Auto-confiança
É muito agradável ser-se auto-confiante. Pelos menos para o próprio.
Ontem fui apanhar um autocarro na sua origem, o que faço muitas vezes – é perto de casa e se ele ainda não está, espero sentada, se já lá está entro logo e espero, também sentada e com ar condicionado. Só vantagens o que vale a curta deslocação de mais uma paragem.
Ao descer as escadinhas que me levavam a esse início de carreira, noto que acaba de arrancar um. Bolas! Má pontaria. Confiro com o horário, tinha partido o das 12 e 13, tinha de esperar o seguinte, das 12 e 28. Instalei-me no banco da paragem e fico a remexer e arrumar a minha carteira quando chega uma senhora, muito segura de si que observa:
- «Deve estar a chegar o das 12 e 13». Delicadamente, informo-a
- «Não, já foi. Partiu mesmo à hora, ainda o vi abalar!»
A senhora olhou-me, de sobrolho levantado, e explica-me:
- «O que viu deve ter sido o anterior.»
Eu insisto
- «Não. Agora são 12 e um quarto e isto foi há poucos minutos»
Ela então 'arruma-me', desplicente:
- «O seu relógio está adiantado!»
Imaginam que a conversa ficou por ali, até porque entretanto tinha chegado o novo autocarro e o condutor depois das manobras habituais, mudança de letreiro, ir até ao fundo e voltar, abriu a porta para que entrássemos o que fizemos as duas.
Quando ele se começou a mover, pontualmente às 12 e 28, a minha companheira de teima ainda olhou para o seu relógio e resmungou «Vai muito atrasado!»
Pois se o seu relógio estava certo, aquele só podia ser o das 12 e 13 muuuito atrasado!
Deve ser bom ter tanta auto-confiança mas, aqui para nós, é um tanto irritante.
Ao descer as escadinhas que me levavam a esse início de carreira, noto que acaba de arrancar um. Bolas! Má pontaria. Confiro com o horário, tinha partido o das 12 e 13, tinha de esperar o seguinte, das 12 e 28. Instalei-me no banco da paragem e fico a remexer e arrumar a minha carteira quando chega uma senhora, muito segura de si que observa:
- «Deve estar a chegar o das 12 e 13». Delicadamente, informo-a
- «Não, já foi. Partiu mesmo à hora, ainda o vi abalar!»
A senhora olhou-me, de sobrolho levantado, e explica-me:
- «O que viu deve ter sido o anterior.»
Eu insisto
- «Não. Agora são 12 e um quarto e isto foi há poucos minutos»
Ela então 'arruma-me', desplicente:
- «O seu relógio está adiantado!»
Imaginam que a conversa ficou por ali, até porque entretanto tinha chegado o novo autocarro e o condutor depois das manobras habituais, mudança de letreiro, ir até ao fundo e voltar, abriu a porta para que entrássemos o que fizemos as duas.
Quando ele se começou a mover, pontualmente às 12 e 28, a minha companheira de teima ainda olhou para o seu relógio e resmungou «Vai muito atrasado!»
Pois se o seu relógio estava certo, aquele só podia ser o das 12 e 13 muuuito atrasado!
Deve ser bom ter tanta auto-confiança mas, aqui para nós, é um tanto irritante.
13 comentários:
Isso normalmente aconteçe, quando a auto-confiança se transforma em teimosia.
Um bom exemplo de auto-confiança, a imagem que publicaste.
Conheço o modelo.
É de irritar e bem!!!
Nunca ocorre a essas criaturas que até possa ser 0 seu relógio (aqui como metáfora) a estar atrasado ou adiantado.
Mas que confusão! Agora para além do Zé palmeiro encontro a Mary?... O que fazes aqui a esta hora?
A história é deliciosa. Todos conhecemos criaturas destas de uma casmurrice a toda a prova. Sabem tudo e têm sempre razão.
Livra!!!!!
Mas o gato é valente mesmo!
Olha que eu não ia tão serena...
Para mim ainda há um "modelo" pior, que são aquelas pessoas que dizem "não sei se é", numa conversa do tipo:
- Isto é X
- Acho que não, eu já confirmei 2 vezes e é Y
- Mostra lá os resultados
- Vês é mesmo Y...
...
- Hummmm não sei se é!
irrita-me... mesmo quando lhes comprovam que estão erradas continuam com o seu "não sei se é!"... AAAAHHHHHHHHHHHHH!!!
nota: estes comentários todos apagados são meus... vá-se lá saber porquê apareceu seis vezes!
A Emiéle depois apaga.
Tens muita razão. Também conheço o estilo e só apetece esganá-los!
OK, OK, dei aqui uma olhadela e vim espreitar como é que havia tanto comentário. Vou já apagar o «excesso de farpas».
:D
Pfffff!!!!Conheço disso ao nivel da doença....AB
Houve um cão aqui na rua que quando já estava velhérrimo e doente os gatos passavam-lhe mesmo em frente do nariz.Acho que o bicho morreu de humilhação...Ab
Quando eu era miúdo, lá no Alentejo, havia uns ratos cheios de "auto-confiança". Era tanta que iam ao saco da cevada, onde dormia, prazenteiro, um gato.
Está-se mesmo a ver, o que aconteceu o ministro da segurança, lá de casa, abriu-lhe logo um processo disciplinar e demitiu-o.
Reconheço que as pessoas deste tipo são irritantes e as do tipo que o Farpas nos fala são ainda mais irritantes.
Ena, ena, tou muito bem acompanhada!
Oh Farpas, esse estilo dever ser mesmo o superlativo absoluto simples do exemplo que eu dei! quando se prova que temos razão, e a resposta é «não sei se é...», só esganando a pessoa!!!!
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