sábado, abril 14, 2007

«A pobreza não é uma fatalidade»

Um estudo, e este creio que deverá merecer bastante crédito pois foi dirigido por um professor do Instituto Superior de Economia e Gestão, diz-nos que em Portugal as populações mais pobres foram as que mais empobreceram nos últimos anos
A conferência «Compromisso Cívico para a Inclusão» reúne especialistas na matéria e foi promovida pelo Presidente da República, mas as suas conclusões deixam a assistência desanimada. «A taxa de pobreza é em Portugal superior à média europeia» e «Portugal continua a ser o país da União Europeia com maiores níveis de desigualdade» foi o que se concluiu. Porquê? Achei curioso falar-se «na evidência da «ineficiência» das políticas sociais no combate às situações de pobreza», porque fico intrigada - Quais políticas sociais??? Nos últimos anos?! Não me recordo de nada.
Mas enfim, uma frase fica, e nesse ponto só posso mesmo concordar: a pobreza «não é uma fatalidade» desde que existam políticas sociais «activas, com medidas concretas para a inclusão». O que falta? Vontade política?




Nota – Mais uma vez esqueci-me de deixar on-line um post que estava em rascunho. Vem agora (15:00) mas com a hora que tinha quando foi escrito.

3 comentários:

cereja disse...

Exactamente, Ilha_man. Foi uma medida justa e generosa, pessimmente aplicada porque sem condições de controlo. Daí as críticas que sofreu e como sempre pagaram os justos pelos pecadores - muita gente que merecia receber essa ajuda era olhada com desconfiança por muitos outros aproveitadores a receberem sem a ela terem direito. E, de qualquer modo, o importante naqueles casos era «ensinar a pescar» ou seja acompanhar os utentes de modo a integrá-los e deixarem de necessitar desse benefício. Só que os serviços de apoio não conseguiam dar resposta e daí o colapso de uma boa medida.

josé palmeiro disse...

É verdade o que afirmam, mas o mal, como refere a Emiéle, não foi na concessão, mas no controle posterior à concessão, no acompanhamento e na falta de coragem, política, para afrontar os que, indevidamente o receberam. Pudera, e os votos?

cereja disse...

Não se investiu nos técnicos suficientes. Eu sei de assistentes sociais que tinham à sua conta 500 ou 600 processos. Era humanamente impossível seguir cada caso um por um. E muitas vezes alguns marginais ameaçavam-nas quando se falava em controlo...Daí os abusos. Mas se essa medida teria sido importante desde que bem seguida, o certo é que o Ilha-man tem razão em dizer que não se conhece mais nada. O próprio Serviço Nacional de Saúde anda nas últimas. O apoio às famílias ( creches, lares, etc.) está a passar todo para instituições privadas.