terça-feira, janeiro 19, 2010

Sem solução

Li ontem que a GNR quer abandonar a Brigada de Trânsito
Se formos analisar os argumentos parece haver alguma razão.Se por um lado o que move deslocar brigadas da GNR em vez de quem fazia esse serviço é para «evitar as relações de confiança com os residentes das localidades» o que poderá acontecer, a verdade é que para os agentes que se têm de deslocar vários dias por semana de uma ponta à outra do país é uma situação no mínimo desagradável.
E o problema do trânsito é dos quais temos de acreditar que exista uma solução, mas assim à primeira vista não se descobre qual vai ser.
Não falando agora das Brigadas que vigiam as estradas e tem muito que se lhe diga, volto ao ponto delicado que é o transito e consequente estacionamento nas cidades.
Eu sei que há um Movimento contra os carros estacionados nos passeios. Se fosse atrás do que me diz o coração, seria das primeiras a assinar. Os passeios são, como o seu nome indica, para passear, portanto não é para ter lá veículos estacionados. Para isso deverá existir parques, garagens, ou zonas da rua.
Mas...
A nossa cidade foi pensada ainda para o tempo das carruagens, de onde hoje a maioria das ruas seja de sentido único porque não passam 2 carros, e os bairros de há 30 anos ou até menos não eram concebidos para aceitarem terem garagens nas suas caves. Portanto a situação do cidadão motorizado é hoje aflitiva. Onde é que estaciona?
A semana passada um amigo que vinha jantar à minha casa, ao fim de um atraso de cerca de uma hora, ligou-me por telemóvel a dizer que andava há uma hora aqui às voltas à procura de estacionamento e talvez fosse desistir!
Por outro lado, é capaz de ser uma ‘lenda urbana’ mas ouvi que a polícia tinha tido ordens para ser mais severa na questão dos estacionamentos, porque estavam aflitos com falta de verbas. E o certo, é que na minha pacata zona, já por dois domingos vejo desembarcar aqui uma carrinha azul policial, e desatarem a multar todos os carros que não estejam perfeitamente legais.
Isto numa tarde de Domingo, onde não se está a prejudicar ninguém, só pode ser porque tiveram aquela tarde livre e vieram ‘arredondar’ o mês.

Mas que solução construtiva?
Mais parques?
Silos?
Destruir os rés-do-chão das casas para fazer garagens?
Eu não consigo ver saída para esta questão.


18 comentários:

Anónimo disse...

Emiélezinha, tu continuas a deixar aqui os teus posts bem cedo (se calhar é à hora que te dá jeito) mas os comentários andam a chegar cada vez mais tarde...
A verdade é que este tema é daqueles do «a água mole a bater em pedra dura». Tem de haver uma solução, mas é bem difícil...
Todos os que te estamos a ler (talvez haja UMA excepção) todos temos um carro. Mais utilizado ou menos, mais velho ou mais recente, mas temos.
E se calhar nem 10% temos garagem... As casas agora já apresentam como vantagem a existência de garagem, mas torna logo o prédio muito mais caro.

sem-nick disse...

O anónimo era eu, sem-nick (o que é uma forma de ser anónimo...)

Anónimo disse...

Bom dia!!
Quando fui a Lisboa achei interessantíssimo: nunca tinha visto tanto carro estacionado, um atras do outro, quase colado. E olha que moro numa cidade que é um monstro. Mas o problema é justamente este. SP tem espaço. Demole-se casas para dar espaço a estacionamentos gigantescos. Paga-se caro pelo estacionamento, mas é a opção para não ter o carro multado, ou levado.

Ainda aí em Lisboa, fui a um restaurante e deixamos o carro a 4 quadras de distância. E eu, novata, me perguntava: por que não pegamos um táxi ao invés de vir de carro? Dava na mesma.

Mesmo assim, aqui também tem os seus probleminhas. Recentemente, numa feira que vou aos domingos, quando é interditada parte de uma grande avenida, os carros estacionam em ângulo de 45graus. Um certo domingo a polícia "acordou de mau humor" e passou a multar a todos! Além da correria, o protesto dos feirantes. Porque não ha onde estacionar para ir à feira. Aparentemente a coisa foi resolvida. Continua tudo igual... :))

Beijinhos.

Anónimo disse...

Nunca fui ao Brasil portanto não conheço S. Paulo que imagino enoooorme! Já tinha pensado como resolviam o problema em cidades desse tipo. Por aquilo que diz a Senhora também se vai para a construção de silos, ou parques enormes. Eu, creio que o reservar-se as caves das casas para garagens era uma opção sensata.

Mas por cá também há a mania de 'estacionar mesmo à porta'! Então à noite, é bem mais prático ir de táxi quando a distância não é gigantesca...

Joaninha disse...

Achei muita graça à Senhora que achou que a Polícia tinha acordado de mau humor nesse Domingo. Se calhar foi o que aconteceu ali no Bairro da Emiéle - se foi sempre ao Domingo à tarde...

fj disse...

Sem-nick obrigado ficamos esclarecidissimos.
Vejo razão em quase todas as visões,mas os grandes estacionamentos perifericos ligados a transportes a sério, com uns silos em áreas mais centrais , davam uma ajuda ( parece que em S.Paulo seguiram a minha sugestão, já só falta que o Serra não se esqueça de me pagar o que prometeu---de qualquer forma é um dos momentos gloriosos de meu currículo ((joaninha aprofunda um pouco mais os assuntos, o mau humor dos policias aos fins de semana deve-se a serem obrigados a serem socios do benfica para serem aceites e/ou progredirem na carreira e, ou perderam ,ou deram tal subscrição para "ajuda" aos árbitros que estão beras e têm de recuperar o investimento.As ciencias sociais são multidiciplinares e exigem atenção aos fatos ,ou factos, importantes da vida,vê a oposição do benfica e seus lacaios no parlamento ao levantamento do segredo bancário )).Destruir os andares mais baixos seria uma ideia, mas repugna-me se tiver efeitos retroativos, mas devia ser só para os novos prédios.(Rememnber Oeiras então é que...).Por outro lado sem soluções fortes e continuando a serem construidas casas sem um minimo de parqueamentos ( até julgo que existe uma determinada obrigação, mas se existe,não se cumpre--- a minha casa num suburbio miseravel de Lisboa, para 26 fogos t1 e t2 tem 13 parqueamentos onde se colocam ( e têm de se tirar )no máximo 10 carros )). Nesta zona de desprotegidos vendem-se parqueamentos por 8000 euros! São poucos, menos lá chegam e... carros na rua. Reconheço que falei muito e disse pouco mas, como dizem os intelectuais, abri pistas para aprofundarem. é modesto e esconde as lacunas de cada um, as minhas neste caso.

Miguel Carvalho disse...

Como diz bem "A senhora" não deve haver cidade na Europa inteira com tanto estacionamento na rua.

As restantes têm estacionamento subterrâneo pago, não têm na rua. Lisboa também tem, mas ninguém quer pagar por ele. Aqui sim está o problema.

Unknown disse...

o mais prático seria inventar carros, carrinhos e carrões, que pudessem encolher, para a gente meter no bolso e...levar para casa.
estou a brincar, mas à boa maneira da "Gabriela Shaff", ela queria ter um Homem muito brasa, para meter na mala e levar para...casa.
tenho de ter boa disposição, quado tudo parece unir-se para me lixar a vida, e ainda agora o ano mal começou.
também por vezes já nem os blog's nos "salvam"...
o poeta dizia: é proibido proibir.
é lindo, mas não passa de poesia...
já agora respondo a kika, se não estou errada, quando no príncipio do ano, me disse para não me chatear e ser azeda, que não resolvo nada...pois, é, pois é...
o pior é que atrás do tempo virá novo tempo, falar é bonito, mas quando as pessoas não se enxergam e só sabem chatear os outros, algo está mal.
não só em mim, mas em todos nós.
a alegria vai-se, a tristeza permanece, e perguntamo-nos porquê?
quanto ao post de hoje, mais uma pequena consideração modesta da minha parte:
apanhem os transportes públicos, autocarro, eléctrico, metro, barco e ainda...andem a pé.
faz bem á saúde e ajuda a não poluir ainda mais o meio-ambiente.
afinal, se as vias ficam ocupadas pelos veículos, onde fica o lugar para os "pedestres"?
desejo uma boa semana a todos os populianos, sem excepção.
com muita paz e passeios pedestres.
abraços mil.
silvyaprata

kika disse...

É apenas ou quase em Lisboa que se veem esses estacionamenos nos passeios.
A minha fracota opinião passaria por tansportes publicos, muitos, bons , cumpridores de horários.
Eu retiraria essa lata toda das cidades e quem não tem dinheiro não tem vicios.
O lamentável é irem fazer uma troca do trapinho ou comprar seja o que for e carrinho em cima do passeio ou segunda fila, e o resto que se dane!
Tenho carro e garagem, mas não vou á baixa com ele vou a pé ou de metro.
De carro só para sitios onde sei que vou encontrar lugar, o que acontece diáriamente, claro!
Os residentes tanto quanto sei têm autorização para estacionar!
Há muito comodismo, snobismo e pouco civismo é o que é!
O problema vem de CIMA disso não tenho duvidas,que não quer dar o exemplo, abdicando do sei bom conforto!
O novo Marquês de Pombal há-de mandar construir garagens em todos os rés-do-chão e então sim, teremos o conforto a que temos direito!

Anónimo disse...

King, praticamente todas as casas tem as garagens em frente, não necessariamente em caves. Muitos transformaram os jardins em garagens. Este é um dos motivos de SP ser uma cidade cinza. Fora isso, praticamente todos os prédios, com exceção dos mais antigos, tem garagens subterrâneas com duas ou três vagas para cada apartamento, uma vez que supoe-se que todos da familia um dia vai ter um carro. Empresas em prédios comerciais costumam ter estacionamentos gigantescos no subterraneo - direito a uma ou duas vagas e o resto paga-se a uma empresa terceirizada que administra as vagas, ou seja, é um negócio.
Nos restaurantes, sempre tem a vantagem do "manobrista" a quem você deixa a chave na mão e nem quer saber onde o indivíduo largou o seu carro - pode ser num estacionamento ou no fim do mundo. Na hora que você sai ele o entrega inteiro na sua mão - é o que vale, e você paga por isso. Já houve protestos quanto a isso, uma vez que muitas vezes eles não tem estacionamento, mas o deixam na rua, que a princípio é pública e você não precisaria pagar por isso. No fim, o pessoal prefere pagar pela comodidade e a coisa ficou.

kika disse...

Corrijo "seu bom conforto" e veja-se a imagem, poucos carros estacionados!

kika disse...

Silvya, o que te disse não era para te sentires ofendida, o Sr, fj
é que envenenou um bocadinho..
Compreeendo-te tão bem , que nem imaginas o quanto!!
Contudo reitero o que disse, que foi mais ou menos " tranformares as energias negativas em investimento útil.
Há que lutar porque viver não é tarefa fácil, acho eu!
E se te fiz sentir mal, desculpa!
Nunca é minha intenção ofender, mas reconheço que sou um pouco desbocada e hoje no comentário anterior, que acabei de reler, se fosse agora já não me expressaria assim!
Não me dou tempo para pensar, é isso !

fj disse...

Não esperava um elogio tão interessante a Lisboa.
esqueci-me de lembrar que até já houve uma PVT, policia de viação e trânsito. Dizem os arquólogos da história moderna de Portugal que foi extinta por causa exactamente por causa das proximidades excessivas já então notadas. Da BT nas estradas, se a vigilância era só a que se via,não dava grande coisa.Julgo que haveria muita em carros descaracterizados,que depois perante infrações levariam ás sanções correspondentes. Se havia não se notava excessivamente.Mas se pretendem realmente afastar os militares das tentações claro que têm de rodar com frequência. E que tal rotação tem custos, que não podem ser suportados pelos militares, ao menos nos aspetos remuneratórios, já que os outros não serão contabilizaveise parece que não é o que está a acontecer,na boa tradição portuguesa nenhum incentivo, concursos a ( médicos á periferia com quase nenhum incentivo, que até podem ,ser "baratos" ,, concursos anuais nacionais de professores sem qualquer incentivo, apesar de estes terem sido legislados...).É só mais uma injustiça a somar ás outra, o que não consola ninguem.
Silvya quase não se pode dizer nada...mas há por aí muitas mais "ilhas" assim, o que tambem não consola ninguem.

fj disse...

Kika desculpa lá mas não envenenei nada, conscientemente. Nunca o faria perante uma situação deste tipo. Qual a razão do que dizes? Exprimi-me mal? Sériamente nunca o faria.Sei como é.

josé palmeiro disse...

Não vês saída mas vês entradas, pois vejo-te a estacionar naquele silo-auto, que certamente resolveu o problema do teu bairro.
Depois deste intróito de puro gozo, vamos falar a sério.
1ª - A Brigada de Trânsito, era mais que lógico que se acabasse com ela. Estava cheia de vícios e o mal estar que causava dentro da corporação, (não há meio de acabarmos com elas1), era por demais evidente. Corrupção e toda a teia de interesses que à sua volta se movia era disso exemplo. As unidades territoriais de GNR e da PSP, quando para isso devidamente instruídas e apetrechadas, são mais que suficientes para a vigilância e regularização do trânsito.
2º - Os estacionamentos e as multas deles resultantes.
O referido, é um caos. Apesar de também o fazer, (quem o não faz?), condeno-o em absoluto e admito a passagem de multas e de apreenções de veículos quando, mal estacionados, sem uma razão plausível, que as há.
O que não fica bem. às autoridades e seus representantes, é essa azáfama de, quando interessa para as estatísticas ou para as finanças, saírem à rua e multarem, sem dó nem piedade. Educação e civismo, precizam-se, como o pão para a boca e, de todas as partes envolvidas.
Agora, deixa-me voltar ao registo inicial, mas essa desculpa do teu amigo, para chegar com uma hora de atrazo ao jantar, está muito mal contada. Não haveria um lugarzito a um quarto de hora de distância, a pé, e não a procura de um lugar, mesmo junto à tua porta? Estaria asiim a chover tanto que o impedisse de fazer?
Ele há cada uma!!!

Unknown disse...

Peço mais uma vez desculpa, de usar o blog, que me não pertence para responder a KIKA. Não precisas de me pedir desculpas,porque na verdade não me conheces, sou nova aqui no blog, e utilizo-o como toda a gente, para comunicar e ir conhecendo novas pessoas. Também não foi própriamente ofensivo o que me disseste, e eu própria tento ser óptimista, mas por vezes é difícil. Principalmente quando nos pregam partidas pela quais não esperamos em datas que são complicadas para nós...
É , digamos uma crueldade intolerável, mas vou ficar prevenida pois não voltará a acontecer.
Mas gosto muito de te ler, e do teu modo de escrever.
Como já disse anteriormente, gosto de ler o populo.
è fresco, engraçado e abana-nos as ideias.
Quanto ao Sr. FJ, já nem me lembro do que ele disse...
E folgo muito saber, que és como eu. Adepta dos transportes públicos e "andante".
bjinho para ti.
Emiele, muito obrigada pelo seu blog
silvyaprata

cereja disse...

Olá! Não esperava tanta animação com um tema tão irritante.
É claro que tem de haver alguma solução - primeiro as casas passarem a ter garagens sem ser com um custo proibitivo. Depois construírem mais parques subterrâneos mas com um custo acessível, ou é mais caro ter o carro parado do que a andar, e finalmente construírem uns silos, também acessíveis e se possível sem serem feios...
Kika, repara que tu vais à Baixa e dás as tus voltas mas deixas o carro na garagem. Aqui a questão, é que eu também ando de transporte público, mas.... deixo o carro na rua.
Zé Palmeiro, no caso que contei, esse meu amigo não queria deixar o carro «à porta de casa», quase o deixou noutro bairro!!! Mas há horas onde de facto não há mesmo nem um centímetro. A gente gasta mais dinheiro em gasolina à procura de sítio do que a andar... Começo a preferir realmente os táxis! (e isto, porque deixa de haver autocarros muito cedo e, mesmo o metro, não apanha o fim dos cinemas)

fj disse...

kika por favor esclarece-me sobre o veneno. A situação que julgo que silvya atravessa nunca me levaria a qualquer veneno. Como ela,felizmente, não me lembro, infelizmente. è um apelo.