segunda-feira, setembro 14, 2009

Exemplo a seguir

Se há coisa que nós produzamos em abundância, é lixo.
Lixo, daquele mesmo «material», não estou a pensar noutros lixos que também se produz muito (e quando se aproximam momentos eleitorais então é um fartote...) desta vez refiro-me àquele que se deve deitar no caixote ou no contentor e muita gente atira também para o meio da rua.
É um desgosto olhar para as nossas ruas, sobretudo alguns bairros ou algumas zonas. Lembro-me de que uma vez fiz aqui um inventário das coisas que encontrei espalhadas no chão, no espaço de um quarteirão, em redor da minha casa e a variedade e abundância era enorme, daria para encher vários caixotes!... E mesmo quem, civicamente, o deita em caixotes ou ecopontos depois de separado, produz muito lixo. Sei-o bem por mim!
Ora este fim-de-semana li uma reportagem onde se explicava que na Dinamarca aproveitam o lixo para o transformar em energia
Dizem que são queimadas por hora 35 toneladas de lixo, obtendo assim energia «que permite abastecer 80 mil casas».
Fico a pensar que bom seria uma estação dessas aqui em Lisboa.
Só vantagens se pensarmos na imagem da pescadinha de rabo na boca – a cidade muito mais limpa, e talvez com essa fonte de energia se pudessem usar aqueles belos aspiradores de rua que já tenho visto por aí mas em número muuuuito reduzido.

E depois, acredito que numa terra limpinha já os munícipes passariam a ter alguma vergonha de a sujar.

(Um pormenor interessante desta reportagem é o que nos conta que os «monitores que controlam os processos de incineração, reciclagem e lavagem dos resíduos ficam sentados nas suas cadeiras, durante oito horas seguidas» o que parece uma violência - será mesmo assim? – mas depois têm ao lado uma uma cadeira de massagens; "Como passam tanto tempo sentados, temos o cuidado de colocar uma cadeira de massagens para que possam relaxar após os turnos".
Beeem....
)



22 comentários:

cereja disse...

Neste momento é «segunda-feira de manhã(zinha)», o momento da semana onde tenho menos capacidade para escrever duas coisas seguidas com tino. E o post que está aqui acima, e de que isto vai entrar como comentário, já estava escrito desde ontem.
Esta 'introdução' é para justificar que ontem me deitei mais tarde a ver o filme que a RTP2 transmitiu ANTHERO - O PALÁCIO DA VENTURA e, se fiquei impressionada, não tive coragem para escrever nada ontem, àquela hora estava muito cansada, nem hoje porque não o posso fazer à pressa.
Ficará para amanhã, mas deixo já um abração ao José Palmeiro e a todos os que 'construíram' aquele filme.

kika disse...

Vou já aqui e agora agradecer ao ao Zé Palmeiro, pela insistencia no visionamento do filme ANTHERO.
Dar os parabens á Maria e dizer que ninguem merece tomates, pelo contrário merecem aplausos pela boa interpretação.
A sensibilidade o sofrimento e a loucura , parecem andar sempre de mãos dadas.
Valeu a pena.
Estamos a anos luz dos países nÓrdicos,mas a lixeira das nossas ruas apenas se vê em Lisboa e Porto, supostamente cidades mais civilizadas.
Ruas bem limpinhas por aqui, só vi no Euro 2004 e um bocadinho mais limpinhas em vésperas de eleições autárquicas. A limpeza
surtiu algum efeito nos municipes,
mas por pouco tempo ..
Já o emprego dos monitores de oito horas seguidas a trabalhar, mesmo com direito a massagens ... não teria
candidatos á porta, apesar da crise... julgo eu.

Anónimo disse...

(se deixas para depois o falar no filme, guardo-me para isso)

A Kika tem razão. As grandes lixeiras nas ruas são nas grandes cidades. No Alentejo sabemos que há tradição de as casas e ruas serem limpíssimas e para o norte, mesmo que se veja menos branco, o chão das ruas não é esta lixeira que se nota nos bairros de Lisboa e sua periferia.
A ideia de aproveitar o lixo para controlar o próprio lixo era excelente!

mary disse...

Fui ler a notícia, ou reportagem ou lá como se chama. É outro mundo. Não por aquilo que citas, o aproveitamento do lixo urbano para o transformar em energia, mas no cuidado com que tudo é feito, como aqui se descreve. O não deixar nada ao acaso, o desconhecer-se o improviso.
É outro mundo!

De resto Lisboa anda imunda mas temos de dizer que a culpa é dos Lisboetas! A Câmara tinha de andar com um varredor atrás de cada um de nós. De restos de comida, a embalagens, papeis, cocó de cão, a gente nem sabe onde por o pé!

Joaninha disse...

Lembro-me muito bem dessa tua listinha (listinha é modo de falar!) porque até scanarizaste a folha do bloco e deixaste aqui no blog. Tiveste a pachorra de anotar o que tinhas visto no chão em redor da tia casa.
Repete, please, que já não encontro isso aqui no blog (ou seria no antigo? eu acompanho-te desde sempre!)

Mas olha que o «outro lixo» também era bom que se pudesse transformar. Eu já não posso com tanta parvoíce!

fj disse...

Lembro-me bem desse teu post sobre o lixo que tinhas visto no chão da tua rua!

Onde é que pára isso?... Escreves demais, é o que é! Depois a gente não encontra as coisas.
Mas somos uns grandes «fazedores de lixo», la isso...

estrela-do-mar disse...

A pescadinha-de-rabo-na-boca é uma boa imagem!
um circulo vicioso mas construtivo!!!
:)

josé palmeiro disse...

Começando pelo lixo, direi que apesar de me lembrar do caso dos lixos e das reciclagens, ( eu até fiz um comentário, sobre o assunto), nunca é demais escrever sobre o assunto e lembrar, relembrando, que a reciclagem, mesmo que fique mais cara, o que não acredito, é o caminho certo/verde(?).
Quanto ao ANTHERO, deixa-me referir a KIKA e o KING que, para além de ti, já se referiram a ele. Agradeço as vossas palavras e o incentivo que isso representa, especialmente para a "Maria", que, para além do imenso trabalho de bastidores e caseiros, ela que é o pilar essencial de tudo, ainda teve tempo e paciência para nos brindar com um leque de interpretações que nos coonfortam a alma. Um grande beijo para "ela". Quanto a mim, só posso agradecer em nome "deles", os verdadeiros criadores, eu fiz o que me pareceu certo, dar os empurrões que podia dar. Obrigado!

Anónimo disse...

Sim, Emiéle, é um óptimo "exemplo a seguir" e, para já, antes que seja tarde...
Hoje li um "destaque", num "blog" vizinho sobre esta notícia -“NAVIOS JÁ PASSAM O ÁRCTICO - As alterações climáticas permitiram a dois navios alemães ligar a Ásia à Europa através do Oceano Árctico, uma rota que poupa sete mil quilómetros à viagem tradicional com passagem pelo canal do Suez”-
o aquecimento global está-se a fazer sentir mais cedo do que se previa(?)...
Agradeço à Emiéle por ter recebido bem o uso que fiz do seu "espaço" e ter visto o filme "Antero" Kika e King são uns queridos. A ti Zé, obrigada pelo teu apreço e pelo empenho dedicado à divulgação do filme - eu também me esforcei e até de uma forma, um tanto ao quanto, atrevida, - eu tinha avisado que iria revelar a minha identidade:))

cereja disse...

E fizeste muito bem, Maria!
Como eu disse logo, hoje não dava para escrever nada, mas gostei muito.
.........
Estas coisas do clima, receio que se «acorde» tarde. Mas a notícia achei interessante, afinal é uma questão de perspectiva. Aproveitar-se o que não é aproveitável... :)

Anónimo disse...

Lixo? Bom, nem posso comentar muito a respeito disso. É o que mais tem por aqui.Mas concordo que reciclar é a melhor alternativa.
Mas a cadeira de massagem... caramba... essa foi absurdamente tentadora... :)

Quanto ao filme que vocês viram e eu não... Poxa! Vocês viram e eu não! Para o José Palmeiro e a Maria, os meus parabéns pela realização, mas... eu detesto morrer de curiosidade... ;)

beijocas. :)

fj disse...

Ainda cá voltei, e há algo que me parece diferente do que eu entendi - o que se trata naquela reportagem não é de 'reciclagem', afinal isso faz-se por cá bem ou mal, por isso há os tais ecopontos por aí espalhados. Na reciclagem, transforma-se aquela matéria noutra parecida: os vidros voltam a ser vidro... reciclado, o papel volta a ser papel... reciclado. Na Dinamarca eles estão a transformar o lixo, o lixo normal, em ENERGIA.
Isso é que me parece revolucionário, e diferente do que se faz nos outros sítios.

fj disse...

Voltei a ler para ver se estava certo, e o que lá diz é que «queima 35 toneladas de resíduos», e eu interpreto que resíduos é o lixo dos nossos caixotes.
Nos outros casos dir-se-ia papel, ou vidro, ou embalagens...
Mas posso estar enganado.

Anónimo disse...

Senhora eu vou "matar", só um bocadinho, a sua curiosidade:))
Eu paricipei como actriz e assinei a direcção de arte (como se diz no Brasil)no telefilme "Anthero..." como já foi noticiado aqui.O Zé é pai do co-argumentista - André Palmeiro e cunhado do realizador açoriano José Medeiros. O filme é baseado na vida e obra do nosso filósofo e poeta (açoriano) - Antero de Quental- 18/04/1842 e morre (suicida-se - 11/09/1891
Pode ser que seja editado em dvd e assim poderá ver:))

Anónimo disse...

Zorro estás certíssimo, eu também percebi assim e foi isso que a Emiéle chamou à atenção no "post" aqui "(...)Ora este fim-de-semana li uma reportagem onde se explicava que na Dinamarca aproveitam o lixo para o transformar em energia
Dizem que são queimadas por hora 35 toneladas de lixo, obtendo assim energia «que permite abastecer 80 mil casas».
Fico a pensar que bom seria uma estação dessas aqui em Lisboa(...)"

estrela-do-mar disse...

Venho tarde mas ainda abri os comentários só para chamar a atenção para a invenção das linhas da estrada terminarem em ficha eléctrica!
Só a Emiéle para desencantar estas imagens!!!!!!
:)

kika disse...

E já agora se não for pedir muito, uma coisa dessas aqui para o Norte,é que lá estão vocês sempre a centralizar...
E´que o Porto tb produz muitas toneladas de residuos, embora agora já tenhamos duas auto-estradas, e podemos enviar o lixo todo para aí.EHEHHE!!
É urgente a regionalização, será?
Isto foi só uma brincadeira.. e continuemos a sonhar, é saudável.

Anónimo disse...

Kika, já agora, nos Açores - nas 9 ilhas:))
Por cá - talvez, haja menos lixo - não seria "rentável":))

cereja disse...

Onde vocês já vão!!!!
Pelo que li, lá na Dinamarca a coisa passa-se em Copenhaga, não está assim tão distribuída, tão descentralizada... :)
Mas imagino que lá para os Açores a coisa seja mais pacífica, aliás como a Kika lembrou, afinal as grandes cidades é que andam mais sujas, as terras pequeninas são bem mais limpinhas...
O que neste caso até parece que vêm a ter menos energia, eheheheh!!!

Anónimo disse...

Maria, eu tive um professor que chamava-se Antero, exatamente por causa desse filósofo. Ele tinha o maior orgulho disso! :))
E vou esperar o DVD. ;)

Essa história de lixo transformado em energia faz-me lembrar aqueles filmes de ficção, quando se coloca lixo dentro do carro como combustível.

Aqui em SP tem uma usina de transformação de lixo em gás metano - é a coisa mais fedida!

Miguel disse...

Emiele,

Peço desculpa que não li os outros comentários porque a bateria está a acabar.

Quando eu era (mais) jovem, há uns 25 anos atrás, lol, e andava no liceu, lembro-me de termos feito uma visita de estudo algures e falar-se em biogás como sendo uma fonte de energia alternativa interessante para o futuro. Pois é! Há 25 anos atrás! E Kyoto?!

Eu sou um descrente nato. Penso que quem efectivamente manda vai alterando as coisas a seu bel-prazer, tipo dar algumas migalhas aos ecologistas e a essa malta toda. Enfim... O mundo só terá futuro com uma revolução a sério. Enquanto meia dúzia de tipos mandarem, de forma global, não há hipótese. Vão aparecendo uns anárquicos dinamarqueses e outros que tais e mais nada.

cereja disse...

Miguel, gosto imenso de ter ver de novo por cá, mesmo com a bateria a acabar...
Ou antes, sobretudo com a bateria a acabar, que é prova de que te esforçaste muito para deixar o comentário.
Entendo que estejas céptico. sabes, eu mesma também tenho muitas dúvidas :)
Mas isto é uma rubrica que eu tenho o capricho de manter, chamada «Boas Notícias» para se acreditar que alguma coisa pode mudar para melhor.
Mesmo que seja só por aqui, na nossa imaginação...