terça-feira, julho 24, 2007

Auto-confiança

É muito agradável ser-se auto-confiante. Pelos menos para o próprio.

Ontem fui apanhar um autocarro na sua origem, o que faço muitas vezes – é perto de casa e se ele ainda não está, espero sentada, se já lá está entro logo e espero, também sentada e com ar condicionado. Só vantagens o que vale a curta deslocação de mais uma paragem.
Ao descer as escadinhas que me levavam a esse início de carreira, noto que acaba de arrancar um. Bolas! Má pontaria. Confiro com o horário, tinha partido o das 12 e 13, tinha de esperar o seguinte, das 12 e 28. Instalei-me no banco da paragem e fico a remexer e arrumar a minha carteira quando chega uma senhora, muito segura de si que observa:
- «Deve estar a chegar o das 12 e 13». Delicadamente, informo-a
- «Não, já foi. Partiu mesmo à hora, ainda o vi abalar
A senhora olhou-me, de sobrolho levantado, e explica-me:
- «O que viu deve ter sido o anterior
Eu insisto
- «Não. Agora são 12 e um quarto e isto foi há poucos minutos»
Ela então 'arruma-me', desplicente:
- «O seu relógio está adiantado
Imaginam que a conversa ficou por ali, até porque entretanto tinha chegado o novo autocarro e o condutor depois das manobras habituais, mudança de letreiro, ir até ao fundo e voltar, abriu a porta para que entrássemos o que fizemos as duas.
Quando ele se começou a mover, pontualmente às 12 e 28, a minha companheira de teima ainda olhou para o seu relógio e resmungou «Vai muito atrasado
Pois se o seu relógio estava certo, aquele só podia ser o das 12 e 13 muuuito atrasado!
Deve ser bom ter tanta auto-confiança mas, aqui para nós, é um tanto irritante.

13 comentários:

josé palmeiro disse...

Isso normalmente aconteçe, quando a auto-confiança se transforma em teimosia.
Um bom exemplo de auto-confiança, a imagem que publicaste.

Anónimo disse...

Conheço o modelo.
É de irritar e bem!!!
Nunca ocorre a essas criaturas que até possa ser 0 seu relógio (aqui como metáfora) a estar atrasado ou adiantado.

Anónimo disse...

Mas que confusão! Agora para além do Zé palmeiro encontro a Mary?... O que fazes aqui a esta hora?

A história é deliciosa. Todos conhecemos criaturas destas de uma casmurrice a toda a prova. Sabem tudo e têm sempre razão.
Livra!!!!!

Anónimo disse...

Mas o gato é valente mesmo!
Olha que eu não ia tão serena...

Farpas disse...

Para mim ainda há um "modelo" pior, que são aquelas pessoas que dizem "não sei se é", numa conversa do tipo:

- Isto é X
- Acho que não, eu já confirmei 2 vezes e é Y
- Mostra lá os resultados
- Vês é mesmo Y...
...
- Hummmm não sei se é!

irrita-me... mesmo quando lhes comprovam que estão erradas continuam com o seu "não sei se é!"... AAAAHHHHHHHHHHHHH!!!

Farpas disse...

nota: estes comentários todos apagados são meus... vá-se lá saber porquê apareceu seis vezes!

Anónimo disse...

A Emiéle depois apaga.
Tens muita razão. Também conheço o estilo e só apetece esganá-los!

cereja disse...

OK, OK, dei aqui uma olhadela e vim espreitar como é que havia tanto comentário. Vou já apagar o «excesso de farpas».
:D

Anónimo disse...

Pfffff!!!!Conheço disso ao nivel da doença....AB

Anónimo disse...

Houve um cão aqui na rua que quando já estava velhérrimo e doente os gatos passavam-lhe mesmo em frente do nariz.Acho que o bicho morreu de humilhação...Ab

josé palmeiro disse...

Quando eu era miúdo, lá no Alentejo, havia uns ratos cheios de "auto-confiança". Era tanta que iam ao saco da cevada, onde dormia, prazenteiro, um gato.
Está-se mesmo a ver, o que aconteceu o ministro da segurança, lá de casa, abriu-lhe logo um processo disciplinar e demitiu-o.

Anónimo disse...

Reconheço que as pessoas deste tipo são irritantes e as do tipo que o Farpas nos fala são ainda mais irritantes.

cereja disse...

Ena, ena, tou muito bem acompanhada!
Oh Farpas, esse estilo dever ser mesmo o superlativo absoluto simples do exemplo que eu dei! quando se prova que temos razão, e a resposta é «não sei se é...», só esganando a pessoa!!!!