sábado, janeiro 20, 2007

Adeus, Fiama

Fui apanhada de surpresa com a notícia do desaparecimento de Fiama.
Sabia que não estava bem, sabia que era uma pessoa frágil, parecia que um sopro mais forte a levava. Mas a imagem que tinha era de alguém com tanta força interior, que me parecia que isso chegava.
Têm sido tantas as perdas dos últimos anos, que por vezes penso que começo a estar habituada. Mas não consigo, estes tempos tem sido demais, o vento é muito forte e arranca da árvores folhas que não estão secas, têm seiva, têm vida, deviam resistir mais.
Sinto um grande desgosto.

Daquela geração começam a faltar tantos…

De «Em Cada Pedra um voo imóvel» em 1957, até «As Fábulas» em 2002, quis tirar um poema para deixar aqui, e estou completamente baralhada.
Talvez deixe um exemplo de como se podia ser combativo e forte usando palavras de poesia:
Lisboa tem Barcas Novas

6 comentários:

Anónimo disse...

É curioso, foste buscar uma foto dela em nova e afinal é tal e qual a mesma pessoa que vi noutras fotos actuais. Parece um trabalho de photoshop.
Vejo que a conheces melhor do que eu, o nome dizia-me pouco.
Vou ver se leio mais umas coisas.

cereja disse...

Hoje é capaz de não ser tão conhecida.
Fez também teatro, escreveu teatro e em jovem representou. Foi uma mulher notável, Raphael.

Anónimo disse...

É sempre triste ver partir alguem, que ainda uma unica vez, nos tenha tocado a alma , e ela escrevia poesia de muito facil entendimento.Que esteja bem, seja onde for

saltapocinhas disse...

Confesso a minha ignorãncia: nunca tinha ouvido falar deste poetisa...

Anónimo disse...

Cheguei agora e não pude deixar de dizer aqui, a tristeza que me vai na alma por ver partir, mais uma dos "melhores de nós", ainda a tempo de nos dar muito de si.
Também deixei, na sesta, uma referência, pois a solidariedade tem que ser construída, passo a passo.

cereja disse...

Saltapocinhas, pode ter a ver com uma questão de geração, o Raphael também não a conhecia.
Zé, ontem fiquei muito chocada e só escrevi estas duas coisitas. À noite tive um jantar tipo «jantar de curso» que temos todos os anos a 21 de Janeiro e onde estava a Teresa a viúva do Rui Pereira que vi que conhecias. Contar os lugares que começam a ficar vazios, naquela mesa, faz-nos um nó na garganta...