quarta-feira, julho 22, 2009

Limites, precisam-se!

Li por aí que tinha sido publicado um livro chamado 'Um Bom Pai Diz Não', de uma terapeuta que perante a sua dificuldade em dizer não às suas filhas tal como em aconselhar os seus clientes com o mesmo problema, procurou livros para a ajudar e não encontrou nada. Portanto, escreveu um!
É estranho essa justificação, porque o que há mais por aí são livros sobre o tema. Até traduzidos em português: como este ou até este de que me lembro logo, para além do que tenho citado muitas vezes no Pópulo «L’enfant, chef de la famille» de Daniel Marcelli, muito bom. Este de que falam, recém publicado em português, ainda não o comprei mas também me interessa, é claro.
Porque o tema não pode ser mais actual!
Parece ser uma onda que atravessa todo o mundo. Aqui, na nossa terra, tenho observado a relação pais/filhos, até entre várias etnias: muitas crianças não são ensinadas a controlarem as naturais frustrações, tornam-se uns pequenos tiranos para os pais e aborrecidos para todos.
Tenho agora acompanhado um caso que serve bem de exemplo a muitos outros. Um rapazinho, filho de pais separados, 11 anos acabados de fazer. É bonito. Alto e elegante para a idade, abundante cabelo louro, grandes olhos azuis e feições bem modeladas. Quando o encontrei a primeira vez seduziu-me completamente, era um amor de menino, bem-disposto, conversador, inteligente. Confesso que quando me disseram que fazia birras, imaginei uns amuos naturais numa criança de 11 anos, condizentes com a aparência angelical do J.
Mas na segunda vez que nos encontrámos fiquei estarrecida. Vinha com o pai, ouvi uns gritos ferozes antes de abrir a porta, e quando entrou foi para se atirar para o lado numa birra como se tivesse 3 anos. Pontapé aos móveis, berros lancinantes, e um choro convulsivo que não nos permitia falar. O pai tinha precisado ver-me e ele não queria porque tinha outros projectos. Foi um quarto de hora assustador. Apesar de tudo ainda pensei que fosse uma medição de forças com o pai, com a mãe com quem estava mais tempo fosse melhor. Grande engano! De terceira vez que o vi, vinha com a mãe e foi muito pior!!! Os gritos que dava deviam ouvir-se até na rua, e o motivo da cena era porque a mãe tinha recusado algo que ele queria.
Quer o pai quer a mãe acusavam-se mutuamente de a culpa ser do outro, mas reconheciam que não o conseguiam controlar. E também eu não via como iam sair dali… Segundo a mãe desabafou, ele nunca ficava contente. Mal obtinha o objecto que exigia, desinteressava-se e queria outro e isto sem parar, sem parar, sem parar (!!!) como o coelhinho da duracell. Era uma criança infeliz e que tornava quem o rodeava também infeliz.
O caso deste rapaz é já complicado pela sua idade. É em pequenina que uma criança deve aprender a reconhecer a frustração que a vai acompanhar toda a vida. Sentir que a vontade de quem cuida dela é firme e forte é até tranquilizador para ela, contra o que alguns pais pensam. Saber que quando lhe dizem Não, quer dizer que não pode, ou quando é Sim tem de o fazer, mesmo que não lhe apeteça na altura, dá-lhe segurança.
Se uma casa não é uma prisão, e as regras até podem ser levantadas de vez em quando, é importante que os filhos sintam que quem decide e manda são os pais.
Como disse esta autora com graça, uma família não é uma democracia, os 'votos' não valem o mesmo. Os pais é que sabem o dinheiro de que podem dispor, o valor dos alimentos, a importância das horas de sono. Se, por um lado, é correcto que dêem o exemplo em muitas coisas, nunca devem ser apanhados na ratoeira do «o pai ou a mãe faz, eu também posso fazer» que muitas vezes é usado. As acções dos adultos não podem ser medidas pela mesma bitola das acções das crianças porque têm de facto uma dimensão diferente.

O conhecer os limites é um passo na direcção da maturidade. Até porque são os pais que têm as responsabilidades, fardo demasiado pesado para uma criança. Portanto, assim que tenha idade, a criança deve saber o que quer dizer «responsabilidade» e que, se os pais têm mais poder, é porque têm mais responsabilidades.
Isso é fundamental. E vem trazer segurança afectiva aos filhos.



24 comentários:

cereja disse...

Só uma nota para justificar um post tão comprido, o que não é meu costume. Se calhar fiquei muito palavrosa, mas reli-o e não vejo onde poderia ter cortado naquilo que escrevi... Queria dizer tudo o que disse, mesmo que pareça que me estou a repetir.
Desculpem o lençol, mas de vez em quando tem de ser.
:)

fj disse...

Ups!! Já vejo que hoje é um dia em que vou ter de voltar com mais tempo, que isto é muita areia.
É quase uma praia! :)

Anónimo disse...

OK, mesmo que custe aprender a lidar com a frustração (oh se custa!!!) é bem pior não o saber fazer. O que pensam desta notícia? Eu tenho alguma cautela em criticar porque não sei o que se passou nem como estaria o miúdo, mas... Estar mal preparado em 9 de 14 disciplinas, é muito! Ali não diz a quais é que ele estava preparado. e se tem 15 anos nem sequer está muito atrasado!!!
São coisas destas que nos fazem pensar, Emiéle. Até parece que temos «medo» das crianças.

Anónimo disse...

Quanto ao «teu menino» afinal ele faz essas cenas porque sabe que os pais cedem, não é? Deixem de ceder e não acredito que ele as continue a fazer.

Joaninha disse...

Não sei se será «malhar em ferro frio» mas...
A verdade é que os pais excessivamente tolerantes (e tens toda a razão, vemos portugueses, ingleses, alemães, ou chineses, africanos, indianos, é tudo o mesmo!) não conseguem fazer de outra forma. A criança é algo excessivamente frágil, só tem um filho muitos deles e estão pouco tempo com eles, de modo que quando estão juntos não é para os contrariar. Não suportam as lágrimas dos filhos. O que aqui dizes, qualquer educador ou psicólogo o diz, mas estes pais sentem que ainda há muito tempo (não os do teu 'anjinho' dos berros) e quando eles forem mais velhos logo conhecem a vida. Ou, muito simplesmente, não lhes sabem dizer que não.
Se o que escreveste racionalmente está certo, emocionalmente não. Estes pais, mães, até avós, simplesmente não conseguem impor a sua autoridade. Não a têm. E pronto!

Joaninha disse...

O curioso é que muitas vezes sabem que seria para bem da saúde das crianças: comerem legumes, deitarem-se a horas certas, agasalharam-se melhor, mas... não conseguem fazer-se obedecer simplesmente. Muitas vezes pedem o reforço de alguém com mais autoridade «Olha que eu digo ao ***» o que é ainda pior, porque se desautorizam completamente.

kika disse...

Parece que temos medo das crianças diz o King e diz muito com isso, no meu ponto de vista.
Este post é provocador, no bom sentido claro .
Não posso estar mais de acordo com a Émiele, mas tb ainda cá volto.

Anónimo disse...

Bem, o caso dessa senhora e terapeuta ter tido dificuldade em dizer não, às suas filhas, não será inédito, não ter encontrado livros bons sobre o tema é, como dizes, no mínimo estranho, sobretudo tratando-se de uma técnica da assunto. Conheço psicólogos, educadores de infância e pediatras profissionais muito competentes, mas, como educadores dos seus próprios filhos, também cometem os mesmos erros, pondo em causa uma ideia/teoria que me persegue já há alguns anos. Quando vivia ainda com os meus e por sermos muitos irmãos, eu pensava que seria útil os futuros candidatos a pais receberem formação no sentido de aprenderem a ser pais, aliás, à semelhança do que se fazia/faz como preparação para o casamento católico, com um conceito diferente e formadores independentes da igreja/as.
Fui mãe muito jovem, aos 20 anos, levava alguma bagagem da vida e lia muito sobre psicologia infantil (João dos Santos, Piaget e outros faziam parte das minhas leituras e consulta) pelo interesse que tinha na matéria ( o meu 1º trabalho a sério foi como auxiliar de uma Escola do ensino especial de crianças com dificuldades auditivas e visuais) e formações que tive. Quando eduquei o meu 1º filho, embora alertada para também cometi os meus erros e vivi com alguma angústia por não ter sido capaz de me afirmar algumas vezes; poderia apresentar várias atenuantes à minha culpa, mas não vou faze-lo. Só vou adiantar dois dados pessoais, para melhor se compreender e contextualizar as minhas falhas assumidas e que possam servir de exemplo a algum pai/mãe mais novos.
Tive uma educação um pouco austera, sobretudo da parte do meu pai e agora à distância até compreendo e perdoo-lhe, não foi fácil para os meus pais educarem 7 filhos e todos muito seguidos, afecto e atenção nunca nos faltou.
Isto para dizer que o que sonhei para o meu filho, quando nasceu no ano do 25 de Abril, foi muita democracia, liberdade e a protecção toda do mundo, ainda por cima, criei-o durante 1ºs 3 anos de vida praticamente sozinha (o pai estava na guerra colonial e depois, como não arranjou emprego em Lisboa, vou trabalhar para os Açores), os tempos nessa altura também não foram fáceis...
Apesar de me ter tornado super-protectora, "mãe galinha", não fez que o meu 1º filho tenha sido um menino de birras e mimado e a segunda também não o é, já o mais novo que sofreu de alergias e asma em pequeno, passou um período sobre tudo no pré-escolar que fazia alguma chantagem emocional à custa disso, mas sempre tudo muito controlado.
Tudo isto para dizer que não fomos os pais ideais, aliás longe disso. Há dias li, o Miguel Vale de Almeida comentar, no seu blogue, que - "Para conduzirmos um carro tiramos a carta. Para exercer uma profissão tiramos um curso. Para ter (não para fazer) filhos, népia. Só mesmo os candidatos à adopção é que vêem as suas capacidades parentais avaliadas…" Polémico mas não menos pertinente, digo eu!
Escrevi de mais, espero, pelo, ter conseguido articular as minhas ideias de forma clara
o que quis transmitir.

Anónimo disse...

Emiéle, se o teu "Post", com toda o que te confere,achas-te longo, o que dirás/dirão do meu comentário, não tem risos mas sim um pedido de sinceras desculpas pelo abuso e falta de capacidade de síntese...

fj disse...

King cuidado com as "comparações" o caso do menono não retido foi explicado parcialmente pela escola,não sei, com os dados que temos, para que servia reter o miudo.Por detrás do, não aprovação, retenção , estão sempre pessoas, contextos,que não devem ser alvo de paltites sem dados suficientes.
No restante concordo com King, e acho o problema muito bem posto pela postadora.

fj disse...

King cuidado com as "comparações" o caso do menono não retido foi explicado parcialmente pela escola,não sei, com os dados que temos, para que servia reter o miudo.Por detrás do, não aprovação, retenção , estão sempre pessoas, contextos,que não devem ser alvo de paltites sem dados suficientes.
No restante concordo com King, e acho o problema muito bem posto pela postadora.

kika disse...

A mim parece-me que cada vez mais os jovens casais têm filhos , como realização pessoal e transformam um pequeno ser num boneco, para mostrar ao mundo, fazendo festas absurdas de adultos a pretexto deles. Parece-me que por aquelas cabecinhas nunca passa a responsabilidade que lhes cabe na construção dum bom ser humano e feliz. As preocupações são as roupinhas , as gomas os brinquedos em excesso e mais nada! Nunca pensam que qd dão uma goma ou um chupa já estão a fazer mal á sua criancinha!
Precisavam de formação sim, mas que esperar quando acabo de ver uma noticia de abandono dum recem-nascido? Por onde passa a educação sexual? Que valores incutem nos adolescentes?
Estou a desviar-me, porque a minha cabeça não está aqui tenho de sair

Anónimo disse...

FJ, olha que eu apenas perguntei: o que pensam desta notícia? Nota que acrescentei, com algum cuidado, não sei o que se passou nem como estaria o miúdo deixando a porta aberta a que fosse um caso muito especial. Mas por algum motivo foi notícia, e respondendo ao para que servia reter o miúdo penso que talvez servisse para com outro apoio ficar melhor preparado. Ou não... Podia ser um 'caso perdido', mas entregar-se assim os pontos à segunda reprovação (não sei se do mesmo ano) faz impressão. É pena que tal como se passa do 9º em diante, não se possa fazer por disciplinas.
Kika, quando digo que até parece terem medo, é porque com franqueza parece mesmo!!! Medo de não serem amados? Mas a história da Maria mostra bem que mesmo com rigor - ou talvez por isso - amamos os nossos pais.

Mary disse...

Muito bom post (obrigada pelas referência dos livros!) e magnífica ilustração. Mostra de um modo muito claro e muito belo como se pode andar «às apalpadelas» quando as normas são confusas.

Ainda venho dizer mais um pouco, mas agora estou de fugida...

cereja disse...

Uma resposta ao King, na linha do que disse o FJ, ou seja que a gente só sabe o que leu no jornal e cada caso é diferente.
Há vários anos, eu que não sou professora, estive colocada numa situação especial onde estava ligada a situações de ensino. E fui informada que havia uma menina, cuja mãe tinha imigrado com ela para uma terra muito longe, após a morte por acidente do pai. A criança andava completamente perdida, vivendo hábitos diferentes numa terra estranha onde nem a língua local conhecia, tendo de se integrar numa escola diferente, com amigos diferentes, professora diferente. Teve algumas dificuldades, e foi-lhe concedida uma professora de apoio. Esta professora era excelente, posso testemunhá-lo! De cinco estrelas! No final do ano lectivo disse-me que achava que a menina estava preparada, não era excelente mas tinha os conhecimentos que se exigiam para transitar para o ciclo. Fui falar com a professora que foi taxativa «Nem pensar! Não a passava». Ela ficaria mal vista pelos colegas do ciclo se uma aluna dela mostrasse aquela preparação. Ao fim de uma hora de diálogo, ficou assente que apenas a aprovaria com um relatório fundamentado da psicóloga.
Assim se fez. Foi enviado um relatório de várias páginas com a opinião de que a menina devia passar. Mesmo assim ela disse à criança que não a passava. Convocou-se uma reunião com ela, a directora de serviços, uma inspectora, a professora de apoio e a psicóloga. A reunião durou uma manhã inteira onde essa senhora repetia como um papagaio que 'não sabia nada de psicologia, mas fazia bem à aluna chumbar'.
E chumbou-a!

sem-nick disse...

O complicado é o efeito das imagens que se vão reflectindo. Os miúdos vêm os outros com exigências e teimas e imitam-nos. Por seu lado, os pais também assistem a cenas dessas com os seus amigos e familiares e acham natural que as coisas se passem assim.
Por outro lado, na minha opinião, depois de se tomar o freio nos dentes é dificílimo controlar a crise, como no caso que contas. deve ter começado de mansinho e agora é isso!

Queria sublinhar, o que referes: a ideia de qur se os pais fazem, eles também tem esse direito. Sei de casos onde os pais fazem de conta que se deitam para conseguir que os pirralhos pequeníssimos vão para a respectiva cama! é o fim da macacada!!!!

josé palmeiro disse...

A esta hora e com tudo o que foi dito, é-me difícil acrescentar mais qualquer coisa. Fui filho único, nunca me lembro de ter tido birras, mas uma coisa aprendi, filho único, não!
Fui pai de três, dois rapazes e uma menina, todos iguais, todos diferentes. Dificil mas sempre actual é saber em que lugar se está nessa equipa. Sim porque uma família é uma equipa e quando as coisas não correm bem, os problemas acentuam-se, porque as substituições não são fáceis de fazer e o melhor é continuar a trabalhar para o fim comum, o bem estar. Hoje a minha filha e o namorado que estão aqui de férias, estão, na cozinha, a fazer o jantar.
Janta-se tarde porque os fusos horários permitem que aqui a noite chegue mais tarde, esta é para o fj.
Fico-me por aqui e só espero que os meus netos, não façam birras!!!

josé palmeiro disse...

Entretanto vou ouvir a Banda do Samouco.

cereja disse...

Olá Zé Palmeiro! Devia ter dito Boa Noite, mas afinal digo Bom Dia e não pelos fusos!!! :) É que ontem não voltei cá...

Este post deve uma grande concordância como era de esperar entre as pessoas que se importam em comentar aqui. E, eu sei que «falar é fácil» como às vezes me dizem. Mas água mole em pedra dura... E se alguns pais começarem a alterar a sua forma de encarar os Direitos da Criança podem reconhecer que um dos Direitos é serem protegidas com regras e disciplina.
Claro que como lembra o Palmeiro e a Maria os filhos também são diferentes e muitas vezes ajeitamos o nosso modo de agir ao seu feitio. Mas por algum motivo se vê hoje, e como disseentre pessoas de etnias diferentes, esse excesso de permissibilidade. Parece um vírus e não é da Gripá!

Joaninha disse...

Ainda cá volto (para arredondar o número de comentários) :)
Reparem que mesmo para contestar a autoridade, os valores tradicionais, utilizar uma atitude contestatária (que até podemos aplaudir em certa medida) temos de começar... pelo princípio, ou seja, conhecer as regras que queremos contestar.
É a partir de uma estrada conhecida que poderemos partir para uma nova estrada. Quando se parte do nada o fracasso está à vista!!!!!!

eMe-a-eMe disse...

Excelente post : )

eu, confesso que, mais ainda do que o comportamento dos putos, o comportamento de alguns pais deixa-me louca.

até costumo dizer que com alguns pais até me admira como os putos não saem pior : )

a sério! demitem-se completamente da educação dos filhos.

se o puto é mal educado respondem de imediato: ah, ele é assim...
se não vai á escola é logo, ah ele não gosta...
se não faz qualquer coisa que era sua obrigação, ah ele não quer...

e os paizinhos coitadinhos, resignam-se aos caprichos da criancinha como se fosse normal.

grrrrrr que nervos ; )

saltapocinhas disse...

E onde se lê "pais" pode ler-se "professores" e em vez de "casa", "escola" e fica tudo certo na mesma!

E o King pode ir ao meu blog que eu lá explico porque é que concordo com a passagem do tal aluno das negativas...

cereja disse...

Olá MeM e Saltapocinhas!
Claro que tens razão, MeM, os pais irritam muito e até porque em última análise são os responsáveis por essa situação. Mas torna-se uma bola de neve que vai crescendo sem parar como no caso que contei onde os pais falando comigo têm a perfeita noção que não travaram o filho quando deviam, mas agora sentem-se ultrapassados.
Saltapocinhas, o King já apanhou nas orelhas, mas ele apenas fez uma pergunta, tadinho :)
Também tenho a ideia de que as escolas muitas vezes também não conseguem impor a autoridade... Não que se faça como aquela professora odiosa que eu conheci e chumbou a criança por causa do seu prestígio (!!!!!) mas as regras da Escola têm de ser conhecidas e aceites, ou é uma anarquia.
Eu em tempos escrevi uma coisa que saiu na Revista Noesis, vou ver se encontro e mando-te por email.

Anónimo disse...

Quando uma criança percebe o domínio que tem sobre os pais... é simplesmente terrível. O meu menor tentou - era daqueles que ficava roxo, desmaiva quando bebê, ao levar uma bronca. Eu esperava ele "voltar" e o fazia cumprir o que devia. Foi uma sequência de tentativas, até os 8 anos. Ele é um amor de menino, mas dá trabalho com suas manobras. Inda mais quando manipula, descaradamente, os professores.
Já o mais velho outro dia, querendo algo, argumentou que tinha os mesmos direitos que eu. Eu aceitei. Disse que se ele tem os mesmos direitos, também tem os mesmos deveres e que, a partir daquele dia ele iria fazer o almoço, lavar roupa, limpar a casa... bom, ele desistiu dos tais direitos iguais. :)