segunda-feira, outubro 29, 2007

Falar português

Tenho para mim, que não sou uma picuinhas em questões de português. Esta é uma língua viva, que vai evoluindo e naturalmente certas formas de falar vão desaparecendo e outras vão surgindo. É certo que fico triste quando pressinto que são mais as que «vão desaparecendo» do que as que «vão nascendo» e o vocabulário base me parece mais reduzido, mas…
Voltando atrás, creio que não exagero nos meus purismos. E também entendo que haja expressões que se usam mais em certas classes culturais do que outras e daí não vem mal à língua, até porque tudo depende da responsabilidade que tem quem fala.
E estamos a chegar ao ponto onde me queria situar.
Bem ou mal, um dos modelos que influencia a nossa língua, ou pelo menos o nosso modo de falar, é o transmitido pelos jornalistas e sobretudo os locutores. Têm notoriedade e responsabilidade. E certas figuras, mais ainda, como os pivots da TV e quem transmite um telejornal.
Ora há uma frase que oiço com muita frequência e me faz sempre torcer na cadeira: a) - um desses locutores engana-se. b) - é normal, acontece, por aí não merece grande crítica c) - quando dá conta da asneira declara: «ou melhor, tal e tal…»
Assim já não! É que «melhor» pressupõe que a base está bem, vem aí uma melhoria. Não! Enganou-se. Tem de rasurar o que disse e escrever por cima o correcto. Quando diz «ou melhor» é asneira em cima de asneira.
Ontem dei por isso, numa notícia dada pela Judith de Sousa. Alguma coisa «é mais...» ..pausa... «ou melhor, é menos...». Aí ainda me chocou mais porque sei que a senhora é professora no Instituto Superior de Comunicação, ou seja calculo que «ensine como se deve comunicar bem».
E aquela não é uma boa forma…
Ou melhor, é mesmo muito má forma.

7 comentários:

Anónimo disse...

Essa é constante!
melhor dizendo ....
Não é «melhor» é «pior» ;)))
Melhor, qual carapuça!
O que seria justo era: «Perdão! Queria dizer MENOS tempo» e isto acentuando a palavra correcta.
Quantas e quantas vezes não se ouve tal.

josé palmeiro disse...

Ora aqui está uma coisa que ainda me não tinha apercebido. A senhora em causa é JUDITE ou JUDITH?
Será por ser professora do Instituto Superior de Comunicação? ou, o grafismo é assim mesmo?
Há uma dificuldade imensa em assumir o erro. "Eu nunca erro e reramente tenho dúvidas", quem é que disse uma coisa, do género?

Anónimo disse...

Atenção que a senhora é «Comendadora da Ordem de Mérito»
Não faço a menor ideia por alma de quem!
Que raio de mérito tem ela para merecer uma comenda????

Anónimo disse...

Cá por mim não me chateia nada que os senhores repórteres digam a sua bacorada de vez em quando. Mas chateia-me sim, o tom superior com que muitas vezes falam com os entrevistados, quando lhes «tiram as respostas da boca» ou fazem a pergunta e dão eles a resposta. Não faço a menor ideia o que se aprende nessa Escola de Comunicação, mas para além de falar com correcção deviam aprender a ter respeito pelas pessoas, coisa que nem sempre se vê.

Anónimo disse...

Claro que quando é uma VIP da Comunicação Social tudo é visto à lupa!!!
Mas essa mania do «ou melhor» ou até «ou antes» como quem não quer dar o braço a torcer e reconhecer que se enganou, é muito irritante!

Anónimo disse...

concordo plenamente com o "raphael"... em Portugal, infelizmente é assim...

cereja disse...

Essa faceta da «técnica de entrevista» em que se faz a pergunta mas se inclui na pergunta a resposta, é coisinha que me irrita cá de um modo! Tanta vez que as pessoas ficam de cara à banda porque o que iam dizer já foi dito pelo repórter!
De resto, erros todos damos (diz-se que «é humano» não é?) mas seria mais simpático reconhecê-lo naturalmente... e não «melhor dizendo» patatá, patátá!