segunda-feira, novembro 19, 2007

Bruxelas anima-se

No outro dia disse por aqui que havia um belga que tinha posto o país em leilão. Tinha sido «uma gracinha» de alguém farto dos desacordos na sua terra.
Mas a verdade é que aquele país está há 160 dias sem governo! E até dizem que não deve haver resultados antes do Natal.

É impressionante!
E, pelo que se entende, por dificuldade em formar governo entre francófonos e flamengos: o país anda dividido, uns querem descentralizar e outros não. E o braço de ferro vai tão longe que se prefere passar sem governo nenhum…
Ontem
milhares manifestaram-se em Bruxelas desejando uma Bélgica unida. Chegará…?
E se conseguem viver estes meses todos assim, sem governo, será que ele faz falta?

Mas aquele país é um tanto estranho. Ainda há dias uma amiga me relembrou que o dito ‘Congo Belga’ era possessão pessoal de Leopoldo II da Bélgica. Curioso, não é?


11 comentários:

ilha_man disse...

Ontem era vê-los aos magotes no metro usando as cores belgas e o dístico:"we want you for Belgium".
Irónica a desunião no país que representa a União Europeia!!

Anónimo disse...

Tem graça encontrar aqui o ilha_man, vindo de tão longe e tão cedo (para nós..)
Realmente é um mau exemplo, esta desunião de uma terra que devia simbolizar a União :D
Não fazia a menor ideia de que o Congo fosse «uma quinta» do Rei Leopoldo!!!

josé palmeiro disse...

Boa a intervenção do ilha_man, que na capital da Europa, nos manda essas tão frescas notícias. De qualquer forma devo salientar o cuidado que os manifestantes tiveram, para não desgradar às partes.
A língua inglesa a pontificar, nos dísticos.
Quanto ás colónias, todas foram, de uma forma ou de outra, quintas de alguém.

Anónimo disse...

Realmente, de uma forma geral as colónias eram «quintas» de os senhores do Poder. Mas neste caso, fui atrás do link e depois fiz outra busca, e é ainda mais impressionante porque era mesmo propriedade pessoal do Leopoldo como pessoa.
Na Bélgica aquilo é bem mais do que uma questão de idioma, são mentalidades diferentes.
Lembrem-se do Brel a cantar 'Les flamands'?...

Anónimo disse...

È verdade King.Quando durante um periodo ,estive em Bruxelas durante praticamente 5 anos duas semanas em 3,tb.não tinha ideia do que por lá se passava e menos ainda da aventura congolesa que teve resultados trágicos...E fiquei espantada quando me disseram que nos finais dos anos 80 tinham estado à beira da guerra civil.Depois visitei Laken e resolvi investigar de seguida a biografia dos Leopoldos...sim o Congo foi uma empresa falida vendida aos belgas...Nem mais.AB

Anónimo disse...

Tenho ouvido as notícias. A minha ideia é que estas «guerras» são mesmo muuuito antigas. Aquela gente andou sempre às turras! Dá para pensar se realmente se justifica serem dois países.

Anónimo disse...

Não o sei comentar com profundidade, mas verifico que, em geral, as posições dos flamengos estão frequentemente, co as da extrema direita.

cereja disse...

Também tenho essa ideia, FJ, mas se calhar é uma grande injustiça...

ilha_man disse...

Emiele, é uma ideia injusta...do lado dos flamengos consegue-se encontrar um variado espectro político que vai desde a esquerda à extrema-direita passando pelo centro.Essa sensação talvez exista devido aos jornalistas gostarem e explorarem o lado extremista e sensionalista. Do lado flamengo há quem queira a independência e há quem queira a união.
Em Bruxelas,de maioria francófoca (a Bélgica é de maioria flamenga) existem 2 línguas oficiais, o flamengo e o francês. O problema, ou parte dele, é que enquanto os flamengos falam francês, os francófonos mostram desdém em aprender flamengo.
Aqui começa a falta de respeito entre as duas comunidades.

cereja disse...

OK, ilha_man, também comecei por dizer que se calhar estava a ser injusta...

Anónimo disse...

Já venho tarde, mas queria mandar-vos para um post, da Bluegift (dantes também comentava a Emiéle, que eu lembro-me) que vive na Bélgica há muito tempo. Ela vê a questão
ASSIM.
É de ponderar.