sexta-feira, janeiro 02, 2009

Escolher

Quando eu era criança lembra-me de se cantar uma cantiguinha brasileira que tinha uma quadra onde se dizia:

Não sei se vá ou se fique
Não sei se fique se vá

Se vou lá não fico aqui

Se fico aqui não vou lá!

Que em modo de paródia resume bem a dificuldade de uma escolha.
É que é difícil (impossível?) quase sempre ter as tais duas coisas, por isso se ‘escolhe’ e se sacrifica umas das opções.
Ontem o meu filho estava a contar-me hesitar entre duas coisas a que eu, reconheço, não prestei a menor atenção.
Ele ia explicando o que era a sua dúvida e eu deixei-o falar enquanto pensava noutro assunto. Já a despedir-me para me deitar, ele informa-me, todo contente: «Afinal escolhi as duas!» Foi só a estranheza da frase que me sobressaltou.
«Quê?!»
«Escolhi as duas
Bem, não vou relatar aqui o que era a escolha, que são intimidades que não são minhas. Mas é claro que era evidente que era algo que se podia acumular, não era exactamente o ir ou ficar...
Só que não sei se nesses casos se poderá utilizar o termo escolha. E fiquei a pensar que muitas vezes não se procura uma terceira alternativa que nos consiga libertar dessa dificuldade da «escolha» quando não se pode ... escolher as duas coisas!

11 comentários:

Anónimo disse...

Mas ali o putinho da foto não tem muita escolha, coitado... Talvez voltar para trás?....

Anónimo disse...

Esqueci-me de dizer o principal que vinha dizer quando abri a caixa: escolher as duas é fundamental! Rapaz decidido o teu filho!!!!

Anónimo disse...

Tá bem!!!
E se escolhesse 3 ainda melhor!!!
:))

Anónimo disse...

Olha que tinha mais hipóteses sem-nick. para além de escolher o caminho da direita, o da esquerda e voltar para trás, poderia ir a corta mato!
Se fosse eu, aventurava-me!!!!

Anónimo disse...

As escolhas são sempre dificeis, e quando se fazem as más, pode ter de pagar-se um alto preço.Não é com certeza o caso que relatas , porque aí, ele nao escolheu, ficou com as duas coisas, e tratar-se-ia de coisas sem importância. Mas por vezes, até no trâsito, tenho por tendencia fazer a pior escolha entre duas estradas , ruas, ou o que for e fico a pensar porquê por aqui, e não por ali, como aliás devia ter feito? Por acaso já tenho GPS...mas, para outras situações ainda não inventaram nada que ajude a intuição, o bom senso ou o bom gosto. Tenho dificuldades...

cereja disse...

Olá gentes!!!!
Olha Kika, essa ideia de «um gps psicológico» é brilhantíssima!!!

Bom Dia Zorro. Afinal voltaste mesmo!!!!

King - olha que eu estou como tu: a corta mato é que é!!! Liberdade de escolha!

Anónimo disse...

Já aqui tens dito que é uma imagem de marca aqui do teu blog, o ilustrares o que escreves com a imagem a condizer.
Eu pasmo como consegues!
Deve dar um trabalho que nem imagino, porque não é uma vez ou duas é sempre!!! Contam-se as vezes em que o escrito não tem 'boneco'.
Este de hoje é, para mim, especialmente feliz. Dá excelentemente a ideia da «encruzilhada» que uma escolha muitas vezes obriga a sentir. e o facto de lá meteres uma criança, mais ainda.
Acho que só o boneco já diz tudo aquilo que o texto do post reafirma.

josé palmeiro disse...

Imagem perfeita, a "encruzilhada".
Quantas vezes nos sentimos assim?
Acabei de escrever e vim dar a volta aos comentários, verificando que a Gui, pegou também na encruzilhada.
Na verdade, as grandes coisas, acontecem sempre nas "encruzilhadas"!

Anónimo disse...

Hmmmm! Em acumulação?!
Mas lá que era escolha era, entre uma, duas,alternativas,ou em síntese "dialètica" as duas: Hmmmmmm?!
Gps psicológico, realmente grande ideia, caraças.

Alex disse...

Consideremos 4 hipóteses

1-ficar com A
2-ficar com B
3-ficar com A + B
4-não ficar com A nem com B

Escolho a hipótese 3

Emiele... assim já pode ser?

(Cada vez gosto mais desse "gaijo")

cereja disse...

Obrigada André, o mesmo para ti!

Alex, digamos que transposto para a cantiguinha seria:

«Primeiro vou lá
.......
E depois volto e fico aqui!»


Não foi mal visto, eu é que não estava 'programada' para a solução!