A «prata da casa» ou «a galinha da minha vizinha»
Chego à janela porque ouvi umas altas risadas de gente muito bem disposta e vejo passar um grupo numa conversa que não entendi porque é em alemão. Há poucos minutos tinha passado uma família espanhola. E ainda antes de me afastar desta janela dá para assistir às dificuldades em arrumar um carro num espaço pequeno de um automóvel com matrícula inglesa.
Estas são as cenas habituais no mês de férias na aldeia onde eu passo as minhas todos os anos. Se durante o resto do ano vão passando por aqui turistas, nesta altura isto parece sempre uma Torre de Babel, uma manta de retalhos de gente de muitos países da Europa. É divertido, colorido, animado.
E fico a pensar como isto é curioso e como a prata da casa parece menos brilhante do que a da casa alheia.
Esta gente, vem lá das suas terras, gasta uma pipa de massa em transportes, e depois toda contente vem aqui alugar por 15 dias ou até menos uma casinha igual à minha - e, pelo que sei, alugar bem cara!
E eu, quando vos contei no post do início do mês que vinha descansar, expliquei num tom meio resignado que ia ter de ficar por aqui, porque as finanças desta vez não davam para mais…
Afinal o AQUI é onde estes senhores, de países onde o salário mínimo é bem melhor que o nosso, vêm passar as férias deles.
E então faço um jogo.
Fecho os olhos e imagino que sou alemã, belga, suíça, holandesa.
Vou gozar as minhas férias.
Onde?…
Olha que sorte! À minha casa!!!!
Estas são as cenas habituais no mês de férias na aldeia onde eu passo as minhas todos os anos. Se durante o resto do ano vão passando por aqui turistas, nesta altura isto parece sempre uma Torre de Babel, uma manta de retalhos de gente de muitos países da Europa. É divertido, colorido, animado.
E fico a pensar como isto é curioso e como a prata da casa parece menos brilhante do que a da casa alheia.
Esta gente, vem lá das suas terras, gasta uma pipa de massa em transportes, e depois toda contente vem aqui alugar por 15 dias ou até menos uma casinha igual à minha - e, pelo que sei, alugar bem cara!
E eu, quando vos contei no post do início do mês que vinha descansar, expliquei num tom meio resignado que ia ter de ficar por aqui, porque as finanças desta vez não davam para mais…
Afinal o AQUI é onde estes senhores, de países onde o salário mínimo é bem melhor que o nosso, vêm passar as férias deles.
E então faço um jogo.
Fecho os olhos e imagino que sou alemã, belga, suíça, holandesa.
Vou gozar as minhas férias.
Onde?…
Olha que sorte! À minha casa!!!!
(mesmo quando a erva do meu lado é mais viçosa...)
21 comentários:
Afinal pelo que contas,não é assim um refugio tão teu, o que até torna mais divertido pela diversidade de pessoas que te passam por aí e de diferentes nacionalidades...
Distrai o olho!
Se tivesses aquele burrinho para dar uns passeios ainda era melhor!!!
Afinal usufruis de algo que outros pagam bem caro.Pois é , só que eles mudaram de ambiente .
Goza as tuas férias mas não feches os olhos, não resulta, porque se resultasse eu fechava os olhos e já estava nas Maldivas.. lá para o inverno, claro.
Continua bem Emiéle e tira o melhor, que deve ser o descanso e paz, longe da Capital....
9H30, cá está a marca.
Desta vez alinhavas uma trama bastante interessante. Digo interessante porque, acho que é uma ideia que prepassa por todos nós, esses que temos a felicidade de ter um "cantinho de abrigo", de o alugar, para rentabilizar, dizemos nós, só que depois quando se chega o tempo, queremo-lo para nós, temos pena das coisas que comprámos para a sua decoração e alugá-lo a terceiros, teria que passar por um escurtínio muito forte. Ainda anteontem, o meu filho me dizia que talvez alugasse a sua casita nos meses que não está cá mas, pos-se logo esse problema. è que nós sabemos quanto nos custou, em dinheiro e em empenho o ter uma coisinha a nosso gosto, demesiado para alugar a uns fulanos quaisquer, que iriam deixar as coisas, sabe-se lá como. Já pensámos fazer o mesmo na do Algarve, mas não tivemos coragem. Nós não temos as coisas para negócio, temos porque investimos todo o nosso "amor" ou "querer", nessas coisas, que nos irão proporcionar uns momentos de felicidade ou, pelo menos diferentes.
Mas o colorido que invocas é uma realidade e o problema é que eles têm o dinheiro para gastar ao invés doq ue acontece connosco, que cada vez, rende menos.
Muito bem visto!
Claro que como diz a Kika, sempre é diferente porque eles mudaram de terra, mas a essência da tal «galinha da minha vizinha» é 100% verdadeira. Apreciamos mais as coisas vistas de longe!
Tem mesmo graça a foto que escolheste. O burrito todo se esforça por ir comer a erva do outro lado da vedação, bem pior do que a que está do seu lado. Mas... está mais longe! Aprecia-se melhor!!!
O exemplo é muito bem visto (e a foto giríssima!) mas isso dá-se por todo o lado. A minha vizinha tem sempre as galinhas mais gordas e melhores poedeiras!!!
Por outro lado também acontece só apreciarmos uma coisa boa que temos quando a perdemos...
Quando a perdemos (o que é o pior) ou quando outra pessoa a elogia!
Acontece tanta vez!!!
Nunca apreciamos aquilo que temos. Devias fazer como as nazarenas e alugavas a tua casa, depois podias ir passar as férias onde querias. Ou então fazias uma troca de casas com esses ingleses, alemães e franceses ;)
Bem visto!!!
Olha aproveita esse bem o mais possível.
O sem nick teve muita razão!!! Tanta vez que só apreciamos bem aquilo que temos quando outra pessoa o gaba! E não é só a terra em que vivemos (embora isso aconteça bastante) muitas vezes há coisas que damos por adquiridas e parece não terem grande valor. Depois vemos que os outros gostam e olhamos com outros olhos.
Não digo que seja o caso, porque tens dito várias vezes que te sentes aí bem.
Essa do alugarmos a nossa casa é uma coisa em que também penso, apesar do que diz o Palmeiro.
E há outra possibilidade que é a 'troca' - combinar com uma família, ires para casa deles enquanto eles vem para a tua. Variam todos, sem gastar dinheiro.
Porque o Zé palmeiro tem razão, o dinheiro 'dos outros' é bem mais forte do que o nosso...
Ora Boa Tarde à comunidade populiana!!!!
No meio das minhas férias regaladas, vim espreitar os meus mails e já agora dar o gosto ao vício e passar pelo Pópulo.
À media de um por dia, isto lê-se sem dificuldade. Lá comentar todos é que...
Este post está engraçado, porque sempre que falas desse «sítio» dás uma ideia de que é um local muito escondido no meio das couves e das galinhas, e agora vens toda lampeira dizer que está cheio de malta da entranja! Oh Emiéle... Ou uma coisa ou outra!
Tem graça que eu interpretei o final do post de outra maneira, não achei que estivesses a dizer que ias ceder a tua casa a uma tipa alemã, belga, suíça, holandesa, mesmo alugada, mas que se o fosses vinhas para este sítio ou seja que estavas cheia de sorte por seres assim 'abençoada' sem nenhum esforço nem gasto.
Foi como fiz a minha leitura...
Essa questão, que dá nome ao teu "post" de hoje, desmistifiquei-a, há uns anos, quando saí da minha terra para viver em outro lugar. Sempre que regressava "às origens", apreciava melhor o que dantes me era acessível e não dava o devido valor!
Agora, que regressei de forma mais efectiva, volta e meia, fantasio com um "lugar ideal" para viver (pensando também no aspecto de melhores condições económicas) mas, é "sol de pouca dura"...:))
É como dizes há pessoas que pagam fortunas para gozar um pedacinho e por pouco tempo o que eu posso desfrutar todo o ano.
Falta-me, aqui, essa animação (KB) multilingue, aliás por vezes aparecem estrangeiros mas vêm em excursão e não dá para conviver, isto é - dar dois dedos de conversa noutro idioma e ficar com essa sensação de "manta de retalhos" como dizes e eu gosto!
Volto para retribuir a saudação ao King - fico contente por saber das tuas férias "regaladas" e continuem assim!
Olha, King, eu também interpretei como tu...
Pk meu comentário não figura? Era precioso, oportuno e abrangente e muito bem escrito, com assentos e tudo, como você(?) gostam.Ficam a perder.
Oooooh! Fugiu?... E agora ficamos para aqui a pensar como seria esse cometário todo jeitoso com assentos e tudo!!!
:)
É impossível discordar, acho eu. Passamos muito por isso, daí a ideia da nossa galinha, ou da erva dos ingleses, que é sempre mais verde a do outro prado.
E esse multiculturalismo ou lá o que anima bastante como disse a Maria, mas também tinha imaginado que o teu refúgio era mais isolado :)
Que belo texto e que bom senso...
Que assentos??
Bom Dia, amigos!!!
Anónimo das 9:16, acho que o fj estava a falar dos assentos das palavras de que ele nunca se lembra, nem se rala com isso. Mas às vezes um assento faz toda a diferença!
MCF - qualquer dia habituo-me a ter-te por cá! Abençoadas férias que fazem com que haja menos blogs activos... E talvez tomes o gosto e te habitues a vir ao Pópulo. :)
Mary, é claro que é um refúgio mais ou menos isolado, mas apenas mais ou menos. E foi descoberto já há muito tempo por esta malta estrangeira.
FJ, os comentários às vezes têm manias. A gente sabe. É preciso paciência...
Maria, também me acontece isso quando não estou em Portugal, por exemplo. De início fico toda aliviada mas às tantas dá-me umas saudades!... O que é bom é ir variando, mas o nosso poiso é sempre o melhor sobretudo visto de longe como aqui já disserem.
Olá King!!! Tinhas prometido que passavas por aqui de vez em quando e o prometido é devido. Lindo menino!!!
Kika, estou a aproveitar sim senhora, mas lá de burro não tenho andado. Este foi só para ilustrar a conversa :)
Joaninha, a ideia da troca não é mal vista.
Mas eu desta vez não me expliquei bem, e daí a interpretação que o Palmeiro e mais alguns de vocês fizeram. Quando disse a brincar «Fecho os olhos e imagino que sou alemã, belga, suíça, holandesa.
Vou gozar as minhas férias.
Onde?…
Olha que sorte! À minha casa!!!!» devia ter insistido à que é agora a minha casa ou coisa assim. O que queria dar a entender com essa brincadeira é que se fosse alemã ou holandesa era capaz de pagar por uma coisa que afinal tenho de graça...
Zé Palmeiro, isso de ter uma casa no Algarve e não a aproveitar parece mesmo um desperdício mas entendo pelos motivos que dizes. É tão pessoal que desvendar a nossa intimidade a estranhos custa.
Queriam dizer acentos ortográficos?
Já percebi!!
Boa ideia, vou fazer o mesmo!
Amigo anónimo, o fj tinha escrito aqui uma resposta como muita graça, ao estilo dele, mas que ... desapareceu. É um mistério porque cheguei a vê-la, mas agora não está cá.
Como eu o conheço bem, sei que é um tipo que para além das 3 línguas que todos falamos, a materna, o inglês e o francês, e o latim que estudo 'in illo tempore', ele domina mais umas três ou quatro línguas europeias, para além de saber um tanto de chinês e árabe. Ou seja, cá para mim, sabe demais!!! E começou a disparatar com a ortografia quando aderiu ao estilo sms e messenger. Aí como é tudo fonético, ele diverte-se a escrever as coisas mais extraordinárias. Uma mensagem dele às vezes é uma charada, e essa dos esses ou cês é mesmo uma das mais 'inofensivas' :)
Olá Dias!!
Eu agora raramente te visito, que isto é um tempo precioso, este da net, e é 'racionado'. Mas fico toda contente de te ver por aqui!
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