sexta-feira, junho 01, 2007

Devem falar outra língua

Estive a ler uma notícia e reconheço: não falo aquela língua. Quando em criança me ensinaram a analisar um texto, pensei que tinha entendido como isso se fazia, mas afinal não.
Surgiu uma suspeita sobre um negócio entre o Bragaparques e o Hospital de São João.
Na investigação, o Tribunal de Contas

a) «considerou nulo o contrato celebrado há dez anos que permitiu à Bragaparques construir um hotel, um centro comercial e um parque de estacionamento em terrenos da unidade do Hospital» e que houve
b) “má gestão dos recursos públicos” por parte de dois conselhos de administração do hospital, ao celebrarem contratos com a Bragaparques que resultaram em “prejuízo para o erário público” e ainda que
c) a Bragaparques construiu um hotel e um centro comercial sem a licença de construção da Câmara do Porto, no âmbito de um contrato de cedência de um terreno do Estado sem que a respectiva entidade gestora tenha participado no processo.

Depois destas premissas, o Ministério Público mandou arquivar o caso (????) porque «não encontrou fundamentos processuais suficientes para a efectivação das inerentes responsabilidades financeiras sancionatórias nas pessoas dos imputados decisores públicos».
Deve ser o meu português que está fora do prazo de valid
ade.

6 comentários:

Anónimo disse...

:))
Parece tudo doido.
Realmente com as premissas que deixas aqui, como é que se mandar ARQUIVAR o caso?!
Seria interessante ver se os senhores juizes do Ministério Públicos não têm também «interesses» nos negócios desses empreendimentos...

méri disse...

Pois...

(obrigada - não é preciso repetir!)

Anónimo disse...

Vamos ver que é com o sistema do «arquivanço» que se desentopem os processos que atafulham as secretárias!

cereja disse...

Olá Méri!
(a repetição é que isto agora tem um sistema diferente; dantes tinha de se escrever tud á mão e agora é quase automático, e eu ainda não estou habituada...)
Olha Raphael, acho que este sistema de ir arquivando daqui a pouco t~em é de mandar aumentar a ala dos arquivos, que rebenram pelas costuras!!
:))

josé palmeiro disse...

Mas é que falam mesmo!
No entanto é daquelas línguas, que ninguém entende, este ninguém, refere-se necessáriamente, a gente como nós.

cereja disse...

Não é, Zé Palmeiro? Com aquelas premissas não pareceria que a conclusão nunca podia ser aquele?
Mas foi!
Mistérios!! de quem não fala como nós e sobretudo não pensa como nós!