O campo melindroso da adopção
Apesar de fazer sentido, o modo como a notícia é dada faz impressão:
Casos de pré-adopção sem sucesso
- Mais de 70 crianças devolvidas às instituições
Sabe-se que quando se pretende adoptar uma criança se devem preencher alguns importantes requisitos. Uma criança é um ser humano particularmente vulnerável, toda e qualquer criança, mas mais ainda aquelas que chegam á situação de serem passíveis de adopção. Decerto que já passaram por momentos difíceis.
Portanto os «adoptantes» são seleccionados com muito cuidado, entrevistas de técnicos diversos, visitas a casa, conhecimento o mais profundo possível do ambiente em que a criança vai viver e da personalidade dps candidatos a pais.
E depois há um período de «pré-adopção».
É normal. Faz sentido que apesar de todos os cuidados haja ainda um tempo para criança e adulto se conhecerem melhor. Contudo...
Fala-se de «crianças que foram acolhidas por uma família para adopção e foram devolvidas às instituições». Creio que é a expressão ‘devolvida’ que me choca. Nos electrodomésticos temos um prazo para a troca, não é? E mesmo assim não o devolvemos à loja, que creio que não o aceitaria de volta, assim sem mais nada...
E se ele tivesse sentimentos? Não se está a falar de torradeiras neste caso.
Como disse, eu creio que é o modo como a frase está construída que impressiona. Muito naturalmente a criança devia saber que se estava a ver como era a sua adaptação, possivelmente nalguns casos foi ela mesmo que não queria lá ficar, estaria mais à vontade na «casa» que conhecia melhor, a tal instituição de onde tinha vindo.
Mas...Mas...
Casos de pré-adopção sem sucesso
- Mais de 70 crianças devolvidas às instituições
Sabe-se que quando se pretende adoptar uma criança se devem preencher alguns importantes requisitos. Uma criança é um ser humano particularmente vulnerável, toda e qualquer criança, mas mais ainda aquelas que chegam á situação de serem passíveis de adopção. Decerto que já passaram por momentos difíceis.
Portanto os «adoptantes» são seleccionados com muito cuidado, entrevistas de técnicos diversos, visitas a casa, conhecimento o mais profundo possível do ambiente em que a criança vai viver e da personalidade dps candidatos a pais.
E depois há um período de «pré-adopção».
É normal. Faz sentido que apesar de todos os cuidados haja ainda um tempo para criança e adulto se conhecerem melhor. Contudo...
Fala-se de «crianças que foram acolhidas por uma família para adopção e foram devolvidas às instituições». Creio que é a expressão ‘devolvida’ que me choca. Nos electrodomésticos temos um prazo para a troca, não é? E mesmo assim não o devolvemos à loja, que creio que não o aceitaria de volta, assim sem mais nada...
E se ele tivesse sentimentos? Não se está a falar de torradeiras neste caso.
Como disse, eu creio que é o modo como a frase está construída que impressiona. Muito naturalmente a criança devia saber que se estava a ver como era a sua adaptação, possivelmente nalguns casos foi ela mesmo que não queria lá ficar, estaria mais à vontade na «casa» que conhecia melhor, a tal instituição de onde tinha vindo.
Mas...Mas...

8 comentários:
Aqui nem digo nada.AB
E olha que eu disse muito pouco...
É um assunto onde há muitos anos tive alguns conhecimentos mas hoje estou muito ultrapassada. Mas que a imagem que me veio foi o da bolinha de ping-pong isso foi...
Deixa-nos aqui a pensar...
De certeza que a coisa foi equacionada. E os números (para quem foi ler tudo) mostram que como percentagem foi muito, muito pequena.
Mas de facto - «devolvidos»?????!!!!
Fiquei como a AB, paralizado.
Aconteceu quando tive conhecimento da notícia e agora depois de ler o teu escrito.
Mercadorias? As crianças? Que mundo é este?
este seminário a que a notícia se refere é importante apesar de ter ouvido por aí na radio os velhos lugares comuns do dinossauro Villas-Boas e outros que tais.
Seria altura de se ouvir outras pessoas, creio eu.
notícia tem um título parvo, na linha de algum jornalismo que quando não há «sensação» decide criá-la.
Como diz a Emiele, a gente arrepia-se com a palavra devolução, mas não é nada disso. são casos onde se concluiu que afinal aquele casal não era o correcto para aquele criança. E como se ouviu e sabemos, a maioria deseja crianças até aos 3 anos (o que é natural) mas uma que tenha 8, 9, 10, já pode ser bem difícil de integrar numa família! Nem todos são anjinhos loiros e inocentes...
Bem, o comentário já entrou e agora relido pode levar a pensar que eu tenho uma opinião que... não tenho.
Claro que as crianças não tem culpa nenhuma. Só queria chamar a atenção que receber em casa uma rapaz ou rapariga de 10 anos por exemplo, com uma história de vida que pode roçar a delinquência, seja ou não a responsabilidade da sociedade que levou a isso, pode ser muito difícil e fazer desanimar mesmo quem tenha a melhor das intenções.
Este assunto é muito forte, conheço-o mais ou menos bem e nem devo comentá-lo num blog.Só digo pobres crianças, na maioria dos casos...As regras de adopção têm de ser muito rigorosas e por pessoas bem qualificadas e de bom senso
Olá Joaninha!
Eu sei, (adivinho por outros comentários que tens aqui deixado) que, tal como eu, tens alguns conhecimentos nesta área.
(a citação do Villas Boas não é inocente... )
Kika, as regras são claras e de uma forma geral são aplicadas por pessoas com boa formação. Mas é claro que há sempre azares... E a verdade é que se todas as leis fossem sempre cumpridas... nem eram precisas prisões, não é? A gente muitas vezes sabe o que é o bem e o mal, mas nem sempre consegue aplicar a coisa como deve ser. Há imponderáveis! E continuo a pensar que o termo é que foi muito infeliz e daí ter-me arrepiado com ele.
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