«As bandeiras dos nossos pais»
A outra face da moeda.
Tinha visto há dias as Cartas de Iwo Jima e vi agora As Bandeiras dos Nossos Pais. A história já é conhecida por todos nós: uma famosa foto com 6 soldados que hasteiam a bandeira americana no alto do monte Suribachi E como depois essa foto vai servir diversos fins como recolher fundos paraa guerra o exército.
Não, este não é um filme anti-americano mas é decerto anti aproveitamento da guerra. O filme conta-nos as histórias desses rapazes, ainda tão novinhos tal como os combatentes japoneses, e do modo com a sua vida continuou. Há momentos em que nos lembramos de O Resgate do Soldado Ryan, um pouco na mesma linha de desencanto, há «heróis» que apenas o são porque há quem precise que eles sejam heróis…
Como eu vi primeiro o «outro» filme há cenas que são de dejá vu a sério - já foram mesmo vistas! Mas enquanto, por exemplo, vi primeiro as grutas «por dentro», agora elas são vistas «por fora», buracos de onde saem tiros, buracos perigosos, do inferno. A guerra continua a ser um horror seja ela vista por qualquer dos lados. Neste caso, a sua continuação vai chocar pelo ‘oportunismo’ com que se joga a cartada da imagem da bandeira. A verdade é que o exército precisa de dinheiro, e os heróis podem trazer dinheiro.
Tinha visto há dias as Cartas de Iwo Jima e vi agora As Bandeiras dos Nossos Pais. A história já é conhecida por todos nós: uma famosa foto com 6 soldados que hasteiam a bandeira americana no alto do monte Suribachi E como depois essa foto vai servir diversos fins como recolher fundos para
Não, este não é um filme anti-americano mas é decerto anti aproveitamento da guerra. O filme conta-nos as histórias desses rapazes, ainda tão novinhos tal como os combatentes japoneses, e do modo com a sua vida continuou. Há momentos em que nos lembramos de O Resgate do Soldado Ryan, um pouco na mesma linha de desencanto, há «heróis» que apenas o são porque há quem precise que eles sejam heróis…
Como eu vi primeiro o «outro» filme há cenas que são de dejá vu a sério - já foram mesmo vistas! Mas enquanto, por exemplo, vi primeiro as grutas «por dentro», agora elas são vistas «por fora», buracos de onde saem tiros, buracos perigosos, do inferno. A guerra continua a ser um horror seja ela vista por qualquer dos lados. Neste caso, a sua continuação vai chocar pelo ‘oportunismo’ com que se joga a cartada da imagem da bandeira. A verdade é que o exército precisa de dinheiro, e os heróis podem trazer dinheiro.
É curioso que a frase que 'os heróis' repetiam em cada aparição pública «os verdadeiros heróis foram os que morreram lutando na ilha de Iwo Jima» bem vistas as coisas daria para os dois lados. Porque a areia negra daquela ilha ficou empapada de sangue: 18.000 japoneses, 7.000 americanos, é muito morto para uma ilha tão pequena! São os horrores da guerra e das jogadas dos poderosos.
6 comentários:
Bem dizias que tinhas de ver o outro!!! Mais depressa não podia ser :)
Mas não concordas que se tivesse sido pela ordem inversa era melhor? Achei que se completavam muito, mas vendo este primeiro.
Boa crítica, também!
Explica-me uma coisa em relação a estes filmes: não são independentes? Eu pensava que "as cartas..." tinham a guerra vista pelo lado americano e japonês...
Agora fiquei baralhada!
Não Saltapocinhas.
As Cartas é apenas visto pelo «lado japonês». É aquela guerra vista pelos olhos dos japoneses. Nas Bandeiras, é vista pelos olhos americanos. São realmente dois filmes, são duas histórias com personagens diferentes mas falando do mesmo episódio de uma guerra, visto dos dois lados.
Espera, Saltapocinhas. Relendo o que escrevi acho que não fui clara.
Primeiro, tens razão, são dois filmes diferentes. Contam histórias diferentes, têm personagens diferentes.
Segundo, o «pano de fundo» é o mesmo episódio do final da guerra de 39/45: a conquista da ilha de Iwo Jima. E aí é que eu digo que se «aproveitaram» as mesmas imagens, em vários casos. Vemos a ilha rodeada de barcos por exemplo. e vemos as grutas onde os japoneses se tinham enfiado para defender a ilha, por um lado de dentro para fóra, quando estamos a ver pelo lado japonês, e por outro lado, de fóra para dentro quando se olha pelo lado americano.
Mas é a mesma guerra, afinal com a mesma «carne para canhão»
Já entendi tudinho...
Convém ver os dois, para ficarmos com a história completa.
Quanto a mim é esse o mal das histórias de guerra: só vemos um lado, normalmente o daqueles a quem consideramos "os bons". Só que, de ambos os lados há gente boa e gente má, mas há sobretudo muitos inocentes que nada têm a ver com a guerra, não a desejaram e nada fizeram para que ela existisse...
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