sexta-feira, dezembro 21, 2007

De novo um céu sombrio

Ontem, o que deixei no Pópulo foram uns posts que estavam já ‘em rascunho’ e limitei-me a passá-los, mecanicamente, para ‘on-line’. Isto, porque sou um tanto obsessiva, não tinha tempo para explicações nem queria deixar o «blog fechado».
E amanhã espero voltar à ‘minha postagem’ normal, a vida continua (que raio de lugar-comum!)

Mas não hoje. Hoje não o consegui.

A verdade é que quer ontem, quer hoje, pairei de novo numa zona de escuridão: perdi uma familiar, e apesar de a saber bem doente e sem perspectivas de recuperação, parece-me sempre uma injustiça enorme um desaparecimento de alguém ainda a pouco mais de metade da actual ‘esperança de vida’.

Eu sei que esta é uma questão
íntima pessoal e um blog é em certa medida algo de público, mas sinto alguma necessidade de explicar que tenho em cima um peso tão grande, que desta vez não consigo escrever nada.
Sinto uma pena imensa da sua irmã e mãe, mas por outro lado também sinto desgosto de não ter compreendido bem como foi de facto a vida desta mulher - aparentemente tão cinzenta, tão neutra, tão tímida e com tanto medo de viver.
E morreu tal como viveu, discretamente.
Como a flor do seu nome.


13 comentários:

Farpas disse...

Isso é que é pena "Medo de viver" é um erro que nunca podemos corrigir, por isso mais vale evitar... os meus sentimentos.

Anónimo disse...

Realmente ontem havia menos pontos a focarem questões do dia, mas por vezes já tem acontecido.
Não pensei que se passasse algo de tão grave. A verdade (outro lugar comum, dirias tu) é que é a única coisa irremediável.
Um abraço Emiéle, sobretudo para a mãe e irmã.

Anónimo disse...

Coitadinha!!!!
Ficamos aqui de nó na garganta e sem saber o que dizer.
Um abraço minha amiga.

cereja disse...

Farpas, se lhe chamei «medo de viver» é porque me parece que isso traduz melhor aquilo que se via. Foi uma criança, adolescente, mulher, a quem nunca deixaram abrir as asas. A mãe amou-a ao seu modo, decerto, mas era o que se podia chamar uma mãe castradora, autoritária, dominadora. E ela, coitadinha - doce, meiguinha, suava, discreta - nunca teve a força da rebelião. Olhando de fór par a sua vida, sinto-a como disse. Mas, como tudo o que se «vê de fóra» está sujeito a erros de avaliação...
Mary e Joaninha, um abraço também para vocês.

Anónimo disse...

Que triste notícia.
Sob todos os aspectos, porque o que contas não consola nada.
Ao menos que não tivesse sofrido...

Anónimo disse...

Mas o Pópulo é também para isto, para desabafares quando 'estás em baixo'.
Já percebeste como todos estamos solidários convosco.

josé palmeiro disse...

Primeiro manifestar o meu acordo com o que diz o sem-nick.
Depois expressar o meu voto de pesar, por tudo o que, connosco partilhas. Infelizmente estas coisas aconteçem, sempre, nestas datas a marcar de forma indelével o acontecido, colocando uma marca, que perdurará eternamente.
Um abraço, para ti.

Anónimo disse...

Olha mulher...bem já falamos pessoalmente.AB

Anónimo disse...

Vem mais um apoiar(-te)vos.
Um abraço.

Anónimo disse...

Tenho comentado pouco nos últimos dias, mas como «populiano» de sempre também não quero faltar neste momento.
Se a irmã ler o Pópulo, aceite também o meu abraço.

Anónimo disse...

Como disse o Palmeiro, estas coisas acontecem sobretudo nestas datas!!! Claro que não é, mas é o que nos dá a ideia... Parece sempre tudo mais sinistro.
Sentimentos à família e um beijo para ti.

cereja disse...

Obrigada a todos.

saltapocinhas disse...

sinto muito :(
nunca deveria acontecer os pais sobreviverem aos filhos, é contra natura.