quarta-feira, julho 29, 2009

Foi um excesso

... mas às vezes uns abanões podiam fazê-los pensar duas vezes.

A história passou-se lá na China onde, na segunda-feira, numa siderurgia 3.000 operários pararam a produção e deram uma enorme sova no director geral que os vinha informar de que iam ser despedidos até 30.000 trabalhadores
Parece que essa siderurgia ia ser comprada por um grupo privado - e isto na China.
A sova foi tão grande - e como enfrentaram a polícia e impediram a ambulância de passar - que o director acabou por morrer no hospital.
Foi mal. Muito mal. Uma brutalidade.
Contudo o certo é que essa venda foi suspensa.
Como eu disse assim foi demais, aquilo na China é sempre em grande e exagerado até as reacções.
Mas quando por vezes se ouvem certos senhores responsáveis (??!) referirem-se a despedimentos que vão afectar a vida de tantas famílias, de um modo tão arrogante e superior, como se os seres humanos fossem números, ou desenhos a lápis que se apagam com borracha, também se imagina que uns tabefes à moda dos que o Obelix dava aos romanos, os chamasse à realidade dos outros.


14 comentários:

Anónimo disse...

Bem se foram os 3 mil a darem no gajo, mesmo uns tabefes como dizes, era muita tabefe!!! Nem era preciso poção mágica, era só a quantidade.

A verdade é que os senhores da economia, sobretudo da tal macroeconomia, que só vêem grandes números, muitas vezes me dá a ideia de que vivem noutro mundo.
E vivem.
E o «mundo deles» não conhece o desemprego duro e feio, eles mudam de emprego, é isso... e com uns trocos «compensatórios».

Anónimo disse...

Escrevi isto e lembrei-me de uma entrevista há uns anos com a Maria João Rodrigues à data Ministra do Emprego se não me engano, e que dizia com um ar muito convencido que os portugueses se apegam ao emprego para toda a vida e têm medo de mudar de emprego, têm a fobia da mudança.

Deu-me volta ao estômago por não lhe poder dizer que o medo não é de mudar é de não o ter!

sem-nick disse...

Claro que uma sova assim tão grande é demais, mas umas sacudidelas às vezes estão mesmo a pedir.
Às vezes oiço no rádio do carro uns tipos a «mandar vir» com tal segurança e superioridade que nem sei como não me espeto em qualquer berma tão irritado fico.

Joaninha disse...

O outro lado da medalha vai ser tramado. Nem me admiro que a questão dos despedimentos fique solucionado por enfiarem aquela malta toda na cadeia!!!

Anónimo disse...

É certo que a venda foi suspensa e até quando - quantos directores gerais terão de ser "sacrificados" até que os "actores" principais percebam "que pela boca morre o peixe"? Esse não será, sem dúvida,
o método de se resolverem os conflitos, digo eu, mas é sintomático dos tempos que correm - não se abrande o desenfreamento capitalista e, infelizmente, iremos assistir a mais violência.
Agora, uns "tabefes", como dizes e ilustras com graça, por cá também há muito boa gente que esteja a precisar!!!

Anónimo disse...

É verdade , Emiéle, ontem não consegui entrar no Pópulo dava um erro, não entendi o que podia ser...
Tive pena, pelo "post" pertinente e também por não ter vindo em defesa da nossa Joaninha que, com muita graça-"fjeniana", ontem foi atingida:))

fj disse...

King parece-me que tens toda a razão e apanhas as dimensões do problema.Maria há já dois séculos que se tentaa "abrandar" o capitalismo, ma s os resultados não têm sido brilhantes.Por outo lado, mas isso não vem para aqui, julgo que a essência do capitalismo está em acelarar.
King pessoalmente até acho que este mundo não é o "meu mundo",vive-se do lucro, da sua aplicaçao para o enriquecimento sempre só de alguns, apenas para o dinheiro,o que não me diz nada ( exceto quando meu claro ).Mesmo a sério, sinto-me não cá, ou estou cá por transferência, como os craques do futebol que agora chegam
mas que se irão na proxima tmporada, Só que eles podem...

cereja disse...

Também me lembro dessa entrevista, King, pela mesma razão. Fiquei a achar que a senhora não era de cá, vinha de outro planeta. Aliás disseram-me que ela é de umas famílias com dinheiro, ou seja estas dificuldades de que nos queixamos para ela é teoria, que se pode discutir calmamente.

Claro que a China anda à procura de uma «via» que não sei bem qual seja, e esta história dá para pensar. Também acredito que aquilo agora foi suspenso (a venda) mas se vier uma repressão pode ser outro Tiananmen.

cereja disse...

Maria, realmente isto «fugiu» para outro domínio. Vi de manhã, mas depois acho que voltou ao normal; contudo uma amiga queixou-se disse ao fim da tarde...
São mistérios que não domino.
:)

Anónimo disse...

Esses chineses são uns neuróticos! :)

O que pode acontecer, e o que acontece muito no caso de desemprego em massa, é o empreendedorismo, caindo para o emprego informal, que é a mesma coisa que se ter uma empresa e não pagar um tostão de imposto.

Acredito que, mais do que a falência de um sistema político-financeiro, é a falência de qualquer sistema que não consiga ter o homem como seu bem maior.

bjs

josé palmeiro disse...

Na verdade, é uma enorme imprudência, um qualquer gestor, tentar enfrentar uma mole de gente, 3.000, neste caso, para, cândidamente os informar que iriam ser despedidos, dez vezes mais.
Que queria ele, beijinhos, abraços, mimos de todas as cores?
Sim, morreu e depois, terá sido porque não se aguentou com os três mil? É natural e para ficar magoado para o resto da vida, terá sido melhor, não sofrer mais. Há por aí tantos a necessitar de um tratamento desses, que nem vos conto. Mas, está bem, concordo que se lhe tivessem poupado a vida, ele ficaria a lembrar-se por mais tempo, da ousadia que teve.

cereja disse...

Aqui uma das coisas "interessantes" Senhora e Zé Palmeiro é que naquele país, teoricamente uma «República Popular» ou seja algo aparentado com o socialismo, isto foi provocado por uma proposta de venda a ... um grupo privado!
Ah, sim?...

E achei engraçado imaginar uns abanões a uns senhores que oiço a falar por aí.

saltapocinhas disse...

Como refilaste com o meu último comentário à meia-noite e meia hora, desta vez é depois da uma! :)

Ouvi esta notícia apenas de raspão, não sabia que o homem tinha morrido.
Mas dizes bem, morrer não (?) mas umas valentes sovas há para aí muitos patrões que merecem!!

cereja disse...

Não era refilar, era mostrar o meu espanto... :) Valente! A minha 'hora de recolher' é pela meia noite, e mainada!!!

Aparentemente ele só morreu porque não foi atendido a tempo, a sova não era assim tão grande. Mas de tudo isto só vamos sabendo o que nos deixam saber.

E o sentido do que escrevi era o que disseste pensar que por cá havia uns palermas que a quem seria de alguma justiça uns bons chapadões.(já que não se poderia fazê-los trocar de lugar com as pessoas sobre quem falam de um modo tão distante, como se fossem de uma raça não humana)