora podiam ensinar aos crescidos. Isto se tiverem imaginação suficiente para «se imaginarem a flutuar nas nuvens» quando se está cheio de dor de barriga. Dizem que sai mais barato do que um analgésico e não custa a crer.
As pessoas ficam mais felizes quando envelhecem Atenção, falam lá no estudo de pessoas com mais de 90 anos, e não há lá grande cópia desses, creio eu... E ficam mais felizes «apesar de preocupações com saúde, dinheiro, mudanças de classe social» dizem eles, os do estudo.
Não há como estes estudos para contaminar a crença que ainda poderíamos ter noutros, bem mais mais convincentes.


terça-feira, outubro 13, 2009

Camas

Li a semana passada um post muito bom que nos remetia para um outro, ainda melhor.
A autora fazia-nos reflectir na importância da cama na história da nossa vida, e dava uma volta connosco pelas suas recordações, relembrando a ideia de «cama-de-corpo-e-meio». Muito sugestivo tudo o que ela disse.
A verdade é que a cama é de certa forma o núcleo de uma casa. Certo, será mais simbólico o fogo, ou o fogão. Mas a verdade é que se pode habitar uma casa sem se cozinhar, sei de pessoas que quase não entram na sua cozinha, mas uma casa sem ter onde dormir…?! Li em tempos num livro sobre ‘sociologia da família’ que, em eras passadas, a mulher trazia sempre como dote uma cama, mesmo que não tivesse mais nada para contribuir para a casa. Era a pedra basilar de uma casa. E os nobres e reis, tinham camas de ostentação, só para receber visitas lá deitados e depois para dormir tinham outras, talvez mais confortáveis…
Mas voltando aos dias de hoje, as camas são talvez mais simples e decerto mais confortáveis. Como as casas vão sendo cada vez mais pequenas, temos as ‘camas-de-pessoa-só’ para uma só pessoa como o nome indica, e cama-de-casal para quem dorme acompanhado. Ponto. Claro que há quem já tenha dormido acompanhado e agora mantenha a cama grande ou quem o faça porque goste de dormir à larga.
Mas, hoje em dia, a ideia de ‘pessoa-e-meia’ é estranha aos nossos hábitos. E contudo é afinal bem cómoda, não ficamos perdidos no meio de uma grande cama mas está-se à larga!
E, estimulada por aqueles posts, comecei também a relembrar “as camas da minha vida” como ela disse. Porque a verdade é que afinal herdámos muitas das camas onde vamos dormindo ao longo da nossa vida, e isso tem importância. De facto lá na cama dos pais nunca dormi, por mais freudiano que pudesse ter sido, mas já dormi na cama dos avós. Até duas camas de dois avós diferentes. Ou na de ‘pessoa e meia’ de uma avó, o que sempre me fez espécie pensei ao princípio que era de um casal muito magrinho. Que depois passou para o meu filho. E, desde há muitos anos, que durmo na cama de uma amiga que trocou comigo a tal cama da avó por uma da avó dela!
Confusões, não é? Ou antes, recordações.


segunda-feira, outubro 12, 2009

A última vez dos dinossauros

Como já parece ser costume, a abstenção foi o voto de muitíssima gente.
Desta vez, para além da novidade de termos uma nova classe, a dos “candidatos arguidos”, muitas vezes bem sucedidos nas urnas, tivemos os candidatos-que-estão-a-queimar-os-últimos-cartuchos, que concorrem pela última vez.
Por causa da lei de 2005, dos 308 presidentes de Câmara, 191 estão a recandidatar-se pela última vez. Quase dois terços. Muitos dos que concorrem este domingo, será pela terceira e última vez. Claro que todos eles, de todas as cores, repetiram a uma só voz, que isto era uma grande injustiça. Normal, para eles, estarem há 20 ou 30 anos a chefiar uma autarquia, eram ‘profissionais da presidência'…
Em Lisboa, a Direita perdeu. Curioso que nos comentários sempre se falou apenas em Santana Lopes, se foi ou não uma boa aposta do PSD, mas seria interessante não esquecer que ele concorreu coligado com o CDS. Aliás como na maioria das Câmaras onde o PSD concorreu…

Tivemos desta vez eleições com “casos” de terceiro mundo:
Um candidato abate a tiro o marido da candidata adversária em plena câmara de voto.
Um presidente de Câmara que, junto das câmaras da voto, «distribuiu fotocópias do boletim de voto já com a cruz no local onde os eleitores deviam votar»
Quanto ao facto de nos boletins de uma freguesia ter desaparecido uma força política, isso é uma banalidade, já não espanta. Foi um descuido.



Curioso como ontem toda a noite se ouviu falar na vitória do PSD (Pacheco Pereira parecia um disco rachado) mas não é o que os mapas nem os números mostram:
PS - 37,66%, 2083280 votos, 918 mandatos, 131 presidentes

PPD/PSD - 22,95%, 1269251 votos, 663 mandatos, 116 presidentes
Ah pois, as coligações...

domingo, outubro 11, 2009

Uma música ao Domingo

Bem, hoje a "música ao Domingo" é de mim para mim, acordei com ela no ouvido...
:)
É uma canção velhinha, velhinha, que a minha mãe cantava quando eu era pequena.
Sempre a achei muitíssimo alegre, mesmo quando ainda não percebia a letra. Cantarolava-a apenas com lá-lá / lárá-lá-lá... e sentia-me bem disposta.
Encontrei-a aqui, num disco dos anteriores ao vinil, os de 78 rotações!
Eu tenho a canção cantada pelo Georges Guétary, ainda num vinil velhinho, que ouvi vezes sem conto e, mais modernamente, numa colectânea cantada ainda pelo Henri Garat (mas não consegui o acesso ao servidor para a deixar aqui) pelo que esta solução já me satisfaz.

Senhoras e senhores, Avoir un bon copain / Voilà c'qui y a d'meilleur au monde!

Hoje a música de Domingo é para mim.

sábado, outubro 10, 2009

Boas Notícias

Esta minha «secção» de Boas Notícias é muito desigual, como tem de ser. Encontro umas excelentes, outras razoáveis, outras ‘assim-assim’.
A semana passada deixei aqui uma cantiga muito engraçada sobre a ameaça da Gripá e a venda do tamiflu.
Bem, desta vez, nessa sequência dessas ideias e depois de receber um vídeo impressionante, li uma informação que nos interessa também a todos.
Parece que afinal a vacina contra a gripe sazonal também protege (pelo menos parcialmente) contra a gripe A.
E esta?!
Até ao momento já se estava a chegar à conclusão, que sendo embora muito contagiosa, afinal não provocava assim tantas mortes como se receava. Pelo menos em pessoas que fossem saudáveis até então; naturalmente que os grupos de risco são... grupos de risco.
Mas agora foi-se um pouco mais longe, e afinal quem costume fazer a vacina da gripe sazonal, pode considerar-se defendido em parte. Ou seja, muitos de nós que até já nos vacinamos numa simples farmácia de serviço, temos muita probabilidade de escapar.

Ai, os vendedores da super-vacina!!!

sexta-feira, outubro 09, 2009

Diminutivos

Não vou dizer que os não uso. É claro que sim. E é uma das belezas da língua portuguesa, os «inhos» ou «inhas» tão doces no final de algumas palavras. Não tenho nada contra os diminutivos.
Mas… só nalguns casos e moderadamente. A imagem que evoca um passarinho é diferente de um pássaro, um pintainho soa melhor do que um pinto. São diminutivos de substantivos, referem-se a uma coisa mais pequena (‘pequenina’ :) ) e tem um toque de ternura. Gosto.
Por vezes também se usam em adjectivos, e aí muitas vezes pode soar irónico, um tanto trocista: dizer de algo que é bonitinho, não é tão bom como que bonito. Mas também uso bastante - porque não? - o ‘fresquinho’, o ‘baixinho’, o ‘baratinho’.
Já embirro, de um modo geral, com as cores em diminutivo. Dizer o amarelinho, o azulinho, raramente me apanham nessa. Parece-me ridículo. Não acho que acrescente nada.
Mas há ainda outro tipo que até me faz pele de galinha – quando a palavra se usa num tom mais ou menos humilde. Quando alguém me explica que a sua casa está muito ‘simplezinha’, ou o neto teve boas ‘notazinhas’, ou se gostei do ‘almocinho’!!!
Não sei se é um pouco de snobismo do meu lado, mas a verdade é que quando oiço apreciações dessas sinto vir um sorriso amarelo(linho) e procuro mudar rapidamente de conversa.

Procurar outro assuntozinho de conversa…



quinta-feira, outubro 08, 2009

Desperdiçar (?)

Quando se faz uma pergunta, reduzir a resposta a uma parte dela, é um erro. Sobretudo quando se pode prever que a comunicação social vai aproveitar essa resposta pelo seu lado mais chocante.
Foi o caso do senhor presidente da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia que produziu determinadas declarações referidas amplamente quer nos jornais quer na tv.
Parece que lhe foi perguntado qual a sua opinião sobre o Programa de Intervenção em Oftalmologia que se propõe
«reduzir o tempo de acesso a consultas de oftalmologia, garantir o acesso à cirurgia da catarata em tempo adequado e reforçar o papel do Serviço Nacional de Saúde na resposta às necessidades da população».
Em resposta ele afirma que "é preciso muito cuidado com as indicações para este tipo de intervenção” com o que só se pode estar de acordo, evidentemente, mas acrescenta
«o Estado não pode desperdiçar dinheiro e aí a responsabilidade é dos médicos. Devem tratar sempre o doente da melhor forma e não precipitar as cirurgias»
O Estado. Se for um doente do privado já pode ‘desperdiçar dinheiro’ (?)
É que, se na nossa terra aguardam por uma primeira consulta de oftalmologia cerca de 110 mil pessoas, esse número é suficientemente alargado para se justificar o tal programa. Será que o número dessas cirurgias é astronómico como ele diz, por essas consultas terem estado a funcionar ao ralenti durante muito tempo?
De resto, quer através do SNS, quer no privado, é importante só avançar para uma cirurgia quando tal se torna necessário e com todas as cautelas. E isso deveríamos acreditar que os oftalmologistas o fazem. Contudo dizer, que “há cirurgias que se fazem e que, se calhar, são desnecessárias"(???) porque “nem todas as actividades profissionais exigem a mesma acuidade visual” é aceitar que uma boa visão é importante no exercício de uma profissão (e nem todas, pelos vistos) mas já não tem importância para se manter uma boa qualidade de vida .
Isto, dito pelo representante dos oftalmologistas, é estranho.

quarta-feira, outubro 07, 2009

"Prova de Vida"

Sempre me revoltou a expressão.
Recentemente li uma história na Revista Sábado, (página 40) que veio ao encontro do que sinto:
Uma senhora francesa, nascida em 1908, revoltou-se com a necessidade de ir prestar «a prova de vida» e declarou que se a Segurança Social quisesse fosse à sua casa inspecciona-la.
De notar que esta senhora pode estar velhinha mas deve estar de saúde – só precisa de ir ao médico duas vezes por ano – e está profundamente lúcida porque declara que o procedimento burocrático a faz sentir “culpada de ainda estar viva”.
Nem mais! É exactamente isso que eu sinto quando oiço falar em «prova de vida». Mesmo que haja burlas e existam uns vigaristas a receberem pensões de familiares que já faleceram (e nem é preciso terem morrido, ainda há pouco tempo em Portugal foi notícia uma senhora e o filho deficiente que viviam enclausurados para alguém receber suas pobres pensões…) essa coisa de uma pessoa ter de provar que ainda não morreu, considero do maior mau gosto.
O natural e desejável é que as pessoas estejam vivas e, já agora, de boa saúde. Se calhar, se cruzassem informações de idas ao médico de família, das receitas da farmácia, da declaração do IRS, para não falar das declarações de óbito e registos de cemitérios, confirmavam num instante a sua situação. Porque o certo é que os serviços oficiais passam o tempo a recolher informações de tudo e mais alguma coisa mas depois não sabem cruzar esses dados!
Agora uma pessoa ter de «provar que está viva», (?!) sou muito sincera, francamente dá-me volta ao estômago!
Quem é que eles se julgam?



daqui

terça-feira, outubro 06, 2009

Qatar

Todos os anos, periodicamente por esta altura, saltam para as páginas dos jornais reflexões sobre o "Índice de Desenvolvimento Humano" e a nossa posição na tabela dos países. Costuma vir com o cair da folha das árvores, porque são quase sempre reflexões melancólicas.
Este índice avalia, como sabemos, educação, a esperança de vida e factores económicos em 182 países e elabora uma tabela, na qual Portugal até nem está muito mal colocado se olharmos o conjunto - afinal em 182 países ele está no 34 lugar o que é francamente na zona melhor. Mas...
A verdade é que se o lugar não é mau, não nos esqueçamos que somos um país da Europa, e se aí já não fazemos boa figura, o que pode preocupar mais é que estamos a descer!
O lugar que se ocupava, o 33º, é ocupado agora pelo Qatar.
O Qatar?
Que os países nórdicos estivessem bastante à nossa frente, aceitava-se. Já se sabia que a Noruega tinha os melhores índices de desenvolvimento e os mantém galhardamente. Mas a verdade é que
Portugal ter sido ultrapassado pelo Qatar no “Índice de Desenvolvimento Humano”, é um tanto vexatório! Ou não?
Ele tem petróleo. Pois é.
E isso ajuda muito. Muitíssimo, até.
Mas não deve ser só essa explicação. A verdade é que há países sem petróleo e com uma bela qualidade de vida, ver de novo os países nórdicos. Por outro lado, há quem ‘explique’ os nossos desaires em melhorar com o facto de sermos um país pequeno, o que é certo. Contudo, o país que tem os habitantes mais ricos do mundo é o Liechtenstein, de 160 km2 e 34.000 habitantes...!
Ná. Tamanho não é documento.
E o certo é que fomos ultrapassados pelo Qatar e não foi em futebol.

segunda-feira, outubro 05, 2009

Amigos

Não queria voltar de novo ao tema das “redes sociais” de que já falei aqui, apesar de haver sempre bastante que dizer, mas…
Neste caso, eu tento ‘resistir à resistência’ que sinto, não querendo acreditar que o facto de não me sentir atraída por este meio de relacionamento (o virtual) seja apenas por não ser do meu tempo, porque isso é uma má desculpa. [O telefone não era do tempo dos meus avós ou bisavós e, se eles mostravam dificuldade em o utilizar preferindo escrever uma carta ou ir pessoalmente, afinal não tinham razão.]
A verdade é que, apesar de ter inicialmente recusado alguns convites que recebi para entrar no Facebook, uma amiga que o usa muito acabou por me convencer e lá aderi à coisa.
E, o que me dá vontade de rir, é verificar a súbita explosão em cascata, (uma progressão geométrica!) que se vê nestas redes. Ao entrar respondi a uns 5 'pedidos de amizade' que há uns tempos tinha recusado e enviei uns outros 5 a pessoas conhecidas que já estavam no tal ‘facebook’, ou da minha lista de endereços. Através destes 10 amigos, entrei nos seus respectivos grupos e aí, num ai, perdi o pé! Porque um tem 60 amigos (vá lá…), outra tem 80 (enfim…), mas a coisa vai subindo, uma delas tem 146, outra tem 537 ‘amigos’, outro tem 697! Que vertigem! Quando dou por mim, verifico que, em poucas horas, eu própria já tenho uns 20!!!
Amigos?! :)
Em conversa com crianças, quem nunca ouviu: «Um amigo meu disse-me…» e, em resposta a «Como é que ele se chama?», um encolher de ombros «Não sei.»?! Tudo trocado por miúdos, afinal o tal "amigo" de quem a criança nem sequer sabe o nome, é um colega de escola, ou um menino com quem jogou à bola. Um conhecido e até mal-conhecido.
São esses os tais «amigos» das redes sociais.
Conhecidos ou, nos casos das centenas, nem sequer conhecidos 'ao vivo’ decerto…
Acho que sou uma pessoa afectiva e tenho meia dúzia de AMIGOS. (agora é que devia escrever 'amig@s...) Amigos verdadeiros. Com raízes no meu coração direi, se me deixar vencer por alguma pieguice. Que me entendem e a quem entendo mesmo sem palavras. E acho-me muito rica por ter essa meia dúzia, se calhar nem toda a gente os tem.
Claro que tenho mais uns 10 ou 15 muito bons amigos, excelentes, com quem partilho muita coisa. E dezenas de ‘conhecidos’ uns mais perto de mim outros mais afastados.
………………..
Mas estas “redes sociais” deviam inventar outra palavra.
É que «ser amigo» é um conceito imenso. Não acredito que a nossa capacidade de amar chegue aos 50.



domingo, outubro 04, 2009

A cantar, a cantar...

Enviaram-me por mail.
Não resisto.
(Hoje é o dia das paródias!...)




Preferi esta versão porque dá para karaoke...

Uma música ao Domingo

Bem, este Domingo estou a descansar e em vez das minhas músicas habituais apeteceu-me deixar uma paródia.
Nã, nã! Não estou a querer dizer que as palavras não têm importância, longe de mim essa ideia....
(não ia dizer isso em período eleitoral, não é?)
:)


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sábado, outubro 03, 2009

Chapéus (de chuva)

Encontrei por aí uma colecção de chapéus de chuva, objecto incómodo mas, temos de o reconhecer, muito útil. Qual de nós não bramou contra ele - quando o leva e o dia está glorioso, contra as previsões dos manda-chuva, e depois acaba por o esquecer nas costas de uma qualquer cadeira???
Por outro lado, todos vocês que me conhecem sabem que gosto de metáforas.
E o "clima" aqui dos nossos órgãos de soberania, parece ameaçar pelo menos chuva, se não até tempestade.
OK, nessa eventualidade aqui vai uma passagem de modelos de bons (ou pelo menos engraçados) chapéus de chuva.
Também «há muitos»!