quarta-feira, janeiro 28, 2009

A vida a cores




Li a história ontem no JN. Aliás a notícia vinha acompanhada de 2 vídeos amadores -
este onde se vê o momento dramático, e este outro com a entrevista a quem conseguiu que a história acabasse bem.
Não vi telejornais, mas duvido que a notícia fosse dada com muito realce. Afinal foi uma história que acabou bem, e aquilo que ‘vende’ são as histórias que metem medo...
Esta foi simples: um homem estava a passear o cão à beira-mar, veio uma onda muito grande e apanhou-o. Perante os gritos de quem assistiu, algumas pessoas atiraram-se à água e conseguiram tirá-lo a tempo de - apesar da hipotermia grave, que a água devia estar gelada – o salvar. Num dos vídeos um dos rapazes diz de um modo ingénuo que se atirou sem ter pensado em tirar a carteira nem telemóvel...
Como eu disse a história acabou bem e não deve vir a ser muito falada. Pelo menos não vi referida noutros jornais com o mesmo realce. E, o certo é que nos fartamos de ouvir falar de roubos, de crimes, de vigarices, de ... insegurança por todas as formas e feitios. Parece que nos querem vender a ideia de que estamos rodeados por monstros e temos de estar em permanente alerta e desconfiança.
Sem cair no outro extremo (porque é certo que as coisas más acontecem) não seria má ideia dizer que nem tudo é cinzento e também existem cores e pessoas generosas e corajosas.

(e, já agora, pelo nome e sotaque um deles era imigrante, tudo indica. Esses 'terríveis' imigrantes...)

11 comentários:

Anónimo disse...

Olá, olá!!!
:)

Hoje chego aqui cedo e começando por cima apanho um post dos que nos põem bem dispostos.
o que dizer'
É mesmo assim.
A desgraça vende, as coisas bem feitas, só se forem extraordinárias... E esta história tem o 'picante' do tal Jamail ou lá o que é, não ser nenhum bandido, até ser muuuuito boa pessoa.

Anónimo disse...

Só mais uma coisa - esqueci-me de fazer referência ao caleidoscópio.
Que ideia gira.
tal e qual: basta mudar a posição e as coisas apresentam-se de outro modo!

Anónimo disse...

De acordo com o Zorro, a imagem é sugestiva à brava!!!
De resto, isto é mesmo a terra do velho o rapaz e o burro, os comentários que lá estão revelam que a malta tem sempre que criticar!!!!

cereja disse...

Olá!!
Ainda ando por aqui e posso responder já:
a) 'Brigadinha por terem apreciado o boneco! A ideia era mesmo essa - basta um jeitinho para as coisas terem outro aspecto, e aqui no caso da imigração, tão bode expiatório, até foi interessante.
b)Os comentários são como vocês dizem, de quem tem de falar seja por que for. era porque o homem não devia passear o cão, é porque o marido da senhora é que foi o salvador, é porque coitado do cão, afinal não é nada coitado que até se safou...
Haja paciência!!!

Anónimo disse...

É mesmo!
O que enraivece é que eles «vendem» e a gente «compra». Somos logo atraídos pela desgraça!

Bravo, em chamares a atenção para esta história.

josé palmeiro disse...

Vi e ouvi na TV, SIC, se a memória me não falha.
Acentuo o que a Emiéle diz, das entrevistas e da generosidade dos "salvadores" ressalta essa dicção, de emigrante, bem como o imenso humanismo que todos, sem excepção revelaram. Se a notícia agora não tomar o relevo suficiente, cabe-nos a nós fazê-lo, como aqui estamos a fazer.
Já agora, uma coisa que aqui não é falada, O CÃO!
Pois o animal, que o dono passeava, dando-lhe oportunidade de ter um pouco de liberdade, necessária aos animais que são obrigados a viver em cativeiro, depois de ter desaparecido, no turbilhão das ondas, conseguiu salvar-se e quando o dono foi levado para casa, já ele estava à porta à espera do seu amigo.

Anónimo disse...

Quando li a noticia no JN tambem me ocorreu o pensamento de que ainda podemos estar rodeados de gente boa e corajosa e eu já tive essa sorte. Acho que nos tornamos um pouco preconceituosos em relação a certos grupos,mas são factos que nos levam a ficar assim .A sociedade vai-se modelando ... e quando damos por isso já só restam excepções, que tranformamos em herois. A não ser que se trate de factos em que a vida esteja em causa, já há muita indiferença Á história em questão devia ter sido dado talvez um pouco mais de ênfase, era saudável, penso eu,mas..

André disse...

Exactamente, tal como refere a Kika, também tomei contacto com essa estória através do JN. O caso deu-se algures na Foz do Porto. Os três indivíduos tinham saído do restaurante onde trabalham e confrontados com aquela situação limite, fizeram-se ao mar. O primeiro foi o tal de Jamil, que disse que tudo aquilo se ficara dever à força de Alá. Quem sabe, é só mais um nome para o tal tipo das barbas brancas.
Só discordo da Émiele numa coisa, existe efectivamente um clima de insegurança. Até pode ser fabricado pelos nossos sentidos adulterados, mas existe, só não se pode ou deve atribuir a nenhum grupo em particular, tal como sucede, aliás, com os actos de heroísmo. É apenas mais uma amostra da complexidade do espírito humano, onde ele ainda subsiste...

cereja disse...

Pois é, eu comecei por dizer que não tinha ouvido telejornais... Pelos vistos, pelo menos a SIC deu algum relevo ao caso, mas não sei se uma boa notícia serve para abrir noticiários :D
E afinal todos vocês repararam no JN, o que quer dizer que nos outros a coisa passou mais desapercebida!
Palmeiro, é claro que nós sabemos que o clima de insegurança existe. Aliás pelo que o teu pai contou até foste vítima de um roubo descarado de um portátil que te deu um prejuízo incrível. O que sinto, é que isso é quase que estimulado. Muitas vezes avisam-me para ter uns cuidados que, para mim, são já paranóicos!!! Eu bem sei que tenho tido sempre bastante sorte, mas até acredito que o excesso de medo é que atrai os azares... :)))

André disse...

Longe de mim querer prolongar a discussão mas, no meu caso tenho 34 anos, saúde e força para reagir a tais situações limite, contudo, há casos, alguns sucedidos a senhoras e senhores incapazes de se defenderem que são de bradar aos céus... E isto tudo porquê? Porque existe um autêntico clima de impunidade e ainda, porque as autoridades decidem fechar os olhos quando o perigo espreita. Talvez seja uma reacção humana, presumo...
É óbvio que há condicionantes sociais, estas não as discuto, porque também já as expendi variadíssimas vezes como argumento, agora que as pessoas têm direito de se fartarem, lá isso...
Ah, os tais casos... alguns deles por mim presenciados em zonas nucleares do coração da grande cidade. Quanto aos prevaricadores, felizmente ou infelizmente, eram uma espécie de arco-íris...
Por vezes, não se trata de sorte ou de azar mas apenas de estar mais desperto para certos contextos. Eu, se calhar, fui mal-fadado nesse aspecto, quem sabe?...

Anónimo disse...

Oooooh!
Agora a rodinha do 'caleidoscópio' deixou de rodar... Este tipo de bonecos que mexem às vezes dá-lhes uma coisinha má...

Eu também, ou tenho muita sorte (acontece) mas nunca me vi metida com nada de chato, nem cenas de violência, nem roubos, nem nada. E tenho a registar gente simpática, que me ajuda se vê que estou atrapalhada, que mete conversa de um modo simpático, diz ao autocarro para esperar um pouco se me vê a correr, ou se por acaso estendo a mão ao mesmo tempo que outra pessoa para o último objecto da prateleira, me diz «vamos perguntar se não há mais...»
Sortuda, eu! e tu também por as histórias que aqui tens contado. se calhar temos para aí uma fada azul a velar...