segunda-feira, abril 30, 2007

Fiz as pazes com a RTP

Pelo menos por enquanto.
Andei muito tempo zangada. Que as tvs privadas fossem aquilo que se sabe, aborrecia-me mas era lá com elas, eu simplesmente não as sintonizava. Pronto! Quanto à RTP tinha outras obrigações, mas não as cumpria.
Com a vinda de TVCabo e alguns canais temáticos interessantes eu para além de, de um modo geral, ver pouca televisão, o certo é que passei a raramente ligar a rtp para além do telejornal.
Mas há umas semanas tive uma boa surpresa, o programa do António Barreto. Muito bem feito, interessante, informativo, acessível a todos e (milagre!) transmitido a uma hora decente.
Bom, agora «o milagre» repete-se: uma série chamada «Conta-me como foi» que revê Portugal dos anos sessenta pelos olhos de um miúdo da época, filho mais novo de uma família de poucos recursos, vivendo numa casa com os seus pais, um irmão mais velho que estuda muito para entrar num curso superior e adiar a entrada na tropa, e uma irmã que trabalha numa cabeleireira, e uma avó. O dia a dia dessa família, no tempo onde os preços de tudo tinham menos dois zeros do que têm hoje, onde a tv era a preto e branco e em muitas casas era um luxo, onde se ia ao cinema com o pai ‘fintando’ a regra do «maiores de 12» porque o porteiro era amigo do pai e se maravilhava com Lawrence da Arábia.
Pelos olhos dessa criança passa uma época ainda tão próxima mas que para muitos é História, quase ao mesmo nível da Primeira República. E narrado ao estilo simples de uma série de tv.
Bom serviço. E a horas. E a uma hora ‘decente’, admitindo que quem a está a ver deve ir trabalhar no dia seguinte. Gostei.


9 comentários:

josé palmeiro disse...

Parece impossível, mas é a verdade. Com a vinda para os Açores, divorciei-me da televisão. Ainda não consegui ver nada, até porque com a diferença horária, quando me lembro, já passou.

josé palmeiro disse...

Volto ao PÓPULO, por duas razões, não tinha dito nada na canção, o que já fiz e perguntar, perguntando-me, porquê? Porque esperam pelo teu regresso para comentarem o que tu, com tanto trabalho e abdicação deixaste ou terás que ir ao tal café, para publicar? Não será a mesma? ou os meus companheiros, comentadores, se sentem tão orfãos, que ficam, sem palavras?
À consideração.

josé palmeiro disse...

Apliquei o vocábulo, abdicação, referindo-me ao tempo, das tuas férias, que terás de abdicar, para ir ao tal café.

Anónimo disse...

Alô,
também gostei imenso da série. Em 68 ainda não tinha nascido mas nasci logo depois e é interessante rever os usos e costumes de então; as roupas, os penteados, as músicas, os programas de tv; os carros, as brincadeiras. muito giro e muito bem escrito e interpretado.
tudo de bom, M&M

Anónimo disse...

Pois para mim acabou a guerra com a net...só agora e ao fim de vários dias e acidentes...assim ,e em jeito de comunicação, digo
que me fui aos comentários lá para baixo e meti uns tantos...quer dizer fiz um aggiornamento.AB

contradicoes disse...

Pois eu cara amiga, divorciei-me da televisão e julgo não voltar a haver casamento. A qualidade da programação duma maneira geral é tão sofrível que me desabituei de tal maneira deste tipo de contacto que para além dos telejornais e só apenas enquanto dura o repasto (mais propriamente o jantar) é que a vejo. De resto apenas e só encontros de futebol onde participe a nossa selecção. Nada mais que isso, embora contribuinte fiel da TVCabo já há vários anos. Um abraço do Raul

cereja disse...

Venho bastante a correr, mas se vo`cês tem a delicadeza e simpatia de pararem para comentar, o mínimo que eu posso fazer é retribuir e responder na medida em que o barulho do café onde estou a escrever o permitir...
Saúdo a AB e vou ver se encontro o que escreveste, lá para baixo.
Zé, tu és um amigo constante e sei que tens aparecido sempre. Dá gosto escrever pra quem vai aparecendo sempre como tu.
M&M, olha que a série é bastante aproximada. Pergunta aos teus pais. Acho que foi pensada em boa hora.
Raul, eu entendo. Também quase desisti de ver a nossa TV, tão medíocre costuma ser. Mas esta série vale a pena.

Anónimo disse...

Tens razão. A série promete.
Parece que «nasceu» em Espanha, mas não importa.
Algumas coisas parecem exagero pelo menos nas grandes cidades, ou se calhar no meu meio social, como os cigarros vendidos um a um. Disso não tenho ideia, mas o resto está impecável!

Anónimo disse...

cigarros avulso sim senhora lembro-me eu...
confesso que fiz alguma pesquisa e apesar de ter "nascido em espanha", a historiadora fez uma incansável adaptação, até ao pormenor. Tenho me deliciado e os mais novos cá em casa riem que se fartam.