terça-feira, dezembro 09, 2008

Mas o que é ser bonito?..

Antes de mais, gostava de explicar bem que não tenho nada contra o facto de cada um de nós gostar de se apresentar o melhor possível. É humano. Tem a ver com a nossa auto-estima que é um factor que nos ajuda a viver melhor.
É bom e saudável, na minha perspectiva, que cada um goste de se apresentar o melhor possível. Asseado, para começar, - lavado, penteado, a cheirar bem – unhas limpas e bem cortadas, dentes tratados e sem mau hálito. E também decentemente vestido e arranjado, como considera que fica mais valorizado, usando o tipo de roupa que pensa que melhor lhe fica.
Ou seja, é humano e saudável que se goste de ser «bonito». Olhar para o espelho e apreciar a imagem que vê.
Mas fico muito perplexa ao ver uma coisa como esta * ou seja, que um computador decida como é que alguém pode ficar «mais bonito».
Ah é? Um software de computador realiza aquilo que o olhar humano considera o rosto perfeito.
Perfeito? A «perfeita distância entre os olhos»? O «perfeito comprimento do nariz»? A «perfeita curva dos lábios»?
Mas perfeito para quem?!
Já dá para pensar em como em menos de 100 anos a beleza feminina por exemplo deu tantas voltas e tão grandes. Da mulher anafadinha do princípio do século passado, à curvilínea no tempo Marilyn Monroe, à esquelética Twiggy, ao tipo mais «normal» da actualidade mas de novo com valorização dos seios, temos visto de tudo e chega para pensar que não se fica por aqui... E claro que o mesmo se passa com os homens. O «metrosexual» da actualidade é um padrão que devia deixar estarrecidos os nossos bisavós! E os nossos bisnetos como serão?...
É certo que neste vídeo só se trata da cara.
Mas mesmo assim também os gostos variaram através dos tempos e ainda variam de pessoas para pessoa. A boca nos anos 30 ou 40 devia ser pequenina para ser bonita. Depois cresceu e agora a moda é ser bem maior. E o nariz? Há quem prefira pequenino. Ou comprido. Ou arrebitado. Ou…

Valha-me Deus! Por computador?!

* começa com um anúncio e têm de esperar um pouco...

11 comentários:

Anónimo disse...

Aquela era a Mona Lisa?..
:)))

Anónimo disse...

Os médicos de cirurgia estética e ou reconstrutiva recorrem ao computador para pré-visualizar os resultados.E mostrar ao cliente.O resto a gente já sabe.Que a noção de beleza evolui,que etc,etc,e portanto é normal que se use a tecnologia "do tempo"como utensilhagem.Depois se já nos formatam o espirito(os conteudos,sabem o que é)porque não o corpo?Além de que a banda desenhada sempre futurista,entre outras artes, algumas das quais utilizadas em programas (Quem é que andava para aí tão entusiasmado com o Second Life')preparam o "gosto" para essa formatação).AB

Anónimo disse...

Fiquei com a ideia que aquilo era mais para fazer fotografias.
Não?
Agora que a importância da 'moda' até na aparência de cada um é fortíssima, cada vez se nota mais. E é pendular. Reparo muito nessa coisa que citas dos 'atributos mamários' :)
Claro que estou a falar na imagem que as mulheres apresentam para si mesmas e umas para as outras. Digo que é pendular porque quando eu era criancinha era bonito um peito grande, em adolescente até punha algodão no soutien. Depois em adulta era moda ser-se magro, e o peito devia ser bem mais pequeno. Depois das «marés vivas» e da Pamela Anderson vieram outra vez as mamas grandes. E finalmente o silicone ou lá o que é resolveu tudo. Agora vemos decotes muito grandes (até parece que se voltou ao «império») e ali umas maminhas muito firmas que são de pasmar e ficar a pensar de que serão feitas.
É moda.

Anónimo disse...

E já agora a série Nip/Tuck ?
Também antes de transformar as clientes aquilo é mostrado em computador.

josé palmeiro disse...

Quando começarão a mudar o conteúdo, em vez da embalagem?
Cada vez fico mais preplexo com o que "vemos, ouvimos e lêmos", pois, "não podemos ignorar!"

Anónimo disse...

Acho a beleza tão subjectiva que me recuso a aceitar padrões. por vezes olhamos para certos grupos de pessoas que parecem todas iguais. O que acaba por diferenciar essas pessoas é a sua personalidade, quando as conhecemos melhor, mas até aí já mexem muito...não sei onde nos levará esta busca pela perfeição.Parece assustador porque há pessoas que já têm muito pouco de genuino.

Anónimo disse...

Acho a beleza tão subjectiva que me recuso a aceitar padrões. por vezes olhamos para certos grupos de pessoas que parecem todas iguais. O que acaba por diferenciar essas pessoas é a sua personalidade, quando as conhecemos melhor, mas até aqui já mexem muito...não sei onde nos levará esta busca pela perfeição.Parece assustador porque há pessoas que já têm muito pouco de genuino.

Anónimo disse...

Isto saiu repetido, mas não sei anular desculpem

Anónimo disse...

A série Nip/Tuck que o Sem-Nick lembrou um bom exemplo do exagero da cirurgia estética. Como na maioria das coisas deveria (deveria!!!) haver bom senso. Por um lado aproveitar o que as novas tecnologias nos trazem (se pode haver implantes de dentes, parece ser melhor do que a velha placa; as lentes de contacto, ou até o lasik, melhor do que os óculos, etc) mas por outro não «uniformizar» as pessoas. E se todos os homens foram musculados, bronzeados, altos, de maxilar forte e cabelo bem distribuído, é um tanto monótono. E as damas, de cintura fina, peito saliente, boca carnuda, maçãs do rosto bem desenhadas, olhos grandes, etc....
Huummm....

Palmeiro, o conteúdo é que não se pode uniformizar, amigo! Claro que entendi o que querias dizer, mas lido assim, com alguma 'maldade' tinha graça...

cereja disse...

A Kika e é mesmo assim - essa coisa é subjectiva.
«Quem o feio ama bonito lhe parece» e se se diz isto por alguma razão é. Há pessoas que são mesmo bonitas, mas têm uma auto-estima tão desgraçada que nunca, mas nunca se acham bem. Outros casos conheço, de pessoas que não devem nada à formosura mas com surpresa minha, acham-se (sinceramente) muito bonitas.

Seria agradável saber viver-se com o aspecto que temos. E, vá lá, melhorar aquilo que se puder melhorar sem grande custo...
Quando escrevi o post, tinha lido um artigo que depois não encontrei para linkar, que dava a ideia de que o tal «padrão de beleza» tinha sido escolhido pelo computador. Isso é que me chocou.

Anónimo disse...

O importante é afinal a pessoa poder «escolher» dentro do possível, como é que fica.
A pouco e pouco vamos mesmo melhorando a nossa imagem. Olhem que essa coisa dos cosméticos vem da antiguidade!!! Já as egípcias, gregas, romanas, usavam cosméticos. As venezianas na renascença punham o cabelo ao sol para ficarem ruivas...
E hoje só não é loiro ou moreno quem não quer. E até para a cor dos olhos, há lentes de contacto coloridas. E a medicina ou cirurgia estética tende a aumentar.
Não vejo nenhum mal, desde que não se abuse. Como dizia a Emiéle aqui em comentário depende dos nossos «olhos interiores». Há gente bem feiinha, que se acha muito bem (eu cá conheço uma que é de susto e se acha uma brasa!) e outras pessoas, giríssimas e que não gostam nada de si....