segunda-feira, dezembro 31, 2007

Emoções básicas

Li ontem uma referência a um estudo que diz que «o rosto das pessoas é incapaz de mostrar duas emoções básicas ao mesmo tempo»

Fiquei a pensar.
Decerto que respeito os cientistas que fizeram o estudo e basearam-se em conhecimentos muito eruditos que não poderei contestar, mas… fiquei a pensar!
Primeiro, no que é definido como emoções básicas.
Dizem-nos que são: alegria, tristeza, cólera, medo, surpresa, aversão e desprezo.
Bem, até aqui é fácil aceitar. São mesmo emoções fortes, no caso (diria o «amigo banana») de serem mesmo fortes. Porque qualquer uma delas pode ser também ligeira – sentir-se algum medo, ou um pouco de alegria, mas numa dose levezinha, não é? Eu sei que já o senti. Nem sempre o desprezo nos dá náusea, ou a surpresa nos deixa de boca aberta.

Mas o que a mim me parece mais importante é que esta coisa das emoções tem dois sentidos. Alguém sente e mostra-o, mas por outro lado isso só tem significado se for percepcionado por outra pessoa. E quem garante que é bem percepcionada? Um actor, por exemplo, aprende a transmitir emoções e, se for bom actor, quem assiste recebe a mensagem em cheio. Mas, pelo contrário, há quem se treine em não as deixar transparecer. O tal «jogador de poker». Dizia-se isso dos ingleses. E em povos diferentes as emoções podem 'ver-se' também diferentemente.

Certo, o estudo foi efectuado em Portugal e imagina-se que não foi com actores. Mas, pelo que se lê na notícia, «os participantes não conseguiram exibir no rosto duas emoções básicas ao mesmo tempo quando lhes foi pedido». Portanto, se lhes foi pedido, é porque as emoções não foram espontâneas, autênticas.

Não sei.

Por mim, penso que como estudo tem de ser mais aprofundado. Não pode haver uma 'surpresa alegre'?...
Eu desejo que sim!


4 comentários:

josé palmeiro disse...

Mais um estudo a ter que ser, estudado.
Comungo da tua posição, pois da mesma forma que há "surpresas, alegres", quantas vezes não temos, "tristes surpresas".

cereja disse...

Claro que sim. Assim como também imagino o desprezo+cólera, por exemplo. Ou aversão e medo.
Como disse, isto se as emoções não forem fortíssimas, porque se calhar nesse caso, o caso de uma enorme emoção essa 'esmaga' qualquer outra e até a nós mesmos.

Mas fiquei a pensar neste estudo e suas conclusões.

Anónimo disse...

Como dizes ali é um caso para pensar. O que eles afirmam não é que não se possa 'sentir' duas emoções mas que não se podem exprimir ao mesmo tempo... Que os músculos que 'se usam' para mostrar esses sentimentos não coincidem nem são compatíveis.
E se calhar...

Anónimo disse...

Penso que dizes uma coisa importante: é que nem todos os povos ou raças exprimem as emoções do mesmo modo. E com a mistura que cada vez mais se dá nas nossas sociedades a coisa pode ser complicada. Não é preciso fazer muitas viagens para se saber que os orientais, por exemplo, mostram emoções de um modo diferente, a começar pelo sorriso.
Para mim, penso que esse estudo, é de certeza muito localizado.