quarta-feira, outubro 31, 2007

Modelo para workaholico/a



Mas não para mim que, metendo o dia de 6ª feira de férias, vou fazer o milagre da multiplicação das ditas - 4 diazinhos! :)
Iupi!!!



Circo do Sol

Este é um post diferente do que costuma aparecer aqui no Pópulo.
Eu, que sou distraída em certas coisas, desconhecia a existência deste espectáculo até que me chamaram a atenção para ele. Afinal parece que já é bem antigo.
O Cirque du Soleil , um Circo como o nome indica, mas um circo especial, sem animais e com muita música, mais parece um espectáculo musical, barroco e mágico.
Existem muitos vídeos sobre ele, tantos que a minha dificuldade foi escolher apenas um.
Fica este?



ou este?

Geração quê?

Não tem nada que saber. Desde sempre que as gerações mais velhas olham para as mais novas de um modo crítico.
Sempre assim foi.
Os nossos bisavós achavam que os nossos avós eram uns estoira-vergas, os nossos avós criticavam os nossos pais por serem uns jovens irresponsáveis, os nossos pais lamentavam que nós não tivéssemos mais juízo, e nós, mais velhos, olhamos para os mais novos franzindo o sobrolho…
E sem se ver que afinal a história se repete e somos sempre os mesmos em diferentes contextos.
Há uns anos surgiu a classificação de «geração rasca» para criticar a actual geração, e infelizmente, em muitos casos, a coisa «pegou». A maioria das pessoas, creio eu, criticou a expressão e a ideia que ela contêm, mas … afinal lá no intimo ainda se pensa que muitos jovens têm valores ‘piores’ do que os dos seus pais.

Anteontem à noite tocou o meu telefone. Uma voz de rapariga, que se percebia ser muito jovem, perguntou-me se era a Emiéle, assim sem apelido nem nada. Receosa, sem saber o que viria dali, confirmei. Então ela, risonha, diz-me que tinha encontrado a minha agenda. Era verdade. eu tinha procurado por todo o lado, tinha despejado a carteira, revirado a casa, e não tinha encontrado a minha agenda. Não me sentia bem desesperada, porque ainda tinha esperança de a ter deixado noutro lado, os telefones dessa agenda também existiam num livrinho-de-telefones, antiquíssimo, e as marcações de actividades para os próximos dias estavam bem recordadas.
Contudo tinha lá alguns cheques e, de qualquer modo, era uma chatice perder a agenda.
Aquela menina, tinha-a encontrado na rua, apanhou-a, viu o meu nome e telefone, e deu-se ao trabalho de me ligar para a devolver! Marcámos encontro para ontem, numa paragem de autocarro, descrevendo o que íamos vestir para sermos reconhecidas. E conheci-a, uma jovenzinha de uns 15 anos, alegre, engraçada, risonha, vestida com o uniforme da sua idade e que se deu ao trabalho de ir ao encontro de uma completa estranha para a ajudar.
Tem a ver com ‘gerações’?

Tem a ver é com o carácter, e com o civismo.
Obrigada, «Sandra Vanessa».

Escutas?

Bah!
Coisita pouca. Em 2007 também foram só 7.497 ‘escutas’ efectuadas disse o Procurador-Geral da República à Comissão de Direitos, Liberdades e Garantias da Assembleia da República.
Como «é sagrado» que as mesmas sejam controladas por um juiz, já se entende porque é que há tantos atrasos nos tribunais.
É que os pobres dos juízes, não têm mãos a medir: sete mil quatrocentas e noventa e quatro (bem podiam arredondar para sete mil e quinhentos…) escuta é muito controlo, pobrezinhos. Uff.. que canseira!
E parece que realmente o trabalho é tanto que «As secretas portuguesas e os órgãos de polícia criminal recorrem a empresas externas para gravação ilegal de conversas» .
Bom, empresas externas mas decerto controladas pelo juiz, é claro.

Poupar

Dia Mundial da Poupança.
Poupar?
A primeira questão que aparece é «poupar o quê» ou «em quê». Porque se poupar é gastar pouco, podemos poupar a água como nos aconselham uma vez que é um bem limitado, ou poupar na energia poluente para bem do futuro da humanidade, ou poupar no tempo que gastamos em inutilidades, ou poupar esforços em querer a quadratura do circulo.

Mas não. Quando se fala em «poupança», assim com Dia Mundial e tudo, o que se pensa é em dinheiro. Ora aí, começa a porca a torcer o rabo. E a pobre da porca bem se podia poupar a esse trabalho que nem lhe vai servir para nada. É que para se poupar temos de partir de um bem existente… Que raio de dinheiro é que se vai poupar???
O nosso querido Ministério da Economia, que só deseja o nosso bem, preparou uns conselhos. Simpático. Fez umas perguntas como, por exemplo,
“Pediu crédito para pagar bens que costumava pagar a pronto? Cancelou consultas médicas por razões financeiras?” e depois simpaticamente aconselha a que falemos a uma estrutura de defesa do consumidor.
Ah, bom. Afinal é essa a solução.

E também é interessante que um inquérito lançado (imagine-se por quem?) por um Banco, a meninos entre os 6 e os 13 anos diz-nos que 60% desses jovens infantes já pensam que a mesada é para poupar (Gostaria de saber melhor onde foi recolhida essa amostra...) Imagino que de preferência, depois de poupada a mesada deverá ir para uma contazinha no Banco que eles já sabem - é uma espécie de grande mealheiro.
Claro que o Ministério da Economia e os Bancos que fazem inquéritos, podiam explicar a quem, por exemplo, «Cancelou consultas médicas por razões financeiras», onde vai encontrar esse dinheiro para poupar.

Quando descobrirem, avisem.
Muito agradecida.

terça-feira, outubro 30, 2007

Seguro contra roubo



Ora digam lá se estou enganada?
O Ovo de Colombo.

Se eu pintasse assim o meu carrito, ( até me parece quase igual ao meu...) qual o ladrão que o ia roubar? Dois quarteirões à frente já toda a gente tinha olhado para ele e até o polícia mais cego reparava nesta ‘alegre viatura’. Era uma solução para evitar a poluição sonora dos carros com alarmes que disparam de minuto a minuto e chateiam toda a gente. Este «alarme» é silencioso, pode ferir os olhos mas não os ouvidos.

A poluição sonora

Sou sensível a barulhos.
Tenho a certeza que um dos motivos de aos fins-de-semana sair de Lisboa sempre que posso, não é por não gostar imenso da minha cidade, mas por a achar cada vez mais barulhenta. Sobretudo no bairro onde moro o nível sonoro é claramente stressante.

Mas se calhar sou eu que sou demasiado sensível!

Na quinta-feira passada, a determinada altura comecei a ouvir na minha casa uma espécie de apito incomodativo. Era difícil de definir, como um som de canos mas mais agudo e estridente. Não era um alarme de carro (que estão sempre a disparar por aqui!), não podia ser o som de cano, também não era uma broca eléctrica apesar de fazer lembrar as brocas dos dentistas, e ouvia-se melhor perto da porta da escada.

Esperei que aquilo passasse.
Esperei quinta-feira. Esperei sexta-feira. E continuou sábado. E ainda se ouvia quando voltei domingo.
Era um mistério, porque não se ouvia na rua (fiz a experiência) mas ouvia-se na escada e nas nossas casas. Mas que raio…?!

Ontem tivemos a explicação: afinal era o intercomunicador das campainhas das portas. Os porteiros tinham feito o diagnóstico quase logo de início, mas como o técnico não trabalhava ao fim-de-semana, 14 famílias tiveram que suportar aquele barulho estridente durante quase 5 dias.
Dá para acreditar? Se existe uma situação de urgência, seria aquela. Ah, bom, era SÓ um caso de poluição sonora.
Uma poluição de segunda.

O álcool

Juro que não sou nenhuma ‘fundamentalista’ anti-alcoólica.
Aprecio um copo de bom vinho à refeição que fica até mais completa com ele. Nada contra.

Mas creio que continuamos a ser demasiado benevolentes para com o abuso do álcool que não é olhado com a desconfiança com que se olha as outras drogas. Porque o ponto de passagem de «alimento» para «droga perigosa» é delicado e ainda por cima não é igual para todos.

Não se trata da «lei seca» mas de bom senso.
O caso é que esta é uma «droga social». Aceita-se com um sorriso que se esteja com «um copo a mais». Aquilo que faz numa festa ou reunião alguém que bebeu demais para sua capacidade, começa por ser alvo de risotas, e só quando já é demais se começa a tentar reprimir.

Ainda há poucos dias foi notícia de jornal o julgamento de um rapaz que, depois de ter bebido, decidiu entrar em contra mão numa estrada e foi deliberadamente atirando o seu carro contra os que vinham contra ele. Matou umas tantas pessoas e ele próprio não morreu por um triz.
Ontem, fazia também parangonas a história de uma morte estranha numa pequena terra do centro do país. Viemos a saber hoje que quer a vítima, quer os agressores estavam completamente bêbados e aquilo era uma brincadeira.

De notar que neste último caso que parece uma cena de filme,
dois dos responsáveis pela ‘brincadeira’ eram adolescentes .
E já bêbados ao ponto de colaborarem numa cena daquelas…
Droga...? E o álcool?



Nota – Como nota, reparem que se fizerem uma busca de imagens na net sobre este tema «bêbado» em diversas línguas, a esmagadora maioria de imagens que aparecem são cómicas. São de humor. Ou seja, ‘traduzindo’ – a sociedade ainda olha para o bêbado como uma figura humorística… Mas, qual é a graça?

Uma questão de proporção

Voltamos aos números.
Às vezes parece que só se pensa nisso, e o certo é que podemos mentir com tudo e decerto também se pode mentir com a interpretação que se faz aos números. O mesmo número pode ser «lido» de modos diferentes.

Dizem-nos que somos os sextos na União Europeia nas despesas com alimentação. Aliás o estudo é até um pouco mais claro ainda:
Portugal está em sexto na Europa dos 25, mas… na Europa dos 15 é até quem mais gasta
Quererá isto dizer que comemos muito bem? Não, o que significa é que pagamos demais pelo que comemos.

Quem é responsável pelas compras quotidianas numa casa sabe o que isso é. Já aqui falei na subida do leite e derivados, do pão, do arroz, e todos os dias se vai notando um ‘pequeno’ aumento num ou noutro produto. (escuso de chamar a atenção para a ausência de aumento naquilo que entra na nossa carteira ao fim do mês)

Eu sei. Tenho ouvido donas de casa resignadas que no momento em que estão a pagar, suspirando pelo tamanho da despesa que estão a fazer, ainda sorriem atirando a frase «antes aqui que na farmácia…»
Mas a verdade é que este índice é muito importante.
Todos os sociólogos apontam para o facto de que quanto mais desenvolvido é um país, menor é a percentagem do seu salário que vai para questões básicas como é a da alimentação. Porque o certo é que a comida, enquanto não pagarmos o ar que respiramos, é ainda o elemento básico à vida que mais falta nos faz.

E é grave que nos consuma uma fatia tão grande do orçamento familiar, tão grande que nos põe à frente atrás da Europa desenvolvida

segunda-feira, outubro 29, 2007

Uma «carta»?...



Claro: um grande SMS escrito em papel!
Como é que não me tinha ocorrido?

Falar português

Tenho para mim, que não sou uma picuinhas em questões de português. Esta é uma língua viva, que vai evoluindo e naturalmente certas formas de falar vão desaparecendo e outras vão surgindo. É certo que fico triste quando pressinto que são mais as que «vão desaparecendo» do que as que «vão nascendo» e o vocabulário base me parece mais reduzido, mas…
Voltando atrás, creio que não exagero nos meus purismos. E também entendo que haja expressões que se usam mais em certas classes culturais do que outras e daí não vem mal à língua, até porque tudo depende da responsabilidade que tem quem fala.
E estamos a chegar ao ponto onde me queria situar.
Bem ou mal, um dos modelos que influencia a nossa língua, ou pelo menos o nosso modo de falar, é o transmitido pelos jornalistas e sobretudo os locutores. Têm notoriedade e responsabilidade. E certas figuras, mais ainda, como os pivots da TV e quem transmite um telejornal.
Ora há uma frase que oiço com muita frequência e me faz sempre torcer na cadeira: a) - um desses locutores engana-se. b) - é normal, acontece, por aí não merece grande crítica c) - quando dá conta da asneira declara: «ou melhor, tal e tal…»
Assim já não! É que «melhor» pressupõe que a base está bem, vem aí uma melhoria. Não! Enganou-se. Tem de rasurar o que disse e escrever por cima o correcto. Quando diz «ou melhor» é asneira em cima de asneira.
Ontem dei por isso, numa notícia dada pela Judith de Sousa. Alguma coisa «é mais...» ..pausa... «ou melhor, é menos...». Aí ainda me chocou mais porque sei que a senhora é professora no Instituto Superior de Comunicação, ou seja calculo que «ensine como se deve comunicar bem».
E aquela não é uma boa forma…
Ou melhor, é mesmo muito má forma.

Mais uma pane da netcabo

A culpa não foi minha…
Esta manhã estava calmamente a escrever os meus posts habituais, enquanto me vou despachando entre a higiene diária e o pequeno almoço, quando, tendo duas coisinhas «em rascunho» e faltando apenas dar mais uma vista de olhos, vou tomar o pequeno almoço e ao regressar… a net tinha ido dar uma volta.

E ficou assim, «a ver as vistas» durante horas.

É certo que ontem tinha recebido uma mensagem no telemóvel e dizer:
«TVcabo: estamos a promover a melhoria da qualidade de serviço na sua zona. Durante o dia de amanhã poderá ter quebras (aproximadamente 1 hora) nos serviços que subscreve».

Bem.
«Aproximadamente».
Isso o que quererá dizer? Sem limite…?

(Bem, os posts que estiveram 'congelados' vão entrar agora)

E vivam os sabonetes!

Simpático, heim?...
«Nove em cada dez estrelas de cinema»… não, não, não é nada disso!
Mas está lá perto.

Imagine-se que uma firma bem antiga, com bem mais de 100 anos, a Ach. Brito nos diz que , «continua a ganhar notoriedade entre os famosos dos EUA» e até informa "Estamos, neste momento, a despachar encomendas para o Bahrein, Índia e Singapura"
Notícia asseada e bem cheirosa.
Gosto!

Pior em relação a quê?

Mais um estudo que vai dar que falar.
Este, parece concluir que:
«Três em cada quatro pessoas inquiridas entendem que a administração pública funciona "pior" ou "muito pior" do que o sector privado»
Arrasador.

Mas não nos dão o termo de comparação. Pior do que quê?
Se saltarmos para o final da notícia está lá que «
muitos dos cidadãos reconhecem que estão "cada vez mais irritadiços com tudo e também com o Estado". Por outro lado, os inquiridos dizem-se "cada vez mais exigentes" com os serviços públicos, o que acaba por influenciar a opinião que têm sobre o seu funcionamento».
Bem, isto já nos diz alguma coisa. Até porque é sem dúvida verdade.
Mas quando eu encalhei com a palavra ‘pior’ é porque sendo uma comparação que parece elogiar o que é privado sem mais nada, escancara a porta ao que se poderá pensar que seja a «privatização» do que ainda não está privatizado.

Olhando de uma forma geral o que é que se pode comparar? os transportes públicos com os transportes privados, a polícia pública com a polícia privada, as repartições públicas com as repartições privadas? Só vejo que se possa comparar entre privado e público as áreas da educação e da saúde.

E é certo que no famoso ranking das escolas, as melhores são escolas privadas e creio também que se formos comparar hospitais e clínicas se chegaria à mesma conclusão. E porque será?... Quem trabalha num e noutro local é feito de massa diferente? Não? Então seria interessante que, depois deste inquérito, se lançasse um estudo para analisar os motivos porque esses sectores (saúde e educação) privados têm melhor imagem junto do público.
E depois dessa análise, «corrigir o tiro»…

domingo, outubro 28, 2007

Mais hora, menos hora...


Bom, lá atrasámos o relógio.
Ganhámos uma hora.

Só está mal que este importante acontecimento se dê quando muitos de nós estão a dormir ou a preparar-se para isso. Era bem mais giro, termos esse brinde durante o dia, era mais saboreado.

Quatro horas! Já está a loiça lavada, a cozinha arrumada, tudo em ordem, agora é só uma hora para começar a pensar no lanche dos miúdos»
Huuuummm…
«’péra aí!!! São mas é três! Ena pai, que bom! Posso ficar aqui regalada, estendida no sofá sem fazer nadinha…»

Assim é que era!
Termos uma horinha a mais, era assim como as promoções «leve 3 e pague 2» neste caso era «leve 25 e pague 24».
Sabia melhor. Mesmo que daqui a seis meses a tivéssemos que devolver…

Um Caderno de Capa Castanha XIX

«Tenho reflectido, Clara, em que as memórias que te ando a contar podem parecer muito desorganizadas. Mas combinámos que eu ia falando conforme as coisas me fossem ocorrendo e portanto não obedeço a nenhum esquema, tanto falo da minha escola, como das férias, como das distracções ou das leituras. Se parece uma manta de retalhos (e parece mesmo) a culpa é das curvas que este riacho da minha memória vai traçando. Como comecei a falar dos livros que me marcaram, agora já ia por aí fora para a adolescência.
Mas creio que faz mais sentido manter-me mais uns tempos nos anos 40, sobre os quais há ainda tanto que falar.
A música tem hoje um papel muito importante na nossa vida, sobretudo entre gente mais jovem. É fácil ouvir-se música. Não me julgues cínica, mas olha que hoje em dia é mais difícil ouvir-se o silêncio: a TV está sempre ligada até em salas de espera, os transportes públicos têm música, muitas lojas têm música de fundo, os restaurantes, os automóveis, e a maioria dos jovens anda com a música pendurada ao pescoço… Nada de isso acontecia no meu tempo.
Não quero dizer que não se gostasse, é claro. Mas como te expliquei nem toda a gente tinha telefonia, era um investimento já para a classe média e, menos ainda, música gravada. Havia discos de 75 rotações que giravam muito depressa e acabavam num instante, mal davam para uma cantiga não se podia gravar lá uma área completa de música clássica. Mas, mesmo essas grafonolas, eram raras, não havia nem na minha casa nem em casa nenhuma onde costumasse ir.
Ouvíamos música no rádio, é certo, e em cantigas que passavam de boca em boca. As revistas tinham um papel importantíssimo nesse campo, canção de revista que caísse bem no ouvido tinha audiência para anos…Também havia as marchas, sem o aparato de hoje, mas as suas cantigas continuavam a cantar-se durante todo o ano e, para além de fadistas que tinham muita importância, cantávamos sobretudo canções de cantores românticos. Francisco José, ou Tony de Matos, ou vozes femininas como Mª de Lourdes Resende, Milú, Maria Clara .
Hoje esqueço-me de quem cantava, o que me lembro melhor é das cantigas. Porque como te disse, uma vez que os sons só nos chegavam pela telefonia, se queríamos música… cantávamos. Mesmo horrivelmente desafinada como sempre fui, lá ia cantarolando, sobretudo o que ouvia à minha mãe, que por sua vez ainda trauteava êxitos de revista da sua mocidade: Dia da espiga ou por exemplo as Camélias e, o que eu achava graça, o tal Não se casem, não, rapazes! :D
A rádio também nos dava o Teatro Radiofónico, muitas vezes até com as vozes de actores «a sério» e ouvíamos programas muito famosos como a APA e «O Comboio das Seis e Meia» de Igrejas Caeiro ou Os Parodiantes de Lisboa. Todos conversávamos sobre esses programas, porque se a escolha não ia muito além dessas hipóteses o certo é que ninguém se queixava, nem nos passava pela cabeça pensar que isso seria pouco.»

Uma música ao Domingo

Caríssimos amigos, isto é uma gracinha, para quem se lembra.
Para todos os que são mais novos, pode fazer sorrir. Mas um sorriso doce...

sábado, outubro 27, 2007

Espera aí....

Calma!.......
:)

Fantasias

Putin esteve em Lisboa. Ou mais em Mafra, que aquilo chamou-se Cimeira de Mafra. O certo é que o lisboeta mais distraído não podia deixar de dar conta, tais as alterações ao trânsito que aquela visita provocou. Directamente ou com efeitos colaterais.
Ainda ontem de manhã, dois carros da polícia de trânsito com as sirenes no máximo do som abriram caminho na zona ‘Avenida de Berna’ perto da ‘Cinco de Outubro’ de um modo que parecia um número de circo! Com as 3 filas entupidas de carros, conseguiram esgueirar-se inventando uma 4ª fila, habilidade que me deixou de boca aberta… Aquela pressa só podia ser por causa do Putin!

O engraçado entre a fantasia e a realidade, é o contraste com uma nova série que passa aí num dos canais da TVCabo, chamada
«Asas nos Pés» onde os polícias andam de bicicleta. Eu não tenho seguido a série, passo por lá num zapping de vez em quando, mas deu para ver que aqueles valentes, de calções e capacete de ciclista, enfrentam os maiores malfeitores e ganham aos pontos…
Pois é.
Se tivessem encarregado aquela brigada de proteger o presidente russo, isto teria sido bem mais sossegado!
Do KAOS é claro!!!

Sábado!!!!

Ora bem, «um, dois, três, já cá estamos outras vez!» como se dizia quando eu era pequena. O que vale é que as semanas passam bem depressa.
Não falta nada para ser sábado, JÁ É…!!!
E, como sabem, ao fim-de-semana o Pópulo muitas vezes vai ‘hibernar’ para outras paragens e não participa tanto aqui na vida blogosférica.

Deixo umas coisinhas, mas mais ao de leve que não tenho pc à mão.
Inté!!!


sexta-feira, outubro 26, 2007

Anti stress

Só agora, depois de ter feito uma visita aos meus blogs de estimação, volto a casa para um convite:
Não comecem o dia sem passar pelo Farpas.
Já acho o dia mais brilhante, com sol mas fresco como convêm à época do ano, ou seja fiquei bem disposta!
Vão brincar


e vejam se não começam a respirar melhor...?
Viva o Farpas e o seu espírito inventivo!!!

Cenas da vida quotidiana

De uma forma geral quando há que avaliar um comportamento que ocorre diferentemente se for um homem ou uma mulher a praticá-lo, tenho uma costela que me faz encontrar mais justificações para a acção da mulher. Mas, nem sempre.
Há uma cena que se passa com alguma frequência nas filas para a caixa dos supermercados e me costuma deixar furiosa. Tanto acontece com os simples cestos como com os carrinhos: uma criatura, pega num desses ‘recipientes’ e coloca-lhe dois ou três artigos que pretende comprar. Depois aproxima-se de uma fila e deixa lá ficar o carrinho ou o cesto, e vai fazer a sua ronda para completar a lista dos produtos de que necessita. O carrinho fica ali, quieto, a «marcar o lugar».

Depois, das duas uma, pode acontecer que as outras pessoas que vão chegando ultrapassem o carrinho ‘marcador’ e se vão despachando ignorando aquela presença, ou, muito educadamente, empurram-no à sua frente, aceitando tacitamente que chegaram ali depois e assim devem ser atendidos depois…
Muitas vezes, a «chica esperta» se por acaso quando volta se vê ‘ultrapassada’ tem a lata de afirmar «olhe que eu já cá estava» organizando uma peixeirada de todo o tamanho.
Reconheço que nunca vi um homem fazer uma cena destas. Será uma questão de percentagem? Como eles vão pouco menos às compras, tem menos ocasião deste incivismo? Acho que não. Esta é mesmo uma «espertalhice» feminina que, apesar de me deixar furiosa, nem sempre me sinto com forças para deitar a mão à anca e responder no mesmo tom, defendendo a verdadeira ordem de chegada, sem truques.
Uma totó, é o que sou.
E com consciência disso!


Eufemismos

Um eufemismo é um modo de exprimir uma ideia de um modo «mais delicado» não é?
É útil, sem dúvida.
Torna as coisas mais suaves.

Quando os eufemismos são muitos começa a ser divertido.

Parece que os Militares do Centro Operacional da Força Aérea de Monsanto e da Base Aérea 1 de Sintra não fizeram um ‘levantamento de rancho’ o que aconteceu é que
faltaram às refeições .
E essa falta de apetite, em solidariedade com os camaradas alvo de processos disciplinares, no que fazem muito bem, não foi porque os seus camaradas tivessem entrado uma manifestação mas porque
participaram num «passeio do descontentamento».



Gosto.

De vez em quando também dou uns passeios de descontentamento, só que cá em casa ‘faltar à refeição’ não tem grande importância…


Afinal o desemprego…

Com tanta tentativa para facilitar o despedimento, tanta flexi, tanta conversa, até se imaginava que essa coisa do desemprego era um fantasma que a oposição tinha imaginado só para aborrecer o governo.
Olhem que não.
Desta vez é o próprio ministro das Finanças a reconhecer que o problema do desemprego é o "mais sério" que a economia portuguesa enfrenta
O que lhe deu?
«Acordou para a realidade»?



Dez por cento

Dizem-nos que há 10% de portugueses contentinhos com a situação económica.
Parece-me certo.
Todos sabemos que nestas situações, com cheirinho a 3º mundo, quanto maior é o fosso, quando a classe média se torna uma recordação e os pobres são cada vez mais, também os ricos ficam cada vez mais ricos. Normal, é dos livros.
Esses talvez cheguem a 10 %.
De resto o que nos dizem é o que já se sabe, como os portugueses estão «acordados para a realidade» como aconselhava o primeiro-ministro, portanto
85 % estão ‘economicamente pessimistas realistas’ o que quer dizer: estão pessimistas.
É certo que o estudo diz que na previsão do futuro a coisa não está tão má, ainda há quem acredite que as coisas vão melhorar.
Eu não sei se é optimismo se o imaginar-se que ao bater no fundo não se pode descer mais, portanto …


(o fundo do mar é bem bonito; cliquem para ele lhes encher o monitor...)


quinta-feira, outubro 25, 2007

Por estas e outras…

O Sr. Dr. Marques Mendes, trabalha há 20 anos na Assembleia da República, portanto tem direito a uma pensão vitalícia.
Pediu-a.

São as regras
A professora que tinha um cancro na língua, trabalhava há 29 anos. Também pediu a pensão.
Foi-lhe recusada.

São as regras.

Como houve demasiado escândalo parece que neste momento a professora já foi substituída.
E o Dr. Marques Mendes?

«Fazer barulho»

Ontem foram «fazer barulho» em frente a Assembleia da República. Um businão. O certo é que as pessoas estavam aflitas com a ideia peregrina de se irem instalar linhas de muito alta tensão perto das suas casas ( Fanhões –Trajouce mais exactamente)
Foram entregar cinco mil assinaturas pedindo que se estudasse o caso como deve ser e atendendo aos diversos factores. Saíram de lá mais animados, com esperança de que o caso não vá avante.
Contudo, nem todos estão satisfeitos, há quem continue desconfiado São mais silenciosos e optaram pela greve de fome. Esses queixam-se da linha Portimão/Tunes, e dizem que não querem promessas de estudos querem mesmo que a linha vá abaixo.
Sem isso não arredam pé.

Cem guardas

Livra!
Parece que o sr. Putin vai ter «apenas» cem guarda-costas na visita que vem fazer.
Quer dizer, cem guardas portugueses e perto dele, porque na rua vão estar mais 600, e toda a operação consta de 1300 elementos.
Juntem agora a isso os da segurança russa.
Mas que falta de ar…


O inquérito deveria ser ao contrário

É que o resultado das respostas vem tão ao arrepio daquilo que se constata dia a dia que é impossível estar certo.
O «eurobarómetro» que faz inquéritos sobre tudo e mais uma coisa, inquiriu agora, à escala europeia, quem é que’ trabalha sem declarar às Finanças’. E, imagine-se que a média europeia é apenas de 5% isto porque os valores na Dinamarca (18%) e na Suécia (10%) são os esperados, mas em alguns países sul-europeus ou de leste são "surpreendentes" porque muito baixas.
Lá como é nos outros sítios, eu cá não sei.
Mas o que se passa entre nós não precisa de nenhum estudo. Quem nunca chamou um canalizador, electricista, pintor, lhe pagou e o deixou ir embora sem passar uma factura como deve ser, que ponha o dedo no ar. E quantas mulheres-a-dias não pedem que não se diga que trabalham para nós, e nós aceitamos por termos pena ou receio de não arranjar outra? E quem é que pede uma factura, quando vai a correr tomar a bica ao café? Aliás em imensos restaurantes temos de especificar se queremos uma factura quando pagamos a conta. Até mesmo profissões liberais, alguns têm o supremo descaramento de dizer que com factura é um preço e sem factura outro…
E depois, este mundo corresponde... a 3%! Só por brincadeira. Ou… por medo de responder ao inquérito!
Se o inquérito fosse feito a quem paga esses serviços o resultado seria outro. Ou talvez não, por receio de ser considerado conivente no crime.
É que isto é tema delicado…

quarta-feira, outubro 24, 2007

Continuando o post de baixo


«Primeiro prenderam os comunistas,

E eu não disse nada porque não era um comunista.

A seguir prenderam os judeus,

E eu nada disse porque não era um judeu.

Logo vieram pelos operários,

E eu nada disse porque não era nem operário nem sindicalista.
E então meteram-se com os católicos,
E nada disse porque eu era protestante.

E quando, finalmente, vieram por mim,

Já não restava nada para protestar.»


Bethold Brecht

Que valores?

A história em si pode não ter uma grande importância.
Um homem (bem jovem ainda, 21 anos), sem a menor justificação, agride verbal e fisicamente uma menina de 16 anos, que nunca vira na vida.
A menina era equatoriana, penso que de ascendência índia, e isso deveria ser visível. Azar o dele, a cena passou-se numa carruagem do metro de Barcelona que tem câmaras de vídeo, de modo que tudo ficou gravado. Ou seja, é uma prova de tal modo clara que não é possível negar-se, não será a palavra de um contra a de outro, foi gravado e pode apreciar-se.
Contudo, o que me chocou quase tanto como o acto é o facto de os outros passageiros não terem levantado um dedo para acudir à menina A foto com que o jornal acompanha a notícia é bem clara – o rapaz que está em primeiro plano, até desvia os olhos.
Em que mundo vivemos nós?... Um tipo descontrolado, com a «desculpa» de estar bêbado (quando é que em vez de desculpa esse estado passará a ser uma agravante?!) atira-se a uma vítima mais fraca sob todos os aspectos e agride-a. É um sujeito violento, que estava em liberdade condicional e já tinha sido castigado por agressão. Aliás o álcool costuma libertar a censura aos comportamentos, deixar «vir ao de cima» os sentimentos que já existem, não é normal inverter as tendências de cada um; se ele agrediu quando bêbado é que gostaria de o fazer mesmo sóbrio…
Mas, como disse, talvez o que mais me impressionou foi a passividade dos outros passageiros.
«Não era nada com eles» devem ter pensado.
Até um dia…

Ao espelho

Afinal a frase "Acordem para a realidade" não foi dirigida pelo povo português ao seu governo que, talvez influenciado pela cor do seu partido, vê o que se passa na sua terra através de uns óculos com vidros cor-de-rosa.
Sócrates não estava a olhar para o espelho. Estava a falar no Parlamento Europeu, ele todo contentinho com o Tratado «de Lisboa», e afinal a ouvir críticas...
Tá mal ! Uns chatos, é o que é..

Ah! Pois é… Não se estava a falar da nossa terra, que engano o meu.

Não telefone, vá!

Quem ainda «for do tempo» pode recordar-se de uma velha campanha publicitária quando se queria promover os telefones: «Não vá! Telefone!»
Claro que a água dos rios foi passando por debaixo das pontes e os tempos são hoje bem diferentes. Hoje o que se promove são os telemóveis de que muita gente anda dependente muitas vezes a um nível extraordinário. Já se anda com o aparelhinho do Bluetooth encaixado no ouvido para nem se interromper a conversa esteja o que se estiver a fazer… Falamos muito. Estamos sempre a falar.
E, enquanto no «tempo da outra senhora» se sabia bem que «os olhos e ouvidos do rei» estavam por todo o lado, com a democracia, essas coisas passaram à História.
Pois…
Se calhar não. Eles dizem que todas as escutas que se fazem são legais
Vamos dar de barato que assim é. Só pretendem ouvir os malfeitores para deslindar os seus sinistros crimes. Mas as redes têm estas coisas. Se um malfeitor que está a ser ‘legitimamente’ escutado ligar para um cidadão inocentíssimo, a dita rede vai abranger esse cidadão. E já agora, se calhar, analisar se ele é ou não também malfeitor. E enquanto se avalia isso, as pessoas para quem esse honesto cidadão fala também serão ouvidas. Etc, etc… Onde pára este encadeado de ligações?
E, sobretudo, apesar das garantias que vão ser dadas, quem é que ouve? Uma coisa é ‘gravar’ a conversa, outra seria ‘ouvir’ a conversa para saber se tem relevância, ou se é para ser destruída.
Desculpem mas a história anda mal contada.
Pelo sim, pelo não … não telefone, vá!