terça-feira, novembro 10, 2009

Promoções (?!)

Li ontem uma notícia que explicava que a Deco entrava na dança (ou aconselhava-os-consumidores-sobre, não sei bem como dizer) sobre promoções fantasmas.
É uma situação irritante e desconfortável.
Todos nós temos a experiência de abrir a nossa caixa de correio e encontrá-la atafulhada com quilos de papel de publicidade. (Pelo menos até lhe colarmos a etiqueta de «publicidade não endereçada, não) Muitas vezes é até um papel de excelente qualidade, com imensas fotos muito coloridas e sugestivas, incentivando-nos a comprar o que precisamos – ou não precisamos – porque é bom, barato, de aproveitar a ocasião. Claro que a maioria desses papeis seguem logo para o lixo, mas é certo que muitos de nós antes de o deitar fora dá uma olhadela e até pode ficar a pensar que isto ou aquilo seria uma boa oportunidade...
Ora o que se passa é que muitas vezes o que lá aparece é uma espécie de publicidade enganosa porque se relaciona com “promoções que são indicadas ao consumidor e que na realidade não existem”.
Eu ainda entendo que se use um isco. Há uma cadeia de supermercados de preços baixos que tem produtos novos às 2ªs e 5ªs feiras e quem os frequenta já sabe que ou está lá de manhã ou nem vale a pena lá ir. Não é muito ético, mas a gente aceita que se esgote depressa.
Contudo, do que estes consumidores se queixam é de que por vezes as coisas nem chegam a estar à venda. Eu já uma vez deixei aqui um post exactamente sobre isso. Certa vez a minha «fada-do-lar» ofereceu-se para me comprar um aspirador que era promoção de terminada firma muito conhecida. Ela acorda muito cedo, e estava lá de madrugada. Aquilo parece abrir às 6 da manhã ou coisa assim, e ela até esperou que a porta abrisse. Mas... misteriosamente, tinha «esgotado». Disse-me que fez uma peixeirada do caraças, e lá conseguiu que aparecesse um responsável com um exemplar que lhe cedeu de má vontade. Chegou vitoriosa porque tinha conseguido!
Ou seja, eu (por interposta pessoa) consegui daquela vez mas pelos vistos as pessoas que foram a seguir já ficaram a ver navios.
E a verdade, é que se este foi um caso extremo, esta situação acontece muitas e muitas vezes. «Oferece-se» um produto como engodo, na esperança que o cliente não o traga porque afinal não existe àquele preço, mas traga várias outras coisas para não vir de mãos vazias, uma vez que se deslocou lá.
«Marketing mais agressivo»?
É um eufemismo chamar-lhe assim. É uma vigarice, é o que é.
Uma perfeita vigarice.


16 comentários:

Anónimo disse...

Aqui, ao invés de "peixeirada" diz-se "rodar a baiana", e é o que a minha "fada-do-lar" faz eventualmente nestes casos. Às vezes ela coloca o meu marido na história (diz que é marido dela!) e ele resolve quando a coisa exige um conhecimento mais técnico. Mas ela não só é divertida nestes casos, mas profundamente conhecedora de seus direitos e não deixa por menos. Certíssima!

beijinhos e bom dia! :)

cereja disse...

Olá Senhora!!! (também acordas cedíssimo, pelos vistos!) No caso de que falei - e foi o máximo porque se pode provar que era impossível ter esgotado porque ela era a primeira cliente - a ideia com que ela ficou, foi de que eles tinham guardado apenas uma meia dúzia dos aspiradores para esse fim e os próprios empregados da casa queriam ficar com eles por serem de facto bons e baratos! O que continua a ser vigarice ao cliente.
«Rodar a baiana» é mesmo do Brasil! Tem muita graça, a nossa 'peixeirada' diz-se porque as peixeiras não têm papas na língua e dizem tudo o que pensam. :) Aqui em casa meter o marido seria um erro que é bem mais tímido, muitas vezes só compra o que vê na montra para não estar a explicar o que quer...

josé palmeiro disse...

Lembro-me perfeitamente desse escrito do aspirador.
Na verdade, essas promoções são, na maioria das vezes, enganosas. Acho que as estruturas reguladoras do comércio, deveriam ter mais atenção ao fenómeno e puni-los se disso fosse caso.
Há uma outra forma, que também se utiliza até à exaustão. São os preços a acabarem em, por exemplo:€ 4,99 em vez de € 5,00, tem um impacto maior pois as pessoas, só olham o número de euros. É mesmo ema trapalhada!!!

cereja disse...

Tens toda a razão! E, o truque ainda é mais descarado, porque nesses casos aparece em letras garrafais o 9, e depois como umas formiguinhas, depois da vírgula, vem o 99. Aquilo que entra nos nossos olhos é que nem chega a 10, mas afinal o que falta é um cêntimo...
Eu costumo estar prevenida mas por vezes a coisa atrai-me.
Mas esta de 'promoverem' coisas que nem chegam a estar á venda com esse preço é já enganar o cliente.

Joaninha disse...

É raro ver por aqui a Emiéle depois das 9... mas acontece.
Só que me tirou o comentário. Vinha dizer um pouco aquilo que disse o Palmeiro e ela própria. Essa coisa do modo como tiram um cêntimo e aumentam a primeira parte do preço, levam muito ao engano.
Contudo, contra isso não se pode fazer grande coisa, é um 'truquezinho'. Mas o que aqui referem é mais do que truquezinho, já é um engano. E tem-me acontecido muitas vezes!!!!

Joaninha disse...

Espera, expliquei-me mal - o que tem acontecido muitas vezes é ir lá ainda dentro do prazo da promoção e já não haver nem migalha. Nunca confirmei que mesmo ao abrir da porta já não havia... não tenho paciência para me levantar de madrugada. Deixa-me adivinhar, isso foi na Makro, não?....

cereja disse...

Tens razão, Joaninha, hoje ainda estou por aqui perto do pc.... Não é costume.
E, ok, adivinhaste o nome da loja, até fui corrigir a hora de abertura que é mesmo às 6 da matina e foi a essa hora que ela lá estava! (devo explicar que ela mora para ali e faz também limpezas em escritórios e portanto começa a trabalhar pouco depois dessa hora; foi um amor mas tem alguma explicação)
Claro que esse caso foi incrível, mas o outro de que falo, é o Lidl que muitas das 'promoções' que faz à segunda e quinta se esgotam nas respectivas manhãs e muitas vezes uma hora depois da abertura.

fj disse...

estes gajos da publicidade mereciam medidas do tipo estalino-itlerianas ( a mim nem a deco me deu o prémio de inscrição que dizia que dava!).
Mas o que mais me exaspera é aquele tipo que na tv faz publicidade à publicidade, estilo você já imaginou a sua vida sem a publicidade? ( se calhar não?).Há outro género terrivel, do estilo compre um par de óculos e oferecemos-lhe outro! Confissão espontânea de que só num par têm margem que dá para alem do preço de dois! PS: claro que ha exceções, pessoas muito honestas e criativa.

Anónimo disse...

A mim tal nunca me aconteceu, mas vou pouco a compras assim desse tipo. Se precisamos de um electrodoméstico vejo os preços de um modo geral e acabo por comprar na loja onde costumo fazer essas compras. Mas já ouvi muitos lamentos desse tipo « prometem isto e aquilo e chagamos lá e não há nada!»
Li o artigo que linkaste e por aquilo que lá diz há já muita gente a protestar a sério. e quando digo a sério quero dizer com queixas mesmo formalizadas.
Porque uma das coisas irritantes na nossa terra é que nos queixamos imenso entre amigos, mas quando passa ao estadio de formalizar a tal queixa achamos que dá muito trabalho!
GRRRRR!

Anónimo disse...

E mais uma coisa, depois de ter lido o fj. A Deco é uma referência é certo mas... também usa uns métodos de 'venda' dos seus produtos muito parecidos com os que critica. Essa de oferecer brindes a quem se associe, para mim é muito criticável. Porque raio há-de dar seja o que for? É porque afinal vai ter lucro com os seus sócios.

sem-nick disse...

Como em todas as profissões, FJ. Mesmo aquelas com pior fama, (e hoje são mais da área da política) encontramos tipos decentes. E os publicitários em si - os técnicos - até podem ser gente muito decente, depois os donos das agências já é outra conversa, e sobretudo no caso que aqui se fala quem mais censuro são mesmo as empresas publicitadas. Porque como disse a Emiéle isto já é vigarice, «oferecer» uma coisa que afinal nem existe com o preço que dizem.

kika disse...

Uma perfeita vigarice,pela qual o País está inundado e afundado!!!
Sr fj. não fique com pena por a deco não lhe ter dado o que lhe prometeu, é que já tive um brinde desses e são de qualidade de loja de chinês!! Alem do mais se repararem as lojas e produtos que promovem como sendo as recomendáveis para a compra quando lá chega não há o modelo que levamos por escrito, para não nos enganarmos!!! Fazem uma publicidade exarcebada.. Fui sócia, e continuam numa pressão que incomoda!
Penso que a deco nasceu com uma filosofia , bem diferente daquela que praticam...
Mas enfim se calhar é só para não destoarem do resto da sociedade!

kika disse...

Hoje os comentários são aos pares , pois então cá vai mais um !
Repeti o que já todos tinham dito pelo menos o king e o sem-nick que entraram ao mesmo tempo!

Mary disse...

É certo que a DECO é melhor do que nada, e sempre é uma referência. E tem os consultórios que dão muito jeito porque dão conselhos a quem lá vai, seja sócio ou não. Muitíssimo mais barato do que consultar um advogado.
Mas... tem os seus pés de barro, também acho.
Quanto a este tipo de publicidade o chato é que apanha na mesma rede todo o tipo de propaganda, a bem intencionada e a vigarista. Os bem intencionados apanham por tabela porque deixa-se de acreditar no que dizem. E também credito que muitas vezes devem pensar que o mais sensato seja começarem por si próprios e são os empregados da casa os primeiros a servir-se (o que não tem mal nenhum) mas devem guardar também para a sua família e amigos de forma a que os fregueses 'normais' ficam sem nada!

Zorro disse...

Esta coisa dos direitos dos consumidores tem muito que se lhe diga. Os vendedores dizem sempre que não têm culpa que os consumidores sejam totós e acreditem em tudo. Que há coisas que são evidentes que não podem ser. Realmente já tenho visto anuncio a uma sapateira explicando «sapatos não incluídos» ou um guarda-jóias que avisa «colar de diamantes não incluído» São casos onde até parece que estão a gozar com o cliente mas se calhar o código de publicidade exige que isso se diga. Ora estes exemplos que aqui dão (e eu confirmo) de certeza que vão ofender o código de publicidade!

cereja disse...

Pois é fj, os senhores da publicidade só quando as medidas de quem não respeita a ética forem a doer (no bolso deles) é que entram na ordem. E nem falo nas famosas vendas forçadas, que já uma vez caí numa dessas o que sempre imaginei que não me podia acontecer!
Mas como disse creio que o sem-nick e a kika, há para aqui uma responsabilidade mista entre as empresas que querem vender a todo o custo e os directores das empresas de publicidade. Contudo, no caso que aqui se fala acho que a responsabilidade é mesmo de quem anuncia os produtos que depois não põe à venda pelo preço que anunciou.
Zorro, é evidente que s consumidores podem ser demasiado inocentes mas isto é como a história do pastor e do lobo, às tantas deixa-se de acreditar em qualquer coisa que se diga. Não vai ser bom para quem quer vender.