Tempo(s)
Ontem, a responder à brincadeira de uma «corrente» onde nos pediam palavras de que gostasse, citei a palavra TEMPO.
Depois disso não consegui deixar de pensar.
Mas o que é o tempo?...
Não o podemos ‘sentir’ com nenhum dos cinco sentidos. Não se vê. Não se cheira. Não se ouve. Não se apalpa. Não sabe a nada.
E contudo mede-se. E mede-se mesmo?
Usamos relógios e calendários para medir um tempo, um certo tempo, aquele que é impessoal, que supostamente é igual para todos, que em certa medida se objectiviza.
Mas ele não é um objecto, é uma noção. Podemos perder essa noção ou reforçá-la muito.
No poema que citei dizia-se que a brisa «como tem tempo, não tem pressa». Nós sabemos que essa coisa da pressa ou do vagar tem a ver com o tempo, mas esse é um outro tempo, subjectivo.
Por isso eu sei que há muitos tempos. O tal que o relógio e o calendário medem. Esses instrumentos servem-nos de balizas, de referências, ajudam-nos a organizarmos as nossas necessidades, a acertar as nossas acções com as dos outros. E é porque vivemos em sociedade, uns com os outros, que existem os relógios para que haja um tempo comum, para que haja encontros e desencontros.
E há outros.
Tempos interiores, tempos pessoais. Quando se diz a tal frase «porque tem tempo, não tem pressa» estamos a falar de outro tempo, um que se pode “ter” – porque o dos relógios não se tem, não o possuímos, ele existe, é.
E esse outro tempo, o interior é muito relativo. É diferente de pessoa para pessoa. É diferente segundo a época de vida. É diferente conforme o que se faz ou se sente. Por isso há quem “não tenha tempo” e também quem “tenha tempo a mais”.
Seria tão bom termos o tempo certo.
Depois disso não consegui deixar de pensar.
Mas o que é o tempo?...
Não o podemos ‘sentir’ com nenhum dos cinco sentidos. Não se vê. Não se cheira. Não se ouve. Não se apalpa. Não sabe a nada.
E contudo mede-se. E mede-se mesmo?
Usamos relógios e calendários para medir um tempo, um certo tempo, aquele que é impessoal, que supostamente é igual para todos, que em certa medida se objectiviza.
Mas ele não é um objecto, é uma noção. Podemos perder essa noção ou reforçá-la muito.
No poema que citei dizia-se que a brisa «como tem tempo, não tem pressa». Nós sabemos que essa coisa da pressa ou do vagar tem a ver com o tempo, mas esse é um outro tempo, subjectivo.
Por isso eu sei que há muitos tempos. O tal que o relógio e o calendário medem. Esses instrumentos servem-nos de balizas, de referências, ajudam-nos a organizarmos as nossas necessidades, a acertar as nossas acções com as dos outros. E é porque vivemos em sociedade, uns com os outros, que existem os relógios para que haja um tempo comum, para que haja encontros e desencontros.
E há outros.
Tempos interiores, tempos pessoais. Quando se diz a tal frase «porque tem tempo, não tem pressa» estamos a falar de outro tempo, um que se pode “ter” – porque o dos relógios não se tem, não o possuímos, ele existe, é.
E esse outro tempo, o interior é muito relativo. É diferente de pessoa para pessoa. É diferente segundo a época de vida. É diferente conforme o que se faz ou se sente. Por isso há quem “não tenha tempo” e também quem “tenha tempo a mais”.
Seria tão bom termos o tempo certo.
13 comentários:
:D
De vez em quando, vem uma reflexão destas....
É curioso, porque ao Domingo que era quando devias ter mais tempo para falares da actualidade (política e não só) afinal o Expresso saiu ontem, raramente falas disso!
Não é que não aprecie o teu 'estilo filosófico', só estranho um pouco que apareça no dia onde deves ter mais tempo.
(espera! se calhar é por isso mesmo! sou mesmo burra)
Pois eu gostei muito deste post!
Frequento ainda há pouco tempo este blog, e não tinha apanhado este tipo de posts (já fui ver, como está na categoria de intimidade, há lá outros também excelentes)
Como é verdade o que dizes! E como o tempo tem tantas velocidades, conforme o nosso estado de espírito. O interior raramente coincide com o do relógio.
Já vi que hoje é um dia de confusão de nicks. Apareceu a Mary e a Méri, e agora estamos aqui emparelhado o (ou a) Kim e eu, King... (olhem que não sou rei de coisa nenhuma; isto nasceu de uma brincadeira e ficou...)
Eu também aprecio este estilo.
Já tinha pensado que, de facto, procurando os Domingos, a Emiéle escreve muito menos dos 'factos políticos' no fim de semana, mas é lá com ela. Se calhar também não se passa nada de especial.
E a reflexão sobre o Tempo está excelente. Quem não concorda?...
Isto aqui dava pano para mangas...
Faz-nos pensar.
O tempo interior, esse que é "diferente", é a base das emoções, e esse fio se começamos a puxar por ele nem sei onde nos leva!!!
Um bom post.
E gosto bastante que varies o estilo e os temas!!
O que se passa é que existe mesmo dois ou mais Tempos (para além do "clima")
O tempo que é cronometrado, o que nos faz chegar atrasados, e ter a tal pressa, e o "outro" tempo, o passado, as recordações como aqui se vai lendo no Era uma vez..., o tempo em que espera uma notícia importante (boa ou má) que nos faz bater o coração com força quando toca o telefone e se receia ou deseja algo.
Não deviam ter o mesmo nome afinal, porque são muito diferentes. Como dizes muito bem, um deles É, e o outro TEMOS (ou não)
Desta vez a tua imagem é um tanto ou quanto hermética.
A flor é o quê?
O efémero?
E o orvalho, ainda mais efémero?
Tens de vir descodificar!
Atrapalhaste-me Joaninha!
Deixa-me ver se me explico:
Inicialmente tinha escolhido ilustrações "óbvias" - relógios, ampulhetas, ou o sol, a lua, coisas dessas. Houve uma imagem de que gostei bastante, se a encontrar de novo deixo aqui nos comentários os link para ela.
Mas depois «fiz a agulha» para outro modo de pensar, e tal como adivinhaste, o efémero.
Lembrei-me de Malherbe:
Et, rose, elle a vécu ce que vivent les roses
L'espace d'un matin.
e considerei a hipótese de deixar uma rosa como referência à rapidez do tempo. Depois pensei de outra forma e quis outra metáfora: se a flor (rosa, papoila) é efémera, existem entre elas outras mais 'resistentes' ao tempo. E bem mais simples como a que descobri. Achei a imagem muito bonita, assim orvalhada, símbolo da manhã, do volátil, mas também do que renasce.
Porque o 'renascimento' é um dos segredos de não se ter medo do Tempo.
Fui clara?
Ainda a resposta à Joaninha:
Bem, afinal não voltei a encontrar a tal imagem que tinha sido a preferida, mas encontrei as «damas de honor»
ESTA,
ou então
ESTA
que cheguei e deixar no post, antes de ter pensado outra coisa.
e logo hoje calha comentar-te eu também, quando actualmente quase não comento fora do aspirina. mas isso porque falas dessa palavra de que também gosto tanto, por todas as polissemias que referes e mais as outras, as meteorológicas. vejo a ligação entre os dois campos pelos ciclos das luas e das estações. e é das palavras mais ricas na nossa língua, por tanto conter.
Olá coleguinha! Hoje andamos em dia de visitas :)
E realmente deu-me para estas filosofices, porque o pensar-se sobre o Tempo ou sobre os Tempos é sempre fascinante para mim. O Tempo que passa, ou... (porque não?) pára. Tantas vezes parece que pára. E outras vezes em que parece que estamos a fazer malha ou crochet, e com uma agulha retorcida vamos buscar lá atrás um fio do passado para o entrelaçar com outros mais actuais e tão semelhantes. Ou não. e por isso a beleza do contraste.
Enfim, hoje não me calo com as respostas aos comentários!
(Se calhar é culpa do tempo=clima que nos anda a convencer que estamos na Primavera)
Pois eu, a esta hora tardia a que por imperativos de uma prova de Todo o Terreno que se irá disputar no próximo fim de semana e na qual vou ser "comissário", andei todo o dia a calcorrear, os mais estranhos caminhos, desta terra, tão linda, que nem tenho tempo para o explicar. Mas também, não tenho tempo($), para fazer tudo o que queria, e esta falta de tempo é a pior de todas. De resto, o outro tempo é muito variável, então por aqui que temos as quatro estações no mesmo dia!
Estás a ver como se pode falar numa imensidade de tempos, sem tempo para o fazer?
Zé Palmeiro - decididamente vai para ti o prémio de comentador mais fiel!!!!
Chegar a casa cansado e a horas tardias, e ainda teres a pachorra de vir aqui deixar um contributo, nunca tive ninguém que o fizesse mesmo os mais fieis dos fieis!!!
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