Sinalização, precisa-se!
Na quinta-feira falei aqui de um passeio que dei e onde me perdi. Mas prometi a completar a história. Então, «foi assim»:
Aquele caminho é conhecidíssimo. Não vou dizer que o faço de olhos fechados, que isso não convém fazer quando se vai a conduzir, mas a verdade é que já o fiz centenas de vezes e conheço-o muito bem. Quando digo conheço, é a estrada em si, é um facto que os arredores não domino. Mesmo nada!
A tal estrada tem trânsito, sobretudo ao fim de semana, e a autarquia vela por nós. Aquilo tem vários avisos para não ultrapassar os 60 quilómetros, ou os 50, ou os 70 (a coisa varia ao longo da estrada) e, para fazer cumprir a ordem, tem também muitos semáforos, daqueles que passam a vermelho se não obedecemos. Está bem.
Para além, disso desatou a construir rotundas. Que eu possa contar já lá cantam umas 3 ou 4, mas devem ter ponderado que ainda não chegavam (ou sobraram alguns trocos no fim do ano) e lá estão obras para mais outras 3 rotundas.
OK. Aceito. Eles mandam e deve haver para aí estudos a dizer que aquilo faz abrandar a velocidade…
O pior é que o orçamento se esgotou nos caterpillars e escavadoras e não sobra quase nada para deixar avisos a quem quer passar por aquela estrada. Minto, há um aviso, amarelo, a dizer «DESVIO». Muito bem, mas desvio para onde e por onde?…
É que a partir do primeiro desvio entra-se num mundo que nos faz lembrar a «Alice no País das Maravilhas». A gente «desvia-se» e vai dali a pouco dar a uma outra rotunda em construção. Linda, com seis saídas. Começamos a contornar aquilo devagarinho à procura de uma placa que nos indique o caminho para a terra que desejamos. Não há. Quatro das saídas têm sinal de sentido proibido, uma foi por onde viemos. Bom, deve ser a outra, pensamos. Metemos por ela, andamos um bocado e... voltamos à placa amarela que diz «desvio».
Não pode ser!? Tornamos a fazer o mesmo caminho. Chegamos ao tal redondel e já lá estão dois carros a andar à volta. Decidimos ir atrás deles, parecem tão perdidos como eu, mas enfim… Acabamos todos por enfiar por um caminho estreitíssimo de terra batida e dali a pouco vejo de novo a placa amarela a dizer «desvio». Falha-me o coração! Ah não, esta é outra, é mais pequena. É capaz de ser por aqui.
Entretanto os outros carros foram-se mas eu, corajosa, avanço. Ando 10 minutos sem qualquer indicação e depois encontro um poste todo torto indicando umas aldeias que não conheço de lado nenhum.
Bolas, não deve ser por aqui.
Mais uns quilómetros e uma placa verde indica «Farmácia». Ainda bem que há, mas eu queria era a estrada. Passo por uma terra onde não se vê vivalma, continuo a andar e acabo por encontrar uma placa que indica, em sentido contrário, a cidade de onde eu tinha vindo. Mas nada que sugira o caminho para onde quero ir. Continuo a andar, felizmente o depósito está cheio, e... cá está de novo a placa amarela a dizer «desvio». Desta vez ao contrário. Deve ser para os desgraçados que vão para a cidade de onde eu venho…
Placas indicadoras, nem pó. Mas, pouco mais à frente, vejo uma outra verde a indicar «Farmácia». É a segunda naqueles 20 minutos.
Em desespero de causa penso «vou à Farmácia perguntar o caminho!» mas quando entro na povoação, a feliz possuidora da Farmácia, vejo o tal ecoponto com o senhor amável cuja bela informação já contei.
Fim da primeira parte (o resto está no outro post)
Brevemente, só quero acrescentar que à volta, noite escura, regresso com umas indicações mais seguras, mas tive de passar pelas mesmas rotundas e, se a estrada normal está iluminada a zona das obras está mergulhada num negro de breu. Não se vê nadinha! Imagina-se o que é uma rotunda com muitas saídas, sem indicações e sem se ver nada?! Quando dei por mim tinha voltado para trás sem querer e estava outra vez junto terra dos meus amigos…
Por favor! Se fizerem um peditório para comprar placas, eu dou, eu dou!!! Só não quero voltar a passar por aquilo.
Aquele caminho é conhecidíssimo. Não vou dizer que o faço de olhos fechados, que isso não convém fazer quando se vai a conduzir, mas a verdade é que já o fiz centenas de vezes e conheço-o muito bem. Quando digo conheço, é a estrada em si, é um facto que os arredores não domino. Mesmo nada!
A tal estrada tem trânsito, sobretudo ao fim de semana, e a autarquia vela por nós. Aquilo tem vários avisos para não ultrapassar os 60 quilómetros, ou os 50, ou os 70 (a coisa varia ao longo da estrada) e, para fazer cumprir a ordem, tem também muitos semáforos, daqueles que passam a vermelho se não obedecemos. Está bem.
Para além, disso desatou a construir rotundas. Que eu possa contar já lá cantam umas 3 ou 4, mas devem ter ponderado que ainda não chegavam (ou sobraram alguns trocos no fim do ano) e lá estão obras para mais outras 3 rotundas.
OK. Aceito. Eles mandam e deve haver para aí estudos a dizer que aquilo faz abrandar a velocidade…
O pior é que o orçamento se esgotou nos caterpillars e escavadoras e não sobra quase nada para deixar avisos a quem quer passar por aquela estrada. Minto, há um aviso, amarelo, a dizer «DESVIO». Muito bem, mas desvio para onde e por onde?…
É que a partir do primeiro desvio entra-se num mundo que nos faz lembrar a «Alice no País das Maravilhas». A gente «desvia-se» e vai dali a pouco dar a uma outra rotunda em construção. Linda, com seis saídas. Começamos a contornar aquilo devagarinho à procura de uma placa que nos indique o caminho para a terra que desejamos. Não há. Quatro das saídas têm sinal de sentido proibido, uma foi por onde viemos. Bom, deve ser a outra, pensamos. Metemos por ela, andamos um bocado e... voltamos à placa amarela que diz «desvio».
Não pode ser!? Tornamos a fazer o mesmo caminho. Chegamos ao tal redondel e já lá estão dois carros a andar à volta. Decidimos ir atrás deles, parecem tão perdidos como eu, mas enfim… Acabamos todos por enfiar por um caminho estreitíssimo de terra batida e dali a pouco vejo de novo a placa amarela a dizer «desvio». Falha-me o coração! Ah não, esta é outra, é mais pequena. É capaz de ser por aqui.
Entretanto os outros carros foram-se mas eu, corajosa, avanço. Ando 10 minutos sem qualquer indicação e depois encontro um poste todo torto indicando umas aldeias que não conheço de lado nenhum.
Bolas, não deve ser por aqui.
Mais uns quilómetros e uma placa verde indica «Farmácia». Ainda bem que há, mas eu queria era a estrada. Passo por uma terra onde não se vê vivalma, continuo a andar e acabo por encontrar uma placa que indica, em sentido contrário, a cidade de onde eu tinha vindo. Mas nada que sugira o caminho para onde quero ir. Continuo a andar, felizmente o depósito está cheio, e... cá está de novo a placa amarela a dizer «desvio». Desta vez ao contrário. Deve ser para os desgraçados que vão para a cidade de onde eu venho…
Placas indicadoras, nem pó. Mas, pouco mais à frente, vejo uma outra verde a indicar «Farmácia». É a segunda naqueles 20 minutos.
Em desespero de causa penso «vou à Farmácia perguntar o caminho!» mas quando entro na povoação, a feliz possuidora da Farmácia, vejo o tal ecoponto com o senhor amável cuja bela informação já contei.
Fim da primeira parte (o resto está no outro post)
Brevemente, só quero acrescentar que à volta, noite escura, regresso com umas indicações mais seguras, mas tive de passar pelas mesmas rotundas e, se a estrada normal está iluminada a zona das obras está mergulhada num negro de breu. Não se vê nadinha! Imagina-se o que é uma rotunda com muitas saídas, sem indicações e sem se ver nada?! Quando dei por mim tinha voltado para trás sem querer e estava outra vez junto terra dos meus amigos…
Por favor! Se fizerem um peditório para comprar placas, eu dou, eu dou!!! Só não quero voltar a passar por aquilo.
23 comentários:
BRAVO!!! Tem palmas, Emiéle, eu até já estava tonta de tanto desvio e a precisar de entrar na farmácia...não será por acaso que encontraste duas ou três ehehe.
Gostei imenso do reu percurso isto é da "reportagem", isso é que foi uma odisseia!!!Por aqui, também, temos os nossos "desvios mas... São mais "desviozinhos":))
Magnífico!!!
Regresso de férias mas aqui no Pópulo as férias ainda continuam. Comecei por estranhar o horário, isto dantes «abria» pelas 7 e tal, depois recordei que este é o horário de férias e ... o tipo de posts de férias.
Já li este e o primeiro, o tal de 5ª feira. Parti-me a rir!
Um post muito bem conseguido, caríssima, é tal e qual assim e escrito com imenso humor.
Olha entrei quase, quase, ao mesmo tempo que a Maria.
Esse pormenor das Farmácias tão bem sinalizadas também é muito realista e cómico. Uma odisseia como disse a Maria. E a 'cereja sobre o bolo' da volta a casa pelo mesmo caminho, mas ...às escuras!!!
Oh desgraçada!!!!
:)
A brincar, a brincar mas pões o dedo num ponto que acho muito importante: como é que os turistas conseguem andar por cá????
Se mesmo para quem é da terra e domina a língua a falta de sinalização das terras e dos caminhos é o que se vê (ou não se vê!!) como é que os carros que por aí passam com matrículas espanholas, francesas, alemãs, etc, conseguem encontrar os caminhos?!
GPS?
É o que imagino, estrela-do-mar.
Olá King,tenmos sentido a tua falta, sejas bem vindo o pior é teres acabado as férias, amigo para o ano há mais:))
Nem isso King, neste caso que a Emiéle tão bem conta, acho que o gps não adiantava porque ele funciona com as estradas QUE EXISTEM não com os caminhos que estão a ser feitos. Só depois da obra estar é que entra no gps, creio eu. aquilo era provisório, tanto que nem placas tinha...
Encontrei!!!!!
Estava a ler este teu texto engraçadíssimo, cheio de humor, e a lembrar-me de que tinha lido aqui há mais de 2 anos ou outro também sobre a ausência de sinalização. Fiz uma busca e ACHEI!!!!!
Está AQUI.
Chamaste-lhe, também com muito humor «O MISTÉRIO DA ESTRADA DE COLARES».
Convido a malta que passa por aqui para juntar este aos dois, o actual e o da 5º feira. o tema é muito parecido e completa-se o ciclo!
Ri-me imenso hoje, e bem se precisa que é 2ª feira...
Ai a ortografia...Estou mesmo a precisar de férias:))
(não é ortografia, Maria, aquilo são gralhas de quem escreve depressa no teclado; também faço muito porque escrevo com vários dedos e muitas vezes um vais mais depressa e as letras saem por outra ordem...)
Olá malta!!! Bom retorno King!
Sabes Mary que já no primeiro post que ela escreveu na quinta-feira me lembrei desse outro, muito engraçado e com esse título provocador. Ainda bem que achaste o link, porque eu não consegui.
E já deu para rir hoje. Como disse a Estrela, bem bom para o início de semana.
Obrigada Joaninha, realmente, eu também "teclo" como tu e agora que disseste é isso mesmo que aconteceu,
pelo menos, hoje.:))
Esqueci-me de dizer, Fui ler, por sugestão da Mary (obg Mary), "O MISTÈRIO DA ESTRADA DE COLARES" e, com estes dois, faz uma belíssima "triologia" - "completa o ciclo" como bem diz a Mary mas, não o fecha, assim sendo, não poderei dizer "triologia"...:))
E já aparecemos todos!!! Joaninha, King, eu próprio, a Mary, a Estrela... é uma um alegre conjunto.
Falta chegar o FJ. A saudosa AB desapareceu de vez...
Esta história de certeza verdadeira (é que se não é podia ser...) é uma ilustração das nossas obras públicas e não só. Além do mais, o que irrita é o tempo que estas coisas levam. E mesmo que estejam um ano a fazer aquilo acham que não vale a pena montar uns painéis a mostrar os outros caminhos alternativos. DESVIO e toca a andar, quem não sabe que soubesse...
:)
:)
:)
Sem palavras, porque as palavras estão no post!!!
Ainda bem que o Zorro, não deu pela minha falta, é que ele não sabe que me perdi, nas "rotundas".
Chego quase à hora do almoço, isto para vocês, que para mim, é menos uma hora, coisa de fusos e não de rotundas, mas, no funfo, vai dar tudo na mesma.
Linda a história e, tal como te disse no link que a Mary relembra, se as escrevesses para uma qualquer editora, terias a vida garantida, pela certa.
Retrato fiel deste "rectângulo", que, por baixo custo, nos permite vivenciar aventuras, que, com pacas certas e informativas, não conseguiamos ter.
Vamos esperar por mais rotundas, sei do que falo, porque aqui, na Ilha, já proliferam e, felismente, também com poucas informações ou às vezes, contraditórias.
:)))))
Aqui também desses jogos: adivinhe o caminho certo!
Se já me perco dentro dos shoppings, imagine com essas placas! :))
Adorei seu texto! Adorei! Apesar de você não ter gostado nadinha de ter passado por isso... ;)
Beijocas
Pois é Zé Palmeiro, nesse post antigo tu deixaste um comentário e eu nem por isso...
Mas estive a relê-lo e sei que o li da primeira vez. Deve ter sido em período de férias de Páscoa (pelo menos é o que se entende do texto) e eu se calhar não tinha net nesse momento.
E não sei como é que não me referi a ti quando enumerei a malta aqui do Pópulo! Acho que pensei que estavas incluído e como fui enumerando os nomes que estava a ver, e ainda não tinhas passado por cá... Falei na AB porque ela abandonou o barco :)
Amuei, Zorro, não te referiste a mim e eu estava logo acima...:)))
OH MY GOD!!!
Que filme, baratinho de segunda-feira,mas que me fez rir até ás lágrimas, e de cabeça ás voltas, quase enjoada...
Já agora acho que esse autarca deve ser reeleito,só pelo bom humor que provocou a quem te lê, mas de certeza que a quem acontece essa odisseia,não deve achar graça nenhuma!
Beeeeem, o Zorro também não se referiu a mim e eu sou dos constantes!!!!
:)
Belo escrito para uma segunda-feira!
(por alguma razão já vais nos 20 comentários!!!!)
Realmente essa rotunda com 6 saídas e 4 delas com sentido proibido deve ser fenomenal! Ficamos aqui a dar voltas à cabeça a imaginar onde será...?
Contudo, Emiéle, a coisa parecia fácil, se vinhas por uma das entradas na rotunda, 4 eram proibidas parecia que obrigatoriamente tinha de ser na que sobrava?! Como é possível que não fosse???? Vais ver que te enganaste e voltaste a sair por aquela por onde chegaste :)
OK, mas está muito bem contado e com imensa graça! Como disse a nossa Maria: BRAVO!
Magnifico de realismo.Bem visto ir buscar o de 2008.
Agora com mais calma fui ver o link que a Mary se lembrou, e lamento que nenhum autarca tenha passado por aqui e atendido o teu pedido de sinalética.Eles não têm o nosso vagar..... que pena!!! Fazia falta um leitor deste blog dessa área, pois és um pouco vitima, á semelhança de muito boa gente.
Olá!
Fico desvanecida por ter conseguido tantos comentários a meio de Agosto (já não é bem ‘meio’ sniff) e num post sem grande polémica! São todos uns queridos!
Claro que «a volta do King» ajuda. Bem vindo!
E a Mary foi muito amiga em ter recordado esse velho post do Mistério da Estrada de Colares que tinha ‘desaparecido’. Foi uma aventura daquelas!!!
Respondendo aos que falaram no gps, acho que neste caso a coisa não dava porque eram estradas que estavam em construção. E aquela coisa do letreiro a dizer Farmácia era mesmo cómico, porque se não fosse o fundo ser em verde (o fundo do ‘desvio’ era em amarelo) o tamanho e letras desse letreiro era igualzinho aos das localidades, pelo que quase imaginei que fosse uma povoação chamada Farmácia.
A Senhora que se perde dentro dos Shoppings é da minha raça… Só naqueles que já conheço há anos, e mesmo nesses ainda me perco! E os que conheço mal são labirintos para mim, passo o tempo a consultar as indicações!
FJ, foi mesmo realista. Alguns dos leitores acharam que estava a fazer humor mas estava a contar tudo tal e qual como foi. Acho que até de pode identificar a famigerada estrada!!!
Maria, dás sempre animação aqui aos comentários!
Kika, seria bom que este tipo de apelos chegasse às Câmaras. Porque não falo só por mim, creio que o lamento é geral. E se forem estrangeiros devem fugir!
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