sábado, março 31, 2007

Conhecer os preços

Tem a sua piada.
Mas a verdade é que também não devemos ser muito severos. Cada um de nós só conhece o preço das coisas que costuma comprar, e acredito que muitos «donos de casa» de classe média que entregam o governo da casa à sua cara metade, não façam ideia do preço da margarina ou da lixívia. Essa coisa de saber e sobretudo ‘comparar’ preços é mania de dona de casa poupadinha.
Tudo isto veio à baila pela gaffe do primeiro-ministro espanhol desconhecer o preço de um café. Bom, quanto à nossa bica isso creio que é um conhecimento muito geral e quer homens quer mulheres em Portugal dominam esse saber. Bica e jornal, está bem, mas quanto ao resto… O próprio preço do pão, considerado um indicador importante, muita gente fica perdida, até pela variedade e qualidades de pão que agora podemos comprar. Reconheço aqui que eu desconheço quanto custa hoje o vulgaríssimo papo-seco, que é tipo de pão de que não como, cada vez mais branquinho e «plastificado».
O DN deu-se ao cuidado de ir investigar ao nosso parlamento se a classe política dominava o assunto. Tá visto que
nem por isso mas, cá por mim, não levo a mal.
Tem a sua graça quando dizem que fazem as compras mas nem olham os preços. Isso já é mais grave, porque indica um tal bem-estar que me parece bem desligado do resto dos mortais… Uma coisa é nem sequer fazer as compras, como disse que é o caso de muitos dos nossos maridos ou filhos adolescentes. Mas quando nos vamos abastecer nós próprios não é curioso nem olhar para a etiqueta que lá está exposta…?!
E, fora de brincadeiras, para mim penso que o caso de um político devia ser diferente de um sujeito comum. Assim como um sindicalista devia, periodicamente, ir viver o dia a dia dos seus associados, também um político tinha a obrigação de conhecer a realidade das gentes que afinal representa e o elegeram. E isso passa também pelo conhecimento do custo dos produtos essenciais.

6 comentários:

josé palmeiro disse...

Não, não, eu faço compras e antes dou-me ao trabalho de comparar os preços das várias superfícies comerciais, cá do sítio. Procuro como é obvio os menores. dentro da mesma qualidade. Esta prática está a revelar-se bastante árdua porque muitas vezes os preços indicados são incompletos, como por exemplo a aflta do preço de Kilo. Mas cada vez há mais necessidade de o fazermos, porque como dizia, à tempos, MILLOR FERNANDES, "Cada vez, sobra mais mês, no fim do dinheiro!"

cereja disse...

Claro, Zé, não estava a pensar em ti, e até sei que hoje os jovens casais já repartem tanto sobretudo essa tarefa das compras que os rapazes sabem tanto ou mais do que as raparigas sobre bens essenciais. Mas, falando para uma certa geração, sabes que é assim, e que tu és uma excepção - de uma forma geral quem vai á praça e conhece os preços são as donas de casa.
Também é certo que com me abasteço em locais de acordo com a minha bolsa, já me tem acontecido pasar em frente de uma montra, ver um vestido ou uns sapatos e pensar que houve engano e aquilo tem um zero a mais!!! Ou seja, eu não tenho a noção dos preços de quem seja VIP. Mas mesmo noção nenhuma...!
:D

Anónimo disse...

Só não repara nos preços quem não lhe custa a ganhar ou não tem noções minimas de economia ou gestão Por isso tanta gente se endivida, e não é mais o pé rapado que o faz, mas sim a classe media alta, porque no dia a dia mostrar essa faceta de reparar nos ppreços, não fica bem. Mas devemos faze-lo, se não qual o interesse da concorrencia?Aos politicos fica muito mal não terem noçao da vida real das pessoas, mas só aparecem nos mercados de 4 em 4 anos...

Anónimo disse...

A Kati tem razão. É também um estilo, isso de se ser tão superior que nem se olha para a etiqueta! Uma espécie de arrogância sofisticada - pfff... quero lá saber quanto custa!
E olhem que há também quem considera que se é caro é bom. Ou, ao contrário, uma produto que seja mais barato não deve prestar. Isso é uma coisa que se vê cada vez mais, e me irrita cá de uma forma...!!! Vai-se completamente atrás da aparência, o tamanho da embalagem (mesmo que lá dentro só tenha metade do produto) o «bom aspecto», e até o local de venda - há supermercados nmais chics do que outros, e certa gente só compra em «lojas de conveniência» onde é tudo caríssimo, para se dar ares de que não tem tempo para nada.
GRRRR!

saltapocinhas disse...

eu não sei o preço de alguns produtos, daquelas que tenho de comprar, custe o que custar, como o leite e o arroz, e que faço questão de comprar sempre da mesma marca.
De resto, compro o mais barato e já está!
(mas não sei preços de cor!)

cereja disse...

Saltapocinhas: de cor, talvez não saibas, mas tens uma ideia, calculo eu... Eu também não sei tudo de cor, porque pelo contrário vou comparando marcas e quando vejo que vale a pena mudo. E claro que nessa altura a coisa altera-se. POr outro lado, mesmo que a gente conheça os preços eles tem «aquela mania» de subir...