Desta vez estou de acordo
Criticar é, ou deve ser, um acto construtivo. Eu, pelo menos, gosto de pensar que assim o é. E por aqui tenho procurado chamar a atenção sobre factos que, por qualquer motivo, me chocaram – por bem ou por mal.
Infelizmente, no que diz respeito a decisões do governo, sobretudo nas áreas do trabalho, saúde e educação, tenho encontrado mais vezes pontos de censura do que de concordância. Mas não quer dizer que diga sistematicamente «amen» desde que me cheire a crítica! E aqui vem um caso:
Ouvi por aí, uma declaração dizendo que os erros de ortografia não contavam nas provas de aferição que estavam a decorrer. Dito assim, fiquei parva e indignada. Como?! Então estamos a avaliar os conhecimentos de português dos nosso alunos e a ortografia não conta?...
Bem, a explicação que li aqui mostra as coisas sobre uma outra luz bem diferente. Os erros ortográficos são avaliados sim senhor, pelo que li. Há uma rubrica que tem esse ponto a seu cargo. Mas, para a compreensão de um texto não é isso que conta. E eu estou de acordo. É evidente, julgo eu, que se existir um erro tão absurdo que altere o sentido do que o aluno pretendia dizer, isso terá de ser levado em conta, porque aí não está claro se percebeu ou não. Mas se estamos a avaliar a compreensão do que leu, é essa compreensão que está a ser medida. Levando a ideia ao absurdo, o aluno até se poderia exprimir oralmente, porque o que se estava a analisar era se tinha percebido o que estava escrito. Como é um exame escrito e não oral, ele terá de dizer esse entendimento por escrito mas, neste caso, não é a correcção da escrita que está em julgamento e sim a compreensão.
Parece-me claro.
Infelizmente, no que diz respeito a decisões do governo, sobretudo nas áreas do trabalho, saúde e educação, tenho encontrado mais vezes pontos de censura do que de concordância. Mas não quer dizer que diga sistematicamente «amen» desde que me cheire a crítica! E aqui vem um caso:
Ouvi por aí, uma declaração dizendo que os erros de ortografia não contavam nas provas de aferição que estavam a decorrer. Dito assim, fiquei parva e indignada. Como?! Então estamos a avaliar os conhecimentos de português dos nosso alunos e a ortografia não conta?...
Bem, a explicação que li aqui mostra as coisas sobre uma outra luz bem diferente. Os erros ortográficos são avaliados sim senhor, pelo que li. Há uma rubrica que tem esse ponto a seu cargo. Mas, para a compreensão de um texto não é isso que conta. E eu estou de acordo. É evidente, julgo eu, que se existir um erro tão absurdo que altere o sentido do que o aluno pretendia dizer, isso terá de ser levado em conta, porque aí não está claro se percebeu ou não. Mas se estamos a avaliar a compreensão do que leu, é essa compreensão que está a ser medida. Levando a ideia ao absurdo, o aluno até se poderia exprimir oralmente, porque o que se estava a analisar era se tinha percebido o que estava escrito. Como é um exame escrito e não oral, ele terá de dizer esse entendimento por escrito mas, neste caso, não é a correcção da escrita que está em julgamento e sim a compreensão.
Parece-me claro.
9 comentários:
Mas olha que há muita gente que não fez essa leitura e está escandalizada. Eu, por mim, consider que a iliteracia tem um campo muito mais largo do que o simples erro ortográfico! Essa é a pontinha mais pequena do iceberg.
Só uma nota cómica - reparem na enorme quantidade de erros que eu dou quando escrevo os comentários! Ainda agora caiu-me o O de «considero», porque tenho a mania de escrever depressa e com vários dedos e a coisa, às tantas, dá para ou 'trocar os dedos' ou deixar cair letras. Mas considero que sei ler, e até que sei escrever!
Não tinha visto a coisa assim...
Mas tens a tua razão. Por exemplo, se leio as instruções que acompanham a montagem dos móveis do IKEA o que é importante é que o móvel fique montado, que quem lê entenda o que lá está. (Dou este exemplo parvo porque muitas vezes interpretar aquelas instruções não é para qualquer um!)
King, esse exemplo tem piada, mas afinal é a essência da coisa.
O que se pretende é que quem lê um texto entenda perfeitamente o que o autor quis dizer. Pelo que percebi (será que soube ler bem..?) é isso que está a ser julgado.
Tudo bem, mas se se juntar o útil ao agradável, ainda é melhor.
Claaaaaro! Isso nem se fala, Zé! Mas pelo que eles dizem, a avaliação da ortografia também se faz, mas noutra alínea.
Eu, estou a par. Só que essa alínea, só se explicitou depois do início dos protestos. O que eu digo é que, nessa, como noutras matérias, nada como ser claro, com regras muito bem definidas, para não se levantarem, quaisquer dúvidas.
Estou de greve aos blogues, mas não posso deixar de meter aqui a minha colherada...
Tenho visto pouca TV mas ouvi o querido Paulo Portas escandalizadíssimo por causa dos erros.
Os erros contam-se na composição, mas não no resto da prova. Como diz a Emiéle e muito bem, o que se pretende é que se entenda o que o autor quis dizer, mesmo com erros ortográficos. Normalmente as crianças que melhor lêem, escrevem e interpretam são também as que dão menos erros. Logo, as que dão muitos erros também são as que erram mais respostas... (e eu sei do que estou a falar, ó se sei, depois de já ter visto e cotado sessenta composições!!)
Se ainda tivesse de contar todos os erros de toda a prova e fazer a cotação levando isso em conta, então teria trabalho para meses!
Como dizem os "gatos": eles falam, falam, mas não dizem nada!!
Em condições normais calcularia que este post te despertasse interesse, mas desta vez não esperava nada ter um comentário teu!
Fico bem contente que concordes comigo, pois quem tem a mão na massa sabe muito mais do que quem fala por «teoria».
E sabes que eu digo exactamente o mesmo? Quando há pais que se queixam de que os filhos dão erros, costumo aconselhar a que lhe estimulem a leitura. Quanto mais lerem, menos erros vão dando porque de muito ver as palavras bem escritas isso vai «entrando» queiram ou não!
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