segunda-feira, novembro 30, 2009

Direito à vista (da janela e não só)

Li a semana passada uma crónica na Visão sobre um assunto que me toca particularmente: as janelas e a sua vista.
Lembrava o jornalista que, no século XIX, nalguns países cobravam impostos sobre as janelas - quem tinha direito a ver devia pagar por isso. Hoje parece-nos extraordinário, mas a nível mais suave a coisa ainda tem alguns sinais: uma casa vale mais ou menos de acordo com o andar onde se situa, ou seja segundo a vista que o apartamento tem. É um factor de valorização que os vendedores muito bem explicam, isso de a casa «ter vista».
Mas, se podemos protestar depois por os canos funcionarem mal, ou as paredes terem rachas, esse factor da vista não é controlável – quem tem um terreno à frente pode decidir fazer uma construção que tape essa vista e lá se vai o nosso prazer mas o dono está no seu direito.
E estará? Até que limite?
Quando disse que esta questão me toca é mesmo verdade. A casita para onde vim estes dias fica numa aldeia de 'paisagem protegida'. Quando comecei a vir para cá, há muitos anos, aqui mesmo à frente existia apenas uma casinha encantadora com um belo quintal à volta. De um só piso e pequenina, lembrava-me a casinha onde vivia a Branca de Neve e os Anões. Bem, o tempo passou, essa casa de brinquedo foi demolida e em seu lugar construíram duas casas grandes ocupando quase todo o terreno, casas com dois pisos e um tanto pesadas mas, apesar disso, eu mantinha a vista da paisagem ao longe, ao pé é que era menos bonito. Paciência. Contudo, no terreno ao lado, onde havia um palheiro começou um dia a levantar-se uma construção. Fiquei primeiro curiosa porque o espaço era tão pequeno que nem percebia o que iam lá fazer. Mas a construção começou a subir e eu a assustar-me, acabando por entrar em pânico quando vi que estava a nascer ali uma torre. Quatro pisos (!!!) numa rua tão estreitinha onde nem um carro pode passar! E, como já adivinham, essa torre tapa a vista de grande parte das janelas da minha casa. Depois, para cúmulo, por algum motivo a obra foi embargada e ficou assim por acabar e a degradar-se há mais de 15 anos. Grrrrrr!
É claro que este é um caso pessoal. Mas, para além disso, esta zona de paisagens lindíssimas, como é bastante inclinada tem estradas que são uma delícia do ponto de vista da paisagem que vai desfilando. Tem estradas, quero dizer, tinha.
Agora circulamos parte do caminho emparedados entre muros altos sem ver nada para os lados. Cada vez mais os donos das propriedades que dão para a estrada constroem muros, não aqueles murozinhos de meio metro que se usavam dantes a separar o domínio público do privado, mas muros bem altos de dois metros que tiram o prazer de circular naquelas estradas. É legal, calculo. Mas é justo?...


domingo, novembro 29, 2009

Uma Música ao Domingo

Uma amiga enviou-me um link com a colecção completa das canções dos Beatles, a música e a letra. Uma delícia porque apesar de grande parte serem canções que conhecemos de cor, encontrar todas as letras completas, foi fascinante.
Escolhi para hoje uma daquelas onde o compreender a letra é fundamental:

Lucy in sky with diamonds





sábado, novembro 28, 2009

Hoje é mais do que sábado

... é o primeiro dia de 'férias'.

Desta vez o calendário foi simpático.

Nem sempre o é. Este ano por exemplo, decidiu que o 25 de Abril fosse a um sábado, e o 13 de Junho também, pelo que na altura da Primavera muitos de nós se sentiram infelizes e um tanto amuados – um feriado a coincidir com o fim de semana é um certo azar!
Mas enfim, estes jogos do calendário se roubam com uma mão oferecem com a outra e foi assim que o 1º de Dezembro – e o 8 também! – cai a uma terça-feira permitindo se metermos um dia de férias e ganhar quatro!!!
É o que estou a fazer.
De hoje até terça feira quarta-feira vou-me afastar um bocadinho e apesar de saber que vai chover (preveniram e afinal é o tempo dela) espero descansar como deve ser, pelo menos dormir muito bem que é coisa fácil de fazer no silêncio do campo. Aliás o meu horóscopo, que tive logo o cuidado de ir ler, para além de uns preciosos conselhos acerca do Amor e do Dinheiro, avisa quanto à Saúde «evite noitadas, o seu corpo necessita de descanso». E eles sabem tudo!
E, reconheçamos, até tem o seu encanto, a chuva a bater nos vidros com a lareira acesa e umas luzes suaves nos candeeiros… Talvez decida arranjar um novelo de lã e umas agulhas para tricotar (um cachecol?) que liga muito bem com o dia e peça um gato emprestado para se aninhar ao meu lado no sofá :).
E também posso aproveitar para fazer uns cozinhados daqueles demorados, em lume brando, ou em forno baixinho, porque nestes quatro dias não vai haver pressas e este tipo de tempo convida a ficar-se à mesa. São servidos?

sexta-feira, novembro 27, 2009

Somos umas exageradas!

Um grande exagero é o que é! As mulheres portuguesas querem tudo. Uma profissão e também tratar da família. E, vamos lá, que até se vai conseguindo...
Entre os múltiplos «estudos» que andam para aí a confirmar o que todos sabem (ou a dar-nos umas enormes novidades, também acontece) li ontem que Portugal na perspectiva da União Europeia é um caso atípico.
O que acontece é a) verificar-se nalguns países um grande apoio social à família e às crianças portanto aí as mulheres regressam ao trabalho cedo porque os filhos ficam bem, ou b) noutros países dão umas grandes licenças de maternidade, e as mulheres regressam ao trabalho mais tarde.
Cá não. É o caso c)
A nossa terra
“não corresponde ao critério de não regresso das mães ao mercado de trabalho. Resultados específicos demonstram a forte participação feminina no mercado de trabalho e em regime de tempo inteiro.” diz o estudo.
Mas, vá lá, vá lá, embora essas questões da igualdade vão descaindo do norte para o sul da Europa, desta vez Portugal até nem está está muito mal. Dizem que acompanha a Áustria, a Estónia, a França, a Alemanha, a Irlanda, o Luxemburgo, a Eslováquia, a Eslovénia, a Espanha, a Suíça e o Reino Unido [se tirarmos
a Estónia, a Eslováquia, e Eslovénia, estamos bem integrados!] Então pior devem ser os países de leste calculo.
Que a vida normal de uma mulher com família não é fácil, isso entra pelos olhos dentro. Mas vale a pena, dizem.
Porque continuamos a trabalhar, a casar, a ter filhos.
E a querer tudo :) !


quinta-feira, novembro 26, 2009

«Nós»

Vinha ontem no carro, distraidamente, a ouvir na rádio um ‘opinion maker’ (?), economista creio, cujo nome não sei nem nunca quis fixar apesar de o ouvir falar muitas vezes. Confesso que embirro com o homem. Talvez tenha a ver com o seu tom de voz, superior, arrogante, vagamente trocista como se estivesse a falar para palermas, como se tivesse de explicar os seus inteligentes raciocínios e saberes por palavras de duas sílabas a uns patetas.
Bem, a conversa de ontem era igual à de sempre. Falava, displicentemente, sobre as dificuldades que a crise provocava no nosso modo de viver e como os pedidos de aumentos de salários prejudicavam toda a economia. É um discurso batido, ouvido já dezenas de vezes com os mesmos argumentos, sem interesse que justificasse o que aquele senhor importante ganha na rádio para emitir aquelas opiniões (talvez o equivalente a um smn só por aquele trabalho)
Mas vinha eu a ouvir, como disse de um modo desinteressado, quando me chocou uma palavra repetida, o «nós». Ele afirmava que nós temos de aprender a viver com pouco, que nós usamos muito o cartão de crédito, que nós não sabemos poupar, que nós devemos aceitar baixos salários, mas a verdade é que tudo o que dizia era dirigido a uma determinada camada sócio-económica onde ele não se incluía.
Recordei logo uma entrevista ouvida há uns anos onde uma dirigente política afirmava que nós temos muita resistência a mudar de emprego, a mudança não tem nada de mal. A jornalista respondeu-lhe - o que eu estava a pensar no momento – não é mudar que assusta é não o ter. Essa senhora, que tinha vários, quando falava em nós queria dizer «vocês».
Tal como o analista lá na rádio.

quarta-feira, novembro 25, 2009

É geral

Não que nos console muito. Costuma-se dizer «com o mal dos outros...» mas a verdade é que a maioria de nós tem a vaga ideia de que existe corrupção: primeiro, em vários países do 3º mundo. OK, é ponto assente, isso é sabido; em segundo lugar, andamos preocupados com a que existe cá, e que é indesmentível por aquilo que eu penso, e fazemos bem em estar preocupados; e depois, em terceiro, olhando para a Europa assim por alto, temos também a noção que ali a Itália não é flor que se cheire nesse campo. Faz parte da nossa cultura geral esse conhecimento, não é? :)
Portanto as notícias que tenho apanhado por aí quanto à corrupção no futebol europeu surpreenderam-me. Sou talvez um tanto ingénua, mas nunca pensei que a coisa alastrasse deste modo.
Recentemente foram presas 12 pessoas na Itália por «envolvimento em apostas ilegais por meio da manipulação de resultados de jogos de futebol». Doze pessoas! Mesmo que se tenha ideia de que a Itália enfim, foi o berço da máfia, etc, ainda é muita gente...
Mas afinal descubro que isto é de nível europeu. Também na Áustria e não só, Alemanha, Inglaterra, e Suíça desataram a prender pessoas por o mesmo motivo. A UEFA diz que é o maior escândalo do género que conhece. Parece que os jogos foram manipulados na Alemanha, Áustria, Bélgica, Bósnia-Herzegovina, Croácia, Eslovénia, Hungria, Suíça e Turquia.
Afinal o nosso apito é muito doméstico. Pfff...Não teve esta magnitude.


terça-feira, novembro 24, 2009

Equilíbrio dos pequenos orçamentos

A última Visão traz um artigo chamado «Preços em Queda». (não consegui fazer o link)
A minha primeira impressão foi de completa incredulidade. Estão malucos, ou quê?! Cada um de nós tem a convicção, apoiada nas dificuldades que vai sentindo todos os meses em gerir o seu orçamento, de que o seu ordenado dá à justa para as suas despesas habituais. Como é que os preços podem estar em queda?...
Bem. Nesse tal artigo mostram realmente, e com exemplos, que nos supermercados há alguns produtos que não estão mais caros e – tem de se reconhecer – têm até preços mais baixos. Eu já tinha reparado no leite e derivados, sobretudo na manteiga, onde isso se nota muito. Óleo e azeite também não têm subido, e para a fruta encontra-se agora preços muito aceitáveis porque aparecem peças mais pequenas e não normalizadas (que parece virem de países fora da Comunidade Europeia) mas saborosas e muito mais baratas. Já tenho sorrido por reparar que o supermercado arruma essas perazinhas ou maçazinhas em sacos de 2 ou 3 quilos com etiquetas de preços que nem chegam ao euro, por acharem que se vendessem ao quilo seria pouco, creio eu. E talvez para incentivar a que se leve mais de uma vez. E os legumes, de um modo geral, também baixaram um pouco
Certo. Na alimentação, e sobretudo se formos a uma grande superfície, as coisas estão mais acessíveis. O leite e seus derivados, a fruta, salsichas, bacalhau, arroz, atum... Parece que o peixe também baixou, mas como a base já era tão alta ainda está a um nível elevado. Mas como acontece este milagre? O que lá explicam é que devido à crise os produtores viram-se obrigados a reduzir as taxas de lucro para conseguir vender mais e sobreviver. O que quer dizer que afinal era possível!
Contudo, volto ao princípio porque a verdade é que não sinto que ‘me-sobre-dinheiro’ mesmo que aquela diminuição seja verdadeira.
Bom, a resposta é que as outras grandes despesas – saúde, educação, transportes colectivos, lazer, não baixaram nada e até subiram. Ainda ontem fui às às compras e trouxe leite a 49 cêntimos e maçã a 38, mas depois tive de passar pela farmácia e deixei lá 48 €. É complicado o equilíbrio...


segunda-feira, novembro 23, 2009

A Justiça no lixo

Ouvi ontem, por várias vezes, uma notícia assombrosa: Foram encontrados no caixotes do lixo do palácio da Justiça em Lisboa, documentos confidenciais com a identificação e os contactos dos intervenientes
Naturalmente imagina-se que seriam documentos que deviam ser destruídos por não serem já necessários, mas a ‘destruição’ encontrada foi lançá-los simplesmente ao lixo(?) Num contentor de tampa aberta acessível a quem por ali passasse, como afinal o foi.
É a «justiça pública»? Mostra assim que não tem nada a esconder?!
A boca abre-se de espanto.
Mas, por o que se sabe, reina de facto o caos nos nossos tribunais: No Tribunal de Pequena Instância Criminal foi feita uma inspecção aos serviços do Ministério Público para entender a causa dos muitos e diversificados atrasos, e aí originaram-se alguns processos disciplinares por a confusão e ineficiência serem enormes «prescrições, processos encaixotados e parados longos anos sem qualquer controlo, falta de meios, de organização e de uniformidade de procedimentos»
Uma das causas parece ser a falta de recursos humanos – coisa comum nos dias que correm. E então?
Ao menos ainda não se lembraram do sistema de arquivar os processos nos contentores do lixo como ali na Marquês da Fronteira, o que seria radical e definitivo.

domingo, novembro 22, 2009

Uma música ao Domingo

Música por sugestão de uma grande amiga, que conhece bem a Guerra de Espanha e me disse, quando ajudou a escolher a música: «Um pouco de História não faz mal a ninguém...»
(Afinal a canção chamava-se «Viva la 5ª brigada» mas sempre a conheci por «Ay Carmela»)

sábado, novembro 21, 2009

Boas Notícias


Para hoje tenho duas boas notícias.
Dizem-nos que em França já se está a produzir, de modo a poderem ser aplicados daqui a pouco mais de um ano, um novo modelo de coração artificial, que dizem poder reproduzir as funções do coração humano de forma quase natural. Esta fábrica é em França e o coração artificial em causa tem um sensor capaz de regular batimentos e fluxo sanguíneo de acordo com as necessidades do paciente, já foi testado em animais com sucesso, e é portanto uma esperança para os milhares de doentes que necessitam de um transplante mas não têm hipótese de o vir a receber.
Quando me lembro de como o mundo ficou maravilhado quando o Dr Barnard fez o primeiro transplante! Nestes cem anos a medicina tem progredido espantosamente.
A outra notícia, é de outro tipo e que custa um pouco acreditar (reconheço que a li num jornal gratuito, mas citavam a Lusa!).
O ‘ano internacional do planeta Terra’ cuja festa - Planet Earth Lisbon 2009 - vai está a decorrer em Lisboa de 19 a 22 de Novembro ali no Parques das Nações.
Isso é simpático mas normal. Agora, segundo a agência Lusa, tem sido um tal sucesso a nossa participação que fomos considerados dos países que melhor cumpriram as metas propostas. Disseram que, mesmo sem o apoio do Estado, fomos um país que tratou bem a terra.
E esta?...






sexta-feira, novembro 20, 2009

Saber o futuro?...

Todos nós que usamos a net sabemos que ao abrir um site, desde a versão on line de um jornal, o contador de visitas do blog, ou o nosso gmail, nos aparece uma barrinha lateral polvilhada de anúncios. Certo. Faz parte da mecânica desta coisa, o acesso é grátis mas o dinheiro tem de vir de algum lado, portanto dos anunciantes.
Mas é curioso o estilo de alguns anúncios que vejo com frequência, e portanto imagino que haja quem utilize esses serviços ou tenha curiosidade e vá lá clicar. Por exemplo: Controla o teu namorado/a - Descobre onde e com quem está. Instala o localizador no telemóvel! Afinal isso existe, não é só nas séries americanas. Eu só penso que o (ou a) namorado que recorresse a um serviço desses, merecia mesmo apanhar com a pior notícia possível! Era bem feito.
Mas há outro género.
"Queres saber como é que estás daqui a 20 anos?" e para a gente entender bem o que significa "como é que estás" explicam então que o como se refere a ‘pobre’ ou ‘rico’. Nunca lá cliquei mas suspeito que se o fizesse me sugeriam um bom investimento nisto ou naquilo.
E essa margem dos 20 anos é formidável - também dá para saber como vai ser a nossa cara em 2019. Ui!
E há ainda melhor, um que nos pergunta se queremos saber quando vamos morrer, ou talvez de que forma é que morremos, já nem me lembro da pergunta porque nunca me deu tal sinistra curiosidade.
É que essa coisa de saber o que se pode passar no nosso futuro – aceitando por isso que ele esteja predestinado – é terrivelmente desagradável.
Está a passar agora na tv uma série chamada «FlashForward», um cruzamento de ficção científica com policial, que tenho visto sempre que posso. A ideia base é que, por um efeito misterioso, todas as pessoas do mundo puderam espreitar como seria o seu próprio futuro seis meses mais tarde, durante menos 3 minutos. E é muito assustador. Embora as notícias em muitos casos tivessem sido agradáveis, de um modo geral o saber que dentro de seis meses vai estar grávida, ou perdeu o emprego, ou mudou de casa, ou ganhou a lotaria, ou tem um namorado novo, faz com que tudo pareça estranho na actualidade. Melhorar agora a casa, se vai mudar? Esforçar-se no trabalho, se vai ser despedido? Namorar com este, sabendo que dentro de meses já não gosta dele?
É por isso que, mesmo para gozar, não clico nas propostas de vir a ser rica.
De outra forma ainda pode dar para sonhar, não é?
Dez anos?... Huumm…

quinta-feira, novembro 19, 2009

Cenas da vida de Lisboa

Ia ontem a andar na rua, quando o olhar recaiu nuns dizeres, em letras verdes sobre fundo preto, que atraiam logo a atenção: «Eu faço como o Cristiano Ronaldo».
Eu estava completamente na lua, de tal modo que estranhei ver a frase avançar lentamente à minha frente até entender que estava escrita numa mochila posta às costas de alguém. Mas, a imagem que parvamente me ocorria do «faço como o Cristiano Ronaldo», era apenas dos feitos desportistas, parecendo-me aquilo uma gabarolice surpreendente. E, ainda mais surpreendente, dado o lento avanço do proprietário da mochila que não tinha o passo firme e elástico de um desportista que se pudesse gabar de competir com o CR7. Como ia tão devagar, eu em dois passos ultrapassei-o e olhei para trás.
Era um velhinho, pequeno, magrito, enrugado e, avaliando assim a olho, parecia estar aí a uns dois degraus de distância da situação de ‘sem-abrigo’. Via-se alguma dignidade, o que se confirmava pelo facto de ter uma mochila em vez daqueles sujíssimos sacos de riscas que arrastam os sem-abrigo, e a roupa e o asseio não motivariam reparos. Contudo um homem daquela idade andar de mochila, já não era inteiramente natural e, pela sua aparência, era pessoa de fraquíssimos recursos.

Mas aquela frase, escrita naquela cor, lembrava-me alguma coisa.
Eureka! Era a publicidade do BES. Quando o CR7 «usava a cabeça» e portanto tinha conta lá, ou aconselhava «façam como eu» porque aquele Banco era o melhor. Creio que agora anda por aí outra campanha sem o Ronaldo, mas os produtos ficaram, não é? E portanto vê-se esta cena patética, de um velhinho sem o menor aspecto de conseguir abrir uma conta num Banco seja ele qual for, a andar por aí lendo-se nas suas costas que ele «faz como o Cristiano Ronaldo»
É muito má publicidade, até pode parecer que foi por ter seguido esse conselho é que chegou àquele estado. Se eu fosse do BES, fazia um levantamento de quem andasse com esse slogan e, no mínimo, oferecia-lhe uma contazinha mesmo que fosse pequenina.
É que assim, o resultado da frase é o oposto.


quarta-feira, novembro 18, 2009

Qual o espanto?

Já nem é notícia.
Começa a ser uma banalidade (?) .
Cada vez se está mais habituado.
Dizem-nos que Portugal desceu novamente no ranking anual sobre a percepção da corrupção obtendo 5,8 pontos, numa escala de zero (altamente corrupto) a dez (altamente limpo). Ainda o ano passado estava com 6,1... A coisa anda depressa.
Portanto qual a admiração que José Penedos não declare rendimentos desde há dez anos? Como desde 2001 passou a dirigir a REN, isso não era necessário, para quê estar a maçar-se?
«Face Oculta»? Os véus começam a cair, mas lá que há muita coisa escondida ninguém duvida.


O que irá sair ainda da cartola?


terça-feira, novembro 17, 2009

Outros tempos...

O mundo - os nossos hábitos, o modo de pensar, as técnicas em que nos apoiamos tem mudado tanto e tão depressa nalgumas dezenas de anos que é irónico dizer-se «eu sou do tempo em que…» porque foi 'ontem'.
Há pouco, a tomar café com uma ex-colega e amiga, ela relembrou um dia em que ia atrasada para uma reunião importante apanhou um táxi enquanto pensava «que bom que era que existisse um telefone sem fios que me permitisse aqui do carro avisar que estou a chegar». Lembra-se de ter rido, a pensar na maluquice da ideia! Mas ela própria já «não é do tempo» onde para se telefonar para África só através da menina dos telefones, e era coisa que se fazia aí pelo Natal ou aniversários, porque era um acontecimento. E só foi há 50 anos…

Mas o modo de pensar também tem mudado muito. Quando eu era criança, o saber poupar era uma virtude muito gabada. A minha mãe tinha uma agenda (creio que havia umas chamadas «agenda do lar») onde todos os dias assentava o que tinha gasto. Tudo. No princípio do mês a renda, electricidade, água, etc. E cada dia registava o pão, o leite, o sabão, os carapaus, o carrinho de linhas, o bilhete de eléctrico, fosse o que fosse que tinha pago nesse dia. Fazia as contas ano fim do dia e o fim do mês. Sempre a conheci com essas agendas. Mas, o certo é que nessa época ser-se poupado era ‘in’.
O modelo actual faz passar a imagem de que é mesquinho andar a fazer contas. E como não se paga com dinheiro, usa-se um cartão, o dinheiro fica um tanto irreal. E então acumulam-se dívidas que nunca mais acabam! O exemplo desta
«família que deixou de controlar as contas, e as despesas passaram a controlar a família» é imaginado mas pode ser real. E é curioso que a consultora da DECO aconselha exactamente o modelo que usava a minha mãe, tomar nota de todas as despesas. Agora, com tantas tecnologias, ainda é mais fácil alguns controlos - até por internet se pode no final do dia verificar o extracto bancário e ver para onde foi o dinheiro. É engraçado a conclusão desta especialista: "As pessoas não têm ideia de quanto gastam. Ficam surpreendidas quando percebem que gastam mais do que recebem". E é mesmo. Ou não sendo esse extremo, estranhamos sempre como é que algumas despesas tão pequenas podem representar tanto apenas por serem repetidas...
E ainda há que haver cuidado com as compras. Pode ser bonito e barato, mas… se não precisamos para que é que se compra??? Porque nos faz sentir bem. É uma droga e… legal! Diz-se que as mulheres é que usam muito essa técnica, ir às compras quando estão em baixo. E é científico, chama-se dopamina. Ui!
Para combater isso aqui o conselho é que se use a área mais racional do cérebro.
Devia ser isso que fazia a minha mãe. :)

Imagem deste blog

segunda-feira, novembro 16, 2009

Eu gostava muito do Outono.


Contraste entre a realidade e a fantasia:
Todas as estações do ano têm uma «versão cor-de-rosa» e outra a «preto e branco». E a versão rosa, a da fantasia, é a que lembramos quando pensamos no que era ‘dantes’.
Cada uma com 3 meses certinhos: Inverno com chuva, e algum frio, até se podia sonhar com neve na fantasia, uma estação para se estar em casa; Primavera, com flores, um céu azul com nuvens brancas, calor suficiente para se passar às roupas leves, uma chuvadas; Verão, clima bom para férias, meses de dias grandes e noites pequenas, um sol radioso num céu sem nuvens; e o lindo Outono, dias com um algum vento, mais frescos, as folhas a caírem das árvores, uns entardeceres muito lindos…

Bem. Era dantes.
Quando este fim de semana tive de acender a luz às 4 da tarde porque estava tão escuro que não se via nada dentro de casa, isto não correspondia à minha recordação de Outono. Por outro lado, está bem que chova, é inevitável e até faz falta, mas é necessário que seja desta forma?
A verdade é que vivermos nesta parte do mundo, onde o clima era mediterrânico, fazia pressupor que estes dias tão sombrios estavam guardados para o Inverno, ou nem isso. A nossa ‘vingança’ em relação aos países nórdicos era pensar que eles tinham melhor qualidade de vida, mas nós tínhamos um belo clima.
Pois.

domingo, novembro 15, 2009

Uma música ao Domingo

Desta vez não vou deixar aqui «uma música». Embora é claro que haja também música, nem este vídeo podia existir sem ela!
Os 'desenhos da areia' não os costumo levar muito a sério. Está mais perto da brincadeira do que da arte (apesar de a definição de arte poder ser profundamente abrangente!) Mas uma amiga enviou-me este vídeo e achei-o de facto impressionante e muito comunicativo.
Vinha acompanhado com esta explicação:

Kseniya Simonova é uma artista que acaba de ganhar a versão ucraniana similar ao "America's Got Talent." Ela usa uma enorme caixa de luz, música dramática, imaginação e o seu talento para interpretar a invasão alemã e a ocupação da Ucrânia durante a 2ª Guerra.

Apreciem:


sábado, novembro 14, 2009

Boas Notícias

Não se será exactamente uma «boa notícia» mas é pelo menos interessante. Uma «boa sugestão».
É que quando «o negócio é números», quero eu dizer quando «o negócio é dinheiro», muita coisa muda de figura.
Li por aí que investir milhões para proteger a diversidade da vida animal e vegetal permitirá, a longo prazo, um retorno do investimento cem vezes superior
Uau!
Um retorno do investimento cem vezes superior? Se eu pensar nos tostões que tenho (ou gostava de ter...) no Banco, a coisa sorri-me. É um graaaande investimento.
Então talvez valha a pena realmente começar a proteger essa vida animal e vegetal em risco. Mesmo que seja por uma razão 'egoísta' - ou menos idealista digamos assim.
Era uma boa ideia.
A Terra agradecia.


sexta-feira, novembro 13, 2009

Sexta-feira treze?




PRONTO!!!!

(e aceitam-se outros talismãs)

* Psst! Vão ver a belíssima imagem do Sharkinho Quem tira fotos daquelas tem de ser visitado!

Sinais exteriores de ….

Li ontem na Visão um fait-divers(zinho): um inglês ganhou o euromilhões depois de insistir em jogar durante 12 anos. Ganhou cinquenta mil milhões de euros. Muito dinheiro, heim?! Os planos que confessou ter foi: fazer uma viagem e … comprar um carro novo, porque até ao momento só tinha tido carros em segunda mão. Um carro novo?!!!
Noutra secção da mesma revista, fala-se de desemprego no vale do Ave, uma terra de miséria mas onde o representante da Porsche, em dois meses realizou o objectivo de um ano inteiro, reconhece que tem vendido que se farta. Porsches, atenção, não é qualquer coisa.
Todos nós sabemos que em qualquer concurso de tv, se o prémio recebido for ‘razoável’, o premiado explica logo que o que vai fazer com o dinheiro é «comprar um carro».
Mesmo na roda dos nossos amigos, sabemos que se a conversa for sobre o que se faria com a sorte grande, a maioria totalidade dirá logo «comprar um carro» e, claro que se a sorte for mesmo grande, também pagar a casa é claro… Mas a ideia do ‘carro novo’ brilha com uma luz especial, é a primeira ideia que ocorre.
Não, eu não sou diferente. Incluo-me nesse grupo, não estou a criticar nada. Se escrevo isto é para reflectir em conjunto convosco porque é que o automóvel nos atrai como um íman. E ainda mais quando ele se banalizou tanto que há famílias com vários, quase vemos um para cada membro da família… Será porque as distâncias hoje também são maiores? Ou porque se deixou de andar a pé? Ou porque os transportes públicos levam muito tempo? Ou porque ‘todos têm’? Ou porque nos dá mais liberdade de movimentos?
É claro que pode ser tudo isso junto e talvez o resquício do tempo em que ter um carro ainda era um sinal exterior de riqueza. O que explica alguns casos onde se vê um automóvel à porta a brilhar como uma estrela, e o interior da casa dos donos é de um desconforto e desleixo inacreditáveis. Só que isso não chega. Os sinais hoje em dia são outros como todos sabemos. Não é por se ter carro que se é rico ou não (mais rico é andar sempre de táxi, olaré !) e aquilo até é uma fonte de arrelias muitas vezes.
Mas é assim. Perante um dinheiro inesperado, a malta trata logo de melhorar o seu carrito.
Será um bom negócio ter um stand de automóveis…?

Começa-se assim, com o primeiro carro.

quinta-feira, novembro 12, 2009

S. Martinho


Ontem foi Dia de S. Martinho.
A seguir à trindade dos Santos Populares (António, João e Pedro), julgo que é o mais famoso. Parece que festa de santo que é Santo mete comes e bebes. As sardinhas e o vinho lá em Junho, e as castanhas e água-pé agora em Novembro. Sem isso não tem graça nenhuma.
Claro que os mais profanos podem pensar que esta é uma festa mais arcaica e afinal pretende despedir-se do Verão e celebrar a chegada do tempo mais frio. O tempo ainda está hesitante se faz frio ou calor, por isso se fala no Verão de S. Martinho. Depois, as vindimas estão feitas, há vinho novo e a dita água-pé, o que evidentemente convida à festa.
E, o mais engraçado, é que tirando os meninos das escolas que bem ensinados pelas suas professoras ou educadoras lá vão fazendo desenhos e contando a lenda do S. Martinho (embora nem todos como conta a Saltapocinhas), a malta adulta fixa-se mas é no tema de as castanhas serem melhores cozidas ou assadas, vai-se arreliando porque elas estão cada vez mais caras e estranha-se que os vendedores já não as embrulhem em papel de jornal que a asae não deve gostar, ou se a jeropiga e a água-pé vale a pena beber-se ou se avança logo para o vinho tinto...
Mas o ritual de beber vinho e comer castanhas neste dia é cumprido por toda a gente!
Quanto à lenda, em si, é realmente um tanto estranha, como lembrou ontem a nossa amiga do Histórias de Embrulhar Castanhas. Contou ela que, quando era criança achava a história mal contada, porque Deus que é Deus não devia fazer uma tal trapalhice.
Cito:
«Cabe na cabeça de alguém que quem tem poder para tudo e mais alguma coisa...
a) deixe que faça frio e chova em cima dum mendigo quase nu?
b) espere que um cavaleiro corte ao meio uma capa que deve ter sido super-cara para logo a seguir fazer parar a chuva e abrir o sol?»
Certo.
Quem precisava do tal bom tempo era o mendigo, antes de receber a capa, é claro!

quarta-feira, novembro 11, 2009

Mas que coisa!

Há um tema que nunca abordei aqui porque tem sido falado, e bastante bem, por tantos blogs conhecidos, que achei que não vinha contribuir em nada com a minha opinião. E como, ao contrário do caso da interrupção da gravidez, espero bem que nunca venha a ser tema de referendo – era o que faltava! – não senti que a minha opinião contribuísse para convencer ninguém.
Quero referir-me à questão do casamento dos homossexuais.
Confesso que quando a questão começou a surgir, fiz parte dos que pensaram «Ora! Agora que o casamento como instituição está a perder força e tanta gente opta por não se casar é que estes querem entrar nisso...?» mas rapidamente entendi que só se pode recusar uma coisa que se pode ter. Muitas mulheres hoje fazem parte dessa «maioria que é a abstenção» mas isso não invalida a importância da luta das sufragistas. Só depois de se ter conquistado o direito ao voto se pode escolher não o usar.
Mas, neste caso, o que me impressiona é a força que pode ter uma maioria (mesmo quando é uma maioria) em decidir sobre um aspecto da vida dos outros que não os afecta a eles minimamente. Já quando foi a despenalização do aborto se foram buscar não só argumentos que não tinham nada a ver com o que estava em causa e algumas mentiras, como até insinuavam que se estava a promover essa solução em vez de formas de controlo de gravidez. Como se essa não fosse sempre uma decisão traumática.
Desta vez parece que há quem pense que a legalização do casal homossexual vai beliscar os direitos dos outros casais. (??!!) Encontrei no Voz em Fuga um vídeo muito engraçado com um conselho fácil de seguir: «Se não acreditas no casamento entre pessoas do mesmo sexo, então não cases com alguém do mesmo sexo»
É que este é um caso onde o direito dos outros não implica absolutamente nada a perda de um direito nosso.
A Igreja não gosta? Também está no seu direito. Portanto, as pessoas do mesmo sexo não se poderão casar pelos ritos da Igreja. É justo. Mas perante a lei são iguais, ou seja não podem ser descriminados com base na orientação sexual. Ponto final.
Em que é que o casamento entre pessoas do mesmo sexo prejudica a sociedade?
Não vivemos numa sociedade teocrática como algumas do Islão, e bastante nos regozijamos com isso.
Então...?! :(


terça-feira, novembro 10, 2009

Promoções (?!)

Li ontem uma notícia que explicava que a Deco entrava na dança (ou aconselhava-os-consumidores-sobre, não sei bem como dizer) sobre promoções fantasmas.
É uma situação irritante e desconfortável.
Todos nós temos a experiência de abrir a nossa caixa de correio e encontrá-la atafulhada com quilos de papel de publicidade. (Pelo menos até lhe colarmos a etiqueta de «publicidade não endereçada, não) Muitas vezes é até um papel de excelente qualidade, com imensas fotos muito coloridas e sugestivas, incentivando-nos a comprar o que precisamos – ou não precisamos – porque é bom, barato, de aproveitar a ocasião. Claro que a maioria desses papeis seguem logo para o lixo, mas é certo que muitos de nós antes de o deitar fora dá uma olhadela e até pode ficar a pensar que isto ou aquilo seria uma boa oportunidade...
Ora o que se passa é que muitas vezes o que lá aparece é uma espécie de publicidade enganosa porque se relaciona com “promoções que são indicadas ao consumidor e que na realidade não existem”.
Eu ainda entendo que se use um isco. Há uma cadeia de supermercados de preços baixos que tem produtos novos às 2ªs e 5ªs feiras e quem os frequenta já sabe que ou está lá de manhã ou nem vale a pena lá ir. Não é muito ético, mas a gente aceita que se esgote depressa.
Contudo, do que estes consumidores se queixam é de que por vezes as coisas nem chegam a estar à venda. Eu já uma vez deixei aqui um post exactamente sobre isso. Certa vez a minha «fada-do-lar» ofereceu-se para me comprar um aspirador que era promoção de terminada firma muito conhecida. Ela acorda muito cedo, e estava lá de madrugada. Aquilo parece abrir às 6 da manhã ou coisa assim, e ela até esperou que a porta abrisse. Mas... misteriosamente, tinha «esgotado». Disse-me que fez uma peixeirada do caraças, e lá conseguiu que aparecesse um responsável com um exemplar que lhe cedeu de má vontade. Chegou vitoriosa porque tinha conseguido!
Ou seja, eu (por interposta pessoa) consegui daquela vez mas pelos vistos as pessoas que foram a seguir já ficaram a ver navios.
E a verdade, é que se este foi um caso extremo, esta situação acontece muitas e muitas vezes. «Oferece-se» um produto como engodo, na esperança que o cliente não o traga porque afinal não existe àquele preço, mas traga várias outras coisas para não vir de mãos vazias, uma vez que se deslocou lá.
«Marketing mais agressivo»?
É um eufemismo chamar-lhe assim. É uma vigarice, é o que é.
Uma perfeita vigarice.


segunda-feira, novembro 09, 2009

Tecnologias!

Como ponto prévio devo declarar que não tenho nada contra a tecnologia. Nadinha! O microondas, por exemplo, facilita-me muito a vida, nem sei como fazia sem ele! O telemóvel tem-me poupado algumas arrelias. A mim e a muita gente. E o comando da tv? Coisa prática!
Mas de vez em quando fico de olhos arregalados com algumas invenções. Ora vejam só:
Inventaram uma nova aplicação para o iPhone para interpretar o choro dos bebés E em 10 segundos!!! A criança chora, e fica-se a saber, em 10 segundos, «se o bebé está com fome, sono, chateado, em stress ou se está apenas incomodado com alguma coisa». Esta alternativa é que é nebulosa, qual será a diferença entre estar chateado ou incomodado com alguma coisa? Huuuummm…
Aliás o iPhone é terrível, imagine-se que até existe uma aplicação para apanhar namorados mentirosos!

Mas há mais: Os japoneses (são formidáveis, os japoneses!) inventaram uns óculos que fazem a tradução do que se diz em tempo real. Escolheram uns óculos e não uns auriculares porque o que se diz aparece em texto, como as legendas dos filmes. Estou a imaginar uns balões a sair da boca das pessoas com aquilo que estão a dizer. Uau!
E ainda, com tanta tecnologia, é lógico que a China prepare uns Jogos Olímpicos com robôs. Tomou-lhe o gosto e para o ano vamos ter atletas mecânicos a competir em desportos tradicionais desses jogos. Ganha o que estiver melhor programado?...
Se os ‘atletas’ podem ser robots, o treinador também, ou não? Seria uma solução possível para a crise do Sporting - o salário deve ser aceitável que as necessidades não são muitas, só recarregar as pilhas, e se um entrar em curto-circuito avança outro.


domingo, novembro 08, 2009

Uma música ao Domingo

Esta canção foi por sugestão e digamos que 'em honra' da minha amiga M******, que gosta muito de fado e até o canta. Foi ela que me falou deste fadista que eu nem conhecia...
Aqui fica:


sábado, novembro 07, 2009

Boas Notícias nada más

(Por acaso também encontrei uma notícia mesmo importante, mas) hoje apetece-me mais brincar, portanto seleccionei aqui para a secção (tá-tá-tá-tá!!!) a saída de Paulo Bento.
Boa Notícia para aí uns milhões de pessoas.
E encontrei a explicação para o facto de alguns sacerdotes andarem a 'passar-se': isso afinal é porque que há incenso com efeitos iguais ao da cannabis !!!
Não me podem dizer que as notícias são más :)


sexta-feira, novembro 06, 2009

Diz-me…**** dir-te-ei quem és


Esta é não apenas uma expressão popular como pode ser uma espécie de jogo de sociedade.
Todos conhecemos a expressão «diz-me» (qualquer coisa, ‘com quem andas’, ou ‘o que vestes’, ou 'o que comes'…) «dir-te-ei quem és». A tal psicologia de algibeira. E, como disse, pode passar a ser uma espécie de jogo de sociedade, adivinhar-se a 'personalidade' de cada um conforme a sua escolha sobre determinada coisa. Quem nunca fez um jogo desses?
Lembrei-me disso por causa dos tapetes de entrada.
O meu prédio não tem elevador e moram 3 inquilinos por andar, pelo que até chegar à porta da minha casa vou apreciando todos os dias mais de uma dúzia de tapetes. Todos razoavelmente diferentes, tal como os gostos dos seus donos, claro. E eu, que conheço apenas de vista os meus vizinhos, deu-me para imaginar os seus feitios por aquilo que escolhem para adornar a sua porta. É que não só há de tudo, como muitos deles adoram mudar de tapete de acordo com o que se está a usar no momento, ou talvez aquilo que os seus rebentos lhes pedem (alguns exemplares são tão infantis que devem ter sido escolhidos pelos filhos no regresso da creche)
No primeiro andar vejo 3 modelos muito diferentes e bem sugestivos do que são os seus donos. Um discretíssimo, de sisal sem qualquer ornamento, ocupando todo o espaço em frente da porta. O vizinho do lado tem um tapete com o feitio de um gato, rosa shocking, quase faz doer os olhos. Seja quem for que passe àquela porta tem de notar o tapete. Na terceira porta, vê-se um em feitio de meia-lua, verde-relva salpicada de flores, um jardinzinho à medida da entrada. Simpático. (mas eu não o queria, é claro)
Subo um lance de escadas, e encontro o rival do gato-cor-de-rosa, um enorme girassol transformado em tapete, com um amarelo tão intenso que não passa desapercebido e suscita dúvidas se fazemos bem em o pisar… Os outros dois vizinhos não disputam o lugar ao girassol – um dos tapetes é tão pequenino que quase desaparece por debaixo da porta, e o outro está tão velho e gasto que não me parece que cumpra a sua função de limpar as solas.
Contudo deve ser a qualidade daquele que é mazota, porque ao chegar à minha porta reencontro o meu próprio tapete que tem (digo bem) muito mais de uma dezena de anos. É uma peça de artesanato e feito para durar eternidades. Bem, eternidades é exagero, mas nem sei bem aos anos que o comprei e continua viçoso… O meu vizinho da frente, delicadamente, convida no tapete: «Welcome», para os letrados que saibam inglês.
E agora? Há os exibicionistas, do gato e malmequer, o tímido do pequenino, o bem-disposto do ‘jardim’, o sóbrio do de sisal simples, o culto do Welcome, o desleixado do super-velho,
...e eu não me classifico, tá visto!

quinta-feira, novembro 05, 2009

Fruta Aspirina ó chocolate?

Ninguém que vá lendo jornais todos os dias se pode queixar de ter falta de informação.
Para ser honesta até creio que há por aí informação a mais! A aceitarmos tudo o que se lê começamos a sentir curto-circuitos de tanta informação!
Repare-se:
É um perigo tomar-se aspirina, se não se tiver problemas cardíacos
A aspirina não vai evitar a morte por ataque cardíaco e pode provocar hemorragias internas sérias. Ui!
Bem, eu acho que também não se pensava que só a aspirina evitasse esses ataques, era fácil demais, mas por aquilo que sei muitos médicos receitam a pessoas de idade aquela dose pequenina de aspirina e, por aquilo que explicam, é preventivo por tornar o sangue mais fluido. Afinal é um perigo. Ficamos presos por não ter cão (não sei se também há risco de prisão por o ter…)
Mas… se a aspirina é perigosa afinal há um excelente remédio, (nham, nham...) que já o Álvaro de Campos aconselhava à menina da Tabacaria: Comer chocolates!
Imagine-se que não só quem come chocolate tem maiores hipóteses de sobreviver a um ataque cardíaco, como até quanto mais comerem, melhor.
Fiquem a saber que ali há «antioxidantes flavonóides» que só nos faz é bem!
Eu bem sabia :)
Vivó chocolate|

quarta-feira, novembro 04, 2009

O pópulo faz anos




Aniversário !
Esta coisa de fazer anos é o que há de mais simbólico. A bem dizer é mesmo só simbólico, porque anos fazemos todos os dias, anos-de-qualquer-coisa. :) Mas o certo é que algumas datas são, de alguma forma, ‘maiores’ portanto o esquecermo-nos delas pode ser significativo.
Foi o que aconteceu com este aniversário o ano passado. Esqueci-me!!! Eu própria, moi, a responsável pela existência quotidiana aqui do blogzinho, deixei ficar em branca nuvem. Mas hoje não, estou aqui pronta a deitar os foguetes e apanhar as canas!
Vamos lá a ver, estou a falar deste Pópulo, apenas.
Porque aqui pela blogosfera ando a passear há um ror de anos! Passei uns meses a escrever num blog que encontrei por acaso (tal e qual!) depois mais de um ano e meio num blog colectivo onde me diverti imenso e que me pegou em definitivo o «bichinho». Após ter saído desse blog estive uns tempos de ressaca e acabei por vir quase «estrear» o Pópulo onde escrevi o meu primeiro post a 18 de Setembro de 2005. Aos anos, heim?... Porque o Pópulo foi uma prenda, recebi-o já com este nome de uma blogger amiga que o tinha guardado mas não o usava. Estive agora a dar uma olhadela por esses tempos e imagine-se que na altura estávamos quase a ter autárquicas! Comecei logo bem :) E foram uns tempos bem bons, onde apreciei o gosto de ter um blog pessoal depois da experiência de um colectivo muito activo.
Entretanto fui mobilando a casa, mudei as cores, acrescentei bonecos, aprendi algumas técnicas. Mas aquele servidor tinha umas falhas enervantes e depois de gastar toda a minha paciência, a 4 de Novembro de 2006 mudei para este servidor (com a ajuda de um belo amigo já sabem). Já acompanhada pelos amigos que, tenho a satisfação de reconhecer, se têm mantido de uma fantástica fidelidade.
No primeiro aniversário fiz aqui uma grande festarola. Deixei música, foguetes, luzinhas e dei prendas a quem me fez visita (infelizmente algumas* desaparecerem com o tempo). Mas, se calhar, gastei a minha imaginação, porque a verdade é que o ano passado, pfff… quando dei por mim o dia 4 de Novembro já lá ia, levado pelo Hollowein ou coisa que o valha. Passou!
Este ano deixei um sinal no calendário.
Claro que com o andar da carruagem vou alterando algumas coisas também. Mudei um pouco o estilo: dantes gostava de escrever vários posts, curtos e mais lacónicos, desde há uns meses que passei a preferir escrever só um por dia mas mais extenso. Curiosamente, este modelo atraiu mais comentários, não faço a menor ideia porquê.
Pronto, para quem apetecer fica uma fatia de bolo e o champanhe da praxe. Ou podem dar um saltinho à festa de há dois anos que foi bem animada.
Façam favor!


*(o que desapareceu com o tempo foram 'algumas prendas' não as visitas; lido agora, vejo que está mal explicado)

terça-feira, novembro 03, 2009

Parece muito bem, mas....

Conhecer as regras de um jogo, parece justíssimo como base para quem o pretende jogar.
Até aí tudo indiscutível.
Simplesmente há variáveis que nunca se podem dominar e esquecer esse facto não parece muito correcto.
Li que em Inglaterra se estão preparar umas normas para que um candidato a um curso superior saiba «tudo»: Desde o número de aulas que deverá ter até ao grau de empregabilidade, passando pelos custos que a licenciatura envolve, tudo tem de estar discriminado na hora do estudante decidir Correcto. São elementos que a serem estudados anteriormente podem ajudar a seleccionar alguns cursos. E explicam-nos que há propostas para que «tanto as universidades como os estudantes paguem mais para leccionar ou frequentar o ensino superior» portanto «na hora de escolher um curso, o estudante deverá ter uma lista de informação adicional em que seja possível conhecer com detalhe as cadeiras incluídas na licenciatura, o número de horas de aulas a serem dadas pelos professores ou os métodos de ensino a que vai estar sujeito».
Cá em Portugal o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior divulga todos os anos o estudo sobre empregabilidade dos cursos, e depois? No final do curso encontra-se essa empregabilidade? Ou é para avisar quem escolheu um ‘curso mau’ de que fez uma má escolha e não tem de se queixar?
É que a tal «empregabilidade» depende de factores muito vastos e de difícil definição muitas vezes de conjunturas não apenas nacionais. Todos apelam a que se aumente a formação e há gerais lamentos de que a nossa escolaridade não é o que devia ser, mas que motivação existe?
Bem, o confirmar-se que os ingleses estão a braços com situações semelhantes pode fazer-nos sentir mais acompanhados... mas só isso.

segunda-feira, novembro 02, 2009

Higiene e bom senso

O que é demais, é demais.
Tenho recebido de vez em quando uns emails, que me tentam motivar para uma espécie de campanha que anda por aí, (pelo que vi com o apoio até de estrelas de Hollywood) para que se passe a fazer xixi quando se toma duche. Poupa-se muitíssima água dizem. Claro que todas as outras variadas vezes que se precisa de fazer durante o dia não deve ser aconselhável tomar mais duches, creio, aí temos mesmo de usar a sanita. Ou seja, a tal economia de água é apenas uma pequena parcela.
Por outro lado também soubemos que o presidente Chavéz pediu aos Venezuelanos que não gastem mais de 3 minutos no banho [e já agora não cantem no chuveiro (sic!)] também para poupar água. Deu o seu próprio exemplo, parece que "toma banho em três minutos, e não cheira mal". Quanto à história da cantoria deve ser porque se gosta de ficar debaixo de água até acabar a cantiga, imagino eu...
Tenho todo o respeito pelos ambientalistas. Na medida do possível cumpro algumas regras sensatas de poupança, quer de energia quer do gasto de água. Negar o aquecimento global é enfiar a cabeça na areia como a avestruz. Mas... calma. Este tipo de campanhas não me convencem.
De facto já tenho pensado que a água do autoclismo escusava de ser aquela, bebível, que nos sai das torneiras. Porque não inventar-se um sistema de canalizações que conduza para essa finalidade as águas já usadas?
Agora esta economia do duche-dos-3-minutos ou do xixi-no-banho quando há gastos bem mais graves do ponto de vista ambientalista,
...ná, não me conseguem convencer!

domingo, novembro 01, 2009

Uma música ao Domingo

Uma música bem alegre:




... e bem antiga!