segunda-feira, dezembro 31, 2007

Vamos terminar com um sorriso?...

O sonho só faz bem.

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Iuupiiiiii!!!!

Nada de balanços

Tou farta de balanços.

Fartíssima!!!!
A gente chega a esta altura e lá vai ter de rever tudo o que se passou, e o que chateia é que sempre, mas sempre, o que se passou de mau foi bem mais volumoso do que se passou de bom.
Se já sei isso para que raio, masoquistamente, me vou aborrecer?...

Passou, está passado, e mais nada.

Balanço hoje, só assim:



Emoções básicas

Li ontem uma referência a um estudo que diz que «o rosto das pessoas é incapaz de mostrar duas emoções básicas ao mesmo tempo»

Fiquei a pensar.
Decerto que respeito os cientistas que fizeram o estudo e basearam-se em conhecimentos muito eruditos que não poderei contestar, mas… fiquei a pensar!
Primeiro, no que é definido como emoções básicas.
Dizem-nos que são: alegria, tristeza, cólera, medo, surpresa, aversão e desprezo.
Bem, até aqui é fácil aceitar. São mesmo emoções fortes, no caso (diria o «amigo banana») de serem mesmo fortes. Porque qualquer uma delas pode ser também ligeira – sentir-se algum medo, ou um pouco de alegria, mas numa dose levezinha, não é? Eu sei que já o senti. Nem sempre o desprezo nos dá náusea, ou a surpresa nos deixa de boca aberta.

Mas o que a mim me parece mais importante é que esta coisa das emoções tem dois sentidos. Alguém sente e mostra-o, mas por outro lado isso só tem significado se for percepcionado por outra pessoa. E quem garante que é bem percepcionada? Um actor, por exemplo, aprende a transmitir emoções e, se for bom actor, quem assiste recebe a mensagem em cheio. Mas, pelo contrário, há quem se treine em não as deixar transparecer. O tal «jogador de poker». Dizia-se isso dos ingleses. E em povos diferentes as emoções podem 'ver-se' também diferentemente.

Certo, o estudo foi efectuado em Portugal e imagina-se que não foi com actores. Mas, pelo que se lê na notícia, «os participantes não conseguiram exibir no rosto duas emoções básicas ao mesmo tempo quando lhes foi pedido». Portanto, se lhes foi pedido, é porque as emoções não foram espontâneas, autênticas.

Não sei.

Por mim, penso que como estudo tem de ser mais aprofundado. Não pode haver uma 'surpresa alegre'?...
Eu desejo que sim!


Os impérios

Também pode, e há, impérios «culturais», passe a expressão.
Temos visto isso por todo o lado.
Nos audiovisuais.

Na imprensa.

E nas editoras.

Pais do Amaral é ambicioso Tinha a TVI, mas começou a pensar que essa coisa dos livros tinha futuro.

Comprou a Texto Editora.

Comprou a Plátano/Didáctica e Areal (o livro escolar é um maná).
Comprou a Caminho.

Comprou as Edições ASA.

E continua nesta cavalgada heróica comprando a D. Quixote.


O que há por aí mais para comprar?


domingo, dezembro 30, 2007

Um Caderno de Capa Castanha XVIII – Passagem de Ano

E o Fim-do-Ano? Era diferente?...
«Um pouco.
Não te conto as «passagens de ano» de grande fausto porque não as conheci. Quanto a isso acredito que dadas as devidas diferenças fossem perfeitamente semelhantes ao que se faz hoje. Talvez não se fosse passar o ano ao Brasil ou a um local exótico porque as viagens não se faziam com a mesma facilidade, e ir a Paris ou Roma já era uma aventura. Contudo os reveillons no Casino Estoril ou noutros locais de luxo, faziam-se muito. Não na minha família, e é disso que te posso falar por experiência própria.
Tal como hoje, era uma festa que já não se considerava familiar. Sem impedir que uma família que se desse bem estivesse junta, a verdade é que passar o ano era mais com amigos. A casa dos meus pais não era muito grande (hoje até pareceria…) portanto a reunião era quase sempre em casa de amigos. Umas vezes jantávamos lá, outras vezes ia-se depois do jantar, só para a ceia. Íamos bem vestidos, eu ia muitas vezes de vestido novo ou, pelo menos, vestido de festa de melhor qualidade e um laço muito grande e bem armado no cabelo, isso era importante.
Claro que havia muito que comer! Bolos variados, caseiros, excepto o Bolo-Rei, apesar de me lembrar de uns primos que insistiam em fazer o Bolo-Rei em casa. E ficava bom!!! Com a vantagem de eles acharem graça em deixarem vários brindes em vez de um só… As bebidas, o champanhe, ou vinhos doces era para os crescidos. Nós às vezes molhávamos a pontinha dos lábios num cálice de vinho do Porto e era formidável!!!
As crianças ficavam excitadíssimas porque se deitavam mais tarde. Era o único dia em que se tinha licença de ficar até à meia-noite. Depois ia-se olhando para os relógios, e ouvindo o rádio, mas é claro que nem era necessário porque ao chegar da meia-noite a barulheira das ruas era enorme.
Havia um costume, que desapareceu quase, pelo menos nas cidades, que era ir para as janelas, bater com tampas de tachos, ou com tudo o que se encontrasse que fizesse barulho. Apitos, gaitas, berros, tambores e sobretudo as tampas a bater, aquilo era um chinfrim que nos matava de riso. Nota que era a única altura em que tínhamos licença para fazer barulho à vontade!...
Havia ao mesmo tempo um costume que desapareceu e, nesse caso felizmente, que era atirar para a rua com coisas velhas – partir pratos ou travessas, copos, tudo o que fosse de partir, era atirado janela fóra e quanto mais barulho fizesse melhor. Imagino eu que fosse simbolicamente «limpar» a casa e a vida dos restos para iniciar o novo ano com tudo novo. Mas o resultado era péssimo, porque no dia de Ano Novo as nossas ruas pareciam um campo de batalha…
Contudo o alívio de poder gritar à vontade até se ficar rouco, e partir coisas sem ninguém nos ralhar, tornava aquela noite inesquecível!»

Clara

Uma música ao Domingo

Eu tinha avisado lá para trás que tinha uma estima especial por esta canção.
Para 'acabar o ano' aqui vem ela:






Je suis comme je suis
Je suis faite comme ça
Quand j'ai envie de rire
Oui je ris aux éclats
J'aime celui qui m'aime
Est-ce ma faute à moi
Si ce n'est pas le même
Que j'aime à chaque fois
Je suis comme je suis
Je suis faite comme ça
Que voulez-vous de plus
Que voulez-vous de moi


Je suis faite pour plaire
Et n'y puis rien changer
Mes talons sont trop hauts
Ma taille trop cambrée
Mes seins beaucoup trop durs
Et mes yeux trop cernés
Et puis après
Qu'est-ce que ça peut vous faire
Je suis comme je suis
Je plais à qui je plais


Qu'est-ce que ça peut vous faire
Ce qui m'est arrivé
Oui j'ai aimé quelqu'un
Oui quelqu'un m'a aimée
Comme les enfants qui s'aiment
Simplement savent aimer
Aimer aimer...
Pourquoi me questionner
Je suis là pour vous plaire
Et n'y puis rien changer.

Poema de Jacques Prévert

Criatividade e poupança

Parece que em Almeirim, os clientes dos restaurantes vão poder levar as garrafas de vinho que não consumam na totalidade .

Pelo que se compreende a ideia é «promover os vinhos de Almeirim» o que me parece muito bem.
Só não sei porque é que tal não se passa com o resto da refeição.
Teoricamente, aquilo que um cliente paga, é seu. Por outro lado, também teoricamente, o que sobra das travessas deve ir para o lixo, não pode ser aproveitado para outros cozinhados. Creio que dirá a ASAE e diremos nós.
E também sabemos todos, que em Portugal, muitos restaurantes concebem «doses» muito exageradas, tanto assim é que muitos inventaram a noção da ‘meia-dose’ ou permitem que os clientes peçam «uma dose para dois». Não sei porque é assim, mas isso é um facto. Ou receiam que os comilões tenham vergonha de pedir duas doses (o que não seria mau para controlarem o excesso de apetite) ou estão já a contar com esses restos para outros fins.

Eu vivi numa terra onde era hábito generalizado trazer o que sobrava.
Os restaurantes tinham umas caixinhas de esferovite, e era só fazer um sinal com os olhos e quando traziam a conta vinha a caixinha com o que tinha sobrado.
De início estranhei mas depois achei muito bem!

Pelo que se está a ver, em Almeirim começaram com os vinhos para os promover, e parece-me excelente. Inteligente e criativo.
Talvez daqui a uns tempos, outros restaurantes imitem o tal esquema das caixinhas para o que ficou na travessa sem ser consumido…


A vida e as histórias

Muitas vezes pensamos e dizemos a respeito de diversos acontecimentos que «parece um filme» ou mais recentemente «é de telenovela».
Mas por vezes a notícia é de tal modo curiosa que o que faz lembrar é uma história que se ouvia quando éramos crianças.
Vejam esta:
Um terrível meliante, acusado de variados crimes, que até se tinha evadido da cadeia, era conhecido por uma alcunha o que dá sempre mais picante às coisas, e depois de uma perseguição pelo que narram bastante vistosa, acabou por ser apanhado… escondido debaixo da cama!
Desculpem, mas temos de sorrir!
É que «debaixo da cama» é ainda pior do que «dentro de um armário» que já é bem caricato (na versão soft foi o que fez a avó do Capuchinho Vermelho)
Nós imaginamos tudo, de um tão terrível criminoso, mas esconder-se debaixo da cama?
Pobre «China», que assustado devia estar…

sábado, dezembro 29, 2007

Contra os ladrões

Fácil, heim...?
É só pensar nisso. Quais alarmes, quais quê!!!

Dias diferentes

Hoje é sábado.
Mas a sensação é estranha. Este ano, onde os dias de Natal e Ano Novo caíram a uma terça-feira, e portanto as ‘suas vésperas’ - 24 e 31 – ficaram encostadas ao fim-de-semana, perdi um pouco a noção da semana organizada como-deve-ser… Há uma grande confusão na minha cabeça, já perdi a noção quais são os dias úteis e os inúteis!
Bem, certo, mas hoje é sábado.
Só que não tenho a noção de que seja um “sábado-início-de-fim-de-semana” como costumo ter. Parece mais um ...meio de semana de férias (!) que esquisito.
É um dia híbrido…
Sinto que só vou pôr os pés na terra quando chegarmos a 2008.
E será que vou..?
É que esta sensação não é nada má…


Olhem que surpresa…


Mas alguma vez se tinha imaginado o oposto?
Claro!!! «Os grupos privados na área da saúde não vão abrir unidades nas regiões afectadas pelos encerramentos de serviços de urgência, maternidades ou Serviços de Atendimento Permanente»
Então é assim: O Estado, com os impostos que nós pagamos e se imaginava que fossem para o bem colectivo, considera que há zonas do país onde como reside menos gente não têm direito a boas respostas de saúde porque isso não é rentável.

Mas algumas almas iluminadas, pensaram que os grupos privados da área da saúde iriam para lá por pura generosidade. (???)
Como é lógico, nesse caso é que o lucro é importante e faz todo o sentido.
Se, em certas áreas sociais, se viu que depois do Estado as abandonar elas foram ocupadas por sectores privados, meus caros amigos, é porque nesses casos o estado fez um mau negócio para nós, e entregou ao privado áreas rentáveis.

Tudo o mais é fumo para os olhos.



Pão

É o símbolo.
Desde sempre que dizer Pão é dizer alimentação.
Mesmo que actualmente, sobretudo nos grandes centros, se coma menos pão do que se comia, o certo é que simbolicamente se usa o termo Pão para representar muito mais do que esse alimento em si mesmo.
«Tirar-lhe o pão da boca», ou «Quem dá o pão dá a educação», «Comer o pão que o diabo amassou» são expressões que se usam onde Pão significa bem mais do que o popular alimento.
Pois bem, ficamos agora a saber que, para o ano, já em Janeiro o PÃO vai aumentar 20% pelo menos. E dizem que isso se justifica pelo facto de este ano os preços não terem subido!....
Isso é claramente falso.
Ainda em Setembro escrevi aqui um post onde me escandalizava porque ao vir de férias tinha reparado que entretanto tinha subido o preço do leite, manteiga e pão! Pode ser que algumas qualidades de pão não tenham subido, mas aquele que eu compro subiu e bastante durante este ano!

Mas volto ao princípio – mais do que essa subida de preço, é o símbolo que está em causa. Quando sobe o preço do pão, é o mais básico de tudo que está em causa.
S.O.S.!


sexta-feira, dezembro 28, 2007

Huuuum......

Ná! Mas que ideia...

Somos os quartos da Europa

...quanto ao preço da gasolina.
Afinal subimos
14% face aos valores de um ano antes
Coisita pouca.
Como é aquela conversa do défice?....
Ah!

À bomba

Ontem mataram Benazir Bhutto.
Tinha escapado ainda há pouco a outro atentado que matou 133 pessoas e feriu 400. Sabemos que era uma figura muito ‘controversa’. Conhecida como sendo a primeira mulher a dirigir um país muçulmano, o que é uma proeza, mesmo sendo filha do seu importante pai - Ali Bhutto – não era contudo flor muito perfumada: dizia-se que tinha mandado assassinar o seu próprio irmão Murtaza Bhutto, em 1996, e foi acusada de corrupção, acusação que a fez fugir do país para o Dubai de onde só regressou graças a uma amnistia, ou seja, absolvida não foi!
Mas se a sua figura tem manchas, o certo é que as eleições que se aproximavam após oito anos de ditadura militar, tudo indicava que seriam uma janela aberta naquele país para uma aproximação da democracia. Era odiada pelos islamistas? Era apoiada por Washington? O certo é que a mulher que prometia limpar o seu país de extremismos foi vítima dele. É muito difícil lutar contra as bombas, sobretudo quando ainda não se está no poder. E as «dinastias» que acontecem naquela zona do globo (Buttos, Gandhis) têm tendência a acabar violentamente mal.
E agora?
Guerra civil quase de certeza. A instabilidade vai instalar-se em definitivo naquela região. E quem lucra com tudo isto?

quinta-feira, dezembro 27, 2007

Cinema de Evasão


Eu tenho uma faceta muito adolescente que me faz apreciar histórias fantásticas e de ficção científica. Li, como toda a gente, O Senhor dos Anéis, e vi depois a trilogia no cinema, também como toda a gente.
Em relação a esta outra trilogia, os «Mundos Paralelos» ( Os Reinos do Norte, A Torre dos Anjos e O Telescópio de Âmbar ) de Philip Pullman, inicialmente não me tinha despertado um interesse especial. Contudo, assim que soube que o Vaticano se tinha dado ao trabalho de visionar a Bússola Dourada e considerar que era uma história maléfica que um cristão não devia ver, fiquei logo espevitada. Nada é mais atraente do que um ‘index’…
Portanto, ontem rumei ao cinema - eu e mais parte da família, é claro - para ver
A Bússola Dourada
Achei-me a meio caminho entre o Harry Potter e o Senhor dos Anéis. Mundos paralelos, é claro. Lealdade de uma jovenzinha de 12 anos. E coragem, imensa coragem, como tem de ser. Depois enorme fantasia, num mundo onde as pessoas têm uma ‘espécie de alma’, visível, e encarnada sob a forma de animais. Crianças roubadas. Feiticeiras que voam. Ursos que reinam em reinos organizados, com reis ursos que também atraiçoam e roubam o trono aos herdeiros legítimos. Uma organização, o Magistérium, que decide tudo e não deixa existir o livre arbítrio.
..
Enfim, diverti-me e acho que vou mas é comprar a trilogia para a ler, lá mais para as férias.
(Ena, ainda falta tanto… Se calhar vai ser mas é antes!)


Olhos em bico

Que os orientais têm os olhos em bico, dizemos nós. Eles, pelo seu lado, dizem trocistamente que nós temos os olhos encovados… Ou seja, aquilo que é estranho ou diferente dá muitas vezes para a ironia.
Mas diz-se, entre nós, que se fica de «olhos em bico» quando há motivo para espanto.
E desta vez, é mesmo engraçado. Exactamente lá no País do Meio, dizem-nos que foram apanhados dois ladrões.
Nada de especial.
A não ser que se tratava de um ladrão gordo demais, e um outro rico
O rico, dedicava-se ao furto como desfastio, para provar que era esperto.
O gordo, ficou entalado numa janela, como numa história de crianças…
Ele há cada uma !!!!




«Festivo»

O tal «homem do ano», tem uma metáfora interessante (??) quando fala de mísseis:
«No que respeita ao lançamento dos mísseis, devo dizer que se trata de um fogo de artifício agradável, bonito, festivo,… »

Pois.

Outra vez a estatística

«Os números não mentem»
Ora cá temos a brincadeira dos números, de novo:
Avaliou-se, segundo os movimentos das Caixas Multibanco, que até 25 de Dezembro cada português levantou 422 euros, gastando 227 em compras.
Claro que, se nestas “compras” se incluiu as chamadas ‘compras do mês’, - arroz, massa, feijão, açúcar, azeite, leite, peixe, carne, legumes, fruta, produtos de limpeza e higiene, etc – é possível que isto não esteja muito errado porque é tudo caríssimo em relação aos nossos salários. Por outro lado se se inclui nesta rubrica de compras as que referi mais as famosas compras de Natal, então gastamos até muito pouco, uma vez que «o número de operações iguala, por exemplo, o de Fevereiro, que foi o mês completo com pior desempenho do ano.»
E isto numa média, porque se tivermos consciência de que houve umas tantas pessoas que gastaram muitíssimo mais do que isso, a média geral ainda cai para muito mais baixo…
Não é exactamente o quadro que nos pinta o nosso primeiro na sua mensagem de Natal.


Recibos Verdes


Foi o Fliscorno que me chamou a atenção, já há uns dias e na altura rabisquei um post para entrar de imediato.
Infelizmente meterem-se umas urgências quaisquer e acabei por deixar esse escrito em rascunho.

Dei hoje com ele, lá muito para baixo, e considerei que tinha de refazer o que lá dizia porque como estava já nem fazia muito sentido. E fiquei estarrecida quando vi que o prazo terminava a 27, o que quer dizer HOJE!
Bom, para poupar tempo, o melhor é irem à fonte e lerem o post original
De resto, que considerandos se pode fazer a isto?
Que é uma vergonha?
Que «bem prega frei Tomás» e o Estado é o primeiro a usar e abusar do que devia ser uma excepção?


Vá, depressa, quem ainda não assinou que se despache!




quarta-feira, dezembro 26, 2007

Surpresa, surpresa!!!

Assim é que é!



A autêntica kinder surpresa.

Coisita pouca….


Para a Ceia de Natal ia fazer «sonhos» mas às tantas estava com dúvidas e descobri que afinal não tinha a receita no meu caderno de receitas.
Como sempre nestes momentos de dúvidas, recorri ao São Google. Procurei a receita de «sonhos» e cá vem ela
Levava apenas um quilo de farinha e 30 ovos (!!!!!!!!). Para a cova de um dente, está visto…
Bem, ainda procurei um pouco mais, e vá lá, dei com uma outra um pouco mais para as minhas necessidades.
Mas continuo com a convicção de que a que costumava fazer ainda não era esta. Ou, como aqui diz que é receita para 8 pessoas, o que se calhar acontecia é que a minha versão era ainda mais reduzida que a família é pequena.
Seja como for, acabei por onde devia ter começado, telefonando a uma velha e querida amiga que sabe tudo e lá me desenrascou!
E ficaram excelentes!!!

Sinos de Natal


O Natal rima bem com sinos.
Deve vir-nos lá dos confins da memória, mas associamos com facilidade as festividades natalícias aos sinos, Jinglebells e essa coisa toda.

E, a propósito, recentemente entrou na onda outra espécie de sininhos ou campainhas associado ao Natal.
Os velhinhos “cartões de boas-festas” já passaram, em parte, à história. Agora, passámos a ter o costume de enviar msn aos nossos amigos e conhecidos.
É fácil, rápido e não é caro. Pelo que sei, nestas alturas, Natal e Fim-do-Ano há um autêntico engarrafamento de mensagens.
Quanto a mim, faço alguns telefonemas de viva voz, mas depois sempre olho de esguelha para o telelé e pronto, redijo duas frases com pouca inspiração de um modo geral, e lá envio a uns amigos que tenho na lista do telemóvel. Mostro que me lembrei deles, o que é verdade, e não obrigo ninguém a aturar-me com um grande paleio. O giro é o retorno! Estes dois dias, 24 e 25, parecia que andava com um sininho atrás de mim, porque volta não volta lá soava a campainha com uma resposta a uma das mensagens que tinha enviado. Deve ser o meu lado infantil, mas olhem, contra o que pode parecer, o certo é que gostei.
Aquele tlim-tim-tim, de vez em quanto mostrava alegremente que eu não estava esquecida e havia quem se desse ao trabalho de me responder.

Olááá!!!!!

Falta o resto

Chama a atenção por ser notícia grande, de primeira página: «em 1960, o total de diplomadas não ia além dos dez mil, no final do ano lectivo em curso esse número deverá rondar as 600 mil»
Ou seja, a época onde a mulher era descrita como tal animal de cabelos compridos e ideias curtas ficou completamente enterrada.
Hoje temos em Portugal mais mulheres licenciadas do que homens.
Dizem-nos que «as mulheres viram ainda alargar as opções em áreas científicas, estando actualmente presentes num leque mais abrangente de cursos, sendo apenas ultrapassadas pelos homens em licenciaturas viradas para as engenharias e ligadas à indústria transformadora e de construção».
Muito bem, e o resto?
O resto é a correspondente participação no mundo do trabalho, porque afinal «enfrentam mais obstáculos para se inserir no mercado de trabalho e atingem apenas as posições mais baixas da hierarquia, exercendo funções para as quais estão sobrequalificadas».

Se calhar agora as baterias deverão ser assestadas nessa direcção.
Se conseguimos a qualificação, é forçoso o correspondente reconhecimento.

Renderam…?

O título da notícia é revelador: Operações 'stop' da PSP renderam mais de três milhões de euros em 2007
Sabemos que o Código é para se cumprir e quem o não faz se sujeita a
multas coimas. Quando tiramos a carta de condução estamos implicitamente a aceitar essas regras.
E sabemos que as operações STOP servem para apanhar os prevaricadores e ajustar contas.
Mas se muitas vezes se fala em «caça à multa» não é por acaso.

OK, há enormes abusos. Há quem se esqueça de que esse Código é feito para se cumprir.
Ainda li ontem já não sei onde que um condutor tinha sido detido com uma espantosa taxa de alcoolémia e no momento em que tinha sido mandado parar ia a conduzir e a beber champanhe… É certo que essas coisas põem em risco a vida de quem pratica os disparates e de quem tem o azar de se cruzar com eles!

Mas impressiona ler que se desta vez este ano estas acções «renderam» 3,2 milhões de euros, o ano passado foram quase 4 milhões… Assim, em números, é estranho.

Sobretudo porque o que parece é que – felizmente – até tem existido mesmo menos disparates, a vigilância é que é maior!

Ainda bem...!
E o ideal é que se chegue ao ponto de não render nada.
Mesmo que a PSP entre em falência :)

terça-feira, dezembro 25, 2007

Cliquem sobre a imagem. São assim os meus votos para hoje.



segunda-feira, dezembro 24, 2007

E muito obrigada a todos!!!


Tenho recebido muitas e muito simpáticas mensagens de Natal.
Quando consigo, respondo um a um e pessoalmente, mas para o caso de me esquecer de alguém um grande abraço, obrigada e Feliz Natal para todos!!!


A "tal" última hora

Eu estou muito, muito longe da perfeição.
Farto-me de fazer asneiras todos os dias, nem é bom contar os disparates que faço!
Mas tenho uma ‘qualidade’ (???) muito confortável: detesto deixar seja o que for para “a última hora”.
Evidentemente que é impossível evitar imprevistos, e sou um tanto esquecida também. Mas, como sei que sou esquecida, com algum tempo deito-me a fazer listas do que tenho que fazer e, a não ser que “me-esqueça-de-por-na-lista”, - o que pode acontecer - a verdade é que de um modo geral tenho as coisas planeadas sem grande stress.
Digo isto porque verifico, como toda a gente, o que é a loucura dos dias antes do Natal!
Ontem tive de passar perto do Colombo e a fila de carros para entrar era de nos deixar a boca aberta! Na sexta-feira passada, fui calmamente fazer as minhas compras do mês a um destes hipers que enviam as compras a casa, mas as minhas compras normalíssimas, e disseram-me que só as mandavam no dia seguinte porque já tinham esgotado a capacidade de distribuição desse dia (e era de manhã!)

Bem, há realmente ‘qualidades’ que nos deixam bem confortáveis.
E esta, de desde há semanas ter as minhas ofertas de Natal prontas e embrulhadas (e neste momento distribuídas, excepto as que são retiradas directamente da Árvore) e ter adiantado e até já estarem feitas, muitas das tarefas culinárias da Ceia de logo à noite, é muuuuito bom!

Vocês nem imaginam a hora a que acordei hoje, e o sossego que sinto!!!

Que loucura!

Quando hoje em dia vamos viajar e já andamos a ler antes de fazer a mala as listas de coisas que poderemos ou não transportar na bagagem, desde a latinha de desodorizante ao corta-unhas, vem a saber-se agora que só no aeroporto do Porto nos 10 primeiros meses deste ano, foram apreendidas 166 armas de fogo e de categorias como dispositivos de electrochoque
Será possível?
Imaginariam que por ser uma coisa tão evidente ia passar desapercebida? Para que raio queriam as pistolas e … dispositivos de electrochoque (??!!)
Só posso imaginar que a distracção fosse enorme ou então, tal como aventei, imaginassem que, perante uma coisa de tal forma evidente, a segurança nem acreditasse no que estava a ver e ficasse antes a olhar com atenção para aquilo que poderiam constituir «armas ocultas»... deixando passar as «armas evidentes»!
Olhos fechados à evidência.

"Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa"

Pois, quem quer confusões??!
Mas, aqui para nós, as claques dos grandes clubes (e olhem que aqui meto também as do clube do meu coração) está mais do que provado que, se não são constituídas por terríveis meliantes. – também não se queria dizer isso! – o certo é que são o berço de muitos deles e de actos de violência que são lá ‘ensaiados’ e depois praticados na vida de todos os dias.

Com franqueza, não me interessa nada crucificar
uma claque em especial, porque para mim se forem a ver todas elas têm muito que criticar
Acontece que desta vez foi o Porto que ficou na berlinda.

Talvez fosse um bom sinal de alarme para os outros grandes clubes olharem com cuidado para o que se passa dentro das suas casas.


domingo, dezembro 23, 2007

Um Caderno de Capa Castanha XVII - O Natal

E quanto ao seu Natal?
«O Natal era uma época um tanto misteriosa nas minhas recordações mais antigas.
É claro que nem vale a pena insistir no facto de que era muitíssimo mais caseiro e sem a insistência nas prendas que hoje se vê. Na minha recordação, pelo menos, era uma altura onde as compras que eu via fazer eram sobretudo ‘alimentares’, a pensar na noite da consoada e na ceia de Natal.

A minha família próxima era pequena. Os meus pais tinham apenas um irmão cada um deles, eu tinha um tio paterno e outro materno mas quando era pequena, eles ainda não tinham filhos, nem sequer eram casados, era uma família muito pequena para a época. Contudo, na minha casa, havia «
ambiente de festa» – não muito mais do que uns 15 dias, aí uma semana antes do Natal e depois mais ou menos até ao Dia de Reis mas sentia-se que a vida tinha outra animação.
Até aí cerca dos meus 6 ou 7 anos, eu não só acreditava no pai Natal, como até sabia que era ele que trazia a Árvore de Natal. Ia para a cama no dia 24, excitada e nervosa, e a minha casa estava como de costume – bonita, florida, bem cheirosa, mas como seria normal. Ao acordar do dia 25, corria à sala e lá estava a Árvore com dois ou três presentes sempre desembrulhados! Hoje penso que vinham
sem embrulho porque era suposto que não passavam por nenhuma loja, caíam directamente do saco do Pai Natal para ali…
E esse mistério de 'ele' conseguir trazer a Árvore, era maravilhoso. Imaginava-o no trenó, com as renas, a voar no céu e no seu braço esticado a minha Árvore já prontinha e com as velas acesas! Naquele tempo a iluminação era feita com umas velas pequeninas que se encaixavam nuns suportes com umas molas que prendiam nos raminhos. Nada eléctrico ainda. E, a verdade, é que essa Árvore era também como que uma prenda. Deixei de acreditar no Pai Natal uma célebre noite onde, de sono mais leve, ouvi risos na sala fui lá dar em camisa de noite e apanhei o «
pai e mãe natal» em flagrante montagem da árvore…
Quanto às prendas nunca foram em grande número e creio que nem era por falta de dinheiro dos meus pais, não era costume. Não me recordo de mais de 3 ou 4 – uma boneca, um jogo de tachinhos, vestidos da boneca, um dominó com animais, já era muito bom. Aliás também não precisava de mais para brincar.
E, o costume era procurar essas prendas na manhã do dia 25.
Dia 24 íamos a casa dos avós maternos fazer a consoada. Avós, tios, os meus pais, uns tios avós mais idosos, uns primos mais distantes que, por acaso, aparecessem mas o grupo não era muito grande. Esse jantar era de bacalhau, porque o meu avô era minhoto e preferia assim. Eu não tinha muito apetite, gostava era da mesa linda, muito bem decorada, porque esta minha avó era excelente nisso.
Depois, na ceia de Natal, dia 25, íamos a casa dos outros avós, que davam mais importância a esse dia. Essa mesa ao contrário da véspera, não tinha grande decoração mas a comida era um exagero! Estes avós, alentejanos, faziam uma mesa de Natal que devia dar para um bodo. A avó embebedava o peru, e lembro-me de a ver matá-lo na cozinha e ficar horrorizada! Depois de cozinhado, sabia-me bem, mas a morte do animal era terrível. E nessa casa, que já cheirava a comida excelente ainda se vinha na rua, a animação era muito grande porque embora filhos só fossem os meus pais e tios, apareciam muitos cunhados, sobrinhos e era uma festa onde a minha avó parecia uma rainha! Na noite de Natal ela reinava naquela casa, só lhe faltando o manto e a coroa. E eu, de olhos muito abertos, maravilhada. Aquilo era Natal.»

Clara

Uma música ao Domingo




Há quase 50 anos, Boris Vian, o grande provocador, cantava





J'suis snob... J'suis snob
C'est vraiment l'seul défaut que j'gobe
Ça demande des mois d'turbin
C'est une vie de galérien
Mais lorsque je sors à son bras
Je suis fier du résultat
J'suis snob... Foutrement snob
Tous mes amis le sont
On est snobs et c'est bon.

Chemises d'organdi, chaussures de zébu
Cravate d'Italie et méchant complet vermoulu
Un rubis au doigt... de pied, pas çui-là
Les ongles tout noirs et un tres joli p'tit mouchoir
J'vais au cinéma voir des films suédois
Et j'entre au bistro pour boire du whisky à gogo
J'ai pas mal au foie, personne fait plus ça
J'ai un ulcère, c'est moins banal et plus cher.

J'suis snob... J'suis snob
J'm'appelle Patrick, mais on dit Bob
Je fais du ch'val tous les matins
Car j'ador' l'odeur du crottin
Je ne fréquente que des baronnes
Aux noms comme des trombones
J'suis snob... Excessivement snob
Et quand j'parle d'amour
C'est tout nu dans la cour.

On se réunit avec les amis
Tous les vendredis, pour faire des snobisme-parties
Il y a du coca, on deteste ça
Et du camembert qu'on mange à la petite cuiller
Mon appartement est vraiment charmant
J'me chauffe au diamant, on n'peut rien rêver d'plus fumant
J'avais la télé, mais ça m'ennuyait
Je l'ai r'tournée... d'l'aut' côté c'est passionnant.

J'suis snob... J'suis snob
J'suis ravagé par ce microbe
J'ai des accidents en Jaguar
Je passe le mois d'août au plumard
C'est dans les p'tits détails comme ça
Que l'on est snob ou pas
J'suis snob... Encor plus snob que tout à l'heure
Et quand je serai mort
J'veux un suaire de chez Dior!




(este é um post dedicado à AB)

Critérios de Escolha

????
A revista Time escolheu como a personalidade do ano Vladimir Putin.
O que o tornaria digno de tal distinção?
Ah! Já se sabe agora: deve ser a sua fortuna pessoal que o pode fazer o homem mais rico da Rússia e da própria Europa.

Grande personalidade, heim?!


sábado, dezembro 22, 2007

PARABÉNS

Hoje tenho de começar por saudar aqui o "anjo da guarda" do Pópulo que por um pouco fazia concorrência ao Menino Jesus.
O nosso Farpas quis nascer bem pertinho do Natal e fazer assim uma espécie de dobradinha quanto a festas.
Como aqui estamos no reino do virtual posso ser uma mãos-largas e dar-lhe várias prendas à escolha, ou até todas elas!
Que tal um cruzeiro? Aonde ele desejasse?




Ou uma viatura modesta e discreta?



Ou bilhetes para TODOS os concertos que ele desejasse?



Olhem, eu não sei. Por mim oferecia tudo e talvez também ainda uma bomba de gasolina para alimentar "aquele bebé" que imagino que deve beber que nem uma esponja...
Parabéns Farpas!!!
Um ano muito feliz!

O Meu Natal - A Ceia

Para além da Árvore, para além das Prendas, há outra diferença entre mim e o grupo dos meus amigos que “não-gostam-do-Natal”.
É a Ceia do Natal e o correspondente encontro entre membros da família.

Oiço a queixa de que não faz qualquer sentido, pessoas que passam o ano todo sem se verem nem sentiram a falta uns dos outros, lá por ser 25 de Dezembro ritualmente vão ter de se aturar. Visto assim…. Mas eu vejo de outra forma.

A minha família é pequena. Primos direitos são muito poucos, mas os em segundo grau já fazem mais vista. E, é mesmo verdade que se passa um tempão sem nos vermos. Mas ao menos ( !!!) vemo-nos no Natal! Não será muito, mas é melhor do que nada!
É certo que também existem uns ramos da família que nem no Natal nem nunca. Creio que nem os reconheceria se os visse. OK. Nesse caso, não se justifica e a verdade é que também não aparecem. Mas as pessoas que se procuram encontrar no Natal é porque o desejam. Se fosse um sacrifício muuuito grande também não iam lá, inventavam uma desculpa.

E eu gosto! Acho engraçado ver uns primitos que cresceram muito, outros mais envelhecidos e, é claro, os que “estão-na-mesma”. :) Todas essas observações, podem ser rituais, mas sabem-me bem.
As pessoas estão animadas, anda-se num vai-vem entre a cozinha e a sala, a casa cheira aos assados, a doces, a vinho aberto para “respirar”. É costume a consoada de 24 ser numa casa e a ceia de 25 ser noutra. Mas até esse costume, que é uma espécie também de tradição, é simpático para dividir o prazer de receber entre os diferentes grupos de famílias.

E, além disso, come-se mesmo muito bem!!! Não há dietas nesses dias! E doces!? Ai, ai… A linha vai-se, mas quem se importa? São os pratos “obrigatórios” e os que a fantasia também mandar.
Porque depois sobra tanto que se passa o resto da semana a viver dos restos… Mas “os restos “ do Natal são especiais. São restos de luxo, não apenas de luxo de paladar mas sobretudo das relações reencontradas.


Afirmações bombásticas

Era comum “no tempo Santana Lopes”.
Estávamos habituados a abrir um jornal e ligar a rádio e apanhar com uma frase que nos deixava entre o incrédulo e o divertido.
Após um interregno, eis que um novo líder do PSD apanha «o testemunho» e continua a corrida de estafetas das frases surpreendentes.
"Faço a aposta radical de, em meia dúzia de meses, liberalizar a legislação laboral (...) e desmantelar de vez o enorme peso que o Estado tem e que oprime as pessoas"
Liberalizar a legislação laboral???
Desmantelar ( e de vez !) o enorme peso do Estado????
Em meia dúzia de meses????

Que homem!


sexta-feira, dezembro 21, 2007

De novo um céu sombrio

Ontem, o que deixei no Pópulo foram uns posts que estavam já ‘em rascunho’ e limitei-me a passá-los, mecanicamente, para ‘on-line’. Isto, porque sou um tanto obsessiva, não tinha tempo para explicações nem queria deixar o «blog fechado».
E amanhã espero voltar à ‘minha postagem’ normal, a vida continua (que raio de lugar-comum!)

Mas não hoje. Hoje não o consegui.

A verdade é que quer ontem, quer hoje, pairei de novo numa zona de escuridão: perdi uma familiar, e apesar de a saber bem doente e sem perspectivas de recuperação, parece-me sempre uma injustiça enorme um desaparecimento de alguém ainda a pouco mais de metade da actual ‘esperança de vida’.

Eu sei que esta é uma questão
íntima pessoal e um blog é em certa medida algo de público, mas sinto alguma necessidade de explicar que tenho em cima um peso tão grande, que desta vez não consigo escrever nada.
Sinto uma pena imensa da sua irmã e mãe, mas por outro lado também sinto desgosto de não ter compreendido bem como foi de facto a vida desta mulher - aparentemente tão cinzenta, tão neutra, tão tímida e com tanto medo de viver.
E morreu tal como viveu, discretamente.
Como a flor do seu nome.


quinta-feira, dezembro 20, 2007

Gente asseada!

A Navalha de Occam




A ideia de que a explicação mais simples seja a verdadeira, não entra na minha cabeça!
Sobretudo quando se trata de informática, um bicho assustador, que eu olho um tanto pelo canto do olho. Imagino sempre que se há alguma coisa mal, deve ser coisa complicada! E não há meio de aprender!

No meu antigo emprego, tinha uma impressora ‘acoplada’ ao pc. Não é costume, frequentemente é uma impressora para meia dúzia de computadores, mas por motivos diversos, eu tinha o luxo de ter uma. E acontecia-me chegar de manhã, ligava tudo, estava tudo normal mas quando mandava imprimir alguma coisa, a parva não me obedecia. Dava voltas àquilo, chegava a re-instalar a traquitana, mas ela nada!
Trabalhava na mesma sala com um colega que, nas calmas, me aconselhava: - vê se está ligada ao pc. Nem tal me ocorria! Pois se eu não a tinha desligado, e na véspera estava bem. Mas era. A senhora das limpezas, com excesso de energia, frequentemente tirava a ficha do sítio nem sei se para limpar os buraquinhos por dentro, com uma cotonete! Mais para diante, habituei-me e antes de mais nada ia ver se aquilo estava ligado.

Há dois dias voltei a não pensar na solução mais simples.
Ao chegar a casa não tinha net. Primeira ideia foi que fosse uma pane da netcabo, coisa que costuma acontecer, mas as luzinhas do modem estavam todas ligadas e o que dizia é que não havia contacto. Também andei para aqui a desligar e ligar tudo, perguntei ao meu filho se tinha mexido nalguma coisa, mas ele apenas tinha tirado o rato porque foi trabalhar com o portátil e não se ajeita ao rato interno.
As voltas que dei, nem aqui vou contar, mas podem imaginar… Não queria ligar para a netcabo, porque tudo indicava que o problema não era deles e sim daqui.
Depois de ter verificado tudo pela 10ª vez ligo para um amigo a pedir ajuda. Ele lá vai dizendo umas coisas que eu já tinha feito. - E a ligação do modem para o pc está bem? – Está. Está no sítio. – Mas, olha, tira-a para fora e vê o que diz. Obedeci. – Agora é que diz que não há rede! – OK, coloca outra vez no mesmo sítio. Bingo!!!! Ligou!
A minha análise posterior é que quando retirou o rato da ficha, o meu filho deve ter dado ‘um toque’ na entrada do fio. Não o suficiente para desligar completamente, mas chegou para cortar a ligação. E daí para a frente, estava tudo ensarilhado.
Ora o mais fácil, que era desligar por completo e recomeçar, isso não me ocorreu – preferi soluções muito mais difíceis e complicadas.
Mas se calhar é preciso saber-se para encontrar a simplicidade.


Na paragem

Quando se viaja bastante em transporte público, vamos descobrindo até que ponto Lisboa não é essa cidade de completos estranhos que muitas vezes nos parece.
A paragem onde costumo apanhar o meu autocarro, muitas vezes dá a ideia que estamos na província.
Primeiro, há o hábito de quem chega cumprimentar que já lá está. Bom Dia! Ou Boa Tarde! Quase sempre seguido de um comentário Mas que tempo… ou Faz cá um frio… o que frequentemente é a deixa para o resto da conversa.

Ontem, quando cheguei à paragem já havia lá umas tantas pessoas.
Encostei-me ao lado, que o abrigo já estava cheio, mas logo abriram um espaço «Chegue-se p’ráqui… chegue-se p’ráqui, que aí faz muito vento». Agradeci, como é natural, e comentei pelo meu lado que estava muito frio.
Estava mesmo! Um gelo!

-Ah, mas já disseram que vai chover.

-Oxalá, quando começa a chover a temperatura sobe um pouco.
-É. A gente não gosta da chuva, mas faz falta.

-Atchim!!

-Santinha. Agasalhe-se.

-Pois é. O meu marido está com gripe e estou a ver que também fico.
-Elas andam aí. Lá na minha casa já todos tivemos.
-Mas o céu está muito escuro. Já viu? Isso vem aí chuva.

-Ai, ai… e eu que não trouxe chapéu!!!
-Eu ando sempre com um. Destes pequeninos.
-Se começa a chover, compro um qualquer, desses dos 300.
-Esses não duram nada … mas os outros também não! (risos gerais)
-Agora quando se estragam é deitar fora. Já não há lojas para concertar as varetas.

-Ainda se vêem algumas, mas o preço é o de um novo.

-Agora é tudo assim. Olhem, lá vem o 30!!

-Não me serve, mas boa viagem!
Lá subiram uns tantos e a tertúlia continuou. Não há como uma paragem para se socializar…

Ainda estou a pensar

Lembram-se bem do que é um sofisma?
Um raciocínio construído com habilidade, misturando premissas correctas e falsas de modo a obter uma conclusão errada mas com aparência lógica.
Li o fundamento do sr. Nuno da Câmara Pereira, em relação ao pedido de arquivamento sobre uma petição internacional sugerindo a criação do um Dia Mundial de Luta contra a Homofobia.
Bem, há ‘Dias Mundiais’ sobre tudo e mais um par de botas. São tantos que perdem a sua força. Quanto a isso estamos conversados.
Mas…

… a ideia espantosa, de que
"Ao instituir-se um dia mundial de luta contra a homofobia estar-se-ia, no fundo, a instituir um dia contra todos aqueles que pensam a sexualidade de modo distinto e, consequentemente, a colocá-los numa situação de discriminação" deixa-nos de boca aberta.
É isso.

Escusam de voltar a ler porque leram bem.

Ao evitar-se a discriminação estamos a discriminar os discriminadores.
:)
Esta não lembrava ao menino Jesus (já que estamos na quadra) mas lembrou-se aquela cabecinha criativa.

quarta-feira, dezembro 19, 2007

O Meu Natal – As prendas

(E vou continuar a contar «porque gosto do Natal»:)

As prendas

Uma das coisas que gosto no Natal são os presentes
(Prefiro a palavra “presente” a “prenda”, ao dar ou receber um presente, estamos a mostrar que “estamos ali”, como o nome sugere) Mas, claro, pensar em presentes de Natal, não me evoca nada, mesmo nada, uma corrida-às-lojas, nem os associo à ideia de ter de “comprar” coisa nenhuma e sim ao afecto dado e recebido.

A troca de prendas entre adultos é coisa recente, terá umas dezenas de anos. Antes, elas eram só para as crianças da família. Hoje não é assim. Trocam-se presentes entre amigos e, no meu caso é motivo de brincadeira para quem me conhece a antecedência com que começo a preparar esse momento. Pois se o Natal é sempre no mesmo dia do ano… dá muito tempo para guardar ideias, ir imaginando e arranjando coisas todo o ano!
Cada coisa que dou é muito pensada. Escuso de dizer que têm sempre pouquíssimo valor económico mas sempre muito, muito, valor afectivo. Vou observando, ao longo do ano, o que pode interessar os meus amigos. Pode ser uma cunha engraçada para travar uma porta que costuma bater, um folheto de alfarrabista sobre “As 100 maneiras de cozinhar bacalhau” (que aliás agora está esgotado!), uma caixinha cheia de folhas de Ginkgo biloba para quem tem muitos livros, uns brincos feitos por mim a condizer com o colar da minha amiga, uma foto engraçada que eu cortei como um puzle,… eu sei lá! Solto a imaginação e divirto-me!
E depois o engraçado que pode ser o fazer dos embrulhos! Meter uma prenda pequenina dentro de uma grande caixa. Embrulhar uma coisa “desmontável”, em 5 embrulhos diferentes… Ou juntar numa mesma embalagem duas outras coisas completamente distintas! Enfim, a “tarde de fazer embrulhos”, é para mim também parte da festa!...
É claro que, já se vê, para mim o presente tem de ser mesmo uma surpresa. A ideia de uma pessoa pedir uma coisa para o Natal, comigo não dá.
Perde a graça toda.
São coisas…