terça-feira, outubro 07, 2008

Emprego com condições

Já aqui falei uma vez que tenho seguido os esforços de um jovem amigo, de momento desempregado, na sua busca de trabalho. Está inscrito no Centro de Emprego da sua área e muitas vezes por semana procura na netemprego ocupações que seja capaz de fazer.
Para além da sua profissão, vai respondendo ao que vê, mesmo com menos qualidade - servente, distribuidor, etc.
Contei uma vez aqui que para servente um «empregador» desejava alguém com o 11º ano e que dominasse muito bem o inglês e espanhol.
Bom, desta vez não se tratou disso.
A oferta de trabalho era para alguém que ajudasse um distribuidor.
Quando ele abriu melhor o site para ver as condições da oferta, descobre que uma das coisas que se desejava era alguém que dominasse o mandarim!...
Imagino que pretendiam fazer distribuições a lojas de produtos chineses. Nada de mais. Se os clientes eram chineses, o carregador das mercadorias deveria falar chinês, OK.
Mas desculpem, tem alguma graça.
Ainda por cima mandarim! Quem viveu uns anos em Macau, sabe que as crianças, educadas muitas vezes com empregadas chinesas, cresciam a falar chinês sim senhor. Era engraçado a facilidade com que o aprendiam. Mas era cantonense, o chinês que se falava ali. Mandarim, era bem mais para o norte, e lá em Macau não era compreendido.
Ou seja, este trabalho nem sequer poderia ser para alguém que tivesse crescido em Macau e arranhasse a língua que lá se falava. Era condição para se poder candidatar a este trabalho, o domínio do mandarim...
Valia mais dizer logo à partida, que pretendiam um distribuidor de nacionalidade chinesa, não?

13 comentários:

josé palmeiro disse...

Apesar do teu apelo à visita tardia do Pópulo, continuas a escrever, bem cedo.
Quanto aos empregos, ou falta deles, quer parecer-me que, só mesmo falando chinês, se conseguirá alguma coisa, pois são dos poucos que florescem. Pudera a pagar tão pouco!

cereja disse...

Ná! Olha que estou 'atrasada' meia hora para o meu costume. Mas assim fico mais confortável.

Este caso é verdadeiro, e deu-me vontade de rir. Da primeira vez tinha de se dominar MUITO BEM o inglês e o espanhol (falado e escrito) desta vez pedem mandarim. Que mais línguas será necessário dominar para fazer limpezas ou carregar com fardos?...

Anónimo disse...

Just curious...
Por acaso viveu em Macau?

Anónimo disse...

Só para rir!

Desculpem, mas um empresário chinês que tenha uma loja de produtos chineses, poderá não falar bem português (a terra onde escolheu viver e seria simpático saber umas palavras... ) mas ao menos inglês tem de falar. O inglês é hoje o «esperanto» de há cem anos... Desejar que um carregador fale a língua materna desse comerciamte, é curioso.
O que penso é que ele queria dar trabalho a um conpatriota e escolheu esse sistema para afastar os outros.

Anónimo disse...

Óbvio, RS.
Tá na cara!

Anónimo disse...

É de uma pessoa se escangalhar a rir.

Na vertente séria, em linha com o RS e o King, é uma forma de mostrar que se precisa mesmo de um chinês. Nada que nós não fizéssemos em moçambique para "contornar" a lei. Ou seja, uma empresa para contratar algum estrangeiro tinha que demonstrar que não existia nenhum moçambicano com capacidade para exercer aquelas funções. Bastava-nos colocar os requisitos e anunciar no jornal, sem que alguma vez tivessemos recebido qualquer resposta condicente. Ainda apareceram alguns mas eram ridículos.

Anónimo disse...

:)))

Claro que o anúncio tem endereço, mas é preciso lata. Quem é que sabe bem chinês sem ser um 'de origem'? Ou se souber por estudos também não anda à procura de trabalho como carregador...

cereja disse...

Bláblá: o teu blog é reservado, não consegui ver o que costumas escrever, e não sei se a pergunta é por também teres estado em macau.
Disse TAMBÉM, porque de facto estive lá uns anos. Aprendi o que todos aprendem, o «quanto custa?» os números, o bom-dia, os diversos obrigados e mais meia dúzia de palavras. E ainda me esforcei, estive num curso de cantonês mas sem grande êxito.
Contudo deu para ver que os miúdos aprendiam com facilidade. Nós é que não. Aqueles «tons» davam cabo de nós...

Anónimo disse...

Errrr...
Acabei o 12ºano no Liceu Infante D.Henrique, trabalhei no GCS de Macau, namorei no Hyatt, fiz vela em Cheoc Van, passei férias numa cabana em Puerto Galera, comprei Mao's e outras velharias nos tintins, vivi na Penha e tinha uma criada chinesa, sim :)

Mas isso foi no tempo em que os portugueses que lá viviam tinham alma de colonos e não de emigrantes e que bastava aprender palavras simples como "sai hang kai kam fu lau, mn'coi" para dizer aos taxistas e conseguir chegar a casa, porque os estafermos se recusavam a "entender" português :)

Em que ano(s) lá estiveste?

cereja disse...

É. Há palavras que não se esquecem. Vinha ainda no jetfoil, e perguntei logo como se dizia 'obrigado' e aprendi o «m'koi», depois lá me explicaram que havia o «totché» para agradecer uma prenda.
.....
Para os táxis levava a morada escrita, ou a coisa era complicada!....
Andei por lá vai fazer 20 anos, Blá blá... O tempo passa depressa!

Anónimo disse...

Ah! Lá está. Nos gloriosos anos 80. Os melhores de Macau, ao que se diz. Eu estive lá no tempo do Almeida e Costa- já fez vinte anos portanto - mas ainda deves ser contemporânea de muitos amigos e outros conhecidos dessa época [alguns andam pelos blogues tipo Pedro Correia/Corta Fitas, João Severino/Pau para toda a obra, etc, outros não... mas está quase tudo em contacto no Hi5].

O meu email é TalvezTeEscreva[arroba]yahoo.com para qq informação adicional :)

[PS. Que giro!]

cereja disse...

Obrigada, Bláblá.
Eu foi mais o consulado Melancia e Nabo... E sou mais velha do que tu, mas vou mandar um mail.

Anónimo disse...

Mais velha do que eu?!? Não é possível! Já ninguem tem a minha idade :)

Manda um mail, vá.