quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Dia Europeu da Vitima de Crime

Diz a APAV que Metade das vítimas de violência [doméstica] não se queixa E se alguém pode fundamentar o que diz é esta ONG. Passam-lhe pelas mãos milhares de casos, e tem conhecimento muito próximo dos casos mais chocantes e graves. Portanto os números que avança merecem todo a credibilidade.
O que nos diz é que dos 7935 processos que acompanhou, apenas 2449 apresentaram uma queixa oficial. Se imaginarmos que ainda é natural que existam vários casos de pessoas maltratadas que nem chegaram à APAV, a conta é assustadora!
A maioria dos casos foi apresentada nas áreas de Lisboa e Porto. Por um lado faz sentido, porque é nestes pontos do país que existe maior concentração de habitantes, contudo não dá para concluir que a violência só existe nas cidades. Todos sabemos que mesmo nesse Portugal profundo há dezenas de casos que muitas vezes só chegam a ser detectados quando a gravidade da agressão é tal que leva ao hospital. Creio que deve ser nessa zona mais cinzenta que aparecem menos queixas porque a vergonha é grande, e a «queixa intermédia» como aquela que se faz à APAV é mais difícil.
Não será novidade nenhuma que nestes casos a violência é fundamentalmente «masculina» e dirigida também preferencialmente contra mulheres: «Em 88% dos casos a vítima era do sexo feminino enquanto quase 90% dos autores do crime do sexo masculino». Não é novidade, mas continua a existir.

8 comentários:

Anónimo disse...

Sinto-me mal a dizer aqui qualquer coisa, pois a minha condição de homem, a isso me leva, mas não posso dexar de me manifestar contra enta ignomínia, em que somos protagonistas maioritários. Quanto à não declaração das situações, a família, e o meio envolvente, são os grandes responsáveis pelo que aconteçe. Depois , o casamento, que na maioria dos casos é um contrato comercial, também impede que as sociedades se destruam, por cousa dos lucros, o que também leva a muitos silêncios.

cereja disse...

Zé, é evidente que há homens e HOMENS. Eu acredito que os que conheço e de quem sou amiga tem uma postura completamente diferente daquela de que aqui falo. Os variados visitantes que passam pelo Pópulo e muitos são homens, estou certa que se situam no lado correcto da barricada.A minha crítica não era contra «o género» mas contra a sociedade e os seus usos. Isso é que tem de levar uma volta!

Anónimo disse...

Mas que ideia, Zè Palmeiro, como respondeu a Emiéle há homens e Homens. Também sabemos que há mulheres que são umas pestes e tornam a cida negra a quem lhes passar pela frente.
Contudo o facto de estes números virem à luz é importante. Porque o mais sério, no meu ponto de vista, é que se perca o medo. O medo de reclamar, de fazer queixa, de protestar. E em muitos casos, a vergonha de o fazer, como se a vítima tivesse de se envergonhar, fosse «culpada» por algum motivo. Essa mentalidade é que tem de desaparecer.

josé palmeiro disse...

Como, em português, nos entendemos, vamos lá ver se eu me sei fazer entender.
Nada do que eu disse contraria o que a Emiéle, a Joaninha e o relatório da APAV, dizem.
Eu é que, enquanto HOMEM, não gosto que os meus semelhantes, estejam envolvidos em semelhantes selvajarias. Gostaria de em vez desse relatório, tivesse sido feito, um outro, sem tamanhas barbaridades, pois como SER HUMANO, não gosto, nem admito, ver-me, a par, de semelhantes situações. Aliás, a segunda parte do que disse, penso que demonstra o que penso, que, em tudo é semelhante às vossas preocupações. Há mesmo que mudar a SOCIEDADE e a sua maneira de estar e de pensar.

cereja disse...

Olá amigos! Acho que o que faltou ali no comentário di Zé foi a maiúscula no Homem. Esse H a menos deu como conclusão as nossa respostas. Claro que a verdade é que numa matéria destas tem de haver acordo, era o que mais faltava que não houvesse, não é?!

josé palmeiro disse...

Mas eu, não tinha dúvidas!
Só que assim, é melhor, foi entendível por todos.
Para os amigos do Pópulo deixo uma dica:
Passem por: http://br.geocities.com/portocovo05/alenversos.html/

Anónimo disse...

A violencia domestica é muito traumatizante para a familia , mas principalmente para as crianças.E o homem aqui com``h`` muito pequeniniho aproveita-se da fragilidade feminina,pois enquanto força fisica é muito diferente.É daqueles assuntos que tem de ser muito falado e nao camuflado . as vitimas têm de sentir que se pedem apoio o vão ter pois só assim ganhrão força para denunciar. Morrem muitas mulheres por este motivo e é uma grande crueldade morrer pelas mãos de um homem que amaram...

cereja disse...

Sem dúvida que sim Kati. O que é para uma criança sentir medo em lugar de sentir amor e confiança...? O que vai ser a sua vida? Se para uma mulher é um pesadelo, como dizes «morrer ás mãos do homem quue amaram» para uma criança é um terror essa vida. e é dever de cada um de nós denunciar essas situações porque o silêncio é pactuar.