terça-feira, janeiro 29, 2008

A habitação

Tenho falado aqui quase todos os dias na subida preocupante de bens essenciais, como os da alimentação.
Preocupante, é claro, porque desacompanhada de subida correspondente dos salários.

E a habitação?
Que está hoje 3 vezes mais cara do que há 20 anos?
Nós ganhamos hoje 3 vezes o que ganhávamos há 20 anos?...

Que tenha aumentado desse modo só vejo o desemprego.


8 comentários:

Anónimo disse...

E os impostos que pagas sobre elas (mesmo e sobretudo qd as compraste há 20 ou 30 anos,que os outros mais recentes tem isenção de IMI,coisa cuja logica não é nada limpida)?Mas se tudo subiu em progressão ,porque diabo a habitação devia ser excepção?Quanto aos ordenados,bem o dinheiro que ganhavas há 20 anos ou 30...os famosos anos 80 não foram aqueles em que toda a gente ganhava bem? AB

Anónimo disse...

Isto só choca porque os valores são enormes. Mas se vires uma bica há 20 anos também era 3 vezes mais barata.
Obviamente que se ganhamos muito mais - isso também tem de se dizer... - não corresponde a 3 vezes mais.
A não ser que compares com o antes de Abril, e aí...

josé palmeiro disse...

Para mim o dinheiro ou melhor, o valor do dinheiro, conta-se por aquilo que nos irá restar no fim do mês.
Sendo assim direi que nunca tive tanto dinheiro, sim, daquele que se vê, como quando estava na tropa e era um mero oficial miliciano. Tá bem, só tinha um filho, não tinha netos mas, não pagava renda, morava em edifício militar, roupa, era do estado. A minha mulher tinha trabalho ao pé de casa e depois uma série de mordomias, como nunca mais consegui ter. Depois foi o comprar a casa, coisa a que sempre fui avesso, mas que bem vistas as coisas, um ror de tempo depois de a ter pago e repago, seria minha ou para os meus, os preços não subiram, voaram e nunca mais lhes acontece como ao F16 que ontem veio parar cá a baixo. Por fim, com os aumentos brutais que tivemos nos ordenados, com a entrada no areópago europeu, é o que se sente, pois nem sequer se vê.
Comparações para quê? São artistas portugueses e usam "pasta medicinal coito".

Anónimo disse...

É como diz a Joaninha, choca porque os montantes são grandes, mas olha que agora andam para aí casas «em saldo»... Foi das coisas que levaram um grande abanão, as pessoas não puderam pagar as amortizações e os bancos estão cheios de casas!!!
De resto achei piada a ela citar a bica e é mesmo...Os transportes, a alimentação, a gasolina, subiram bem mais do que 3 vezes.
E, temos de ser francos, os nosso ordenados também subiram mais do que e vezes. O que eu ganhava antes de Abril hoje apenas daria para jantar com a família num restaurantes razoável...

Anónimo disse...

Não sei se a minha última frase dá para entender: queria dizer que o meu ordenado TODO era o preço que pagaria hoje por jantar com a família num restaurante razoável.

Anónimo disse...

Pois é, o Pão, a Paz, Habitação, Saúde, Educação, cantava o Sérgio.
E está difícil.
Mas afinal como tudo...
É claro que a habitação está caríssima, mas o certo é que todos nós temos hoje mais necessidades. Ainda há muito pouco tempo a falar em família com parentes um pouco mais velhos do que eu, eles diziam que quando casaram foram para uma casa de «um-conto-cento-e-dez» como se dizia. Era de renda limitada. E parece-nos quase de graça hoje, mas eles estavam a dizer que o seu ordenado era de dois contos... ou seja a renda era metade do que ganhavam! Mas não tinham carro, passavam as férias em casa de familiares, a vida era toda mais contida. Afinal aquilo que diz aqui o Zé Palmeiro.

josé palmeiro disse...

A Mary entendeu-me.
Hoje, ganha-se incomensurávelmente mais, mas o valor do dinheiro é que é ZERO, para os que, vivem exclusivamente do seu trabalho. Por outro lado a criação de necessidades e de vaidades, porque não dizê-lo, também se tornou num escoar de "pilim", que só entendemos, quando o não temos, e é cada vez mais cedo.

cereja disse...

Volto cá a «fechar o blog» como de costume. Mas hoje tenho de ir lá acima que enquanto andei longe entraram muitos comentários no meu último post.
Quanto a esta coisa da habitação, realmente vocês têm mais razão do que eu. Faz impressão por serem valores tão grandes, mas bem vistas as coisas não é mais do que tudo o resto. E desde há 20 ou 30 anos a diferença é até maior noutras coisas...