quinta-feira, julho 24, 2008

Kafka entre nós

Venho contar uma história «interessante» e verdadeira.
Tenho uma amiga, sujeita muito certinha em questões de dinheiro. Tem uma conta no banco como toda a gente, o dinheiro que lá tem nem é muito, mas como nunca usa cartões de crédito e tem muito cuidado em não entrar na ‘conta-ordenado’ está sempre tudo muito certinho e dívidas é coisa que não tem.
Aqui há uns tempos precisou de cheques, e quando os pediu recebeu uma mensagem no Multibanco informando que a conta não permitia o uso de cheques. Ficou pasma!!!!
Lá vai ao seu balcão, onde de início não lhe sabem explicar o que se passa, porque ela não devia nem um tostão nem tinha sido fiadora de ninguém, mas numa busca generalizada, dizem que a ordem vem do Banco de Portugal, onde afirmam que existe uma dívida (de cento e pouco euros).
A minha amiga nem sabia que se podia ir ao Banco de Portugal pedir informações, mas lá lhe explicaram que sim senhor, existe um atendimento para casos como os dela.
OK, um belo dia vai até lá para ser informada, que a questão se prende com a Caixa Geral de Depósitos. Ficou de boca aberta, e até me disse que insistiu que tinha de ser um erro, porque não se lembrava de ter nenhuma ligação com a CGD.
Engano. Logo a seguir lá se lembrou.
Tinha de facto uma conta conjunta com uma colega amiga porque tinham um consultório a meias, e aquela era a ‘conta do consultório’ onde ela nunca mexia portanto nem se lembrou dela...
Bom, vai então a esse balcão onde lhe confirmam que essa conta está impecável, não há qualquer débito e até se oferecem para lhe passar uma declaração para ela levar ao Banco de Portugal a confirmar isso.
Muito bem. Quando lá volta para pedir esse papel, informam-na então que, como aquilo era uma conta conjunta, a outra signatária é que tinha uma outra conta onde existiria «qualquer coisa». :(
Desta vez é a colega que se pôe em campo, porque também se sentia inocente. Fala para a sua agência e explicam-lhe que aquela outra em questão era também conta conjunta com os irmãos, e há ali um nome que... etc, etc...
Passa-se a bola ao dito irmão. Esse vai averiguar e, apesar da tal conta com a irmã estar bem, ele tem uma outra conta conjunta com um sócio...


Desculpem, mas já estou a ficar cansada.

Não sei bem onde é que esta rede de malha tão fina irá acabar, mas a verdade é que a minha amiga que nem conhece o irmão da colega, muito menos o sócio do dito (e isto é na hipótese de a coisa ficar por aqui!) está impedida de usar cheques e tem a sua inocente conta sob suspeita por esta sinistras sucessão de contas conjuntas!

Livra!


17 comentários:

méri disse...

Olha já andámos enredados numa história que se pode considerar idêntica, só que não foi com bancos mas com as finanças!! Nem calculas as horas de sono que nos tirou por não conseguirmos sequer calcular o que viria a seguir. No final concluiram que não tinhamos a ver com nada!!! ao fim da mais de dois anos...(e não foi muito segundo nos disseram)

cereja disse...

Ai Méri, mas que susto!...

(Sabes que ontem 'perdi' o teu porta-chaves. Depois de vir do Supermercado, cheia de sacos, chego ao carro e nada de porta-chaves. Vasculho a carteira toda, e nada. Espreito à volta dele, ainda assim tivese caído quando o fechei, e nada! Despejo todo o cnteúdo da carteira no capot, nao estavam lá!... Já desesperada porque ia jantar com uns amigos, começo a pensar em chamar um táxi e depois dojantar ir a casa procurar as chaves de reserva, mas com aqueles sacos todos e àquela hora também era uma solução complicada, e deido voltar ao Supermercado pedir que me guardassem os sacos. Então não é que junto á caixa, lá no chão estava o porta-chaves!?! Como é macio, nem o senti cair!!!)

Anónimo disse...

Se a tua amiga tivesse uma conta off-shore nada disto acontecia...QT. ao episódio das chaves é o numero quê,fasciculo quantos?AB

josé palmeiro disse...

Tal e qual, AB!
Quanto ao resto, só mesmo o Kafka para explicar o problema.

Anónimo disse...

Bolas!!!!
É uma história de assustar. mas já se sabe que os Bancos nunca ficam a perder, né!?

(Estou como a AB, já ouvi essa história das chaves, isso é sasonal ou quê?)

Anónimo disse...

Tambem já passei por isso, com a CGD. Sériamente, porque não vão juntos ao BP demonstar a vossa inocência?

Anónimo disse...

Tambem já passei por isso, com a CGD. Sériamente, porque não vão juntos ao BP demonstar a vossa inocência?

saltapocinhas disse...

ufa!
cansa só de ler!

antigamente para gerir o dinheiro das escolas também havia uma conta conjunta de professoras, com cheques e tudo.

quer dizer, se o irmão do sócio do primo de alguma das minhas colegas se portar mal, ainda fico eu sem cheques??????

saltapocinhas disse...

não é fascículo AB!!
agora são as temporadas: episódio tal da temporada tal!!

:)

cereja disse...

Olá malta!!!!!

Saltapocinhas, minha querida amiga, tu me acompanhas por aqui (a AB anda comigo noutros carnavais...) sabes bem que eu «não consigo perder NADA» Claro que começando pelas chaves... Desta vez já nem me atrevi a passar a história a post que quem me lê deve estar enjoado desta minha 'incapacidade' para perder coisas, porque quando as dou como perdidas... zás, elas levantam a cabecinha e dizem «Tou aqui! Tou aqui!»

Quanto a esta história sinistra começo a concordar com o FJ - talvez todos juntos numa manifestação frente ao BP (Banco de Portugal, não é a gasolineira...) talvez funcionasse, sobretudo com reportagem da TVI ou SIC!

Anónimo disse...

E não seria mais fácil sair da conta que tem em conjunto com a amiga?

Há aí qualquer coisa que não bate certo. Se ela está com a amiga numa conta de empresa, estarão como autorizadas/procuradoras dessa conta, logo não deveria acontecer esse processo que explicaste. A não ser que a conta que têm é uma conta particular que elas estão a usar para a empresa.

Anónimo disse...

Agora que pensei melhor na tua história (sim voltei cá :) , não estou a ver como isso foi possível acontecer dessa forma.

A rescisão de convenção é extensiva a todos os co-titulares da conta sobre a qual foi emitido o
cheque que lhe deu causa. não é extensiva a co-titulares de outras contas, nas quais também
aqueles figurem

Anónimo disse...

Fia-te na virgem e não corras, com essa do "estou aqui,estou aqui",que ainda te acontece alguma como a da tua amiga do tal banco e da tal conta...AB

Anónimo disse...

Que confusão!!!!!

E pelo que diz a Méri (esta coisa dos nomes também é confuso...) há outras situações onde o Kafka também mora...
:(

cereja disse...

Imagine-se o Cachucho aqui!!! Deve ser a primeira visita que fazes a este blog, não é?!
Eu se calhar expliquei-me mal: aquilo não é uma «conta de empresa», é uma conta muito simples de duas amigas que têm um espaço onde dão consultas e para ser mais fácil pagar a renda, água, luz e telefone por transferência, fazem-no através dessa conta onde todos os meses depositam o necessário para isso. Elas não formaram uma empresa nem têm contabilidade organizada.
Por outro lado, mesmo que saísse agora dessa conta, ou as duas fechassem a conta, creio que como aquilo se reporta a algo para trás, até isso estar resolvido não lhe libertavam os cheques.
De resto, Cachucho, a história é tal e qual como contei: quando ela foi ao Banco de Portugal a senhora que a recebeu foi muito vaga, e depois de procurar no computador disse apenas que aquele «credito em mora» tinha a ver com a CGD e que fosse lá para esclarecer. Na dita Caixa é que a informaram que a 'primeira titular' daquela conta teria qualquer em atraso (mas que segundo a própria se informou também não correspondia à verdade...)

O que elas estão a pensar é irem as duas juntas ao tal balcão do Banco de Portugal e ver se destrinçam esta teia...

Anónimo disse...

E tentem falar com o Constancio.Talvez ele tenha alguma energia alternativa que aconselhe.Mesmo a nuclear.E depois com o devido aval vão à CGD.Serviço completo.AB

Anónimo disse...

Menina emiéle, eu venho sempre espreitar o seu blog, apesar de não ser comentador :)