quinta-feira, janeiro 29, 2009

Um tema muito sério

Tenho linkado no meu blogroll, um blog muito importante chamado «Caminhos da Memória».
Quando ele apareceu falei nele mas desde aí não voltei a fazer referência apesar de valer muito a pena uma visita com frequência.
Desta vez queria chamar a atenção para que desde segunda-feira passada que tem saído uma série de posts da Diana Andringa sob o título:

«Falar» na polícia

Para quem é mais velho vale a pena relembrar, para quem é novo é um boa informação.
Passem por lá.



De João Abel Manta (imagem tirada de lá)

12 comentários:

Anónimo disse...

O blog de que falas tem dado um importante contributo para que fique registada a História recente, falada na primeira pessoa pelos seus protagonistas ainda vivos.
Quando lá vou acabo por ficar muito tempo, de modo que só lá costumo passar ao fim de semana.
Ainda não tinha visto esse artigo, ou conjunto de posts, da Diana mas ainda bem que chamas a atenção.
É um tema delicadíssimo.
Mas que não é por ser 'delicado' que se pode apagar.

Anónimo disse...

Emiéle, quem começa a ler o teu blog de cima para baixo, vai sentindo o peso!
Vou passar a fazer como deve ser e começar daqui para cima...
É realmente um tema muito duro. E difícil de sentir para quem nasceu, depois de Abril.

Anónimo disse...

"Os caminhos da memória" são a parte visivel de um movimento o"Não apaguem a memória".Com (como sempre)alguns problemas internos sobre a "posse"(a quem pertence) o martirológico da "longa noite do fascismo" tem mantido uma actividade muito importante na preservação da memória e provavelmente num estabelecimento dos "roteiros" da memoria.Claro que se tem tratado sobretudo da resistencia e enfiará pela guerra colonial porque é assunto pouco tratado embora o véu comece a ser levantado.Já agora não deixo de falar aqui na polémica absurda(as fontes são sempre as mesmas) que envolve o livro da Irene Pimentel sobre o Gouveia da PIDE.Como se trata do pide que mais sabia sobre o PCP acha-se que escrever a biografia do homem é (imagine-se)enaltece-lo.Alás a própria Irene diz que quando se fala alguém de alguma forma parece que é isso que se faz.Mas como é que se percebe o que é um monstro? Os monstros não têm sete cabeças...São homens vulgares por vezes bons chefes de familia etc,etc.E como é que se percebe um regime se nada se souber sobre o tipo de homens que o suportavam?.Falar ou não falar na Policia...Ah, tema que ou é pegado com pinças ou temos aí o Carmo e a Trindade.No entanto continuo a achar que ´há gente cujo testemunho sobre pais, maridos etc,que passaram por dramas que ainda hoje suscitam incomodo e que deveriam dar o seu testemunho e não o fazem.Percebo o pudor mas não percebo a manutenção do tabú.AB

Anónimo disse...

Pronto lá veio a censura do pc.anónima sou eu.AB

Anónimo disse...

O trabalho da Diana pareceu-me extraordinário, o que nem admira.Faz uma "globalzação" ( não neo liberal, claro )da problemática humana que revela grande sensibilidade, compreenção, etc..Mas para muitos jovens não sei calcular o interesse.

Anónimo disse...

Tenho acompanhado o «Caminhos da Memória», e acho que foi por lá, ou em blogs anexos, que descobri que o forte de Peniche está em vias de seguir o mesmo caminho que o edifício da António Maria Cardoso.

cereja disse...

Um pouco como ‘resposta’ à AB, é mesmo certo que na luta contra o fascismo algumas figuras ou mentores de ideologias, se assumiram como ‘os únicos’ e o que não estava com eles estaria contra eles. Mas a verdade é que dezenas de anos depois é muito difícil dar-se a noção real do que foram esses tempos, de que modo se pensava, e da enorme coragem que era precisa para se mergulhar de olhos bem abertos nessa luta. E o certo é que há 60 ou 70 anos não havia luta organizada a não ser pelos comunistas e agora é natural que assumam a posse desse passado.
A verdade é que a questão do «falar» na cadeia era sobretudo uma questão ética. A organização por células e com nomes de guerra, fazia que mesmo que um preso «falasse»o prejuízo seria limitado, era questão de alterar os nomes e os locais. A resistência francesa foi assim que funcionou, mesmo que a Gestapo apanhasse alguém, eles reorganizavam-se.
Agora moralmente é que a coisa era bem pior. E muita gente resistia à tortura do sono, à ‘estátua’, à diversas formas que a PIDE inventava para quebrar a resistência do preso, por si mesmo, pela sua dignidade. Pensar nisso hoje, é difícil...
............
Essa coisa do livro sobre o Gouveia, não se entende bem. A ser assim nunca se escreveria nada sobre o Hitler, Staline, etc, porque se estaria a engrandece-los?!

FJ - creio que para muitos jovens será uma fatia de História, e também tem interesse. Não é Memória, mas cumpre a sua função.
Pedro - também tinha ouvido. Aquilo tem uma bela vista. Já só falta o Aljube....

Anónimo disse...

Vou ler agora, atrás do teu link.
Tenho muito respeito pela Diana Andringa, só pode estar bem feito.

Anónimo disse...

Já disseram todos muita coisa, e eu vou deixar uma receita para a memória que aprendi ontem.Chá de casca de ananas ou abacaxi.Experimentei é docinho . Não desperdicem essas cascas, recomendo...

josé palmeiro disse...

À hora que aqui chego, já muito foi dito, certo, errado, como o entenderem.
Uma coisa é certa: O que é contado, aconteceu e é bom que não volte a acontecer, nem em sonhos, o que eu duvido, pois há gente para tudo. Quanto à paternidade e maternidade, que aqui se fala e que uns reclamam, direi que os mais importantes foram os anónimos, os muitos que caíram na garra dos algozes, que nada disseram, que tudo sofreram e que disso se não serviram para bandeira os currículum, antes serviu de capital de esperança para um Mundo diferente e ema carapaça maior para resistir e lutar pelos ideais de LIBERDADE.

cereja disse...

Obrigada Kika, realmente anda muita gente a comer queijo em vez de beber esse chá de cascas de ananás...

Quanto ao que aqui se foi dizendo, tem sido no mesmo sentido, e hoje em dia o que menos se precisa é de guerras sobre quem teve ou não mais gente atrás daquelas grades. cada um resistiu aquilo que foi capaz e do modo que foi capaz. Mesmo quando a forma porque resistiu foi estranha e meio suicidária. Cada um lutou com as armas que tinha e que conseguia usar.

Anónimo disse...

Gostaria ainda de voltar para dizer que relendo o que li parece haver uma contraposição entre as peças da Diana e a Irene.Não há.A Diana é uma pessoa que muito respeito e a quem se devem investigações importantissimas e ....discretas. Quanto ao que diz o Palmeiro é verdade que há gente a "cobrar" e isso é tremendo.Mas estes posts põem uma questão muito sensivel...E quanto à memória eu diia que é muito bom que tudo isto se diga....para memória futura.Porque nunca se sabe.E se há erro monumental é o principio de que a História não se repete.Pode aparecer com outros contornos, chamar-se outra coisa mas lá que se repete,repete.AB