Clareza (...)
Ontem fui dar um passeio.
Nada de mirabolante, um passeiozito a sítios onde já fui vezes sem conta.
Mas acontece que no caminho para lá havia obras, pelo que entendi mais duas ou três rotundas para ‘travar a velocidade’ dos automobilistas (numa estrada não muito grande onde, pelas minhas contas, já lá há umas cinco…) e na confusão dessas obras sem sinalização enfiei por uns caminhos desconhecidos e … perdi-me!
(Fica para outra próxima conversa o desabafo sobre a péssima sinalização das obras na nossa terra, não que elas não estejam sinalizadas mas não dizem como se sai dali!)
Bem, perdi-me.
Não tenho GPS.
Felizmente não tinha uma grande pressa, porque apesar de ter combinado uma hora para me encontrar com uns amigos estávamos todos em férias e os atrasos não tinham importância.
A verdade é que primeiro tentei orientar-me pelas placas de sinalização que não me ajudaram nada. Mesmo nada, como hei-de contar. Desisti. Parei o carro junto de um senhor de aspecto simpático, que era dali de certeza porque estava em calções a despejar embalagens num ecoponto, e pergunto-lhe o caminho.
- «Está perto. Vai já por esta aqui em frente, anda um pouco e vira à esquerda, deixa passar dois cruzamentos e vira à direita e depois logo à esquerda. Vai em frente até ao fim dessa rua e vira à direita. Depois da curva vira outra vez à direita. Segue em frente e vira na segunda à esquerda. Depois disso vira na outra à direita, e vai sempre a direito nessa estrada»
Era simpático.
Mas um desastre a dar explicações. Como seria de esperar, voltei a perder-me e fui dar a outro sítio desconhecido (ontem fiquei rica em ‘sítios desconhecidos’) Vejo um rapaz novo, de boné, talvez de aspecto menos ‘certinho’ do que o senhor do ecoponto. Explico-lhe que estou perdida e queria apanhar pelo menos a estrada importante que tinha como referência.
- «Sim. Vira já aqui e depois segue sempre em frente»
E não é que pouco depois vi brilhar ao longe a água do rio que me servia de bom ponto de referência? Respirei muito fundo, sabendo onde era o rio não tinha dificuldades, essa é uma sinalização que não falha.
Estava só meia hora atrasada!
Nada de mirabolante, um passeiozito a sítios onde já fui vezes sem conta.
Mas acontece que no caminho para lá havia obras, pelo que entendi mais duas ou três rotundas para ‘travar a velocidade’ dos automobilistas (numa estrada não muito grande onde, pelas minhas contas, já lá há umas cinco…) e na confusão dessas obras sem sinalização enfiei por uns caminhos desconhecidos e … perdi-me!
(Fica para outra próxima conversa o desabafo sobre a péssima sinalização das obras na nossa terra, não que elas não estejam sinalizadas mas não dizem como se sai dali!)
Bem, perdi-me.
Não tenho GPS.
Felizmente não tinha uma grande pressa, porque apesar de ter combinado uma hora para me encontrar com uns amigos estávamos todos em férias e os atrasos não tinham importância.
A verdade é que primeiro tentei orientar-me pelas placas de sinalização que não me ajudaram nada. Mesmo nada, como hei-de contar. Desisti. Parei o carro junto de um senhor de aspecto simpático, que era dali de certeza porque estava em calções a despejar embalagens num ecoponto, e pergunto-lhe o caminho.
- «Está perto. Vai já por esta aqui em frente, anda um pouco e vira à esquerda, deixa passar dois cruzamentos e vira à direita e depois logo à esquerda. Vai em frente até ao fim dessa rua e vira à direita. Depois da curva vira outra vez à direita. Segue em frente e vira na segunda à esquerda. Depois disso vira na outra à direita, e vai sempre a direito nessa estrada»
Era simpático.
Mas um desastre a dar explicações. Como seria de esperar, voltei a perder-me e fui dar a outro sítio desconhecido (ontem fiquei rica em ‘sítios desconhecidos’) Vejo um rapaz novo, de boné, talvez de aspecto menos ‘certinho’ do que o senhor do ecoponto. Explico-lhe que estou perdida e queria apanhar pelo menos a estrada importante que tinha como referência.
- «Sim. Vira já aqui e depois segue sempre em frente»
E não é que pouco depois vi brilhar ao longe a água do rio que me servia de bom ponto de referência? Respirei muito fundo, sabendo onde era o rio não tinha dificuldades, essa é uma sinalização que não falha.
Estava só meia hora atrasada!
20 comentários:
O labirinto da imagem é lindo,já o teu não deve ter sido nada agradável.
Somos o país das rotundas e não param e obras mal sinalizadas "são mato"... Dizer:-"Está perto"
e depois dar aquela "indicação" imagino como seria se estivesses longe...;-)
Se fosse no Alentejo, tinham-te dito:
Ah! Está pertíssimo, é logo ali!
Andarías certamente muitos quilómetros, mas encontravas o caminho pela certa!
Como a Maria, acho a ilustração adequadíssima e a explicação do senhor do ecoponto, estava completíssima, pena não teres levado um gravador para não te enganares e seguires à risca a perciosa informação!!!
Nossa! Essa de perder-se, por aqui, nunca me abalo - acho que é o único jeito de conhecer São Paulo. Porque normalmente vamos de um ponto a outro, direto. Então, quando André resolve pegar um caminho "diferente" e se perde, é até uma coisa gostosa. Primeiro, porque sabemos que vamos nos achar uma hora ou outra. Segundo, porque conhecemos lugares muuuito diferentes! :)
Mas nada foi tão diferente quanto ir a um cemitério e ir parar dentro de uma das favelas mais perigosas de São Paulo. Fomos barrados por um garotinho simpático, que nos fez virar o carro e nos deu as instruçòes corretas. Algum tempo depois um senhor foi morto, naquela mesma favela, porque entrou por engano, como nós...
beijinhos
Ai como te entendo!!!
Quando me perguntam um caminho, a não ser que seja mesmo muito claro, prefiro dizer as suas indicações básicas («vá em frente» «vire à esquerda», «volte atrás») e chegando ao próximo cruzamento pergunte outra vez...
É que o excesso de explicações, em vez de facilitar complicam imenso. A gente sabe por experiência, como aqui contas. Ou se anda com um gravador (como inspiradamente sugere o Palmeiro) ou estamos tramados.
Tu se calhar inconscientemente seguiste as primeiras indicações e quando perguntaste ao rapaz de boné já estavas mais perto..
A história da Senhora é impressionante. mas afinal mostra que mesmo nas favelas mais perigosas pode aparecer «um garotinho simpático» afinal... Abençoado!
Ai Emiéle as rotundas!!!
É uma ideia fixa dos senhores autarcas. Eu penso que haja fundos da UE especiais para isso, mas é uma praga! Primeiro fizerem estradas compridas e feitas à régua, e depois arrependeram-se e toca a fazer-lhe curvas artificiais. Ando que nem posso!!!
Quanto às «explicações» bem intencionadas, a descrição está impecável!!!
Já há uns GPS acessíveis. Assim como prenda de anos, ou uma coisa dessas...
A primeira vez que vi um em funcionamento parecia um saloio de boca aberta, mas aquilo funciona! Quero dizer, eu ainda não tenho, mas tenho um familiar que usa e é prático. (e não gasta gasolina, nessas voltinhas deves ter gasto ainda um dose razoável!)
Oláááá!!!
«Uma aventura no interior de Portugal» não?...
Ena, o que me identifiquei com essa história! A semana passada passei por uma igualzinha, igualzinha. Talvez as referências fossem diferentes, mas começou por umas obras na estrada com a indicação de DESVIO, e às tantas ninguém sabia onde estava.
(fico à espera da outra 'conversa' onde dizes que vais falar de placas indicadoras)
As explicações do senhor simpático, são mesmo assim. Eu já tenho feito essa figura - a de tentar explicar e sentir que não explicava nada!!!
Gosto muito destes teus posts bem dispostos sobre coisinhas «corriqueiras»: as moscas, as sinalizações...
São mesmo «posts de férias» não é?!
E neste caso situei-me nos dois lados - quando sou eu a perguntar fico como tu, toda baralhada com tanta esquerda direita vira segue que a gente já nem sabe o que nos estão a dizer. Mas quando sou eu a ter de dar explicações (e se for em inglês ou francês, ai, ai, ai!!) acho que faço a mesma figura!!
:)
Zé Palmeiro, no Alentejo NADA é perto! Aquilo é sempre tudo a perder de vista! e o pior é que não há a quem perguntar, ali só o GPS!!!
Mas, quando sou eu a informante, faço como a Joaninha - explicações com duas ou três referências e a recomendação para parar e perguntar ao próximo, tipo revesamento 4x4. :))
Sensatas as opções da Joaninha e Senhora. Nem fogem à questão, nem se comprometem demais.
As mulheres são muito sensatas, hein?!
Isso acontece-me , porque tb não tenho qualquer sentido de orientação e toda a gente se lembra de me pedir informações. Uma vez dei uma informação tão errada, mas tão errada, que agora faço como a Joaninha e a Senhora( isto só para me juntar ás sensatas, não é nick?).
Bom tenho um GPS, mas para mim é uma "seca" a programação e quando nos pergunta caminho mais rápido ou mais curto?? Quando vou a ver já estou quase num beco sem saida,
mas tem utilidade, sim desde que saibas bem o endereço para onde queres ir, e sempre se torna agradável qd se vai sozinho aquela simpática voz ( há quem não goste)á esquerda, á direita , enfim, olha pede um ao Pai Natal!!!
Passei um pouco de tempo por aqui e isto anda divertido( os posts e os comentários) porque eu nem por isso.
Quando cá cheguei de manhã as placas das paredes da c banho resvalaram durante a noite como um baralho de cartas e não partiram . Cada uma pesa 6 kg, só que me ia dando uma coisinha má,
Tem de se tomar uma dose de paciência logo pela manhã, para não haver explosão.
Antes queria andar perdida no labirinto, desde que tenha gasolina, nunca me incomoda!!!
labirinto, descrições, incluindo a de Kikas,óptimos.Mas os desvios são o fim do fim.Desviam para onde?
Palmeiro, quando disse que no Alentejo é tudo longe queria fazer uma espécie de elogio.
:)
Eu gosto.
Mas como dizes e bem, há um toquezinho de solidão. Se precisamos de ajuda a coisa fica preta. Mas respira-se bem e sentimo-nos muito independentes o que é óptimo.
Lol, a vida é assim! de vez em quando a gente perde-se, mas o importante é que depois se encontre!
Castanha! O tempo todo que li o post lembrei-me do episódio em que você se "perdeu" usando um GPS.:)
Tens razão Senhora, as Histórias da Castanha são sempre formidáveis e essa era giríssima. Olá Castanha! Este mês não te comento porque ando em net de aluguer e sou poupadinha, mas até te continuo a ler sempre que posso.
FJ, essa dos «desvios» sem explicar mais nada é um pesadelo. Estou a guardar a descrição para o post que está alinhavado como continuação deste, sobre placas informativas.
Zé Palmeiro claro que nada se pode comparar com as extensões africanas, mas todas as semanas 300 quilómetros por estradas alentejanas é qualquer coisa… Devias era conhecer bem o caminho, imagino.
Kika, (e já agora Joaninha e Senhora) também não sou muito segura nas informações, e uso esse método - faço as pessoas avançar um pouco q eu perguntem depois. Mas já me aconteceu fazer um desenho. Coitadinha Kika, isso de obras é terrível. Mas pensa que lindo vai ficar! Placas de 6 quilos não são azulejos, isso é mármore?…
Sem-nick, claro que as mulheres são sensatas! E com sentido prático, é conhecido.
Olá King! Começas a voltar? Gosto muito de te ter por cá, mas aproveita o resto das férias, como eu.
Senhora, que boa história! É mesmo assim a gente quando se perde precisa é de um «anjo-da-guarda». Sorte a vossa, hein?
Maria e Zé Palmeiro, o boneco foi encontrado na net. Como vocês sabem é uma mania que tenho, gosto muito de ‘ilustrar’ o que escrevo, manias…
Zé Palmeiro, como falas de África e da sua imensidão, não resisto a contar uma históriazinha:
Já há muitos e muitos anos uns pais e um filho, que tinha nascido em Moçambique, vieram de licença graciosa a Portugal. Andaram a passear por ai. Imagino que pelo Centro e Norte. Andaram de carro e a páginas tantas o miúdo que não parava quieto desabafa «Mas ó pai, quando é que começa o mato?!» Ele via povoações e terra cultivada e depois quando esperava ver uma extensão de terra «normal» vinham mais casas. Que raio de coisa!!
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