quinta-feira, abril 10, 2008

Não soa bem

Desculpem, mas não me soa bem.
É uma questão de português, eu sei que em economicês está certo mas, na nossa língua, uma coisa qualquer ou ‘baixa’, ou ‘cresce’.
Quando baixa não cresce, e quando cresce é porque não baixa. Ou será que se pode crescer para baixo?... Ah, as raízes, não me lembrava dessa!

Não é assim?

Não.

O FMI revê em forte baixa crescimento para Portugal este ano
Cá está: Uma ‘forte baixa’ do ‘crescimento’.

Pronto, a “tradução” é que cresce poucochinho. Poucochinho, mas crescerá.
E, ainda por cima, estamos bem acompanhados, por exemplo a economia do EUA crescerá, segundo esses especialistas, 0,5 o que não parece ser nada, mas é.


Enfim, números!

11 comentários:

Anónimo disse...

Aqui há pouco tempo o vitor malheiros publicou no público um precioso dicionario do actual economicês, destacando o aspeto de luta ideológica, como forma de dourar , ou encobrir o real dos tais pobres que votam á direita.A expressão "crescimento negativo" é magnifica como exemplo desta luta ( há quem diga que estamos numa tremenda luta de classes só que virada do avesso, qu bem usa todos estes expedientes ).

Anónimo disse...

Crescer para baixo, ora porque não?... :D
Bem visto o comentário do FJ. Hoje veio cedo e cheio de gás (dei uma vista de olhos e reparei que começou a comentar por cima - neste caso está a crescer para baixo - o que temos de reconhecer que dá muito mais jeito)
Essa do dicionário de economicês interessa-me. É língua de que não pesco nada!

Anónimo disse...

Pois.
Deve querer dizer «crescer menos», crescer muito pouco». E será grave não crescer de todo? Se lá nos states é um crescimento de ...0,5 isso parece uma coisa que é quase estar parado, mas talvez não faça mal.

Não percebo mesmo nadinha disto, e o que leio não esclarece nada.

Anónimo disse...

Mas rever em baixa e crescer negativamente não quer dizer "abaixo das previsões"?O que é permanente de há uns tempos para cá.Eu bem me esforço por ler o Soros e até o Sr.Greenspan já tentei, mas realmente sou uma autentica negação para a coisa...Mas parece que é "esta" coisa que "comanda a vida".AB

Anónimo disse...

A gente lembra-se logo das piadinhas que nos dizem quando distraidamente se fala «subi para cima» ou o «desci para baixo». Há sempre quem chame a atenção «ah, julguei que tinhas subido para baixo,.... ou descido para cima» e a gente a corar...

Anónimo disse...

Oh King, esse é um dos meus mais graves problemas: há muitos anos que só cresço para baixo ou para os lados, devido á minha baixa estatura e á prática da musculação. Daí tranferir isto para a economia foi-me facilinfelizmente.
Crescer negativamente não julgo que signifique só crescer menos do que o previsto,pode significar não crescer mesmo ( no 1º caso seria crescer o pib 1,3 % em vez dos 2% previstosprevistos, no 2º seria ter um pib em 2008 inferior ao de 2007- sou apenas um economista falhado, não há por aí ninguem que ajude?).
Joaninha a base de que partem os eua é infinitamente superior á nossa, os númros absolutos não jogam bem com percentagens.
AB esses gajos são mesmo papas da manipulação da linguagem económica e social. Por aí não vais lá,a não ser o que não me parece provavel,que adiras ás ideias deles. e passes a dizer flexibilizar em vez de despedir, downzising (?)em vez de fechar empresas ou minimiza-las,liberdade de educação em vez de direito á educação. Esses gajos são perigosos, no meu ponto de vista.

josé palmeiro disse...

Na soa, mesmo nada bem!
Agradeço o esforço do FJ para nos explicar, e que bem o faz, mas não vale a pena, enquanto os corroçeiros forem estes, não temos outra notícias. Gostei dos, subir p'ra baixo e descer p'ra cima, eu já vi, pois já subi para de/baixo de um telhado. Estava no rés-do-chão e tive que subir para o sótão para ficar de/baixo do telhado. Tal como descer para cima, por exemplo estar em cima de uma e descer para cima de um banco. Nesta vida, já tudo acontece, até os nossos ordenados sobem para "baixo", sina maldita!
É mesmo luta de classes, FJ!

Anónimo disse...

Eu sei, FJ.Por isso é que acho que devo lê-los.Assim sei exactamente a que se referem os Santos,Constancios,etc,ou seja os ´priores da paróquia.AB

Anónimo disse...

Oo ab, mas tambem convem de vez em quando, ler outros gajos.Numa visão do pcp, o Eugénio Rosa tem livros interessantes,e analisando a realidade portuguesa.

cereja disse...

OK, eu não tento sequer ler nada de economia. Sei que não vale a pena. O máximo é um ou outro artigo de jornal, e quando vem assim em linguagem acessível a uma criança de 10 anos.
Contudo, às vezes falo com quem sabe um pouco mais, e me traduz uma coisa ou outra (a primeira vez que me explicaram a tal flexibilização foi uma especialista em sociologia do trabalho e que conhecia muito bem a realidade dinamarquesa, visto que vive lá) e vou tentando ser menos analfabeta. Contudo quando fala um Constâncio, ou Teixeira dos Santos ou tipos desses, nem me esforço por entender. Mas não me ralo muito. Até porque a tal linguagem macro-económica (tive um amigo a quem chamávamos o 'macro' por ser óptimo aí, mas desligadíssimo da realidade) parece falada por seres de um outro mundo.

Anónimo disse...

O Eugenio Rosa?E o que é que eu tenho a ver com as perspectivas do Pcp?AB