Homenagem a Mário Alberto
No dia 28, no Teatro D. Maria vai realizar-se uma homenagem a Mário Alberto, promovida pela Barraca e Câmara de Lisboa.
Mário Alberto é conhecido em todo o meio teatral. Pintor, Cenógrafo, Figurinista, Homem do Teatro, do Cinema, da Televisão. Foi um dos fundadores da Barraca.
Informa-nos quem sabe que Mário Alberto é um dos últimos habitantes do Parque Mayer onde tem vivido, apesar de muito doente agora.
À homenagem, mais que justa, seria bom que muitos de nós se associassem.
Atenção, dia 28, às 18 horas, no D. Maria.
Testemunho de Gonsalves Preto:
"Nunca vi o Mário Alberto de gravata. Ele é o contrário do convencional do académico, do normalizado.
Na pintura, também. Ou, antes, na pintura, sobretudo Ele emerge do fulgor enorme da irreverência, da provocação, da inconformidade. É a sua forma de estar vivo. De ser ele.
E é, de resto, a sua forma de pintar. Surpreendente. Excessiva, às vezes. Incómoda, sempre. Intransigentemente imaginativa. Mágica, mas exacta. Direi mesmo, mágica porque exacta.
Rigorosa, na sua feroz e obsessiva vigilância das cores e das tonalidades que condicionam a realidade das realidades (objectos - e sujeitos reais) que ele pinta - muitas vezes representadas numa espécie de teatralidade monstruosa que se estiliza até à erudição (pictórica) sem nunca perder a raiz popular autêntica e telúrica, e que lhes confere uma inconfundível identidade e especificidade. Ele consegue esta alquimia.
Para Mário Alberto, irreverente e brilhante, pintar e existir é transgredir. Transgredir em deslumbramento. Transgredir, como quem, sendo temente a Deus, comesse em sexta-feira santa um chouriço de Lamego bem assado.
É pecado sim senhor! Mas Deus perdoa.
Vamos, mas é... regar isto com um bom tintol!
O padre Osório é que tem razão."
Mário Alberto é conhecido em todo o meio teatral. Pintor, Cenógrafo, Figurinista, Homem do Teatro, do Cinema, da Televisão. Foi um dos fundadores da Barraca.
Informa-nos quem sabe que Mário Alberto é um dos últimos habitantes do Parque Mayer onde tem vivido, apesar de muito doente agora.
À homenagem, mais que justa, seria bom que muitos de nós se associassem.
Atenção, dia 28, às 18 horas, no D. Maria.
Testemunho de Gonsalves Preto:
"Nunca vi o Mário Alberto de gravata. Ele é o contrário do convencional do académico, do normalizado.
Na pintura, também. Ou, antes, na pintura, sobretudo Ele emerge do fulgor enorme da irreverência, da provocação, da inconformidade. É a sua forma de estar vivo. De ser ele.
E é, de resto, a sua forma de pintar. Surpreendente. Excessiva, às vezes. Incómoda, sempre. Intransigentemente imaginativa. Mágica, mas exacta. Direi mesmo, mágica porque exacta.
Rigorosa, na sua feroz e obsessiva vigilância das cores e das tonalidades que condicionam a realidade das realidades (objectos - e sujeitos reais) que ele pinta - muitas vezes representadas numa espécie de teatralidade monstruosa que se estiliza até à erudição (pictórica) sem nunca perder a raiz popular autêntica e telúrica, e que lhes confere uma inconfundível identidade e especificidade. Ele consegue esta alquimia.
Para Mário Alberto, irreverente e brilhante, pintar e existir é transgredir. Transgredir em deslumbramento. Transgredir, como quem, sendo temente a Deus, comesse em sexta-feira santa um chouriço de Lamego bem assado.
É pecado sim senhor! Mas Deus perdoa.
Vamos, mas é... regar isto com um bom tintol!
O padre Osório é que tem razão."
13 comentários:
Li ainda ontem o recado da AB, de modo que estava informada, mas evidente que assim tem mais realce. E o link para o site dele ajuda muito.
Achei muita graça à apreciação do Gonçalves Preto! (perdão, Gonsalves!!!)
Não conhecia, mas tal como a joaninha vi ontem o comentário da AB e fui à procura! Houvesse mais pessoas a trabalhar com amor!
Apontanmentos para uma saudade
Mário Alberto
Há já muitos anos eu ia de táxi para um Jamaica qualquer, que nunca amei por aí além o Shangri-La.Chovia e as horas só não eram mortas porque mesmo moribundas as pessoas se mexiam.Ao passar pelo Rossio,com os candeeiros que não são os de agora e deitavam uma luz amarelada vi a atravessar para o lado da Suiça duas figuras.Uma altissima,magrissima uma cabeleira solta e farta e outra, baixinha,gravidissima de uma gravidez de fim de tempo.No chão molhado,aquelas duas figuras projectavam uma sombra conjunta -D.Quixote e Sancho Pança.Eram na materialmente o Mário Alberto e a Céu Guerra.A "barriga"era o Xanguito o filho de ambos.
2º apontamento
Há três anos eu e o Mário Alberto almoçamos juntos.Ele escolheu um restaurante que me surpreendeu,a esplanada de um daqueles bistrots da Avenida já cá em baixo junto ao elevador da Glória.Comia-se mal,era caro,barulhento,enfim não era o que me apetecia para o que queria fazer.Queria que ele me falasse dessa coisa de ser o "Pinto de Campos II",dos bons tempos do "Cantinho", da "Carpa", onde eu imaginava que, com o Thilo, ele tinha sido sócio e estava enganada,e sobretudo do Parque, um microcosmos por onde muita gente passou, mas onde pouca gente tem andado e quando anda tresanda a militancia tardia e a dinheiro indimnisatório...adiante...Saímos da mesa às seis da tarde,com o Mário cansado e a piscar muito os olhos, porque estava a ver muito mal, mas tinha-lhe sabído bem a conversa e o peixe do almoço e do Xanguito disse "È bom o rapaz,é muito bom,sai à mãe".
3ºapontamento(porque a Èmiele foi buscar um depoimento do Preto onde se fala de gravatas)
O Preto,Gonsalves Preto,é um amigo de adolescencia.Veio num "pacote"junto com a Luisa Neto Jorge,o Barahona,o Garcês,e outros tantos, ora no Circulo de teatro de Letras(ele era de direito),ora fora de horas por essa Lisboa fora com umas gravatas que ele próprio pintava,com bonecas nuas a jogar Hula-hoop e sapato de bico,bigode encerado à Dali e "tiradas "monumentais.Foi durante muito tempo autor de textos de revista e hoje faz uma pesquisa exaustiva no Museu do Teatro sobre a Censura no texto Teatral.È a melhor pessoa do mundo.Mas ainda a propósito de gravatas vale a pena contar a história que está na base da sua saída de Direito.Numa aula do Marcelo Caetano o Preto apresentou-se sem gravata.O Marcelo interpelou-o(Ò gente nova então não sabiam que não se podia dntrar sem gravata,em certas aulas de alguns professores?).E o Preto ripostou no seu sotaque cerradamente madeirense:"Sim senhor,eu trago gravata quando este senhor trouxer".O senhor emn questão era um padre que assistia às aulas...com o colar da farda.
3º apontamento
No parque vivem ainda e sempre viveram e recusam-se a sair 3 pessoas-o Mário Alberto com os gatos,uma das "Mimis",duas irmãs com um restaurante ,que já era do pai,por trás do Maria Vitória,onde se comia uma galinha corada com arroz que sabia a malvasia e a guardiã do guarda-roupa Paiva.Sobre a sobrevivente das "Mimis"direi que há pouco tempo,um ano talvez alguém lhe perguntou porque não saía dali,já que o restaurante não funcionava.e ela só tinha acesso à parte de cima e por aí...Resposta:"Eu?Fui uma vez á R.das Pretas e fiquei tão horrorizada com o movimento...estou aqui muito bem"Uma vez á rua das Pretas (em frente)em toda a vida.Grande Mimi.AB
Mais uma vez desculpem os erros e a contabilidade.Não são 3 apontamentos mas 4.AB
Este post promete!...
Por um lado, a Joaninha desta vez veio cedíssimo (anda a entrar um tanto fóra das suas horas!): por outro já vi que o "nosso" Farpas desta vez veio comentar não apenas cedo - o que se estranha nele - mas deixou sinal em todos os posts!; e, é claro, por isso disse que «promete» talvez muitos comentários, o comentário/post da AB.
Interessantíssimo o testemunho dela. E sendo amiga do Mário Alberto entende-se ainda melhor o recado que ontem aqui deixou.
Muito interessante! Na sequência disto tudo, só posso dizer que vou fazer os impossíveis por estar nessa segunda lá no D. Maria. A hora é apertadinha, mas vamos ver o que consigo fazer...
O Google já tem este link!
Se escrevermos Homenagem a Mário Alberto aparece à cabeça este post (e logo desde as 9 da manhã, quando o vi!)
Serviço Público, minha amiga, é a primeira vez que venho a este blog, mas o que li agradou-me muito!
E este post está... interactivo?!...
lol!
Curioso, também aqui cheguei pelo Google, como a pessoa antes de mim.
Fico a pensar quem será a/o AB. O meio deve ser o mesmo, também conheço o Preto (foi giro aqui a dona do blog escolher o testemunho dele que é um tipo tão giro mas tão desconhecido para muita gente) e sei da Mimi.
Ainda bem que a blogosfera existe, para divulgar estas coisas e arejar os ares!
Claro que a 28 lá estaremos, já mo tinham dito, mas com esta divulgação a coisa pode vir a ser muito melhor!
Victor L.
Hoje sou eu que cheguei mais tarde, apesar da minha 'fidelidade' aqui ao Pópulo!
Muito interessante as informações da AB e o link que deixaste do site do Mário Alberto (o da Barraca também, mas esse já aqui o tinhas deixado há tempos)
Por acaso, eu desconhecia que houvessem quem morasse mesmo dentro do Parque Mayer! Fiquei de boca aberta!)
Bem, venho aqui num instantinho, visto que já tenho tantos comentários. :D Afinal o tema interessou a malta! Tive até um ou dois visitantes pela primeira vez!....
Só uma nota quanto ao Gonsalves Preto - foi realmente de propósito que escolhi a citação. Tal como a AB conheço-o também há anos, e tenho muita estima por ele. Foi um modo de o chamar aqui ao blog...
De resto o comentário da AB diz muito mais do que eu diria.
Já ontem, tinha interagido quando a AB, escreveu sobre o Mário Alberto, lembrando a efeméride. Hoje, veio-me a lagriminha ao olho, quando ela falou no episódio do Xanguito, PESSOA que gosto muito e da Maria do Céu, que adoro. Nada mais acrescento ao assunto, uma vez que a AB, disse praticamente TUDO.
Aproveito para dizer que a BARRACA, vai estrear a 31 de Janeiro, próximo, "ANTÍGONA"., Não deixem de estar, é, no fundo a forma de homenagear um dos seus fundadores , a sua continuadora e ao mesmo tempo de privarem com o Xanguito, no bar do teatro, que ele tão bem gere.
Vão lá por mim e celebrem, por favor! A sério!
Ora bem, aqui está um post que me deixa satisfeita pelas reacções. Além de que sempre houve dois desconhecidos que 'descobriram' o blog!
OK, Ciranda, estás longe demais, assim como o Zé, temos de ir em vossa representação!
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