Mulheres
Nos últimos tempos tenho tido de andar mais de táxi, e todos sabemos as histórias que uma viagem de táxi nos fornece. Guardo algumas para mais tarde…
Mas achei muita graça, uma das vezes em que o táxi tinha ligado o microfone onde a colega ia desbobinando aquela ladainha que todos conhecemos «um veículo para a rua X; o colega 123 onde está? Contacte a central; atenção a senhora que pediu um carro para a rua y ainda está à espera; precisa-se de carro para a avenida H, número tal; o colega 456 depois de deixar o cliente contacte a central; um veículo para …» etc. Tudo entremeado com aquele som de campainha que todos nós conhecemos. Tudo isto natural.
Mas é claro que era impossível não ouvir nem prestar atenção a mais nada.
A certa altura houve uma pequena pausa. Pequena mesmo, aí um minuto, mas que naquele constante falar pareceu até muito grande. Perguntei: «O que foi? Agora calou-se, foi abaixo?» «Ná!» responde o motorista «mudaram de turno» e lá me explicou que de vez em quando trocavam para descansar.
A nossa conversa prosseguiu, eu a dizer que se aquilo nos moía os ouvidos a nós para as meninas da central devia ser muito complicado mas que por um lado era agradável ouvir uma voz bem disposta naquela conversa e ele informa-me:
«Sabe? Só as mulheres é que aguentam aquilo. Já se experimentou com homens, com rapazes, mas nenhum conseguia. Ficavam roucos e desnorteavam-se…»
Sorri, e pensei que talvez tivesse a ver com aquilo que os psicólogos dizem, que as mulheres conseguem dar atenção a muitas coisas ao mesmo tempo. Aquelas senhoras tinham de atender as chamadas de quem queria o táxi, informa-se com exactidão onde era, estudar quais os carros mais perto, contactar com eles, responder à pessoa que fez o pedido dizendo o tempo que ia demorar, reorganizar todo aquele mundo em movimento.
Era muito. Não me parece que tivesse a ver com a capacidade de falar ou de falar muito depressa.
Olhem os relatos de futebol… Querem maior rapidez no modo de falar?...
Mas são coisas diferentes, não é?
Mas achei muita graça, uma das vezes em que o táxi tinha ligado o microfone onde a colega ia desbobinando aquela ladainha que todos conhecemos «um veículo para a rua X; o colega 123 onde está? Contacte a central; atenção a senhora que pediu um carro para a rua y ainda está à espera; precisa-se de carro para a avenida H, número tal; o colega 456 depois de deixar o cliente contacte a central; um veículo para …» etc. Tudo entremeado com aquele som de campainha que todos nós conhecemos. Tudo isto natural.
Mas é claro que era impossível não ouvir nem prestar atenção a mais nada.
A certa altura houve uma pequena pausa. Pequena mesmo, aí um minuto, mas que naquele constante falar pareceu até muito grande. Perguntei: «O que foi? Agora calou-se, foi abaixo?» «Ná!» responde o motorista «mudaram de turno» e lá me explicou que de vez em quando trocavam para descansar.
A nossa conversa prosseguiu, eu a dizer que se aquilo nos moía os ouvidos a nós para as meninas da central devia ser muito complicado mas que por um lado era agradável ouvir uma voz bem disposta naquela conversa e ele informa-me:
«Sabe? Só as mulheres é que aguentam aquilo. Já se experimentou com homens, com rapazes, mas nenhum conseguia. Ficavam roucos e desnorteavam-se…»
Sorri, e pensei que talvez tivesse a ver com aquilo que os psicólogos dizem, que as mulheres conseguem dar atenção a muitas coisas ao mesmo tempo. Aquelas senhoras tinham de atender as chamadas de quem queria o táxi, informa-se com exactidão onde era, estudar quais os carros mais perto, contactar com eles, responder à pessoa que fez o pedido dizendo o tempo que ia demorar, reorganizar todo aquele mundo em movimento.
Era muito. Não me parece que tivesse a ver com a capacidade de falar ou de falar muito depressa.
Olhem os relatos de futebol… Querem maior rapidez no modo de falar?...
Mas são coisas diferentes, não é?
9 comentários:
Por acasdo já tenho visto reacções curiosas à "VOz da dona"-designação dada às senhoras por alguns táxistas mais diferenciados...AB
Nem de propósito, ando atrás da AB e ela lembrou-se, por outro motivo, de falar na "Voz".
Adorei este teu escrito, na verdade, só mesmo mulheres para aguentar uma situação daquelas, não é por nada, só pelo estoicismo, que eu acho, as mulheres possuírem mais que os homens. Por outro lado é mais fácil, nesta sociedade, as mulheres desempenharem os papéis dos homens, que o contrário porque, "isso são coisas de meninas", começa logo de pequenino, muitas das vezes, logo com as próprias mães.
O Palmeiro tem graça quando chama a atenção de que tem sido mais rápido as mulheres desempenharem papeis de homens do que o contrário (que também vai acontecendo)
Por acaso há uma sujeita que faz relatos de futebol...
Já muitas vezes pensei nisso, para quem ouve é uma estafa, mas para quem está a resolver as questões deve ser um puzle complicadíssimo!
Não era emprego que me seduzisse.
Mas é interessante essa informação de que a escolha de mulheres tem essa causa.
Olha que está bem visto.
É necessário controlar-se muitos elementos ao mesmo tempo e por outro ter alguma vocação de public relations. Devem aparecer pessoas chatas e enervadas, com certeza.
Emiéle, Emiéle, esta aqui é sexista às avessas...
Por acaso nunca ouvi nenhuma mulher a relatar um jogo de futebol. E bem que era preciso...os que por aí andam, mais parecem "atrasadinhos" :)))
É na Antena 1, não sei é o nome. Aparece a relatar sobretudo os Jogos da IIª Liga.
Talvez um dia seja promovida para a iª Liga!
Raphael, não é sexista, olha lá!!! Mas relatei apenas o que o homem me disse, isso é que é! E olha que realmente lá os especialistas dizem isso, que o cérebro feminino está mais preparado para prestar atenção a várias coisas, não significa que o que faz seja bem feito...
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