O que pode ser um «acidente de trabalho»
As palavras podem muito bem enganar. E engana, neste caso, por ser o seu nome um caso onde o português não é muito explícito. O certo é que o ‘DE’ leva a confusões e podemos bem pensar que se é «de trabalho» é porque é causado «pelo trabalho».
Há muitos anos, ia eu para uma reunião de um andar para outro no meu serviço e, como não conseguia apanhar o elevador e detesto atrasos, decidi ir a pé. Mas ia com os braços carregados de dossiers, falhou-me um pé na escada e rebolei por ali abaixo agarrada estupidamente aos dossiers! Resumindo - grande traumatismo craniano, hospitalização e estive em risco de vida. Mas quando me disseram que tinha tido um «acidente de trabalho» fiquei admirada porque achava que não tinha tido nada a ver com «o meu trabalho» em si mesmo, apenas tinha sido naquele local! Depois lá entendi que o ‘de’ queria dizer ‘no’.
Recentemente o Supremo Tribunal de Justiça numa sentença deixou tudo bem claro: por acidente de trabalho"estão compreendidos os acidentes que se verifiquem no trajecto normalmente utilizado e durante o período de tempo ininterrupto gasto habitualmente pelo trabalhador entre a sua residência habitual ou ocasional desde a porta de acesso para as áreas comuns do edifício ou para a via pública, até às instalações que constituem o seu local de trabalho", ou até "entre o local de trabalho e o local da refeição", ou "entre o local onde por determinação da entidade empregadora presta qualquer serviço relacionado com o seu trabalho e as instalações que constituem o seu local de trabalho habitual".
Tenho contudo uma dúvida, voltando ao meu acidente, como eu era funcionária pública como é que o Estado segura os seus trabalhadores?
Há muitos anos, ia eu para uma reunião de um andar para outro no meu serviço e, como não conseguia apanhar o elevador e detesto atrasos, decidi ir a pé. Mas ia com os braços carregados de dossiers, falhou-me um pé na escada e rebolei por ali abaixo agarrada estupidamente aos dossiers! Resumindo - grande traumatismo craniano, hospitalização e estive em risco de vida. Mas quando me disseram que tinha tido um «acidente de trabalho» fiquei admirada porque achava que não tinha tido nada a ver com «o meu trabalho» em si mesmo, apenas tinha sido naquele local! Depois lá entendi que o ‘de’ queria dizer ‘no’.
Recentemente o Supremo Tribunal de Justiça numa sentença deixou tudo bem claro: por acidente de trabalho"estão compreendidos os acidentes que se verifiquem no trajecto normalmente utilizado e durante o período de tempo ininterrupto gasto habitualmente pelo trabalhador entre a sua residência habitual ou ocasional desde a porta de acesso para as áreas comuns do edifício ou para a via pública, até às instalações que constituem o seu local de trabalho", ou até "entre o local de trabalho e o local da refeição", ou "entre o local onde por determinação da entidade empregadora presta qualquer serviço relacionado com o seu trabalho e as instalações que constituem o seu local de trabalho habitual".
Tenho contudo uma dúvida, voltando ao meu acidente, como eu era funcionária pública como é que o Estado segura os seus trabalhadores?
7 comentários:
Não «segura».
Também já tive um acidente no meu trabalho, fui levada para uma urgência normalíssima, fiqueo lá internada, e a única benesse foi não perder esses dias de trabalho, contudo tive o desconto que se tem por estar doente. Lá esa «doença» ter sido em serviço não serviu para nada.. E a classificação final baixou porque trabalhei menos!
E o como se aplica a lei aos que levam trabalho para casa?
As habituais "fugas" às responsabilidades. Os nossos representantes, que passam os dias na Assembleia da República, parindo leis que nos oprimem e destroem, deveriam ter essa consciência e sensibilidade, para que o "de", se não confunda com o "no", de forma a que o "acidente", não se vire contra o "acidentado"
Joaninha said
Pois é. Bem prega Frei Tomás. Aliás uma coisa escandalosa é (ou era até há pouco tempo, não sei se mudou) os carros do Estado não terem seguro. Dizia que o Estado se segurava a si mesmo...
Olha, Rita, isso já não te sei dizer porque é uma noção muito abrangente.
Por exemplo, fiquei sem placa gráfica no Pc a fazer um render de um 3D, seria correcto pedir ideminização, é que placa gráfica custa perto de 250€?!
A verdade é que levo trabalho para casa, e já aconteceram pequenos incidentes, mas estou sempre de mãos atadas, estou a recibos verdes...
Ritinha, os desgraçados dos trabalhadores-recibos-verdes é qualquer coisa de «híbrido». A verdade é que o trabalhar-se a recibo verde é como se se trabalhasse por conta própria. E não poderás fazer tu um seguro de acidentes que cubra desastres desses?? Não sei se existe e se não é estupidamente caro, mas seria de pensar.
Quanto aos outros comentários, era tal como eu achava. O Estado lava tanto as mãos que já deve ter uma doença de pele.
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