quinta-feira, novembro 23, 2006

Brinquedos e acidentes

É bom e saudável que uma criança tenha brinquedos. Penso que brincar é uma necessidade tão forte que até os animais pequeninos têm, no fundo é treinar futuras competências, é aprender. E todas as crianças têm brinquedos, melhores ou piores, improvisados ou construídos de propósito para esse fim. Qualquer menino, por mais pobre e sozinho que esteja, se tiver imaginação, inventa um brinquedo com pedrinhas do chão, troncos de árvores, qualquer desperdício.
Claro que na nossa civilização a questão é a oposta. As crianças nem precisam de puxar pela imaginação porque os brinquedos chovem do céu e em grandes quantidades. Podem até receber o brinquedo e meia hora depois ele estar já estragado, mas há meninos, e até filhos de pais com muito pouco, mas que se habituam a estar sempre a receber brinquedos novos. Conheço muitos casos!
Claro que isto traz como consequência uma acumulação absurda de material. E… como qualquer mãe sabe, o problema que se segue, é a desarrumação. Não é fácil ensinar uma criança a arrumar, mas também não é impossível. Afinal o mesmo gesto que o leva a atirar tudo para o chão e a pavimentar o seu quarto com todos os brinquedos que tem, pode ser invertido e passar a ser também uma brincadeira, voltar a enfiar tudo na arca ou no saco dos brinquedos. Mal comparado, uma espécie de «basket» da arca de brinquedos…
Vem isto a propósito de a APSI vir dizer que
mais de metade dos acidentes com brinquedos são provocados pela desarrumação.
Claro que há outros factores de acidentes. Alguns dos brinquedos, muito lindos, com belas cores, não cumprem as normas básicas de segurança, e isso deve ser fiscalizado. Mas como a melhor atenção deve começar por nós, na nossa própria casa vamos lá a educar os nossos rebentinhos a cuidar das suas coisas e a arrumar aquilo com que deixaram de brincar.

Olhem que se aplica a antipática frase «é para seu bem»!


4 comentários:

Anónimo disse...

Emiéle, olha que é difícil que um puto pequeno «arrume» seja o que for! Para mim o truque é nunca lhe dar muita coisa para a mão. Como diz o outro "não-há-necessidade!". e quanto mais vê mais quer.

Anónimo disse...

Conheço uma mãe que adoptou uma acção terrorista, mas foi remédio santo! Claro que se tratava de uma criancinha já crescidota, aí uns 5 anos talvez. Ela ameaçou que se continuasse a não poder entra no quarto lhe deitava tudo fora. Um dia, arranjou um saco daqueles pretos grande, do lixo, e meteu tudo lá dentro.
Quando o filho voltou da escola não encontrou nenhuma das coisas que tinha deixado espalhadas… Quando foi à procura, a mãe mostrou-lhe o saco, explicando que tal como tinha dito iam para o lixo. O miúdo ficou branco!!!!
Durante o resto da semana só brincou com os “que tinham sobrado”, porque estavam na arca… E esses arrumava-os no fim. Quando ela viu que a lição estava aprendida “desconfiscou” os outros.

cereja disse...

Olha Gui, esse truque não parece nada mau! É tal o susto, que talvez passe a obedecer à mãe.
De qualquer modo, a ideia da Joaninha é a minha favorita porque «mata logo no ovo» a tendência para o exagero. Dar apenas um ou dois brinquedos, chega muito bem e não satura a criança.

Anónimo disse...

Este post é muito sério. Eu não tenho assim muita experiência com putos, mas faz todo o sentido. De pequenino é que se começa - a tal prevenção, não é?