Tempo
(a propósito do aniversário esquecido do Pópulo)
Não sei já bem quantas vezes tenho repisado este tema – a rapidez com que ‘o tempo’ passa, hoje em dia. Mas, como de qualquer modo estou sempre a encontrar motivos para voltar a falar no assunto, não me importo de me repetir.
Quando eu era criança os dias, semanas, meses, levavam muito tempo a passar.
Quando começavam as aulas parecia uma eternidade até se chegar ao Natal. Depois do Natal quando pensava no dia dos meus anos, lá na Primavera, ele parecia muito longe….! E nunca mais chegava! E por aí fora. Até as «férias grandes» eram mesmo grandes, lá para o fim estava a desejar voltar à escola.
Como em adulta o tempo me parece passar mais depressa até há pouco considerei que o «tempo grande» era uma característica infantil, até consciencializar que muitos dos miúdos com que falo, me dizem o mesmo: o tempo passa muito depressa!
Posso estar muito enganada, mas creio que esta ‘sensação’ é exactamente proporcional ao facto de os dias estarem «muito cheios» agora, e um pouco menos dantes. Os nossos dias, andam a rebentar pelas costuras.
Como adultos os dias passam numa correria. Acordar, arranjarmo-nos, sair de casa, transporte quase sempre demorado, trabalho com muito que fazer, almoço a correr, mais trabalho, mil e um telefonemas e pequenas ou grandes tarefas a não esquecer, regresso também demorado, arranjo de coisas em casa, refeições, atenção aos filhos, atenção aos animais de estimação quem os tem, atenção a telefonemas de amigos, atenção a não esquecer o programa XPT que nos disseram para não perder, atenção a actualizar a lista de tarefas para o dia seguinte. Os post-it multiplicam-se e respira-se fundo dizendo pela miléssima vez que o stress é muito mau para a saúde.
As crianças agora herdam este ritmo. Também vão a correr para a Escola. Também lá têm muito mais matérias e actividades do que havia há umas dezenas de anos. Também chegam com TPC dessas múltiplas disciplinas, quando não têm actividades extra que os pais consideram bom para elas – a natação, a informática, a música. Depois a «chupeta» da tv, e o ir para a cama de má vontade porque afinal não tiveram tempo para brincar.
zzzzzz....
E cá chega já o fim de semana. E já recomeça logo a outra semana.
Quanto a mim, é isto que está a dar cabo do nosso «tempo» e a comprimi-lo. Não é tempo normal, é «tempo em pó»
Depois queixamo-nos que ele passa muito depressa.
Pudera! Como não se sente livre, ele quer é fugir!!!
(conselho - cliquem na foto lá de cima e respirem fundo....)
Não sei já bem quantas vezes tenho repisado este tema – a rapidez com que ‘o tempo’ passa, hoje em dia. Mas, como de qualquer modo estou sempre a encontrar motivos para voltar a falar no assunto, não me importo de me repetir.
Quando eu era criança os dias, semanas, meses, levavam muito tempo a passar.
Quando começavam as aulas parecia uma eternidade até se chegar ao Natal. Depois do Natal quando pensava no dia dos meus anos, lá na Primavera, ele parecia muito longe….! E nunca mais chegava! E por aí fora. Até as «férias grandes» eram mesmo grandes, lá para o fim estava a desejar voltar à escola.
Como em adulta o tempo me parece passar mais depressa até há pouco considerei que o «tempo grande» era uma característica infantil, até consciencializar que muitos dos miúdos com que falo, me dizem o mesmo: o tempo passa muito depressa!
Posso estar muito enganada, mas creio que esta ‘sensação’ é exactamente proporcional ao facto de os dias estarem «muito cheios» agora, e um pouco menos dantes. Os nossos dias, andam a rebentar pelas costuras.
Como adultos os dias passam numa correria. Acordar, arranjarmo-nos, sair de casa, transporte quase sempre demorado, trabalho com muito que fazer, almoço a correr, mais trabalho, mil e um telefonemas e pequenas ou grandes tarefas a não esquecer, regresso também demorado, arranjo de coisas em casa, refeições, atenção aos filhos, atenção aos animais de estimação quem os tem, atenção a telefonemas de amigos, atenção a não esquecer o programa XPT que nos disseram para não perder, atenção a actualizar a lista de tarefas para o dia seguinte. Os post-it multiplicam-se e respira-se fundo dizendo pela miléssima vez que o stress é muito mau para a saúde.
As crianças agora herdam este ritmo. Também vão a correr para a Escola. Também lá têm muito mais matérias e actividades do que havia há umas dezenas de anos. Também chegam com TPC dessas múltiplas disciplinas, quando não têm actividades extra que os pais consideram bom para elas – a natação, a informática, a música. Depois a «chupeta» da tv, e o ir para a cama de má vontade porque afinal não tiveram tempo para brincar.
zzzzzz....
E cá chega já o fim de semana. E já recomeça logo a outra semana.
Quanto a mim, é isto que está a dar cabo do nosso «tempo» e a comprimi-lo. Não é tempo normal, é «tempo em pó»
Depois queixamo-nos que ele passa muito depressa.
Pudera! Como não se sente livre, ele quer é fugir!!!
(conselho - cliquem na foto lá de cima e respirem fundo....)
13 comentários:
A gente sabe que é subjectivo,mas...
Já ouviste essas pessoas ligadas às 'ciências ocultas', yogas e coisas dessas dizerem que de facto o «tempo» mudou mesmo a nível cósmico? Que não é só nas sociedades desenvolvidas que se vê isso?...
Já fui respirar!
Onde é que encontrou isso, por aqui? é que vem aí o fim-de-semana e era para já!
Falando mais a sério sobre a foto, aumentada é belíssima!
Convido o resto da malta a clicarem nela.
... e depois, vai-se para a cama, dorme-se um sono rápido, acorda-se de súbito, julgando ser manhã, não é e tenta-se dormir outra vez. São voltas e mais voltas, até que o sono nos derrube, de vez. Acorda-se, em cima da hora de trabalho, num sobressalto, corre-se à WC, molham-se os olhos, emborca-se um copo de leite, quando há tempo, e sai-se a correr paraa o dia a dia, que descreves. Desculpa, mas tinha que acrescentar a parte oculta, desses dias tão repentinos, que nos dão cabo da alma.
Sabes Zé, já conheço pelo menos dois casos de gente que por opção vai viver para um Portugal mais simples, 'mais província', e se deu muito bem!
Se «descentralizarmos» alguma coisa se ganha.
Talvez tempo..(a não ser que os tais cósmicos tenham razão e isto seja muuito profundo :D )
O tempo é mais curto,claro.A Emiéle descreveu na perfeição, essa sensação. Eu fazia parte daquelas que ansiava o regresso das aulas, e até chegava a ter saudades dos agasalhos do Outono.Agora andamos carregados de stress e afazeres, sempre com a agenda atrás de nós, que a memória começa a ficar curta tambem.Enfim...hoje vou regressar ao nickname Katikika, mais fácil so kati
Olha a Kati! (Katikika, era? tenho uma vaga ideia que era um nick que associava o Kati do teu nome a um pet que tinhas, gato ou cão, certo?)
Eu que nunca «deslargo» aqui o blog, vou vendo suceder comentadores e às vezes lembro-me deles!
Se a tal «teoria cósmica» for certa isso explica porque é que até as crianças andam stressadas. Coisa assim nunca se viu!
Cá por mim, tenho a teoria que as crianças andam 'stressadas' por verem os pais stressados.
Nem mais.
Filhos de pais sossegados, não acredito que tenham stress nenhum. Isso pega-se que nem sarna.
A Joaninha tem alguma, muita, razão.
Vim aqui novamente, porque tenho um monte com carvalhos assim com esta beleza, infelizmente vou lá poucas vezes mas é de cortar a respiração, lá bem no alto juntinho do céu, com musgo branquinho e tudo. E já agora king , kiká era o meu cãozinho que morreu atropelado.Passaram-se muitas coisas em 2007, e só agora tudo se está a normalizar, achei graça a essa lembrança
Que sorte, Kika, uma paisagem deste tipo perto de ti!
Eu só a vejo em fotos, como esta...
Claro que lá na minha zona dos saloios, há paisagens lindas, cheias de verde e de tranquilidade. Por isso gosto tanto de ir para lá ao fim de semana, mas esta imagem é deslumbrante!
Ainda bem que me voltaste a visitar!
Então, querida, desejo-te tempo, muito tempo, tempo bom, tempo mau, tempo de sol, de chuva, de neve, de soá e lareira, de mar azul, de serras e rios, mas... tempo. No fim de contas somos nós que o definimos em termos de qualidade.
Beijo.
eu não sei os motivos, nem me vou pôr a filosofar, mas o tempo realmente voa!!
para a scrianças, embora possa haver diferenças entre este tempo e o nosso, ainda vai passando mais devagar, acho eu!
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