Mudanças
A personalidade de cada um de nós é, como sabemos, única e felizmente diferente.
Não direi que somos todos tão diferentes como as nossas impressões digitais, mas decerto que somos (felizmente) :) bem diferentes uns dos outros.
Por exemplo, há quem deteste mudanças e quem as adore. Tenho uma prima que não consegue estar muito tempo em casa, só se sente feliz a viajar ou pelo menos na rua, e uma amiga que nem entende como é que eu goste de viajar, para ela é um sacrifício e nunca se afasta muito de casa… Eu sei que estes exemplos reais são extremos, mas são verdadeiros ! Há pessoas para quem a mudança as perturba porque é o desconhecido e ficam inseguras e, no oposto, quem fique sufocado quando o mundo à sua volta parece parado.
Mas o certo é que nem sempre se pode mudar de facto. Não estou a pensar em atitudes, é claro, essas podemos mudar mas em mudanças ‘materiais’. Muitos de nós, de vez em quando, ficamos fartos da nossa casa mas mudar de casa é difícil. Então, pegamos nos móveis e damos-lhes outra disposição! Ena! Afinal a sala parece maior, fica com mais luz, mais confortável, parece “outra”. Mudámos.
Já contei várias vezes aqui que o prédio em que vivo está a ser pintado. O senhorio decidiu pintá-lo de outra cor e agora quando chego à minha rua e olho para lá parece que mudei de casa e para uma mais nova. Viva!!!
Neste momento de campanha eleitoral, a tecla da mudança é batida por quase todos os concorrentes (embora nalguns casos se bata antes na tecla da estabilidade ) e claro com ideia de que se vai mudar para melhor…
Só que, cá dentro de mim, sinto bastante que a oscilação entre os grandes ‘do centro’ é como aqui no meu prédio: muda a pintura mas por baixo fica igual. O penta-partidarismo, como o Rui Tavares falou ontem na sua coluna do Público que existe na Alemanha e afinal não é muito diferente do nosso, ainda faz confusão a muita gente. Estaremos realmente condenados a esta fatalidade de um movimento pendular?
Não conseguiremos uma mudança maior do que a cor da pintura?
Não direi que somos todos tão diferentes como as nossas impressões digitais, mas decerto que somos (felizmente) :) bem diferentes uns dos outros.
Por exemplo, há quem deteste mudanças e quem as adore. Tenho uma prima que não consegue estar muito tempo em casa, só se sente feliz a viajar ou pelo menos na rua, e uma amiga que nem entende como é que eu goste de viajar, para ela é um sacrifício e nunca se afasta muito de casa… Eu sei que estes exemplos reais são extremos, mas são verdadeiros ! Há pessoas para quem a mudança as perturba porque é o desconhecido e ficam inseguras e, no oposto, quem fique sufocado quando o mundo à sua volta parece parado.
Mas o certo é que nem sempre se pode mudar de facto. Não estou a pensar em atitudes, é claro, essas podemos mudar mas em mudanças ‘materiais’. Muitos de nós, de vez em quando, ficamos fartos da nossa casa mas mudar de casa é difícil. Então, pegamos nos móveis e damos-lhes outra disposição! Ena! Afinal a sala parece maior, fica com mais luz, mais confortável, parece “outra”. Mudámos.
Já contei várias vezes aqui que o prédio em que vivo está a ser pintado. O senhorio decidiu pintá-lo de outra cor e agora quando chego à minha rua e olho para lá parece que mudei de casa e para uma mais nova. Viva!!!
Neste momento de campanha eleitoral, a tecla da mudança é batida por quase todos os concorrentes (embora nalguns casos se bata antes na tecla da estabilidade ) e claro com ideia de que se vai mudar para melhor…
Só que, cá dentro de mim, sinto bastante que a oscilação entre os grandes ‘do centro’ é como aqui no meu prédio: muda a pintura mas por baixo fica igual. O penta-partidarismo, como o Rui Tavares falou ontem na sua coluna do Público que existe na Alemanha e afinal não é muito diferente do nosso, ainda faz confusão a muita gente. Estaremos realmente condenados a esta fatalidade de um movimento pendular?
Não conseguiremos uma mudança maior do que a cor da pintura?
24 comentários:
É caso para se dizer que são apenas «troca-tintas»..
:)
É complicado Emiéle.
Tanto é errado o horror da mudança, como o outro extremo de que se tem de mudar a todo o custo.
.... e afinal para ficar tudo na mesma!
Ou seja, este teu post vai ligar-se ao do «voto útil» do outro dia, não é?
Foi a minha leitura.
Mas tens visto aqui pela blogosfera (e não falo dos blogs partidários tipo jugular) que muitos (a maioria?...) não pensa como tu.
A ilustração de hoje parecia do ´Querido mudei a casa´.
Mas não muda nada, porque a campanha foi má, péssima aliás, e uma pessoa tão contestada nestes 4 anos , por tão e variadas sensibilidades , incluindo do proprio partido, vai continuar no poder com arrogancia reforçada.Desejo-lhe boa sorte para bem de todos nós!
Viram que o Paulo Portas já fala de MAIORIA SILENCIOSA??????????????
Leiam que o gajo que critica demagogicamente as questões de insegurança, rmn, desemprego, tudo o que pode afectar a classe média -se ainda a há - por um lado já foi perguntado se gostaria de ser o próximo ministro da Agricultura. A resposta foi evasiva. Questionado no início da semana sobre se gostaria de liderar o Ministério da Administração Interna... a resposta foi evasiva mas depois diz que responde na segunda.
Pensa que pode ser primeiro-ministro? Ou está à espera de ver que pasta lhe oferecem e não se quer comprometer?
O chocante Kika é que de qualquer modo não mudaria nada, na minha opinião, mesmo que o governo mudasse - e talvez mude nada está decidido.
E ganhe quem ganhar o que incomoda é que não o vai ser por competência deles (os que ganharem) mas por incompetência dos outros (os que perderem)
Para os mais novos:
Isto foi a Maioria Silenciosa
O Paulinho sabe bem do que fala.
Passei por aqui de fugida mas queria deixar um sorriso à Kika :)
É que nem tu sabes que ainda andei à procura de uma imagem do «Querido, mudei a casa!»
A sério!
Ou seja, apanhaste muito bem aquilo que eu queria. Eu queria exactamente chamar a atenção para que podemos 'mudar' toda a aparência mas a base é muito semelhante. Por isso chamei a atenção para o artigo do Rui Tavares que aliás também se pode ler no seu blog: aqui
Mudar para ficar tudo na mesma?...
Ou é a velha imagem das moscas? :)
(saí anónimo mas tenho aqui o nick de raphael)
:)
Ora então parabéns!!!
Casa pintadinha de fresco, heim?...
E achas que é o que se vai passar no Domingo? Eles pintadinhos de fresco? Quaisquer «eles» para mim tanto dá, o PS com D ou o PSD sem ele, são tal e qual o Dupont e Dupond que só mudam a letra final.
(quando falo em PS falo em Sócrates, claro; no 'outro' ps até conheço tipos decentes)
Notavel a Primeira frase do primeiro parágrafo, então para uma psocóloga reputada e experiente. E tem razão, as personalidades ão são todas iguais.Boa!
Eu cá, profundo reformista na sociedade, capaz por isso de muita luta e esforço, sou um tremendo conservador em casa ( a não ser que me mudem a casa, ocasião em que pelo menos posso dizer mal, e ainda por cima quando não mexi uma palha, criticar para caraças ! Horror, mudaste a casa!( não é bem verdade, quando a minha família, pelo esforço de gerações sucessivas ,ascendeu á média burguesia,mudei de casa de uma pequenita para outra de acordo com o novo estatuto, que bom levantar-me numa casa e jantar noutra arranjadinha e com tudo no seu lugar ! idem aliás se passou no oriente, e, ainda por cima, com abençoada "ordem" de estar quietinho e deixar trabalhar os outros ! assim sim!Kika não gosto de uma nem de outro, mas não posso deixar de pensar que sem ps, este ou outro, não haveria rsi ( não me importa se 10 embarretam, basta-me que 10 PESSOAS possam sobreviver),subsídio social de desemprego, complemento de velhice e outros. Claro que têm muito de mal em comum, mas iguais , iguais não são, sem esquecer be, pc e pp-cds que sugerem algo de novo.
E nas discussões, que houve, nos gatos e noutros sítios até achei que existiu alguma explicação ( p.ex. só consegui perceber a posição do Louçã sobre os ppr noutra conferência que houve e a que resolvi ir.Deixar tudo na mesma é que só pode levar a que...fique tudo na mesma, mesma essa de que tambem não gostas, mas,que se calhar vais ajudar a manter.
Bem vista essa do 28 de setembro mas, julgo desta vez as condições são tão diferentes, não há perigo do comunismo, as "maiorias" até já falam, poucos defenderiam ...? o quê? Bem visto tambem joaninha-
Sobretudo não esqueçam, cada um tem a sua pr´pria personalidade!
Fj, vieste meter-te comigo, mas eu tenho troco.
:)
É que eu disse «como sabemos» mas olha que há quem não saiba. Só por se achar que as pessoas se podem 'meter em sacos' é que afinal se generaliza. E isso é pecha de muita gente, se calhar até tua ou minha. Por isso dizemos «os portugueses são assim» ou «os comunistas são assado» ou «os polícias são frito». Quando generalizamos estamos afinal a considerar que ... são iguais.
Por outro lado exactamente a psicologia é que em tempos inventou as tais categorias de personalidade que se podiam arrumar segundo uns testes psicológicos. Está ultrapassado, é claro, mas existiu. (enf, enfp, entj, entp, esfj, estp, estj, infj, infp, mbti, etc, etc....) Ou seja, apesar de dentro de cada categoria haver as tais “impressões digitais” que nos tornam em certa medida únicos, existem pessoas com feitios extremamente parecidos. Todos sabemos isso!
Claro que dou a mão à palmatória em que a minha frase era excessivamente indefinida mas, bolas! Isto é um blog, né?....
Pronto, já está respondido.
Achei bem as referências ao Paulinho das feiras, porque ele é de facto o campeão da demagogia. E toca pontos a que as pessoas são sensíveis. Essa questão do RSI é dos que justificava que se investisse bastante de modo a fazer que o espírito com que ele foi criado fosse de facto aplicado. Há demasiados exemplos da perversão do seu uso, que faz com que muita gente desconfie. Para além da generosidade com que ele foi concebido.
:)
Eheheheh!!!
Adorei (não gosto de dizer 'adorei' mas não sei como dizer de um modo menos amaricado) o diálogo fj - emiéle!
Livra, as iniciais que ela ali deixou correspondem a quê? Entendo que sejam 'tipos de personalidades', será?
O fj tem razão numa coisa, se um apoio pode ajudar alguém a sobreviver, mesmo que haja quem se aproveite, é sempre importante ele ter sido criado.
O ser bem ou mal atribuído é outra coisa. Falta é fiscalização. Parece que os fiscais foram todos para a ASAE, seria interessante pô-los a inspeccionar os utentes do RSI e talvez os parasitas começassem a desaparecer.
Pronto, todos esclarecidos, a nivel deste blog, pelo menos, cada um tem a sua personalidade pópria. Cientifico e bem visto.e muito atual
Tambem acho o Rtavares muito curioso, pena se se for embora com aquela mania pós modernista dos bloquistas de andarem a rodar os deputados( está a gente a tentar esmiuçar a ana drago e no dia seguinte está lá um gajo qualquer!).
Kika lê King se tiveres pachorra, ele diz exatamente o que penso, e que proporciona a teoria da gota de àgua.
Este «forum» ou lá como hei-de chamar a este blog, é do melhor!!!
(estou aqui a pensar que para a "Senhora", ou alguém que não viva aqui a coisa pode ser um tanto desinteressante, mas para nós é bem estimulante)
.....
Também achei muita graça à troca de comentários entre o fj e a emiéle! Até porque evidentemente que dá para perceber que eles se conhecem na vida real, e não apenas na virtual como nós.
Por outro lado - ia dizer adorei mas o king acha amaricado - gostei também imenso da referência à vida e casa do fj quando «quando a (minha) família dele, pelo esforço de gerações sucessivas, ascendeu à média-burguesia»
lolol!!!
Fabulosa, essa descrição! Assim como também foi giríssima a confissão de que a não ser que me mudem a casa, ocasião em que pelo menos posso dizer mal, e ainda por cima quando não mexi uma palha.
BOA!!!
É que ele reconhece, mas é um dos poucos que o faz. O resto da malta, diz «eu???? farto-me de ajudar»
Se percebi, pego nos teus dois últimos parágrafos (como ajuda) e em mente, o artigo do Rui Tavares, para num curto exercício dizer, modestamente, o que penso:
“ (…) cá dentro de mim, sinto bastante que a oscilação entre os grandes ‘do centro’ é como aqui no meu prédio: muda a pintura mas por baixo fica igual. O penta-partidarismo, como o Rui Tavares falou ontem na sua coluna do Público que existe na Alemanha e afinal não é muito diferente do nosso, ainda faz confusão a muita gente. Estaremos realmente condenados a esta fatalidade de um movimento pendular?" – então, Emiéle, tal como para mim não é, pareceu-me que também não seria para ti, um bicho de 7 cabeças - o penta-partidarismo – partindo do princípio que os resultados de domingo tendem para aí. Num regime parlamentar, como o nosso, por definição - um acto eleitoral - terá como objectivo, encontrar-se os 230 deputados (todos de carácter diferente) que irão ter assento na Assembleia da república nestas eleições, como em outras, alguns serão coincidentes mas muitos não, até pelos resultados esperados – muito propícios, digo eu à “mudança” da maneira que a interpreto. Está previsto e não me custa a crer, mais coisa menos coisa, uma grande subida do BE e até do PP, portanto, quisessem eles dialogar, no sentido do bem de todos, sem grandes partidarizes/clubismos, a meu ver, talvez fosse possível. Um grande senão à viabilização da “mudança” - o presumível 1ºministro e o actual PR – grandes mudanças nas suas personalidades teriam de haver, aqui sim um caso muito complicado;))
Exactamente, Maria. Não só não tenho medo desse «penta-partidarismo» (como parece que é o que se está a esboçar na Alemanha com eleições também no Domingo, como nós) como até me parece mais natural. o que não é natural é num país toda a gente pensar como A ou como B. E se o Parlamento é para representar o que pensa toda a gente e as opiniões de todos, é natural que haja várias tendências.
Vamos ver.
O que acho é que os políticos têm de aprender a negociar e a ceder.
O que me parece é que não deve haver voto útil, até nem consta no espectro do boletim !!
Pois fj essa do PS ser o dono do humanismo, incomoda-me.
Há uma transformação social em ricos e pobres e eu gosto duma classe média, da qual posso estarem vias de sair e não é para cima é para baixo...
Mas ok, segundo as previsões meteriológicas para Domingo, são muito boas, e uma despedida á praia, é uma óptima opção, para mim claro. Somos todos diferentes e é bom poder mostrar essa diferença!
Huuuummmm....
Oh, Kika, olha que eu acho que não era isso que o fj queria dizer :)
Por aquilo que aqui tem dito, até acho que o voto dele não é PS, nem agora nem da outra vez.
O tal «voto útil» não vem lá, mas muita gente apela para ele, é afinal o dito «voto contra»... O que aqui disse a Joaninha e por mim disse muito bem «ganhe quem ganhar o que incomoda é que não o vai ser por competência deles (os que ganharem) mas por incompetência dos outros (os que perderem)»
Isso é que incomoda um tanto.
Obrigado emiele, queria dizer isso mesmo a Kika. Nunca achei que o ps fosse dono de qualquer medida social, queria era dizer que não me preocupa que existam 500 borlistas no rsi, desde que permita a 5000 viver.Nada tenho contra a classe média,à qual bem gostaria de voltar 8 ( o esforço de uma única geraação deu cabo dos esforços anteriores, voltei à muito pequena burguesia ). Kikas sê tu próprio, não te deixes cegar pelo que lês e ouves, vê por ti o que se ai passando.E o que se podia não ter passado, vê sempre as vidas das pessoas humanas que estão em jogo.
Mary isto é pura demagogia. Limito-me a reconhecer os es forços dos outros( e das outras como diria o Louçã ) mas na pr´ticazinha estou como todos os outros.Na realidade não passo de um "revolucionàrio" maxista ( eu sei que è com ch, mas...percebes, não é?). Concordo muito com Maria mas, sabes,ainda estou em transição para a geometrização da políca. Tinha conseguido perceber, sabe deus comque custo, o losangulo do futebol, e aparece o tal Tavares com nova e complexa figura ( verdade como conseguem vocès ouvir o gajo no Publico? eu leio-o. mas ouvir nunca lá cheguei). Mas serão 5 ou3 ,talvez 4 quanto muito A verificar...
Ainda passo por aqui para apanhar o repto do fj (que aliás no resto do comentário não dá azo a reparos, pelo contrário!)
Olha lá, eu escrevi de facto «como o Rui Tavares falou ontem na sua coluna do Público» mas o verbo falar segundo o dicionário é 'Exprimir-se em; Declarar; dizer' Por isso há o poema «Fala do Velho do Restelo...» etc.
De resto tiveste muita graça quando voltando ao «esforço de gerações sucessivas» que permite mudar de classe, vens contar que para baixar de classe não é necessário nenhum grande esforço e se faz numa única geração. Oh, se é!
Vão-me desculpar, sobre este assunto ando em reflexão, ou melhor a fazer as malas. Domingo vou exercer os meus direitos/deveres e depois rumo ao Algarve, onde permanecerei dois meses, espero já com a casa mudada, isto nos dois sentidos o literal e o político, se bem que este último não vá representar qualquer mudança significativa.
Por fim, apesar da minha já provecta idade ainda gosto muito de penar pela minha cabeça e penso que o que acontecer,será necessáriamente diferente do que está, se bem que se não vá notar muito. Vamos apostar? Não li e não tenho, ultimamente ouvido o Rui Tavares, e tenho pena.
Fj eu não ouvi o Rui Tavares eu li-o e transcrevi um trecho do post da Emiéle. Gostaria imenso de manter um diálogo contigo mas não estou à tua altura nesse ponto e provavelmente em muitos outros mas gosto de te ouvir, desculpe, de te ler:))
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