Lisboa tinha Barcas Novas
En Lixboa, sobre lo mar
Barcas novas mandei lavrar.
Ai, mia senhor velida!
En Lixboa, sobre lo ler
Barcas novas mandei fazer.
Ai, mia senhor velida!
Barcas novas mandei lavrar
E no mar as mandei deitar.
Ai, mia senhor velida!
Barcas novas mandei fazer
E no mar as mandei meter.
Ai mia senhor velida!
Lisboa tem barcas
agora lavradas de armas
Lisboa tem barcas novas
agora lavradas de homens
Barcas novas levam guerra
As armas não lavram terra
São de guerra as barcas novas
ao mar mandadas com homens
Barcas novas são mandadas
sobre o mar
Não lavram terra com armas
os homens
Nelas mandaram meter
os homens com a sua guerra
Ao mar mandaram as barcas
novas lavradas de armas
Barcas novas são mandadas
sobre o mar
Em Lisboa sobre o mar
armas novas são mandadas
("Barcas Novas" - 1967)
3 comentários:
Estou agora a ver como é que este post se liga ao debaixo (não tinha entendido o final do outro)
Tenho aqui «o meu neurónio» a pensar e se colocaste este poema na categoria Abril é porque tem outra leitura.
Guerra do Ultramar, será???
Exactamente, Raphael.
As «Barcas» eram os navios que iam para África, e esta era uma forma de ela dizer o que pensava e todos entenderem.
Mas foi também uma escritora teatral premiada. E, como dizes ao Raphael, comprometida, não assobiava para o lado como podia ter feito.
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