quarta-feira, agosto 08, 2007

Putos !

Cena observada ontem:
A cena passa-se numa loja muito simpática que eu costumo visitar com frequência, nem sempre com ideia de comprar nada mas sim porque a dona é extremamente amável e nos faz sentir bem, onde entrou uma senhora jovem e o seu rebento.
A mãe dirigiu-se para uma secção onde haviam atoalhados e peças bordadas e o filho ficou mais junto da porta onde se expunham umas peças decorativas de madeira trabalhada. Atraiu-lhe a atenção um cavalo de madeira, o que era natural, porque representava um cavalo em posição de caminhar, talvez o «cavalo branco de D. José» mas aí com um metro de altura.
Olhando com ar entendido para a dona da loja quis saber «Quanto custa?» Como ‘aquilo’ era cliente aí de uns 4 anos a resposta veio muito risonha. «Cento e cinquenta euros». O ‘comprador’, mãos atrás das costas, atira-lhe com ar entendido «Ah!? É caríssimo!» frase que nos deu a todos vontade de rir, aquele tipo de superlativo vindo lá quase rente ao chão, era inesperado.
Mesmo assim ele decidiu experimentar a mercadoria, e ala para cima do cavalo que, como expliquei, era apenas decorativo, não pretendia ser um brinquedo – a loja, aliás, tinha uma zona para crianças com brinquedos muito atraentes. O cavalinho aguentou como um valente, mas quando o cavaleiro o começou a abanar e a fazer oscilar perante a completa indiferença da mãe, dona da loja, receosa, explicou-lhe meigamente e com voz doce: «Olha, é melhor não fazeres isso, esse cavalo não é de brincar e pode partir-se».
O cavaleiro desmonta, levanta o olhar para ela e, alçando o sobrolho, declara definitivo:
«Pois é! Por esse mau feitio é que ainda o não vendeste!!!»

(Esta história vai para a categoria ‘educação’ porque, para além da graça que teve, é de notar a atitude da mãe, que tendo levado uma criança tão pequena com ela, não teve a menor cautela em reparar no que ela estava a fazer, ou se reparou não se inquietou com o possível estrago que dali podia sair. Não imagino qual seria a sua reacção se de facto se danificasse um objecto de muito valor. Pagaria?...)

8 comentários:

Anónimo disse...

:))))
Magnífico!
É o que se chama desembaraço e resposta pronta.

Anónimo disse...

Mas repara numa coisa, Emiéle: a verdade é que chamado à atenção, ele desmontou! Ou seja, se a mãe lhe dissesse ele devia obedecer.
São coisas destas que nos irritam!
Os filhos são para educar (também).

Para além disso, a história tem muita graça!

cereja disse...

Bem, antes de fugir que aqui o contador está a contar cada minuto que aqui estou, venho só para acrescentar que o raio do miúdo era giríssimo, um pouco como a foto que aqui deixei, o que tornava tudo ainda mais engraçado! Quando se saiu com o caríssimo assim com esdrúxula e tudo, tivemos de virar a cara para rir disfarçadamente...

Anónimo disse...

:))
Imagino a cara da senhora...
Mas isso de ter «uma tentação» dessas mesmo ali à mão de semear de um puto pequeno, era uma provocação! Claro que não sei se seria 'caríssimo', depende de muita coisa, mas realmente lá barato não era!

Anónimo disse...

Engraçado é esse puto "ainda"achar graça a cavalos de pau...AB

josé palmeiro disse...

Pelos vistos o cavalo, não era de pau, mas de louça.
De qualquer modo e excluindo o facto de ter tido imensa graça, a resposta pronta e certeira, do tipo "Evaristo, tens cá disto?", a atitude da mãe, é que dói.
Diz o King, que os filhos também são para educar, eu subscrevo.

Anónimo disse...

A verdade é que tendo uma mãe tão displicente o miúdo até nem parece assim tão mal educado já que até saiu de cima do cavalo após gentil pedido da dona da loja... Tendo uma filha ainda pequena, costumo irritar-me bastante quando as mães deixam fazer tudo o que lhes apetece, e cenas como essas que contou com finais menos felizes são muito comuns. Já assisti a crianças colocarem expositores ao chão, estragarem o seu conteúdo, chorarem com o susto e as donas da loja a consolarem-nas (!), enquanto as mães coléricas (pela transtorno) as arrastam da loja fora...para não mais voltarem! carla

cereja disse...

Olá!
Zé o cavalo era mesmo de madeira, mas aquilo era mais uma escultura. Com uma criança em cima ainda aguentava, agora o miudo a balançar-se para o «fazer andar» é que...
Olha Carla, pensei o mesmo, tal e qual. Apesar de tudo ele nem fez uma birra, o que seria de prever, quando a dona do estabelecimento falou. Fiquei admirada. E esta hostória era exactamente para chamar a atenção para a importância da educação. Reconheço que me irritou a atitude da mãe...